Com muita calma e cuidado com as palavras usadas, Jeff contou aos cinco bruxos toda a história, tentando ao máximo persuadi-los a pensar sobre o quanto aquilo era errado.
Ao fim, obtivemos reações diferentes umas das outras. Para o nosso alívio, nenhum surto de raiva e descrença.-- Vocês parecem realmente muito surpresos com isso.-- Eliel disse, seu tom de voz não revelava nada do que estivesse sentindo.Seu nome remetia a um anjo, assim como sua aparência.Eliel tinha cabelos loiros, um tanto escuros, arrumados em um topete fofo. Tinha pele clara e de aparência macia, e olhos de um castanho claro, cor de mel.Em contra partida, o jeito brincalhão de minutos atrás que faria qualquer um acreditar que ele era, de fato, um anjo, sumira.Suas feições estavam sérias, os braços cruzados encima do peito. Não parecia ter tido dificuldade para entender e digerir a notícia, mas, ainda assim, perecia pensativo, como se estivesse juntando as peças em sua cabeça.-- Você nHaviam diversas pessoas. Algumas que conhecia, algumas que não.Estávamos na ilha de Anhatomirim, era noite, mas o lugar estava claro como se fosse dia.Eu estava encostada em uma pedra, perto da entrada para as antigas construções. À minha frente, o cenário era de caos.Haviam pessoas caídas no chão, poças de liquido de uma cor entre o vermelho e o preto espalhadas aqui e ali, alguns locais estavam em chamas.O diabo estava lá, eu sabia que era ele. Tinha longos chifres pretos na cabeça, que enrolavam nas pontas. Seu corpo da cintura para cima era uma mistura de humano e bovino. Para baixo, tinha pernas e pés como os de um bode, e um longo rabo. E de longe, parecia ter o dobro do tamanho de um humano.A principio.Ele diminuía progressivamente. E quanto mais diminuía, mais fraco ficava, dando aos bruxos uma chance de acabar com ele.Mas era como se eu
Descemos do barco e cruzamos a curta faixa de pedras – não areia, pedras – Até o início de uma trilha, quando algo me ocorreu.-- Como é que você sabe para onde devemos ir? — Perguntei à Jeff.-- Vocês estavam tão chocadas com as informações do monge que eu não quis passar mais tempo esperando o velho nos explicar como achar a bruxa. Então eu simplesmente arranquei a informação da cabeça dele. Pensei em repreender Jeff sobre o quão errado é entrar na cabeça de alguém, mas decidi que não valeria a pena, ele não ia dar ouvidos mesmo.-- O monge com certeza percebeu, um bruxo velho daqueles é totalmente capaz de saber quando alguém usa alguma magia perto dele. Eliel falou, e eu acabo de perceber sua presença caminhando ao meu lado.-- O mo
"A gente aceita o amor que acha que merece." -As vantagens de ser invisível *** -- Estou falando sério. -- Meg, eu já ouvi essa história um monte de vezes, você jura de pés juntos que não quer mais e que vai terminar, e assim que o vê muda de ideia. -- Não vai ser assim dessa vez, eu nunca estive tão certa sobre algo como estou agora -- E você está certa sobre o que exatamente? -- Certa de que ele não é a pessoa certa. Liz está deitada na minha cama pintando um desenho sem olhar para mim, de certa forma, ela está certa, já me ouviu falar sobre isso tantas vezes que não coloca fé que eu vá de fato fazer isso. Eu também não teria fé em mim. -- Olha, Meg – Liz levanta o olhar para mim, que paro de andar de um lado para o outro – Vocês se dão incrivelmente bem e ele te trata como uma princesa, então me diga, por que você acha que ele não é a pessoa certa?
