Estou quase fritando debaixo desse sol escaldante, hoje o sol nascecu com ódio, limpo o suor da testa e continuo com a lida, trabalhar na roça não é pra qualquer um não, no meu caso é a única opção que tenho, pelo menos por enquanto, pois estou juntando dinheiro para tentar a vida na cidade grande, ainda não tenho o suficiente, mas logo terei, já são quatro anos trabalhando de sol a sol desde que me formei no ensino médio.
Não gosto nem um pouco do patrão, percebo o jeito que me olha, até a esposa dele já percebeu, e graças a Deus ela não me culpa pela falta de caráter do marido, falando no diabo.
- Princesa - o velho barrigudo diz ao se aproximar, reviro os olhos.
- Acho que o senhor me confundiu - digo seca.
- Tenho algo para você - ignora o que acabei de dizer e retira um pacote do bolso, não dou confiança e continuo o que estou fazendo - aqui tem milzinho, é seu se me deixa apenas sentir o cheiro do seu mel.
Fico totalmente perplexa com o que acabei de ouvir, realmente não acreditando que esse velho asqueroso acabou de me oferecer dinheiro em troca de favor sexual, estava de costa para ele, minha mão age primeiro que meu cérebro, quando percebo o que fiz, gelo.
- O que você fez garota? - o velho pergunta com a mão no rosto, pois acabei de esbofetea-lo.
- Eu que pergunto, quem o senhor pensa que é? - praticamente grito, chamando atenção de alguns peões que passavam - tá louco, pensa que sou alguma prostituta? - digo entre dentes.
Logo se amontoua algumas pessoas, inclusive a esposa do assedidor.
- O que está acontecendo aqui? - pergunta diretamente para mim.
- Seu João me fez uma prosposta indecente dona Sofia, seu marido estava me assediando e não é de hoje que isso acontece - digo com ódio.
- É mentira dessa garota aonde que vou querer uma coisinha dessas - o velho nojento tem a cara de pau de negar.
- Seu desgraçado, além de pagar uma miséria de salário, ainda é um assediador - digo apontando o dedo para ele.
Dona sofia olha bem para o marido, ela conhece a peça, mas o que me deixa chocada é o que ela diz.
- Tá despedida Valentina, bem se ver o tipo de mulher que você é - diz me olhando do pés a cabeça, minha boca se abre em perfeito O.
- A senhora tá falando sério? - pergunto indignada.
- Amanhã venha para bater suas contas - decreta e sai puxando seu marido.
Fico passado olhando os dois irem embora, puta merda, e agora? o que vou fazer? sem emprego, onde vou encontrar algo nesse fim de mundo. Junto minhas coisas e sigo para casa, no caminho algumas pessoas me olham com desdém, não ligo, apenas sigo meu caminho.
Não moro muito longe e agradeço a Deus por isso, pois essa semana peguei pesado e meu corpo está moído.
- Lar doce lar - digo ao me jogar no velho sofá da sala, o único movél que há neste cômodo - vamos Valentina - digo a mim mesma em voz alta - você tem muito o que fazer.
O restante do dia passa rápido, como estava morta de cansada e assim que cheguei dei uma geral na casa, assim que deitei na cama apaguei, foi instantâneo.
Acordo com as galinhas, já no automático, tomo banho e me visto, só então lembrei que não precisava acordar tão cedo, pois agora sou uma pobre mulher desempregada. Como agora tenho tempo de sobra, volto a deitar, só que não consigo mais dormir, a fome fala mais alto, então dou um pulo da cama, a geledeira está quase vazia, não tem muito o que fazer, decido dá um pulinho na venda do seu Elias e tomar café por lá mesmo antes de ir a té a fazenda.
- Bom dia flor do dia - seu Elias como sempre feliz.
- Bom dia seu Elias, como está dona Joana - pergunto, pois sua esposa pegou um virose que a deixou bem mal.
