Capítulo 10

tomou e das pancadas que dava contra a parede.

Ao completar nove meses, Loura deu luz a uma menina. Preocupada perguntou para o médico como estava a menina. O médico olhou para ela, sorrindo, e disse.

— Sei que está preocupada com os remédios que tomou, pois fui eu mesmo quem te atendeu. Mas não se preocupe, é uma menina linda enorme. Pesou quase cinco quilos e por sinal ela é perfeita. Vou trazê-la para que você possa ver.

Quando o médico trouxe aquela menina e colocou nos braços de Loura, ela começou a chorar e pedir perdão à filha e a apertava em seu peito.

Depois de deixar o hospital, ela foi para casa. Seu Joaquim se aproximou da neta e se emocionou ao vê-la. Pegou a menina no colo e pediu perdão por tê-la expulsado de casa junto com a mãe. E prometeu criá-la com amor de um pai que ela não teria.

As coisas foram ficando mais difíceis. Seu Joaquim teve que trabalhar dobrado, apesar de não ter uma saúde boa, para não deixar faltar nada para sua neta.

Um dia Loura chamou seus pais e disse que iria viajar para a capital. Sua prima que mora lá há algum tempo arranjou-lhe um emprego na casa de uma família que aceitava que levasse criança. Loura teria que ajudar em casa, não era justo o pai ter que trabalhar daquele jeito para criar sua filha, sendo que a obrigação era dela.

Seu Joaquim e dona França não aceitavam muito a ideia dela levar a menina e propuseram à Loura que poderia ir e podia deixar a menina, assim ficaria mais fácil para ela trabalhar. Todos os meses ela mandaria dinheiro para ajudar com as despesas.

— Vocês estão certos – concordou Loura. – Eu vou tentar a vida lá fora e não posso correr o risco de levar minha filha para um 

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