Um mês já se passaram... UM MÊS, dentro desse tempo já aconteceram muitas coisas, muitas mesmo, agora estou sentada no vaso com o teste na mão não acreditando no que meus olhos vêem, dois traçinhos, em todos os cinco teste que acabei de fazer, TODOS deram positivo.''Senhor o que vou fazer agora?Justo nesse momento, onde minha vida estava começando a andar novamente, conseguir um emprego há duas semanas, já havia conseguido me livrar de James, graças a seu Lorenzo, conseguir passar no vestibular da rede pública, uma gravidez nesse momento... choro.O celular apita indicando o horário, preciso voltar ao trabalho, seu Julio já foi muito legal me deixando sair no meio do expediente. Há alguns dias venho passando mal, dona Carla disse que poderia ser algo que comi e não me fez bem, mas os sintomas continuaram, foi quando decidi pesquisar na internet do que poderia ser esses sintomas, a primeira coisa que apareceu foi gravidez, rir, porque seria impossível, pois o único homem com fiz aquil
Levo minhas mãos a barriga ainda lisa, sem sinal algum de que há um sementinha crescendo ali, acaricio.- Oi bebê - digo emocionada - não sei se já me escuta, mas ainda assim digo - me chamo Valentina sua mamãe, quero que saiba que você foi uma supresa maravilhosa e será muito amado - ao dizer as palavras deixo uma lágrima cair - desculpe é que estou emocionada - peço acariciando minha barriga.Saio do banho, coloco uma roupa confortável e aguado o retorno de Lívia, meu telefone toca e meu coração dispara.''Oi mana, conseguiu contato com eles? - pergunto preocupada.'' Não mana - diz chorosa - e nem com as meninas.'' Vem para cá, vamos procurar - digo.'' Estou indo - diz e desliga.Não demora muito e Lívia entra com Thiago seu marido, ao se aproximar me abraça.- Estou sentindo uma angústia - diz chorando.- Eu também - digo a acompanhando no choro.Preciso me acalmar, não sei de quantas semanas estou, mas tenho noção de que é muito pequeno e frágil.- Ok, vocês continuam tentando
Hoje completa exatamente cinquenta dias sem Valentina, conto dias, horas, minutos e segundos, me arrependo amargamente da forma com a tratei, fui tolo em achar que afastando-a ela estaria mais segura, o pouco que conhecia dela deveria saber que ela iria embora sem olhar para atrás.- James - ouço Louise chamar.Outra merda que fiz e que me arrependo, foi me envolver com minha melhor amiga, em um dia embriagado e amargurado por perder a única mulher que conseguiu se instalar em meu coração sem pedir licença, apenas chegou e ficou, acabei na cama com Louise, e jamais imaginaria que ela era apaixonada por mim, fui idiota por nunca ter percebido o que estava bem debaixo do meu nariz.- Oi - viro-me ao respondê-la.Ela se aproxima timidamente e me abraça, a afasto.- James, eu... - ela para por um momento - quero dizer, precisamos conversar - diz e senta-se a beira da cama.Sei o que vai falar, essa não é nossa primeira conversa depois do que aconteceu, não fui burro o suficiente para repe
Hoje é um dos piores dias da minha vida, imagina para Lívia que está enterrando a família inteira em um único dia, a minha dor não chega perto da dor que ela ela sentindo, no entanto ela está aqui me amparando, pois foi demais para mim encarar os quatro caixões a minha frente. - Bebi - Lí me entrega um copo d`água com açúcar, tomo alguns goles e devolvo o copo a ela - você precisa se acalmar ou quer voltar para o hospital - ralha.- Desculpa, mas isso tudo parece um pesadelo - confesso.Lívia me abraça e ficamos assim por algum tempo, sentamos próxima aos caixões, enquanto observamos o entrar e sair de pessoas conhecidas e desconhecidas, uma vez que seu Lorenzo e dona Carla eram pessoas muito conhecidas e queridas no bairro, não havia um viva alma em Vila Matilde que não tivesse algo bom a falar sobre eles.A manhã passou devagar, perto de meia dia, havia tantas pessoas que não cabia mais no salão, Thiago teve que pedir ajuda as pessoas que foram contratadas pelo chefe de Clara para