- Está bem melhor filha, daqui a pouco ela está por aqui - responde com um brilho nos olhos - ficamos sabendo sobre ontem, Joana queria ir lá na fazendo e dá na cara da Sofia - seu Elias diz rindo.
- Deixa isso pra lá, o que é podre cai sozinho seu Elias - digo.
- Verdade filha, o que vai querer hoje?
- Aquele pão de queijo e um cafezin preto.
- É pra já.
Enquanto aguardo meu café da manhã, as duas fofoqueiras da cidade entram, quando percebem que estou no local, elas reviram os olhos, não sei qual é o problema desse povo comigo, sério mesmo, nunca fiz nada a ninguém.
- Bom dia - mesmo não querendo cumprimento as duas, porém elas não respondem.
Logo seu Elias trás meu café e começo a comer.
- Bom dia senhoras, o que vão querer hoje? - seu Elias pergunta, as duas passam uma lista para e esperar ao meu lado.
- Tem gente que não tem vergonha mesmo não é - uma delas comenta e olha para mim.
- Verdade, tanto homem solteiro por ai, mas não, prefere os casados - outra responde e isso me tira do sério.
Termino meu café e antes de sair viro-me para as duas.
- Pois é né, e se eu fosse vocês teriam cuidado com os seus, posso roubá-los - afronto e sorrio.
- Vagabunda - dizem.
Apenas sorrio, ao sair o sorriso some, e a tristeza b**e, não tenho uma boa fama e a culpa nem é minha, esses caras abusadores e sem vergonhas dessa cidade, nunca dei confiança para nenhum deles, ainda assim fiquei na boca do povo, para falar bem a verdade nunca nem namorei na vida e não tenho vergonha disso, sou uma virgem de 23 anos, ops! 24 anos, bom pelo menos já beijei na boca uma vez quando tinha 15 anos e não foi bom não, seria humilhação demais ser BV aos 24 anos.
Caminho devagar até a fazenda, ao passar pela porteira dona Sofia já me aguardava.
- Bom dia Valentina - cumprimenta.
- Bom dia dona Sofia.
- Vamos - pede.
A sigo até seu escritório, sempre achei dona Sofia elegente e gentil, mas depois de ontem perdi toda a admiração que tinha por ela.
- Sente-se - pede, sento-me a sua frente - desculpa por ontem - começa - você trabalha aqui tempo o suficiente para conhecer seu caráter - diz e confesso estar supresa, minha cara de espanto entrega - eu sei que fui rude com você ontem - fico até sem saber o que dizer - bom, você trabalha conosco há quatro anos, e nunca tirou férias, ela diz e assina um cheque - aqui - me passa - minha boca abre e fecha algumas vezes, olho para ela e para o cheque.
- Dona sofia isso é muito dinheiro - digo espantada, o cheque é de 15 mil.
- Isso não é nada perto do que você teve que aturar aqui, obrigada pelo tempo de serviço e vá ser feliz longe desse lugar - diz ao se levantar.
Lhe dou um forte abraço e agradeço, agora estou pronto para ir embora dessa cidade. Feliz da vida saio da fazenda, vou direto para casa, não penso duas vezes antes de arrumar minhas coisas dentro de uma mochila e ir direto para a rodoviária, eu sei que estou sendo impulsiva, estou saindo sem rumo, mas se não fizer isso agora, não faço mais.
Estou indo atrás de um novo começo!
