DaniloCaraleo, irmão! Que porra foi essa que aconteceu aqui na minha casa? — falo entre risos enquanto olho a bagunça ao redor. — Quem é este homem? Por que querem tanto calá-lo, Benjamin? Olha a bagunça que fizeram, irmão! Seja lá o que você tem na sua cabeça, faz logo! Esses caras vão voltar e não vai demorar, acredite. Balanço a cabeça em negação… Agora vamos arrumar essa bagunça para trazer as meninas de volta.Não demora muito e conseguimos retirar os corpos de dentro da casa. Depois de uma ligação, vieram retirar os pacotes e finalizar a limpeza. Duas horas depois, tudo estava dentro do que posso considerar normal. Finalmente, Benjamin e eu fomos até o mini hospital que eu tinha deixado completamente isolado. Benjamin me olha confuso por não encontrar ninguém ali. Eu tenho um segredinho para segurança extra. Levo-o até um elevador e descemos. Assim que o elevador para e se abre, Benjamin me olha incrédulo e sorri, não acreditando no que acabou de ver. Assim que saímos do
Fico ali com seu Ari, meu avô emprestado por mais um tempo, fazendo carinho naquele bondoso homem que me acolheu como família, até sentir que ele está muito mais calmo. O ajudo a deitar e depois o cubro, não antes de ter uma melhor visão do quanto o machucaram. Ofereço um copo de água e ele aceita. Depois de beber, ele deita novamente e, aos poucos, volta a dormir. Respiro aliviada por saber que, de certa forma, ele está seguro aqui nesta casa estranha que mais parece uma fortaleza.Volto ao quarto que me foi designado e, aos poucos, adormeço. A noite foi maravilhosa; apesar de tudo, eu dormi bem. Sinto-me segura estando com mais pessoas por perto. Acordo cedo com o dia clareando e, ao sair do quarto, encontro Benjamin já muito bem arrumado. É estranho que ele já esteja de pé, mas ao me olhar, vejo em seus olhos um misto de alegria. Ele apenas sorri e segue para o seu quarto. Desço e vou dar uma olhada em seu Ary. Desde que o vi chorando ontem, algo dentro de mim se comoveu bastante,
Não vai demorar muito e vamos entrar nos carros para sairmos. Benjamin fala e logo ele e Sarah sobem para seus devidos quartos. O Danilo pede que eu ajude seu Ary no que ele precisar, pois logo mais estaremos saindo daqui. O lugar, por mais protegido que seja, está sob perigo.Escuto as palavras ditas por Danilo, mas fico meio perdida com as palavras "perigo" ecoando na minha cabeça. Aos poucos, volto à realidade e vou até o seu Ary. Explico a ele a situação, e ele sorri todo feliz para mim. Eu o conheço bem e sei que há algo nele que ele gostaria de compartilhar. Assim que ele se levanta do sofá, vejo um porta-retrato antigo que estava aparentemente escondido por ele. Pego o porta-retrato e, ao ver a imagem ali, não sei como reagir; começo a tremer. Quero perguntar o que aquilo significa, mas as palavras não saem da minha boca. Minha garganta está seca. Fico olhando para aquela foto; me falta o chão, o ar. As lágrimas rolam em meu rosto. Não sei como ou quem me segura pelos ombros e
Savannah SmithAcordo com o despertador tocando. Ainda está cedo e, claro, eu não quero levantar. O dia de hoje vai ser muito chato; afinal, é mais um dia de aula e, apesar de estar estudando o que eu amo, às vezes cansa ter que ir para a faculdade cedo, passar boa parte do dia lá e, à tarde, quando volto para casa, ainda ter que encarar as chatas aulas de luta. Detesto essa parte do meu dia. Sou mimada, princesinha mesmo. Cresci aqui em Los Angeles e moro com o meu tio Richard, que me criou desde sempre. Meu tio é um homem maravilhoso, mas tem um cuidado absurdo com a questão da minha segurança, me obrigando a aprender a lutar desde a minha infância. Acho isso desnecessário e cansativo para uma mulher, sem falar que minhas mãos, que deveriam ser totalmente delicadas como a princesinha que sou, ficam com alguns calos. Mas fazer o quê? Já cansei de tentar fazê-lo desistir dessas aulas, mas nunca consegui.Adoro estar bem vestida, antenada com a moda. Tanto é que estudo moda em uma das
