Sério, não sei qual é meu problema, desde que pisei nesta casa está acontecendo desastre atrás de desastre e olha que nem completei uma semana que estou aqui, não consigo nem olhar para a cara do meu chefe de tanta vergonha, não depois de ter o visto pelado e com uma mulher com a boca naquela monstruosidade que ele tem no meio das pernas.
Meus Deus só de pensar, meu rosto esquenta. Calma Valentina respira, puxo a respiração, prendo e solto, faço isso algumas vezes, tentando me acalmar, tudo em vão.
- Oi.
- Aí jesus! - me assusto com seu James na porta do quarto.
- Está doendo? - pergunta ainda na porta.
- Um pouco - respondo.
- Aqui está os rémedio que você tem que tomar - ao entrar me entrega uma sacola.
- Obrigada e mais uma vez, me desculpe - peço realmente arrependida de ter invadido a privacidade do meu chefe, pois ele já havia pedido para não zanzar pela casa - olha se o senhor quiser me despedir por justa causa, não irei me opor - digo enverhonhada, não consigo nem olhá-lo.
Por um breve momento penso que ele não está mais no quarto, porém quando levanto a cabeça seu James está me olhando, não consigo nem imaginar o que se passa em sua cabeça.
- Não será necessário, apenas aprenda a cumprir uma ordem - diz sério, até um pouco zangado.
- Sim senhor - digo rápidamente.
Ele simplesmente se vira e sai. Ainda com a sacola na e um pouco atordoada de ter escapado dessa vez permaneço com os olhos na porta.
- Obrigada Senhor! prometo não mais entrar em confusão e me manter longe do chefe. - rezo.
Já são quase uma da manhã, então tento dormir um pouco, a anestesia já está passando e o pé está começando a doer, pego uma das caixas que seu James trouxe e tomo um analgésico, somente quando começa a fazer efeito que cosigo dormir, porém dura pouco.
Passo boa parte da noite com dor, sinto que estou febril, procuro por antitérmico na sacola e logo tomo um, mas não me sinto bem, sinto calafrios, o que significa que a febre está alta, não tenho muito o que fazer, apenas me enrolo no máximo de lençol possível e tento voltar a dormir.
Em certo momento sinto-me flutuar, tento abrir os olhos, mas estão muito pesados.
- Vai ficar tudo bem - ouço alguém falar, mas não reconheço a voz - vou te deitar aqui ok - ouço novamente, apenas balanço a cabeça.
Não sei por quanto tempo dormir, abro os olhos e o quarto está uma escuridão total, tento levantar, mas meu pé lateja. Do nada a luz é acesa, e me assusto, pois não estou no meu quarto e sim no de seu James, levo minha mão a boca.
- Se sente melhor? - meu chefe vestido apenas de uma bermuda pergunta, apenas balanço a cabeça em positivo - tem certeza? - volta a perguntar sério - balanço a cabeça em negativo - dor?
- Sim.
- Ok.
Seu James se aproxima, puxa o lençol e delicdamente faz um curativo no meu pé, franzo a sobrancelha, segurando o choro, pois está doendo demais, ele espirra um trem que me faz lágrimar, logo em seguida assopra.
- Pronto, agora tomar os rémedios, primeiro esse - diz e me passa um comprido - é para a febre e esse é um anti-inflamatório - me passa outro.
- Tudo bem - enfio na boca e os comprimidos descem rasgando, sempre tive dificuldade em engolir comprimido, não importa o tamanho parece que eles ficam engatados na goela - mais água por favor - peço - obrigada.
Depois de tomar os rémedio, fica um silêncio constrangedor no quarto, seu James me observa atentamente, solto um pigarro.
- Desculpa por lhe estar dando trabalho na sua folga - me desculpo - mas como vim parar no seu quarto?, desculpe lhe perguntar.
- Fui verficar se você estava bem, b**e algumas vezes, mas você não respondeu, entrei e vi você tremendo, estava com febre alta, por isso te trouxe para cá, fiz umas compressas para baixar sua temperatura - explica.
- Ah! obrigada de novo, agora já posso voltar para meu quarto - falo e ele assente.
Levanto-me devagar e ao tocar o pé no chão a dor é dez vezes pior, tento disfaçar que não doeu, mas as lágrimas me entregam. Então seu James me devolve para sua cama, arruma alguns travesseiros e coloca meu pé sobre eles.
- Você fica ai - determina.
- Não posso senhor, sério, vou ficar bem no meu quarto, e o senhor precisa descansar também né, já atrapalhei demais sua vida - digo.
- Não me faça repetir - resmunga.
Rapidamente calo minha boca e deito-me obedecendo, como diz o diatado ''manda quem pode, obedece quem tem juízo'' por isso decido ficar quietinha, meu chefe bravo some por alguns longos minutos, e eu faço o que? fico olhando para o teto, quando ouço barulho no corredor, viro-me para o lado e finjo que estou dormindo.
