Capítulo 23

O nefasto sorria diante do espelho enquanto fazia a barba. O barbeador elétrico aparava os poucos pelos que tinha na face, deixando-o o mais vistoso possível. André queria parecer bem e bonito diante de Amanda. Não queria que ela se assustasse com sua aparência cadavérica, ele sabia que havia emagrecido, todos ao seu redor haviam notado e, assim como respondeu aos enxeridos catalogados por sua mente perversa, falaria o mesmo a ex-namorada caso fosse necessário. Desculpas esfarrapadas ele as tinha aos montes e por ser livre de qualquer suspeita, ter a crença das pessoas em si, isso enaltecia demasiadamente seu ego.

De dia um homem bom, à noite uma fera com sede de sangue.

— Você está ótimo, meu caro.

Mostrando ao espelho os dentes perfeitamente alinhados e brancos, deixou o aparelho de barbear sobre o lavatório de mármore travertino e deu dois sutis tapinhas em seu rosto.

André era egocêntrico, desde criança o narcisismo estava imbuído nele. Sempre gostou de ser o centro das atenções,
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