Então, essa é a confirmação que eu precisava: finalmente, a certeza de que a encontramos… Fico alguns segundos perdido em pensamentos quando escuto a voz de Ivan…
— Não pode ser, cara, não, não pode ser... É muita coincidência...
Cara, onde você conseguiu isso? Essa joia está desaparecida há anos… — sinto um tom de satisfação em sua voz, o que me deixa um tanto desconfortável, mas deixo essa sensação de lado. — Você sabe qual a origem, então me fala logo, é importante, cara… — pergunto, tentando disfarçar minha alegria. — Seja lá onde você a encontrou ou com quem, mantenha-a o mais escondida possível. Vou te contar o que eu realmente sei sobre isso. Senta aí e cala a porra da tua boca, porque o negócio é muito sério. — Sentei e olhei nos olhos de Ivan, pronto. E agora vai me falar do que se trata essa joia? Sei que é importante, agora desembucha logo, que o que eu menos tenho é paciência, e você sabe muito bem disso. — falo impaciente. — Eu sei, escuta isso: esse colar tem as iniciais de uma família italiana muito poderosa. Eles passaram por um longo período ruim, uma família da pesada, cara. O que eu sei é um pouco mais do que a mídia da época expandiu, mas posso te garantir que essa joia pertence a alguém desaparecido há anos, uma joia feita com exclusividade para as crianças desta família. — Antes do meu pai morrer, ele me passou a missão de encontrar alguém e, até hoje, não tenho pistas. E agora você me aparece com essa joia que pertence a uma família de mafiosos... Seja lá quem for que está com isso, corre perigo. Parte dessa família foi dizimada, sobrando, até onde sei, o Don e, talvez, só talvez, um neto. E isso é apenas especulação, pois ninguém nunca soube dele. E se estiver vivo, ninguém imagina quem seja ou onde ele esteja; é um simples desconhecido aos olhos de todos, o que pode ser um perigo, já que ninguém conhece o seu rosto. — Para de enrolar e fala logo o que realmente tu quer falar, que já estou no limite. — É simples: há uns vinte anos, mataram o filho do Don e a esposa em um acidente de carro, e dizem que havia uma criança, uma menina, com eles. Essa menina desapareceu, e as iniciais desse colar batem exatamente com a descrição de uma joia perdida há vinte anos. Portanto, irmão, se essa joia está com alguém, essa pessoa com certeza sabe o que realmente aconteceu naquele dia. Durante todos esses anos, diz-se que o Don tem se mantido longe de tudo, talvez planejando algo. Não sei se é verdade ou não, mas estou sabendo que há homens muito estranhos rondando a cidade, e um lugar perto do seu apartamento... Seja lá o que ou quem você possa estar escondendo, está em grande perigo…Essa joia pertence a uma família de mafiosos italianos que tem sede de vingança. Mais cedo ou mais tarde, vamos ouvir muita coisa sobre eles: a temida Máfia Khazar. Segundo minhas informações, ela já foi grande e perigosa, mas eu não sei como está agora. Portanto, cuidado, meu amigo, este território é muito perigoso.
— Então é isso, essa joia pertenceu a uma criança italiana que pode estar morta ou desaparecida.
— Isso mesmo, e quem estiver com essas joias estará cercado de perigos constantes. — Obrigado, amigo, obrigado pelo seu tempo. — Eu que agradeço. Tome cuidado, meu amigo... não deixe essa informação vazar, ok? — Não se preocupe, eu sei me cuidar e cuidar dos meus, mas o seu segredo está bem guardado. Sorrio e saio de lá.Me pergunto como Ivan sabe tanta coisa sobre a máfia Khazar, mesmo porque são vinte longos anos afastados de tudo. Mas o importante é que agora tenho a confirmação que eu precisava e não posso simplesmente ficar de braços cruzados com as minhas desconfianças e descobertas. Sei muito bem o que eu terei que enfrentar a partir de agora... É minha Ayla, quem diria que você é quem é…
Saio daquele prédio e vou direto para minha moto, com as joias guardadas dentro da minha jaqueta. Coloco minha touca e o capacete e volto para casa. Preciso esperar a poeira abaixar; afinal, minha descoberta foi fascinante e espero de verdade que meu amigo não esteja envolvido em mais nada, mesmo porque ele sabe coisas demais para um mero curioso. Assim que estou chegando ao meu apartamento, vejo que o carro que nos seguiu ontem ainda se encontra lá. Tenho certeza de que não notaram a minha saída, e isso é perfeito. Acelero um pouco mais e logo chego ao meu prédio; em seguida, entro na garagem e estaciono a moto.