- Garota - Seu James chama-me, para então me cutucar - Garota.
- Oi - digo ao vira-se para ele.
- Coma antes que morra de fome - diz e me juda a sentar.
Ele coloca uma bandeja sobre minhas pernas, o cheiro está maravilhoso, uma sopa.
- O senhor cozinhou? - pergunto incrédula.
- Não - responde - apenas coma - comanda.
Seu James simplesmente senta-se no sofá, pega seu computador e começa a trabalhar, como se eu não estivesse aqui, para não contrariar começo a comer e realmente, o sabor é excepcional, como tudinho inclusive os pãeszinho, não sei cabe o suco, mas tento empurrá-lo.
Ao terminar o jantar, perceo que não tomei banho, penso ''caraca vou deixar meu azedin nos lençois do meu chefe'' decidada a voltar para meu quarto, levanto-me devagar, engulo a dor e finjo que está tudo bem.
- Senhor estou me sentindo melhor, já posso ir para meu quarto - digo caminhando até a porta à passos de tartarugas.
- Ok - o ouço falar com a voz grave e um arrepio percorre meu corpo, não ouso olhar para trás.
Me escorando pelas paredes e mancando consigo chegar até meu quarto, a dor infernal volta com força total.
- Droga - me jogo na cama - esqueci os rémedios no quarto do chefe.
Me arrependo amargamente do esforço que fiz pra chegar o quarto, mas quero que me entendam mal, o que iriam falar sobre mim se soubesse que dormi no quarto do patrão, não! isso não.
Como essa garota pode ser puro desastre, fico imaginando como sobreviveu até agora. A observo ir para seu quarto se segurando pelas paredes, poderia ajudá-la? sim poderia, no entanto prefiro me manter onde estou, ela segue firme, será um desafio descer as escadas, se me importo? depois de atrapalhar minha foda, e acabar com meu fim de semana... provalvemente não!Continuo com o que estou fazendo, estudo cautelosamente um documento importante que preciso enviar para Adalberto Vale meu estimado advogado, reviso mais uma vez e envio. Pelo tempo devo imaginar que a garota já deva ter chegado em seu quarto, olho para a mesinha de cabeceira e vejo todos os rémedios dela lá.- Droga! - resmungo apanhando todos - agora vou ter que descer!Chateado desço para entregar os rémedios a Valentina, sua porta está entre aberta e a vejo apenas de roupas íntimas, congelo! deveria dar meia volta, e é isso que faço, mas quando estou no meio da sala, ouço um xingamento.- Puta que pariu! - paro no pé da es
Sinto algo atrás de mim, abro os olhos me despertando, tento me afastar, porém algo me prende, o quarto está uma escuridão total, só então me dou conta de onde estou, dormir no quarto de seu James, viro-me lentamente apenas para atestar que ele, o próprio está agarrado a mim, sinto um tremor involuntário no corpo o que acaba o dispertando.Por milésimos de segundos ficamos nos olhando, e aquele tremor involuntário volta, só então seu James me solta.- Desculpe-me - pede.- Sem problemas senhor, mas agora realmente preciso voltar para meu quarto - digo me afastando, pois estavámos muito perto um do outro.Sem dizer nada seu James se levanta e verifica as horas.- Dormir tanto assim - diz mais para si mesmo do que pra mim.- Que horas são? - pergunto.- Quase dez da manhã - responde.- Pela fé! - exclamo agoniada - e agora? como vou sair daqui sem que me vejam - o medo toma meu corpo - o que vão dizer de mim! - falo comigo mesma.Tento sair da cama e assim que coloco o pé no chão o sint
Valentina fala, porém não escuto o que diz, meus olhos estão fixos nela, engulo em seco, antes que faça algo que possa me arrepender, viro-me e saio a deixando paralisada.Depois de um dia de merda, o que mais queria era chegar em casa e descansar, rango os dentes.- Garota, garota - murmuro.Depois do episódio de duas semanas atrás quando acordamos de conchinha, estou a evitando, não estou atrás de problemas. Ao entrar no quarto vou direto para o banheiro tomar uma ducha gelada, e a imagem de Valentina com aquele pedaço minúsculo de pano me vem na cabeça.- Droga James - trinco os dentes quando minha mão vai direto para meu membro duro feito pedra.Essa é a segunda fez que bato uma punheta, nem quando era adolescente isso acontecia. Puto comigo mesmo, coloco apenas um calção folgado e desço atrás de algo para comer, o silêncio me recebe, abro a gelaadeira e há muitas coisas, Maria deixa tudo pronto para o fim semana, mas nada que há aqui me agrada.Dessa vez quem se assusta sou eu c
