Capítulo 37

Aquilo foi um tapa na cara da Barbara. A sua realidade era a minoria no seu país, e ele a lembrou disso. Lembrou-se de quando era criança, de quantos brinquedos já ganhou no dia vinte e cinco de dezembro. Perguntou-se quantos Matheus pode ganhar em todos os seus vinte e quatro anos de vida.

— Eu sinto muito.

— As pessoas na sua bolha sempre sentem muito, quando nunca sentiram nada de verdade.

— Você está certo. E talvez eu seja uma dessas pessoas, mas nesse momento eu sinto muito, de verdade.

Ele deu-lhe um rápido sorriso, guardando as mãos no bolso da calça jeans.

— Eu vou nessa. — Movimentou-se em direção à moto, quando Barbara agarrou o seu punho com certa força.

Ele olhou-a. A boca dela chegou a se abrir para dizer que sentia a sua falta de um jeito que até doía a alma, mas seus lábios fecharam-se e a sua mão o soltou. Sem dizer nada, ela virou-se indo em direção ao prédio. Matheus sentiu os olhos ficarem marejados e o coração bater ainda mais forte, deixando-o um pouco sem ar. Ap
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