Gustavo HenriEu sentia a Kara segurando o meu braço e suas palavras ecoavam na minha mente, mas eu não prestei atenção. Possuído pelo ódio, eu avancei em Donovan, que dessa vez parecia preparado e me acertou antes que eu pudesse revidar.Meu corpo tombou para trás e ele avançou mais uma vez, segurando pela minha camisa e me forçando a olhar nos olhos dele.— Pensou que ninguém descobriria o seu caso amoroso, Gustavo? – o som da voz desesperada e impotente de Kara era a única coisa que eu me importava – não tem moral para me acusar de nada dessa vez.Recuperando as forças, eu o empurrei. Embora Donovan fosse mais forte do que eu, ele foi afastado com a força do meu punho. Eu pensei em bater nele, mas a rua do condomínio foi ficando cheia de curiosos e uma briga acontecendo ali geraria grandes problemas para mim.Senti Kara me agarrar novamente e sussurra no meu ouvido.— Por favor, não faça nada – eu olhei nos olhos dela, encharcados de lágrimas, e a expressão de medo estampada no ros
Kara Jimenez Escolhi não ver o Gustavo partindo. Voltei para dentro da mansão e percebi que Jasmim já havia acordado. A segurei e ela sorriu. Nunca imaginei gostar tanto de uma criança que não era nada minha, como eu gostava de Jasmim. Se algum dia eu tivesse que me despedir dela, seria um momento difícil. Verifiquei a fralda e ajeitei ela nos meus braços, prometendo-a que daríamos um passeio pelo jardim. Encontrei a Marta regando as plantas e girei os calcanhares, com a intenção de sair de perto dela e das confusões que ela me arrumava. Foi em vão. Eu nunca havia conhecido alguém tão corajosa e disposta a ir até as últimas consequência para defender aquilo que acreditava. No caso da Marta, ela estava empenhada em tornar minha vida impossível dentro daquela casa. — Você não disfarça mais o quanto está apaixonada pelo patrão – eu parei imediatamente, assim que ouvi a voz irritante dela – aliás, parece sentir orgulho de ser a amante. — Acho que os tapas que eu dei em você não lhe e
Quando eu percebi finalmente para onde Sebastian estava me levando, eu suspirei aliviada. Eu temi o que ele poderia fazer comigo e um milhão de coisas ruins surgiram em minha mente. Ele estacionou em frente à sua casa, a mesma casa que ele havia me expulsado. Uma nostalgia me alcançou. Eu só tinha lembranças ruins daquele lugar. Era impossível evitar a tristeza. Foi somente o abraço caloroso de Olivia que me afastou do abismo e me trouxe para o lado bom de retornar àquele lugar. Ela me abraçava tão fortemente que devolveu a mim a esperança. — Eu nem acreditei quando a mamãe disse que você viria para casa – o sorriso de Olivia era genuíno, mas suas palavras geraram em mim um enorme desconforto. — Ela disse? – perguntei, quando ergui a cabeça para olhar nos olhos de Sebastian. Havia cinismo em seu olhar, tudo havia sido planejado, eu só esperava saber seus reais motivos de me levarem ali. — Entre Kara – ele apontou para a casa e eu considerei aquilo uma loucura – sua mãe está
Kara Eu estava paralisada, observando Sebastian completar a ligação, enquanto chamava o advogado informando minha presença na casa. Eu não tinha muito o que fazer, a não ser esperar que alguém na casa do Gustavo sentisse minha falta e viesse me procurar. Eu mal havia completado o meu pensamento, quando meu celular vibrou no bolso da minha calça. Olhei para Sebastian e Celeste, que estavam virados de costa para mim e retirei rapidamente o aparelho olhando a tela do celular. Era a Antônia. Não tive a chance de atender a ligação. Escondi novamente o aparelho enquanto ele continuava vibrando insistentemente. Sebastian olhou para mim, desconfiado, mas não disse nada. — Vão me manter como prisioneira? – Celeste fingiu ficar ofendida, enquanto Sebastian zombava de mim – estão me sequestrando para assinar o testamento, e depois vão me matar para ficar com tudo? — Não é uma péssima ideia – ele concluiu, mas eu consegui, pela primeira vez, ver medo no rosto da minha mãe com as palavr