Com os olhos fixos em mim meu chefe se aproxima, como um animal selvagem, se aproxima lentamente, eu não tenho reação, apenas o deixo se aproximar.- Valentina - sussurra meu nome e isso tem uma reação, sinto um calafrio.- S.. simm - gaguejo.- Essa é a hora que você levanta e vai embora - ele diz com uma mão na minha nuca e a outra me puxando para si.- Não quero - digo em um fio de voz.Meu chefe simplesmente beija-me, levo alguns segundos para reagir, abro a boca para recebê-lo, seus lábios são macios, doces, acho que devido ao vinho, sua barba roça no meu rosto, com certeza aquele local ficará vermelho, seu beijo é lento, é como se ele estivesse me saboreando, seu aperto se torna mais apertado nos colando ainda mais, quando estamos quase sem folegos nos afastamos.Meu chefe encosta sua cabeça na minha e respira fundo.- O que você está fazendo comigo menina - diz mais para si mesmo.Por alguns segundos ficamos em silêncio o que chega a ser constrangedor, tento me levantar, porém s
Joana é um furação, quase não consigo acompanhá-la.- Sério, se clarear só um pouquinho vai ficar linda - nesse momento ela está tentando me convencer a pintar o cabelo - vamos - penso e penso, quer saber vou fazer.- Ok - digo e a doida sai pulando de alegria.Não sei se fiz certo em concordar com as loucuras de Joana, mas desde o momento que ela atracou em meu braço senti uma conexão com ela. Passamos a tarde toda no salão, ela apenas retocou seu tom rosa, eu já passei por uma grande transformação, a única coisa que não deixei em hipótese alguma foi cortar além das pontinhas do cabelo, amo meu cabelo comprido.- Não abre os olhos - Joana pede, me levando a algum lugar, provavelmente para perto de um espelho, já que a mesma não me deixou ver nada - tchan tchan ram tcham agora - comanda e então abro os olhos e meu queixo vai ao chão.Chego bem pertinho do espelho para observar melhor, pois ainda não estou acreditando no que meus olhos veêm.- Essa sou eu mesma? - pergunto incrédula.-
Desde que nasci sei o que é rejeição, fui abandonado ainda preso a placenta, jogado em uma caixa como se fosse um bicho morto, por pouco não conheci a morte, um segurança que passava pela rua deserta onde me encontrava ouviu meu lamento baixinho, a principio o homem ficou assustado, porém logo agiu me enrolando em sua blusa, fui levado para um hospital meu estado não era dos melhores, virei notícia nacional, ''Homem encontra bebê ainda preso a placenta dentro de uma caixa'' depois da alta fui entregue para o estado, passei por vários orfanatos até por fim ser adotado aos 6 anos pelos Collins, um casal americano que veio em busca de uma criança no Brasil.Antes da adoção passei por muitos maltratos mesmo sendo muito pequeno, aprendi a me defender na raça, sei o que é dormir com fome e frio. Minha vida se transformou com a chegada de Louis e Mary Collins, tive dificuldade em confiar, para mim eles iriam fazer o mesmo que os outros faziam, demorou muito para que baixasse a guarda e os d
Estou quase fritando debaixo desse sol escaldante, hoje o sol nascecu com ódio, limpo o suor da testa e continuo com a lida, trabalhar na roça não é pra qualquer um não, no meu caso é a única opção que tenho, pelo menos por enquanto, pois estou juntando dinheiro para tentar a vida na cidade grande, ainda não tenho o suficiente, mas logo terei, já são quatro anos trabalhando de sol a sol desde que me formei no ensino médio.Não gosto nem um pouco do patrão, percebo o jeito que me olha, até a esposa dele já percebeu, e graças a Deus ela não me culpa pela falta de caráter do marido, falando no diabo.- Princesa - o velho barrigudo diz ao se aproximar, reviro os olhos.- Acho que o senhor me confundiu - digo seca.- Tenho algo para você - ignora o que acabei de dizer e retira um pacote do bolso, não dou confiança e continuo o que estou fazendo - aqui tem milzinho, é seu se me deixa apenas sentir o cheiro do seu mel.Fico totalmente perplexa com o que acabei de ouvir, realmente não acredit
Apenas com uma mochila nas costa e um sonho sigo para a rodoviária, no caminho decido pegar um ônibus para São Paulo, pesquiso por pensões e acho uma que julgo ser boa e segura, a viagem será longa e terei tempo para pensar o que fazer da minha vida.É nessas horas que penso nos meus pais, quem são eles? será que ainda estão vivos? por que eles me abandonaram? são tantas perguntas que possívelmente nunca saberei a resposta. Costumo falar que sou filha de chocadeira, por conta desse detalhe. Bom, mas a males que vem para o bem, se meus genitores não tivessem me abandonado quando criança não teria conhecido Juliete a mulher me criou, ela sim foi uma mãe de verdade, foi uma pena ela ter me deixado tão cedo.Juliete morreu aos 45 anos devido a um câncer de mama, por muitos anos lutamos contra, porém ele venceu, minha mãe se foi quando havia acabo de completar 18 anos, erámos apenas nós duas, foi uma época muito dificil, não tínhamos muitas condições e esperar pelo governo era ainda mais d