Apenas com uma mochila nas costa e um sonho sigo para a rodoviária, no caminho decido pegar um ônibus para São Paulo, pesquiso por pensões e acho uma que julgo ser boa e segura, a viagem será longa e terei tempo para pensar o que fazer da minha vida.É nessas horas que penso nos meus pais, quem são eles? será que ainda estão vivos? por que eles me abandonaram? são tantas perguntas que possívelmente nunca saberei a resposta. Costumo falar que sou filha de chocadeira, por conta desse detalhe. Bom, mas a males que vem para o bem, se meus genitores não tivessem me abandonado quando criança não teria conhecido Juliete a mulher me criou, ela sim foi uma mãe de verdade, foi uma pena ela ter me deixado tão cedo.Juliete morreu aos 45 anos devido a um câncer de mama, por muitos anos lutamos contra, porém ele venceu, minha mãe se foi quando havia acabo de completar 18 anos, erámos apenas nós duas, foi uma época muito dificil, não tínhamos muitas condições e esperar pelo governo era ainda mais d
DOIS MESES DEPOISToda animação de quando cheguei a cidade grande, se foi. Não imaginava que poderia ser tão dificil arrumar um emprego, mesmo com a Carol me ajudando, ainda assim o negócio tá osso, ter apenas o ensino médio não está ajudando, Carol me disse pra fazer algum curso profissionalizante, iria ajudar muito no meu curriculo, e é isso que estou fazendo nesse exato momento.Saio do cursinho de cara no chão com os preços, está totalmente fora dos meus reursos pagar uma mensalidade de quase quinhentos reais e por doze meses ainda por cima, e fora que ainda preciso pagar setecentos reais do quarto e me manter.Me sinto totalmente desanimada, volto para a pensão triste, ao chegar encontro uma Carol super feliz.]- Amigaaaaa - grita assim que passo pelo portão - você não vai acreditar, que cara é essa, sorria - diz me abraçando - senta - pede - hoje uma amiga da minha mãe ligou, e pediu uma indicação e ela indicou você - diz empolgada.- Sério - levanto-me mais que depressa.- Séri
Assim que passo pela porta sou abordado por Maria.- Senhor, a moça já foi contratada, aqui está o curriculo dela - entrega-me um papel, nem me dou ao trabalho de olhar.- Tudo bem Maria - digo ao devolver o papel a ela - só peça que fique fora do meu caminho - digo.- Sim, claro.- Vou só tomar um banho e já desço para o jantar.- Sim.Subo para meu quarto e já percebo algo diferente, a arrumação está diferente, não dou muita bola para isso, e sigo para o banheiro, levo um susto quando abro a porta e vejo uma bunda perfeitamente redonda de quatro praticamente dentro do armário de toalhas, preciso afrouxar a graveta com a visão.A moça ainda me percebeu minha presença, preciso pigarrear para que ela ouça.- Ai - diz ao bater a cabeça na porta, devido ao susto - caraca.Levanta devagar com a mão na cabeça, só então me ver e se assusta ainda mais.- Desculpe senhor - diz e abaixa a cabeça.Passa por mim mais que depressa e acaba escorregando no tapete - sem querer acabo sorrindo.- Ai j
Sério, não sei qual é meu problema, desde que pisei nesta casa está acontecendo desastre atrás de desastre e olha que nem completei uma semana que estou aqui, não consigo nem olhar para a cara do meu chefe de tanta vergonha, não depois de ter o visto pelado e com uma mulher com a boca naquela monstruosidade que ele tem no meio das pernas.Meus Deus só de pensar, meu rosto esquenta. Calma Valentina respira, puxo a respiração, prendo e solto, faço isso algumas vezes, tentando me acalmar, tudo em vão.- Oi.- Aí jesus! - me assusto com seu James na porta do quarto.- Está doendo? - pergunta ainda na porta.- Um pouco - respondo.- Aqui está os rémedio que você tem que tomar - ao entrar me entrega uma sacola.- Obrigada e mais uma vez, me desculpe - peço realmente arrependida de ter invadido a privacidade do meu chefe, pois ele já havia pedido para não zanzar pela casa - olha se o senhor quiser me despedir por justa causa, não irei me opor - digo enverhonhada, não consigo nem olhá-lo.Por