Gustavo Assim que cheguei no meu quarto, percebi que o meu celular vibrava sobre a cama. Eu estava pronto para tomar um banho, depois de um longo treino e voltar para casa, ansioso para ver Kara, mas quando atendi aquele telefonema percebi que não a veria. Ao fundo, Jasmim chorava, enquanto Antônia, com a voz tremula, tentava me explicar o que havia acontecido. Eu fechei os olhos com força enquanto meu coração disparava descontroladamente dentro do meu peito. — Há quantas horas? – Antônia não entendeu – quanto tempo faz que Kara está fora de casa? — Antes do Almoço, senhor – foi o modo objetivo que Antônia encontrou para me dizer que Kara estava desaparecida há muitas horas. — Já estou indo para casa – disse, embora quisesse lhe fazer dezenas de outras perguntas, para tentar identificar o motoqueiro misterioso que levara Kara, eu precisava me apressar e encontrá-la antes que fosse tarde demais. Enfiei o celular no bolso e, com as mãos tremulas, girei a maçaneta e saí do quarto
Kara Eu fechei os meus olhos, balançando a cabeça de um lado para o outro, tentando esquecer o que estava prestes a acontecer. O milagre que eu tanto havia pedido chegou e me abraçava enquanto sussurrava em meu ouvido que tudo ficaria bem. — Senhor Gustavo – a voz de Sebastian rompeu meu devaneio e me trouxe de volta ao meu pesadelo - é uma honra tê-lo em minha casa. Certamente Gustavo não diria o mesmo se soubesse o que Sebastian estava prestes a fazer comigo. — Por que trouxe a Kara para esse lugar? – eu me afastei, embora não soltasse a mão dele, para ver até onde o cinismo de Sebastian iria. — Essa casa é da Kara – disse e meu estomago embrulhou com tanta encenação – ela não falou para você sobre a família? — Ela tem dito muitas coisas sobre vocês – ele abaixou o olhar, se encontrando com o meu e eu percebi o quanto Gustavo estava aborrecido com aquela situação – sei também que ela jamais voltaria para o lugar de onde foi expulsa. O clima ficou ruim em toda a casa. Observ
Kara — Eu nunca senti tanto medo de perder alguém, como senti de perder você. As palavras do Gustavo ecoaram no meu ouvido como a declaração de amor mais sincera que alguém havia feito em toda a minha vida. Eu sorri e por um momento esquecemos que Alexandre também estava no carro e ouvia nossa conversa, embora parecesse estar concentrado nos documentos. Eu girei o pescoço para olhá-lo. O advogado tinha um olhar confuso, que se alargou quando meu rosto ficou vermelho. — Isso foi uma declaração ou eu estou imaginando coisas? – ele disse, quando Gustavo o olhou pelo espelho retrovisor, sorrindo. — Eu tinha me esquecido de que você estava aí – Gustavo disse – tendo para dizer sobre o testamento. — Dessa vez eu não vou aceitar que o senhor mude de assunto, patrão – Alexandre balançou a cabeça em negação e largou os documentos de lado. Eu sorri. Embora eu desejasse que ninguém soubesse do que acontecia entre mim e o Gustavo, permitir que Alexandre fosse o primeiro a saber. Afinal de
Gustavo Henri. Eu acreditei que aquilo era um sonho. Ver a Kara parada em frente ao meu quarto, vestindo uma camisola vermelha, tão sedutora, pedindo para ficar comigo, eu realmente devia estar sonhando. O perfume dela invadiu meu quarto quando fechei a porta e me vi sozinho com ela. Era um perfume especial, sedutor e viciante. Seu rosto vermelho revelava o quanto ela estava envergonhada ou talvez com medo. Me aproximei devagar, sem tocá-la, embora meu impulso implorasse para que eu avançasse o sinal imediatamente, eu não o fiz. — Como está a Jasmim? – ela lançou o olhar até mim e eu me perdi neles. — Não se preocupe – mostro para mim a babá eletrônica e sorriu – ela não vai acordar até que amanheça. Kara se aproximou e seus dedos finos tocaram meu abdômen e deslizaram até as minhas costas. Ela avançou quando aproximou seu rosto do meu. — Eu não quero mais fugir de você – sussurrou e aquilo me deixou excitado – eu quero ser sua totalmente. Antes que eu pudesse responder, eu