A viagem foi tranquila e breve, cerca de 3 horas depois, aterrissamos no aeroporto de Florianópolis, e fizemos mais um percurso de 2 horas e meia até a Praia do Forte. Quando chegamos, era um pouco mais de uma da tarde, e Liz dizia que iria morrer de fome se não comesse rápido. O hotel é um dos mais lindos que eu já vi. Apesar de ser mais distante da praia do que eu gostaria, o Faial Prime Suítes tem uma decoração toda feita em madeira escura, o piso, os móveis e as paredes são todos no mesmo tom, e a iluminação com luzes amarelas deixa tudo ainda mais lindo e confortável. Subimos para deixar as malas, eu, Liz e meus pais ficamos em quarto separados uns dos outros. Em seguida, descemos para procurar por um restaurante para almoçar. A recepção do hotel está cheia de novos hospedes, e assim que desço, uma sensação estranha me invade, uma mistura de animação, ansiedade e saudade. Tento ignora-la, mas a animação só aumenta quando Liz desce e para ao meu l
É o segundo dia de viagem. O panfleto sobre as lendas da ilha indicava vários lugares históricos para visitarmos, e o escolhido para hoje foi a ilha de Anhatomirim, particularmente minha lenda preferida.O panfleto dizia: "Nesse pequeno pedaço de terra, muitos foram enforcados e, no pós Revolução Federalista, 185 presos políticos foram fuzilados. Dizem que até hoje que depois do entardecer, ainda podemos ver e ouvir os fantasmas dos que foram mortos, sentados nas pedras em volta de um troco de araçazeiro." Então é claro que vamos fazer um passeio de família para um lugar supostamente mal assombrado. O que pode dar errado, não é mesmo?Estou descendo as escadas para o café da manhã, um pouco atrasada em relação à Liz e meus pais. Fiquei até mais tarde lendo ontem, minha meta para esse livro é termina-lo em três dias, hoje é o terceiro e ainda me faltam quatro capítulos, por isso estou determinada a finaliza-lo, e desço as esca
Termino de me arrumar cerca de 2h antes do horário de sair, e com o quarto totalmente iluminado e livre de qualquer ruído ou sombra suspeita, deito de volta na cama para (finalmente) terminar meu livro.Quando me deito, me permito pensar na noite passada, e para minha surpresa, todas as imagens do meu sonho voltam nitidamente à minha cabeça. Nenhum detalhe esquecido. Nenhuma cena confusa. Definitivamente não foi um sonho normal. Por mais que o quarto esteja claro e calmo, não consigo para de olhar para os lados o tempo todo à procura de qualquer movimento, e a inquietação me impede de terminar o livro. Aguento a 1 hora seguinte presa no mesmo capítulo, até que não aguento mais ficar sozinha e desço para a recepção do hotel. Dessa vez, ao invés de ficar no sofá da recepção, vou para o jardim. É verão, mas a brisa que sopra é gelada, e a grama recém regada tem cheiro de chuva. O jardim está deserto exceto por 2 jardinei
Liz puxa o panfleto sobre as lendas da ilha de dentro da bolsa que carregava, dobra estrategicamente para que apenas a coluna sobre "come identificar uma bruxa" fique visível, e me entrega. -- Percebeu alguma dessas coisas nele, Meg? Releio a coluna do panfleto, em seguida olho pra ela.-- Você não está insinuando o que eu acho que está, né? Liz parece um pouco envergonhada, ela olha para baixo ao continuar falando, insegura, como se desse o benefício da dúvida a si mesma. -- Não acha estranho ele lidar com isso com tanta facilidade? A final, como foi que eles descobriram que devolver o objeto à ilha resolveria o problema? Ele disse que seu caso não é o primeiro, mas como foi que eles descobriram na primeira vez? É uma dúvida que eu tive também, mas isso não é um motivo para jogar alguém na fogueira.-- Não sei, quando estava perguntando sobre, chegamos ao meu quarto, ele ignorou tudo o que eu estava afalando e
-- Então você acha que o seu colar contém algum feitiço que fez com que as pessoas gostassem de você?-- Não, eu não acho que o colar seja magico, mas ele pode ter algo haver com o que está acontecendo. -- Por que complicar tanto? Diga logo que você acredita nas minhas teorias.-- Para isso eu teria que me desfazer de uma grande parcela de orgulho, uma que eu ainda quero manter comigo. Liz revira os olhos e sorri, convencida de que eu acredito nela. Sorrio de volta.-- E então qual é seu plano?-- Vou conversar com ele e ver o que eu descubro.-- Então o seu plano é basicamente o meu plano? -- Quem está rotulando é você, não eu. Liz me olha semicerrando os olhos. Olho de volta para ela sorrindo, além dela, o sol se encontrando com o mar mancha o céu de vários tons de amarelo, rosa, laranja e azul. A brisa com cheiro de mar balança nossos cabelos. Liz se vira para ficar de frente para o mar e ter a mesma visão que eu. Admiramos em