Gustavo Contra todas as probabilidades, eu estava apaixonado novamente. Kara fazia meu coração acelerar como cavalo desgovernado e enquanto eu me arrumava para o nosso encontro, me senti um adolescente sem saber exatamente o que fazer. Havia dispensado todos os empregados, deixando a casa somente para mim e ela. Eram oito horas em ponto, quando desci as escadas e fui em direção ao quarto de Kara. O lugar estava escuro e silencioso. Devo confessar que ela era pontual. Caminhei até a sala, olhando pela janela e a vi, parada no mesmo lugar que havia nos encontrado horas antes, com Jasmim nos braços. Será que eu estou realmente nervoso, ou completamente perdido por ela? Fui ao seu encontro e os olhos dela brilhavam quando se encontraram com os meus. Eu peguei Jasmim do seu colo, sem ter notado seu crescimento nas últimas semanas. A sua duração de sono era reduzida, tendo em vista que dormia durante longos períodos e seus traços já revelavam a quem ela seria parecida. A abracei forte
Kara Eu jamais havia confessado algo parecido com isso a alguém. Uma garota de vinte e três anos, virgem? O Gustavo certamente me acharia uma boba, era exatamente assim que eu me sentia. Eu o observei suspirar, com o olhar distante e pensei por um momento que tudo estaria perdido. Um homem como o Gustavo, não aceitaria tal situação, nem mesmo por amor. Mas eu estava enganada. Gustavo sabia se comportar como um verdadeiro cavalheiro. Girou o pescoço na minha direção e olhou para mim como se sentisse orgulho do que acaba de ouvir. Era como se me ter como sua namorada desse a ele um propósito de vida renovado. — Eu nunca namorei uma garota virgem – eu abaixei a cabeça me sentindo envergonhada – sabe o quanto eu sou sortudo por saber que eu serei o primeiro homem da sua vida? A simples pergunta dele me fez sorrir, fazendo meu rosto esquentar descontroladamente. — Não deve se sentir envergonhada por isso – disse, erguendo o meu queixo e me forçando a olhar para ele – você é rara em
Gustavo HenriEu sentia a Kara segurando o meu braço e suas palavras ecoavam na minha mente, mas eu não prestei atenção. Possuído pelo ódio, eu avancei em Donovan, que dessa vez parecia preparado e me acertou antes que eu pudesse revidar.Meu corpo tombou para trás e ele avançou mais uma vez, segurando pela minha camisa e me forçando a olhar nos olhos dele.— Pensou que ninguém descobriria o seu caso amoroso, Gustavo? – o som da voz desesperada e impotente de Kara era a única coisa que eu me importava – não tem moral para me acusar de nada dessa vez.Recuperando as forças, eu o empurrei. Embora Donovan fosse mais forte do que eu, ele foi afastado com a força do meu punho. Eu pensei em bater nele, mas a rua do condomínio foi ficando cheia de curiosos e uma briga acontecendo ali geraria grandes problemas para mim.Senti Kara me agarrar novamente e sussurra no meu ouvido.— Por favor, não faça nada – eu olhei nos olhos dela, encharcados de lágrimas, e a expressão de medo estampada no ros
Kara Jimenez Escolhi não ver o Gustavo partindo. Voltei para dentro da mansão e percebi que Jasmim já havia acordado. A segurei e ela sorriu. Nunca imaginei gostar tanto de uma criança que não era nada minha, como eu gostava de Jasmim. Se algum dia eu tivesse que me despedir dela, seria um momento difícil. Verifiquei a fralda e ajeitei ela nos meus braços, prometendo-a que daríamos um passeio pelo jardim. Encontrei a Marta regando as plantas e girei os calcanhares, com a intenção de sair de perto dela e das confusões que ela me arrumava. Foi em vão. Eu nunca havia conhecido alguém tão corajosa e disposta a ir até as últimas consequência para defender aquilo que acreditava. No caso da Marta, ela estava empenhada em tornar minha vida impossível dentro daquela casa. — Você não disfarça mais o quanto está apaixonada pelo patrão – eu parei imediatamente, assim que ouvi a voz irritante dela – aliás, parece sentir orgulho de ser a amante. — Acho que os tapas que eu dei em você não lhe e