Meu coração bate tão forte dentro da caixa torácica que tenho a leve impressão de que vá se romper a qualquer momento, não pisco, sequer respiro, o ar se torna escasso, olhos frios me encaram, até engolir em seco se torna difícil.Não sei bem o que dizer, então permaneço em silêncio, volto a deitar-me.- Valentina - sinto um arrepeio na espinha ao ao ouvir a voz grossa e autoritária, não o respondo, apenas viro-me de costa para ele.Ouço passos se aproximando, a cadeira se arrasta e ouço se sentar, uma respiração forte é ouvida.- Você ao menos pretendia me contar? - pergunta calmamente.- Sim - respondo e outra respiração forte seguido de um silêncio sepucral.Passamos a tarde inteira assim, em algum momento volto a dormir, acordo com Livia me chamando.- Tina, acorda você precisa comer, meu sobrinho precisa comer - assim que termina a frase abro meus olhos levando aos mãos a barriga - vamos bela adormecida.- Onde ele estar? - pergunto olhando ao redor.- Não sei, apenas pediu para
Desde que nasci sei o que é rejeição, fui abandonado ainda preso a placenta, jogado em uma caixa como se fosse um bicho morto, por pouco não conheci a morte, um segurança que passava pela rua deserta onde me encontrava ouviu meu lamento baixinho, a principio o homem ficou assustado, porém logo agiu me enrolando em sua blusa, fui levado para um hospital meu estado não era dos melhores, virei notícia nacional, ''Homem encontra bebê ainda preso a placenta dentro de uma caixa'' depois da alta fui entregue para o estado, passei por vários orfanatos até por fim ser adotado aos 6 anos pelos Collins, um casal americano que veio em busca de uma criança no Brasil.Antes da adoção passei por muitos maltratos mesmo sendo muito pequeno, aprendi a me defender na raça, sei o que é dormir com fome e frio. Minha vida se transformou com a chegada de Louis e Mary Collins, tive dificuldade em confiar, para mim eles iriam fazer o mesmo que os outros faziam, demorou muito para que baixasse a guarda e os de
Estou quase fritando debaixo desse sol escaldante, hoje o sol nascecu com ódio, limpo o suor da testa e continuo com a lida, trabalhar na roça não é pra qualquer um não, no meu caso é a única opção que tenho, pelo menos por enquanto, pois estou juntando dinheiro para tentar a vida na cidade grande, ainda não tenho o suficiente, mas logo terei, já são quatro anos trabalhando de sol a sol desde que me formei no ensino médio.Não gosto nem um pouco do patrão, percebo o jeito que me olha, até a esposa dele já percebeu, e graças a Deus ela não me culpa pela falta de caráter do marido, falando no diabo.- Princesa - o velho barrigudo diz ao se aproximar, reviro os olhos.- Acho que o senhor me confundiu - digo seca.- Tenho algo para você - ignora o que acabei de dizer e retira um pacote do bolso, não dou confiança e continuo o que estou fazendo - aqui tem milzinho, é seu se me deixa apenas sentir o cheiro do seu mel.Fico totalmente perplexa com o que acabei de ouvir, realmente não acredit
Apenas com uma mochila nas costa e um sonho sigo para a rodoviária, no caminho decido pegar um ônibus para São Paulo, pesquiso por pensões e acho uma que julgo ser boa e segura, a viagem será longa e terei tempo para pensar o que fazer da minha vida.É nessas horas que penso nos meus pais, quem são eles? será que ainda estão vivos? por que eles me abandonaram? são tantas perguntas que possívelmente nunca saberei a resposta. Costumo falar que sou filha de chocadeira, por conta desse detalhe. Bom, mas a males que vem para o bem, se meus genitores não tivessem me abandonado quando criança não teria conhecido Juliete a mulher me criou, ela sim foi uma mãe de verdade, foi uma pena ela ter me deixado tão cedo.Juliete morreu aos 45 anos devido a um câncer de mama, por muitos anos lutamos contra, porém ele venceu, minha mãe se foi quando havia acabo de completar 18 anos, erámos apenas nós duas, foi uma época muito dificil, não tínhamos muitas condições e esperar pelo governo era ainda mais d