Preciso encontrar uma maneira de explicar para a Ayla que ela não foi abandonada pelos pais, como disseram a ela. Agora entendo o medo constante que ela sente, as dores de cabeça; tudo ficou muito mais claro. Entro no elevador e vou para casa, afinal, tenho que levá-la à psicóloga e também para que ela veja o seu Ary, homem em quem eu não confio. Sempre se mostra muito bonzinho, mas sou desconfiado e acho muito estranha tamanha bondade. Sei que há algo por trás disso, e eu também vou descobrir o que ele esconde.
Abro a porta e sou recebido pelo belíssimo sorriso da minha doce princesa e pelo abraço caloroso da minha irmã. Alguns segundos depois, vou para o meu quarto tirar toda aquela parafernália de roupas e vou tomar um banho gelado para esfriar a cabeça depois de tantas informações. Vinte minutos depois, saio do quarto vestindo uma bermuda, camiseta e chinelos, e me jogo no sofá. Como não posso deixar de tirar uma casquinha, apoio a cabeça nas pernas da Ayla, que me olha surpresa com tamanha ousadia da minha parte. Ela apenas retribui o olhar e me dá um sorriso maroto.
Ayla, minha querida, depois devolvo sua joia, ok? Antes, vamos almoçar e depois vamos para o hospital visitar o seu Ary, como combinamos.
— Obrigado, Benjamin, você é um amigo e tanto; nem sei como te agradecer. — Agradeça-me amando, rsrs, brincadeira! Apenas me deixe estar perto de você, cuidar de você, te proteger; para mim, por enquanto, é suficiente — falo, deixando uma Ayla totalmente envergonhada, o que a deixa ainda mais bonita. — Meus amores, acabei de preparar o almoço. Vamos, porque estou morrendo de fome e temos compromisso; não podemos perder tempo aqui, certo? Temos consulta e visita. Resumindo, a nossa tarde será bem longa… — Sarah fala, atrapalhando o momento e sorrindo ao ver o olhar de poucos amigos que lanço para ela. Sarah Fomos todos almoçar. Entre garfadas na lasanha que eu tinha feito e gargalhadas à mesa, finalmente chegou a hora de encarar o hospital, e assim fizemos. Meu irmão voltou para o quarto para colocar uma roupa mais formal, e Ayla e eu fomos nos arrumar. Afinal, consulta é consulta. Mas notei que, desde que meu irmão voltou, ele está irradiando preocupação, mesmo tentando disfarçar da melhor maneira. Não faço ideia do que ele descobriu, mas preciso conversar com ele e farei isso quando Ayla estiver na consulta…Depois que todos descemos, entramos no carro e seguimos para o hospital. Observo que a Ayla dá uma olhada no carro que estava estacionado perto do nosso prédio, e é claro que sabemos o que está acontecendo aqui. Depois de um tempo dentro do carro, preso no trânsito e com muitos xingamentos, o Ben não tem muita paciência com o trânsito de São Paulo. Ok, o negócio dele é correr; ama voar dirigindo. Finalmente, chegamos ao bendito hospital onde precisamos levar nossa menina, e assim que chegamos, não demora muito para que a Ayla seja atendida.
Quando a vejo entrar no consultório, me aproximo de Benjamin e pergunto em voz baixa: "E aí? O Ivan sabia de alguma coisa?"
— Com certeza, mas não podemos conversar aqui. Precisamos falar em outro lugar mais reservado... Mas acredite, maninha, finalmente conseguimos a confirmação: é realmente ela. Ayla está em perigo constante e será nossa responsabilidade protegê-la até o momento certo. Esses caras não estão para brincadeira.
— E quando pretende falar? Precisa de mais alguma confirmação? — Sim, preciso falar com a Shirley e o Eduardo também. Será muito importante antes de contar; não podemos cometer erros... — Ivan desconfia de alguma coisa? — É claro que não. Ele nunca sonhou com isso, mas ficou muito curioso sobre onde eu encontrei a joia e me deixou bastante desconfiado. Ele sabe de muita coisa. — E você não acha isso suspeito, irmão? Nós o conhecemos há algum tempo, mas não sabemos nada além do que ele quer contar… — É claro que é, mas jamais deixarei que algo de ruim aconteça à minha princesa, você sabe disso, mesmo que eu passe por cima de tudo e de todos. Você sabe das ordens que temos. — Não exagera. Você viu que nos seguiram até aqui, não é? Como vai fazer para que não descubram nada? — Por isso preciso conversar com a Shirley e o Eduardo. É fundamental que o hospital não deixe vazar informação... — Ok, irmão, vou buscar um café. Você quer? — Quero sim, preciso manter a mente aberta. O dia hoje será bem longo. Quarenta minutos depoisAyla
Saio do consultório me sentindo leve. A conversa com a médica foi ótima; falei com ela sobre meu outro sonho e ela deixou escapar que meu subconsciente pode estar me mostrando algo do meu passado através de sonhos, e que eu devo me atentar a isso. Ela desconfia que há algo errado com minha idade e com quem eu realmente sou. Pela expressão dela, vi que isso pode realmente ser verdade, pois esses sonhos frequentes, que antes eram pesadelos, agora são sonhos que ainda me fazem acordar no meio da noite, mas que, de certa forma, me transmitem paz.