Como essa garota pode ser puro desastre, fico imaginando como sobreviveu até agora. A observo ir para seu quarto se segurando pelas paredes, poderia ajudá-la? sim poderia, no entanto prefiro me manter onde estou, ela segue firme, será um desafio descer as escadas, se me importo? depois de atrapalhar minha foda, e acabar com meu fim de semana... provalvemente não!Continuo com o que estou fazendo, estudo cautelosamente um documento importante que preciso enviar para Adalberto Vale meu estimado advogado, reviso mais uma vez e envio. Pelo tempo devo imaginar que a garota já deva ter chegado em seu quarto, olho para a mesinha de cabeceira e vejo todos os rémedios dela lá.- Droga! - resmungo apanhando todos - agora vou ter que descer!Chateado desço para entregar os rémedios a Valentina, sua porta está entre aberta e a vejo apenas de roupas íntimas, congelo! deveria dar meia volta, e é isso que faço, mas quando estou no meio da sala, ouço um xingamento.- Puta que pariu! - paro no pé da es
Sinto algo atrás de mim, abro os olhos me despertando, tento me afastar, porém algo me prende, o quarto está uma escuridão total, só então me dou conta de onde estou, dormir no quarto de seu James, viro-me lentamente apenas para atestar que ele, o próprio está agarrado a mim, sinto um tremor involuntário no corpo o que acaba o dispertando.Por milésimos de segundos ficamos nos olhando, e aquele tremor involuntário volta, só então seu James me solta.- Desculpe-me - pede.- Sem problemas senhor, mas agora realmente preciso voltar para meu quarto - digo me afastando, pois estavámos muito perto um do outro.Sem dizer nada seu James se levanta e verifica as horas.- Dormir tanto assim - diz mais para si mesmo do que pra mim.- Que horas são? - pergunto.- Quase dez da manhã - responde.- Pela fé! - exclamo agoniada - e agora? como vou sair daqui sem que me vejam - o medo toma meu corpo - o que vão dizer de mim! - falo comigo mesma.Tento sair da cama e assim que coloco o pé no chão o sint
Valentina fala, porém não escuto o que diz, meus olhos estão fixos nela, engulo em seco, antes que faça algo que possa me arrepender, viro-me e saio a deixando paralisada.Depois de um dia de merda, o que mais queria era chegar em casa e descansar, rango os dentes.- Garota, garota - murmuro.Depois do episódio de duas semanas atrás quando acordamos de conchinha, estou a evitando, não estou atrás de problemas. Ao entrar no quarto vou direto para o banheiro tomar uma ducha gelada, e a imagem de Valentina com aquele pedaço minúsculo de pano me vem na cabeça.- Droga James - trinco os dentes quando minha mão vai direto para meu membro duro feito pedra.Essa é a segunda fez que bato uma punheta, nem quando era adolescente isso acontecia. Puto comigo mesmo, coloco apenas um calção folgado e desço atrás de algo para comer, o silêncio me recebe, abro a gelaadeira e há muitas coisas, Maria deixa tudo pronto para o fim semana, mas nada que há aqui me agrada.Dessa vez quem se assusta sou eu c
Com os olhos fixos em mim meu chefe se aproxima, como um animal selvagem, se aproxima lentamente, eu não tenho reação, apenas o deixo se aproximar.- Valentina - sussurra meu nome e isso tem uma reação, sinto um calafrio.- S.. simm - gaguejo.- Essa é a hora que você levanta e vai embora - ele diz com uma mão na minha nuca e a outra me puxando para si.- Não quero - digo em um fio de voz.Meu chefe simplesmente beija-me, levo alguns segundos para reagir, abro a boca para recebê-lo, seus lábios são macios, doces, acho que devido ao vinho, sua barba roça no meu rosto, com certeza aquele local ficará vermelho, seu beijo é lento, é como se ele estivesse me saboreando, seu aperto se torna mais apertado nos colando ainda mais, quando estamos quase sem folegos nos afastamos.Meu chefe encosta sua cabeça na minha e respira fundo.- O que você está fazendo comigo menina - diz mais para si mesmo.Por alguns segundos ficamos em silêncio o que chega a ser constrangedor, tento me levantar, porém s