Capítulo 103

Barbara acordou sentindo-se tonta. Coçou os olhos e forçou-os a abrir. Sentiu como as pálpebras estavam pesadas e isso era angustiante. A memória era um tumulto de lembranças que ela não sabia se eram reais. Olhou para os lados e viu que ainda estava dentro do seu carro. Vagarosamente, sentou-se. Ali dentro estava abafado e escuro. Ela se sentia um pouco sem ar. Os vidros estavam levemente embaçados. Passou a mão na janela e observou lá fora. Tentou identificar onde estava. Era uma garagem, mas não a da casa do Matheus. O seu coração bateu acelerado. Observou mais o lugar e viu que as paredes eram velhas e sujas. Os cantos estavam cheios de teia de aranha e havia muitas caixas de madeira ali, além de alguns barris de plástico azul. De repente, uma batida forte a assustou. Ela sobressaltou no banco, com medo. Então, escutou de novo. Era como se alguém socasse a traseira do carro.

— Socorro! — Escutou alguém pedir. A voz soava abafada, mas parecia estar próxima. — Socorro! Alguém aí? —
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