Ao sair do consultório, vejo Benjamin e Sarah juntos, abraçados. Acho linda essa forma como eles são um com o outro; existe, ali naquele abraço, amor, proteção, carinho, cumplicidade, tudo que eu ansiei um dia e que não tive. Dou um sorriso gostoso e sinto, de certa forma, com esses dois, como se eu fosse da família, se é que eu entendo o significado dessa palavra.
Saio do consultório me sentindo leve. A conversa com a médica foi ótima; falei com ela sobre meu outro sonho e ela deixou escapar que meu subconsciente pode estar me mostrando algo do meu passado através de sonhos, e que eu devo me atentar a isso. Ela desconfia que há algo errado com minha idade e com quem eu realmente sou. Pela expressão dela, vi que isso pode realmente ser verdade, pois esses sonhos frequentes, que antes eram pesadelos, agora são sonhos que ainda me fazem acordar no meio da noite, mas que, de certa forma, me transmitem paz.
Ao sair do consultório, vejo Benjamin e Sarah juntos, abraçados. Acho linda essa forma como eles são um com o outro; existe, ali naquele abraço, amor, proteção, carinho, cumplicidade, tudo que eu ansiei um dia e que não tive. Dou um sorriso gostoso e sinto, de certa forma, com esses dois, como se eu fosse da família, se é que eu entendo o significado dessa palavra.
Seguimos até a lanchonete e, quando estávamos chegando, estranhei que ainda estivesse fechada. Olhei para o Benjamin, que também estranhou o fato. Mesmo assim, estacionou e saímos. Fomos pela entrada dos fundos e, quando eu ia entrar, Benjamin não deixou, se colocando à frente, mas pude ouvir vozes de dentro.
— ONDE ELA ESTÁ? FALAAAAA (um murro na mesa), FALA LOGO, VELHOTE, PORQUE EU ESTOU PERDENDO A MINHA PACIÊNCIA.
— Eu não sei, ela estava no hospital. Os amigos dela a levaram para o hospital e eu não sei o porquê. Deve ter acontecido algo com a menina. — escuto a voz trêmula do seu Ary, o que fez meu coração pular uma batida, ficando apertado. — Deixamos que você tomasse conta dela, mas a queríamos sob os nossos olhos, e você sabe disso e cometeu o mesmo erro do passado. — Eu não fiz nada, eu já disse, ela foi levada pro hospital. Aiiiii. Por favor...Olho apavorada para o Benjamin, que está olhando para a irmã com uma certa calmaria e, ao mesmo tempo, fúria nos olhos. Desconheço meu amigo neste momento e, ao mesmo tempo, sinto um arrepio; é como se uma tempestade estivesse prestes a acontecer a qualquer momento. Vejo, simplesmente, quando Sarah se aproxima de mim e começa a me puxar para o carro. Enquanto me faz entrar, com uma agilidade absurda, pega algo no porta-luvas e sai, me deixando totalmente trancada lá dentro. Tento, de alguma forma, escapar dali, mas é inútil; o carro não abre.
Eu não sei por que, mas meu peito está apertado, lágrimas rolam pelo meu rosto. A preocupação com o seu Ary é imensa; ele está passando por isso por minha causa. Afinal de contas, quem sou eu? Por que as coisas estão se complicando cada vez mais?
E mais, eu nunca vi tanta fúria nos olhos de alguém como vi hoje nos olhos do meu amigo Benjamin. A agilidade da Sarah também me surpreendeu. E o que ela pegou no porta-luvas? Por que me deixou trancada aqui dentro, como se este carro fosse um escudo? Estou aqui apavorada, tentando a qualquer custo achar uma forma de sair. Escuto alguém tentando abrir a porta do carro, mas não consegue. Depois, escuto um tiro e um grito... Isso não pode estar acontecendo; só pode ser um pesadelo…
Estou simplesmente apavorada com tudo isso. Escuto barulho de luta e algo b**e com muita força na lataria do carro. Escuto a voz da Sarah em um tom assustadoramente apavorante, falando pausadamente: "VOCÊ NUNCA VAI CONSEGUIR COLOCAR AS SUAS MALDITAS MÃOS NELA, OUVIU? Vou deixar você viver apenas para que possa avisar ao seu chefe que ela já não está mais sozinha... ENTENDEU BEM O MEU RECADO?" E mais um tiro e outro grito.