Após uma tarde inteira na companhia de meu namorado, com compras, cinema e coisas que toda menina ama fazer sem preocupações, finalmente chegou a hora de enfrentar a fera. Não faço a mínima ideia do que realmente me espera em casa. Eu nunca ousei desobedecer ao meu tio, exatamente porque ele sempre me respeitou, exceto na minha vontade de parar com os treinos odiosos de luta. Eu sei que essa minha desobediência irá me custar muito caro, só não sei o quanto ainda.Me despeço de meu namorado e entro no meu carro. Durante todo esse período, mantive o telefone desligado para não ser interrompida com as ligações. Ao ligar o aparelho às nove da noite, recebo uma enxurrada de notificações de ligações e mensagens de WhatsApp. Dou uma olhada nas ligações: eram exatas vinte ligações do meu tio. Olho as mensagens; só do meu tio, havia trinta e sete mensagens, e a última me deixou um tanto apreensiva sobre se eu deveria ou não voltar para casa.“Savannah Smith, o que você fez hoje, pode ter certe
Richard SmithComo eu pude fazer isso com a menina que eu criei com tanto amor, com tanto carinho? Eu sei que, por mais que eu seja um cara ruim, nunca deixei transparecer esse meu lado para a minha Savannah. Ela sempre foi criada da melhor maneira que eu pude. Fui contra uma das ordens do meu chefe e a deixei viva. E, por incrível que pareça, hoje eu passei de todos os limites com ela. Me irritei com a audácia dela simplesmente pular a janela por não querer praticar as lutas que impus a vida inteira para ela fazer. E, mesmo contra a sua vontade, ela praticou. Hoje, eu simplesmente surtei com ela do nada. Desde o almoço, eu vi tristeza em seus olhos; eu nunca tinha visto isso. Ela sempre foi uma patricinha alegre, amada por todos na escola, respeitada por todos, e hoje eu vi lágrimas, e eu fui o responsável por elas.Depois que subi as escadas e deixei o professor da Savannah, que é um grande amigo meu, só nós sabemos das coisas que fizemos em nosso passado e ainda fazemos. Ele sempre
Savannah SmithDesço do carro e, enquanto ando devagar, vejo quando o motorista vai embora. Assim que entro no campus, meu namorado vem em minha direção, me dá um beijo de leve e pede que eu o acompanhe. Confesso que não gostei muito; afinal, depois de quinze longos dias longe, imaginei algo mais caloroso. Enfim, preciso voltar à ativa. O acompanho e, por mais que eu pergunte, ele não me responde e, apenas de forma carinhosa, me guia até uma sala que geralmente fica vazia. Mas, quando eu entro, vejo mais uma pessoa e, assim como no hospital, vestido todo de preto e com o rosto totalmente coberto. Olho para o Hayden, e ele simplesmente diz que eu preciso confiar no rapaz, que ele não irá me fazer mal algum e que eu leve o tempo que precisar. Ele dará um jeito de fazer meus professores me darem presença; afinal, ele sabe que meus passos são totalmente monitorados por meu tio.Logo depois, saí, deixando-me sozinha ali com o desconhecido encapuzado. Respiro fundo e largo a minha mochila,
Richard SmithSaio de casa para ir à empresa de fachada que tenho; afinal, não poderia deixar a Savannah saber da minha verdadeira forma de ganhar a vida, ao menos não agora. Estou dirigindo quando meu telefone toca. Olho para a tela e vejo que é o meu chefe. Estranho, porque ele nunca, em hipótese alguma, liga diretamente para algum de nós, e isso só significa uma coisa: problema dos grandes. Não perco tempo e atendo à ligação. De imediato, escuto a ordem:—Venha imediatamente para a Itália, não se demore. Estamos com problemas grandes; é preciso que os melhores estejam aqui para uma reunião de emergência. Não preciso repetir que é para deixar a criatura que você criou; ela não pode vir de jeito nenhum. Pelo que eu entendi, a Khazar entrou em ação depois de vinte anos e eles não estão para brincadeira. As perdas estão sendo grandes, grandes demais, e ainda não consegui descobrir quem está realmente por trás, mas tenho certeza de que a Khazar está por trás... Eles fizeram questão de d