Quando eu percebi finalmente para onde Sebastian estava me levando, eu suspirei aliviada. Eu temi o que ele poderia fazer comigo e um milhão de coisas ruins surgiram em minha mente. Ele estacionou em frente à sua casa, a mesma casa que ele havia me expulsado. Uma nostalgia me alcançou. Eu só tinha lembranças ruins daquele lugar. Era impossível evitar a tristeza. Foi somente o abraço caloroso de Olivia que me afastou do abismo e me trouxe para o lado bom de retornar àquele lugar. Ela me abraçava tão fortemente que devolveu a mim a esperança. — Eu nem acreditei quando a mamãe disse que você viria para casa – o sorriso de Olivia era genuíno, mas suas palavras geraram em mim um enorme desconforto. — Ela disse? – perguntei, quando ergui a cabeça para olhar nos olhos de Sebastian. Havia cinismo em seu olhar, tudo havia sido planejado, eu só esperava saber seus reais motivos de me levarem ali. — Entre Kara – ele apontou para a casa e eu considerei aquilo uma loucura – sua mãe está
Kara Eu estava paralisada, observando Sebastian completar a ligação, enquanto chamava o advogado informando minha presença na casa. Eu não tinha muito o que fazer, a não ser esperar que alguém na casa do Gustavo sentisse minha falta e viesse me procurar. Eu mal havia completado o meu pensamento, quando meu celular vibrou no bolso da minha calça. Olhei para Sebastian e Celeste, que estavam virados de costa para mim e retirei rapidamente o aparelho olhando a tela do celular. Era a Antônia. Não tive a chance de atender a ligação. Escondi novamente o aparelho enquanto ele continuava vibrando insistentemente. Sebastian olhou para mim, desconfiado, mas não disse nada. — Vão me manter como prisioneira? – Celeste fingiu ficar ofendida, enquanto Sebastian zombava de mim – estão me sequestrando para assinar o testamento, e depois vão me matar para ficar com tudo? — Não é uma péssima ideia – ele concluiu, mas eu consegui, pela primeira vez, ver medo no rosto da minha mãe com as palavr
Gustavo Assim que cheguei no meu quarto, percebi que o meu celular vibrava sobre a cama. Eu estava pronto para tomar um banho, depois de um longo treino e voltar para casa, ansioso para ver Kara, mas quando atendi aquele telefonema percebi que não a veria. Ao fundo, Jasmim chorava, enquanto Antônia, com a voz tremula, tentava me explicar o que havia acontecido. Eu fechei os olhos com força enquanto meu coração disparava descontroladamente dentro do meu peito. — Há quantas horas? – Antônia não entendeu – quanto tempo faz que Kara está fora de casa? — Antes do Almoço, senhor – foi o modo objetivo que Antônia encontrou para me dizer que Kara estava desaparecida há muitas horas. — Já estou indo para casa – disse, embora quisesse lhe fazer dezenas de outras perguntas, para tentar identificar o motoqueiro misterioso que levara Kara, eu precisava me apressar e encontrá-la antes que fosse tarde demais. Enfiei o celular no bolso e, com as mãos tremulas, girei a maçaneta e saí do quarto
Kara Eu fechei os meus olhos, balançando a cabeça de um lado para o outro, tentando esquecer o que estava prestes a acontecer. O milagre que eu tanto havia pedido chegou e me abraçava enquanto sussurrava em meu ouvido que tudo ficaria bem. — Senhor Gustavo – a voz de Sebastian rompeu meu devaneio e me trouxe de volta ao meu pesadelo - é uma honra tê-lo em minha casa. Certamente Gustavo não diria o mesmo se soubesse o que Sebastian estava prestes a fazer comigo. — Por que trouxe a Kara para esse lugar? – eu me afastei, embora não soltasse a mão dele, para ver até onde o cinismo de Sebastian iria. — Essa casa é da Kara – disse e meu estomago embrulhou com tanta encenação – ela não falou para você sobre a família? — Ela tem dito muitas coisas sobre vocês – ele abaixou o olhar, se encontrando com o meu e eu percebi o quanto Gustavo estava aborrecido com aquela situação – sei também que ela jamais voltaria para o lugar de onde foi expulsa. O clima ficou ruim em toda a casa. Observ