Estou simplesmente em choque com isso tudo. Quem são meus amigos de verdade? Quem são eles, as únicas pessoas que eu deixei se aproximar de mim?BenjaminDepois de sair do hospital, notei o quanto a Ayla estava ansiosa para ver o velhote, que ela diz tratar muito bem. E eu não nego que ele realmente o faz, mas tem algo nele que me deixa desconfiado demais. Então, fomos para o estacionamento e depois seguimos até a lanchonete dele. Claro que notei alguns carros por perto e, ao ver a lanchonete fechada, tive certeza de que algo muito errado estava acontecendo. Esse velhote nunca fecha essa espelunca. Olhei para a Ayla e a vi bastante apreensiva. Certifiquei-me discretamente de que estava equipado e, junto com as meninas, descemos do carro.Ayla foi diretamente para as portas dos fundos e a vi perder a cor ao ouvir alguém perguntando supostamente por ela. A puxei para trás, colocando-a entre mim e a minha irmã, e olhei diretamente nos olhos da Sarah, que imediatamente entendeu o meu olhar e retirou a Ayla dali. Sabemos exatamente o que está acontecendo. Esperei alguns segundos, respirei fundo e decidi entrar. Sei muito bem que el
DaniloCaraleo, irmão! Que porra foi essa que aconteceu aqui na minha casa? — falo entre risos enquanto olho a bagunça ao redor. — Quem é este homem? Por que querem tanto calá-lo, Benjamin? Olha a bagunça que fizeram, irmão! Seja lá o que você tem na sua cabeça, faz logo! Esses caras vão voltar e não vai demorar, acredite. Balanço a cabeça em negação… Agora vamos arrumar essa bagunça para trazer as meninas de volta.Não demora muito e conseguimos retirar os corpos de dentro da casa. Depois de uma ligação, vieram retirar os pacotes e finalizar a limpeza. Duas horas depois, tudo estava dentro do que posso considerar normal. Finalmente, Benjamin e eu fomos até o mini hospital que eu tinha deixado completamente isolado. Benjamin me olha confuso por não encontrar ninguém ali. Eu tenho um segredinho para segurança extra. Levo-o até um elevador e descemos. Assim que o elevador para e se abre, Benjamin me olha incrédulo e sorri, não acreditando no que acabou de ver. Assim que saímos do
Fico ali com seu Ari, meu avô emprestado por mais um tempo, fazendo carinho naquele bondoso homem que me acolheu como família, até sentir que ele está muito mais calmo. O ajudo a deitar e depois o cubro, não antes de ter uma melhor visão do quanto o machucaram. Ofereço um copo de água e ele aceita. Depois de beber, ele deita novamente e, aos poucos, volta a dormir. Respiro aliviada por saber que, de certa forma, ele está seguro aqui nesta casa estranha que mais parece uma fortaleza.Volto ao quarto que me foi designado e, aos poucos, adormeço. A noite foi maravilhosa; apesar de tudo, eu dormi bem. Sinto-me segura estando com mais pessoas por perto. Acordo cedo com o dia clareando e, ao sair do quarto, encontro Benjamin já muito bem arrumado. É estranho que ele já esteja de pé, mas ao me olhar, vejo em seus olhos um misto de alegria. Ele apenas sorri e segue para o seu quarto. Desço e vou dar uma olhada em seu Ary. Desde que o vi chorando ontem, algo dentro de mim se comoveu bastante,
Não vai demorar muito e vamos entrar nos carros para sairmos. Benjamin fala e logo ele e Sarah sobem para seus devidos quartos. O Danilo pede que eu ajude seu Ary no que ele precisar, pois logo mais estaremos saindo daqui. O lugar, por mais protegido que seja, está sob perigo.Escuto as palavras ditas por Danilo, mas fico meio perdida com as palavras "perigo" ecoando na minha cabeça. Aos poucos, volto à realidade e vou até o seu Ary. Explico a ele a situação, e ele sorri todo feliz para mim. Eu o conheço bem e sei que há algo nele que ele gostaria de compartilhar. Assim que ele se levanta do sofá, vejo um porta-retrato antigo que estava aparentemente escondido por ele. Pego o porta-retrato e, ao ver a imagem ali, não sei como reagir; começo a tremer. Quero perguntar o que aquilo significa, mas as palavras não saem da minha boca. Minha garganta está seca. Fico olhando para aquela foto; me falta o chão, o ar. As lágrimas rolam em meu rosto. Não sei como ou quem me segura pelos ombros e
