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Capítulo 2 - Valentina Salazar

Estou quase fritando debaixo desse sol escaldante, hoje o sol nascecu com ódio, limpo o suor da testa e continuo com a lida, trabalhar na roça não é pra qualquer um não, no meu caso é a única opção que tenho, pelo menos por enquanto, pois estou juntando dinheiro para tentar a vida na cidade grande, ainda não tenho o suficiente, mas logo terei, já são quatro anos trabalhando de sol a sol desde que me formei no ensino médio.

Não gosto nem um pouco do patrão, percebo o jeito que me olha, até a esposa dele já percebeu, e graças a Deus ela não me culpa pela falta de caráter do marido, falando no diabo.

- Princesa - o velho barrigudo diz ao se aproximar, reviro os olhos.

- Acho que o senhor me confundiu - digo seca.

- Tenho algo para você - ignora o que acabei de dizer e retira um pacote do bolso, não dou confiança e continuo o que estou fazendo - aqui tem milzinho, é seu se me deixa apenas sentir o cheiro do seu mel.

Fico totalmente perplexa com o que acabei de ouvir, realmente não acreditando que esse velho asqueroso acabou de me oferecer dinheiro em troca de favor sexual, estava de costa para ele, minha mão age primeiro que meu cérebro, quando percebo o que fiz, gelo.

- O que você fez garota? - o velho pergunta com a mão no rosto, pois acabei de esbofetea-lo.

- Eu que pergunto, quem o senhor pensa que é? - praticamente grito, chamando atenção de alguns peões que passavam - tá louco, pensa que sou alguma prostituta? - digo entre dentes.

Logo se amontoua algumas pessoas, inclusive a esposa do assedidor.

- O que está acontecendo aqui? - pergunta diretamente para mim.

- Seu João me fez uma prosposta indecente dona Sofia, seu marido estava me assediando e não é de hoje que isso acontece - digo com ódio.

- É mentira dessa garota aonde que vou querer uma coisinha dessas - o velho nojento tem a cara de pau de negar.

- Seu desgraçado, além de pagar uma miséria de salário, ainda é um assediador - digo apontando o dedo para ele.

Dona sofia olha bem para o marido, ela conhece a peça, mas o que me deixa chocada é o que ela diz.

- Tá despedida Valentina, bem se ver o tipo de mulher que você é - diz me olhando do pés a cabeça, minha boca se abre em perfeito O.

- A senhora tá falando sério? - pergunto indignada.

- Amanhã venha para bater suas contas - decreta e sai puxando seu marido.

Fico passado olhando os dois irem embora, puta merda, e agora? o que vou fazer? sem emprego, onde vou encontrar algo nesse fim de mundo. Junto minhas coisas e sigo para casa, no caminho algumas pessoas me olham com desdém, não ligo, apenas sigo meu caminho.

Não moro muito longe e agradeço a Deus por isso, pois essa semana peguei pesado e meu corpo está moído.

- Lar doce lar - digo ao me jogar no velho sofá da sala, o único movél que há neste cômodo - vamos Valentina - digo a mim  mesma em voz alta - você tem muito o que fazer.

O restante do dia passa rápido, como estava morta de cansada e assim que cheguei dei uma geral na casa, assim que deitei na cama apaguei, foi instantâneo.

Acordo com as galinhas, já no automático, tomo banho e me visto, só então lembrei que não precisava acordar tão cedo, pois agora sou uma pobre mulher desempregada. Como agora tenho tempo de sobra, volto a deitar, só que não consigo mais dormir, a fome fala mais alto, então dou um pulo da cama, a geledeira está quase vazia, não tem muito o que fazer, decido dá um pulinho na venda do seu Elias e tomar café por lá mesmo antes de ir a té a fazenda.

- Bom dia flor do dia - seu Elias como sempre feliz.

- Bom dia seu Elias, como está dona Joana - pergunto, pois sua esposa pegou um virose que a deixou bem mal.

- Está bem melhor filha, daqui a pouco ela está por aqui - responde com um brilho nos olhos - ficamos sabendo sobre ontem, Joana queria ir lá na fazendo e dá na cara da Sofia - seu Elias diz rindo.

- Deixa isso pra lá, o que é podre cai sozinho seu Elias -  digo.

- Verdade filha, o que vai querer hoje?

- Aquele pão de queijo e um cafezin preto.

- É pra já.

Enquanto aguardo meu café da manhã, as duas fofoqueiras da cidade entram, quando percebem que estou no local, elas reviram os olhos, não sei qual é o problema desse povo comigo, sério mesmo, nunca fiz nada a ninguém.

- Bom dia - mesmo não querendo cumprimento as duas, porém elas não respondem.

Logo seu Elias trás meu café e começo a comer.

- Bom dia senhoras, o que vão querer hoje? - seu Elias pergunta, as duas passam uma lista para e esperar ao meu lado.

- Tem gente que não tem vergonha mesmo não é - uma delas comenta e olha para mim.

- Verdade, tanto homem solteiro por ai, mas não, prefere os casados -  outra responde e isso me tira do sério.

Termino meu café e antes de sair viro-me para as duas.

- Pois é né, e se eu fosse vocês teriam cuidado com os seus, posso roubá-los - afronto e sorrio.

- Vagabunda - dizem.

Apenas sorrio, ao sair o sorriso some, e a tristeza b**e, não tenho uma boa fama e a culpa nem é minha, esses caras abusadores e sem vergonhas dessa cidade, nunca dei confiança para nenhum deles, ainda assim fiquei na boca do povo, para falar bem a verdade nunca nem namorei na vida e não tenho vergonha disso, sou uma virgem de 23 anos, ops! 24 anos, bom pelo menos já beijei na boca uma vez quando tinha 15 anos e não foi bom não, seria humilhação demais ser BV aos 24 anos.

Caminho devagar até a fazenda, ao passar pela porteira dona Sofia já me aguardava.

- Bom dia Valentina - cumprimenta.

- Bom dia dona Sofia.

- Vamos - pede.

A sigo até seu escritório, sempre achei dona Sofia elegente e gentil, mas depois de ontem perdi toda a admiração que tinha por ela.

- Sente-se - pede, sento-me a sua frente - desculpa por ontem - começa - você trabalha aqui tempo o suficiente para conhecer seu caráter - diz e confesso estar supresa, minha cara de espanto entrega - eu sei que fui rude com você ontem - fico até sem saber o que dizer - bom, você trabalha conosco há quatro anos, e nunca tirou férias, ela diz e assina um cheque - aqui - me passa - minha boca abre e fecha algumas vezes, olho para ela e para o cheque.

- Dona sofia isso é muito dinheiro - digo espantada, o cheque é de 15 mil.

- Isso não é nada perto do que você teve que aturar aqui, obrigada pelo tempo de serviço e vá ser feliz longe desse lugar - diz ao se levantar.

Lhe dou um forte abraço e agradeço, agora estou pronto para ir embora dessa cidade. Feliz da vida saio da fazenda, vou direto para casa, não penso duas vezes antes de arrumar minhas coisas dentro de uma mochila e ir direto para a rodoviária, eu sei que estou sendo impulsiva, estou saindo sem rumo, mas se não fizer isso agora, não faço mais.

Estou indo atrás de um novo começo!

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