Savannah SmithAcordo com o despertador tocando. Ainda está cedo e, claro, eu não quero levantar. O dia de hoje vai ser muito chato; afinal, é mais um dia de aula e, apesar de estar estudando o que eu amo, às vezes cansa ter que ir para a faculdade cedo, passar boa parte do dia lá e, à tarde, quando volto para casa, ainda ter que encarar as chatas aulas de luta. Detesto essa parte do meu dia. Sou mimada, princesinha mesmo. Cresci aqui em Los Angeles e moro com o meu tio Richard, que me criou desde sempre. Meu tio é um homem maravilhoso, mas tem um cuidado absurdo com a questão da minha segurança, me obrigando a aprender a lutar desde a minha infância. Acho isso desnecessário e cansativo para uma mulher, sem falar que minhas mãos, que deveriam ser totalmente delicadas como a princesinha que sou, ficam com alguns calos. Mas fazer o quê? Já cansei de tentar fazê-lo desistir dessas aulas, mas nunca consegui.Adoro estar bem vestida, antenada com a moda. Tanto é que estudo moda em uma das
Após uma tarde inteira na companhia de meu namorado, com compras, cinema e coisas que toda menina ama fazer sem preocupações, finalmente chegou a hora de enfrentar a fera. Não faço a mínima ideia do que realmente me espera em casa. Eu nunca ousei desobedecer ao meu tio, exatamente porque ele sempre me respeitou, exceto na minha vontade de parar com os treinos odiosos de luta. Eu sei que essa minha desobediência irá me custar muito caro, só não sei o quanto ainda.Me despeço de meu namorado e entro no meu carro. Durante todo esse período, mantive o telefone desligado para não ser interrompida com as ligações. Ao ligar o aparelho às nove da noite, recebo uma enxurrada de notificações de ligações e mensagens de WhatsApp. Dou uma olhada nas ligações: eram exatas vinte ligações do meu tio. Olho as mensagens; só do meu tio, havia trinta e sete mensagens, e a última me deixou um tanto apreensiva sobre se eu deveria ou não voltar para casa.“Savannah Smith, o que você fez hoje, pode ter certe
Richard SmithComo eu pude fazer isso com a menina que eu criei com tanto amor, com tanto carinho? Eu sei que, por mais que eu seja um cara ruim, nunca deixei transparecer esse meu lado para a minha Savannah. Ela sempre foi criada da melhor maneira que eu pude. Fui contra uma das ordens do meu chefe e a deixei viva. E, por incrível que pareça, hoje eu passei de todos os limites com ela. Me irritei com a audácia dela simplesmente pular a janela por não querer praticar as lutas que impus a vida inteira para ela fazer. E, mesmo contra a sua vontade, ela praticou. Hoje, eu simplesmente surtei com ela do nada. Desde o almoço, eu vi tristeza em seus olhos; eu nunca tinha visto isso. Ela sempre foi uma patricinha alegre, amada por todos na escola, respeitada por todos, e hoje eu vi lágrimas, e eu fui o responsável por elas.Depois que subi as escadas e deixei o professor da Savannah, que é um grande amigo meu, só nós sabemos das coisas que fizemos em nosso passado e ainda fazemos. Ele sempre
Savannah SmithDesço do carro e, enquanto ando devagar, vejo quando o motorista vai embora. Assim que entro no campus, meu namorado vem em minha direção, me dá um beijo de leve e pede que eu o acompanhe. Confesso que não gostei muito; afinal, depois de quinze longos dias longe, imaginei algo mais caloroso. Enfim, preciso voltar à ativa. O acompanho e, por mais que eu pergunte, ele não me responde e, apenas de forma carinhosa, me guia até uma sala que geralmente fica vazia. Mas, quando eu entro, vejo mais uma pessoa e, assim como no hospital, vestido todo de preto e com o rosto totalmente coberto. Olho para o Hayden, e ele simplesmente diz que eu preciso confiar no rapaz, que ele não irá me fazer mal algum e que eu leve o tempo que precisar. Ele dará um jeito de fazer meus professores me darem presença; afinal, ele sabe que meus passos são totalmente monitorados por meu tio.Logo depois, saí, deixando-me sozinha ali com o desconhecido encapuzado. Respiro fundo e largo a minha mochila,