-- Então você acha que o seu colar contém algum feitiço que fez com que as pessoas gostassem de você?
-- Não, eu não acho que o colar seja magico, mas ele pode ter algo haver com o que está acontecendo.-- Por que complicar tanto? Diga logo que você acredita nas minhas teorias.-- Para isso eu teria que me desfazer de uma grande parcela de orgulho, uma que eu ainda quero manter comigo. Liz revira os olhos e sorri, convencida de que eu acredito nela. Sorrio de volta.-- E então qual é seu plano?-- Vou conversar com ele e ver o que eu descubro.-- Então o seu plano é basicamente o meu plano?-- Quem está rotulando é você, não eu. Liz me olha semicerrando os olhos. Olho de volta para ela sorrindo, além dela, o sol se encontrando com o mar mancha o céu de vários tons de amarelo, rosa, laranja e azul. A brisa com cheiro de mar balança nossos cabelos. Liz se vira para ficar de frente para o mar e ter a mesma visão que eu. Admiramos emO relógio do meu celular acaba de marcar 9 da noite, caminhamos por uma calçada à beira da praia, está ventado forte e um pouco frio, sinto cheiro de chuva e ouço as ondas quebrando na costa. Essa seria minha definição perfeita de paz, se eu não estivesse indo à uma feira com dois rapazes que acabei de conhecer e, como se não bastasse, tenho um propósito para essa noite.Arrisco dizer que Liz concorda sobre isso não ser exatamente paz, pois posso sentir ela me fuzilando com o olhar, apesar de não me atrever a olhar de volta. Ainda vou pagar por isso.Eu e ela andamos lado a lado, Nick e Jeff caminham na nossa frente indicando o caminho, conversam alto e escandalosamente como dois adolescentes, se empurrando e se socando de vez em quando. Consigo avistar algumas luzes coloridas e um movimento maior de pessoas, o que indica que estávamos chegando.* * *Mais 5 minutos de caminhada e tínhamos chego ao local. Haviam várias barracas coloridas e improvisadas, iluminadas por lu
Observei Nick andar de costas até o banheiro, meu coração ainda não havia voltado ao compasso normal. Tudo bem que foi uma queda planejada, mas inda foi mais um mico na frente dele. Ou melhor, encima dele. Flashes de Nick me segurando começam a rodar em minha mente, e eu chacoalho a cabeça para afastar os pensamentos. Não preciso do meu rosto ainda mais corado. Olho novamente na direção do banheiro onde Nick entrou quando percebo alguém se sentando do meu lado. Viro a cabeça na mesma hora. O moço ao meu lado é bonito, alto, de pele bem clara e cabelos pretos e curtos. Usa uma jaqueta de couro preta, apesar de não estar frio o suficiente para isso. O restante das peças de roupa também parecem ser pretas, mas estava escuro demais para ter certeza. Ele parece exalar energia de bad boy, como se em sua testa tivesse uma placa escrito "corra". Mas, quando olhei para seu rosto me lembrei. É o rapaz que encarei descaradamente
Nick expirou, audivelmente. Parece que minha determinação o deixou irritado novamente, muito irritado. E com certeza pressiona-lo nesse estado era algo bem idiota a se fazer.Porém, minha noite havia sido resumida em idiotices e eu ainda estava viva e intacta. Talvez por pouco, mas estava.Continuei o encarando, tentando manter uma expressão tão irritada quanto a dele no rosto. Ele não me diria nada se achasse que eu estava prestes a sair correndo e gritando por socorro.O que não estava muito distante da realidade, pois por mais que eu tentasse afastar qualquer pensamento amedrontador e segurasse meu corpo com força, ainda tremia junto com cada batida do meu coração. E torcia para que ele não reparasse.-- O que acha que viu? -- Ele perguntou, e eu já imaginava o que viria por aí. Li livros de fantasia o suficiente para saber que esse era o momento em que ele negaria tudo e me chamaria de maluca.-- Eu sei o que eu vi. Você quase asfixiou aquele garoto, e nem tocou n
Eram 6 da manhã e eu já estava de pé.Liz acordou consequentemente, e seu humor era melhor que o meu. Eu estava com sono, mas não conseguia dormir, minha cabeça doía e a cama começou a se parecer muito com um cacto.Estava pronta para o dia, sentada à mesinha que tinha em meu quarto e encarando o livro. Me faltava um capitulo, e eu estava totalmente sem coragem de ler. Liz estava no banheiro havia 20 minutos, se arrumando.Ela sugeriu que saíssemos para o jardim, queria pintar ao ar livre antes de sairmos para os planos do dia. Eu concordei. Não aguentava mais esse maldito quarto.Alguns 10 minutos depois, Liz finalmente saiu do banheiro, pronta. Levantei para ir em direção à porta quando ela deu um gritinho dizendo que esqueceu de passar rímel, e voltou para dentro do banheiro.Grunhi de desgosto.-- É melhor você se apressar ou vai ficar sozinha aqui. -- Disse para ela, já abrindo a porta.Gritei ao dar de cara com dois lindos olhos de cores diferentes.--
Aquelas simples palavras resultaram em um frio na barriga e um gosto amargo na boca, e imediatamente comecei a imaginar possíveis futuros em que os bruxos me sacrificavam em algum ritual sinistro, que eu realmente não queria conhecer.Comecei a me perguntar onde Liz estava e quando apareceria.-- Se lembra de sua visita a Anhatomirim? -- Sim.-- Antigamente, os bruxos eram os seres mais poderosos dessa ilha, não somente por conta da magia, mas possuíam uma fortuna maior que a de qualquer outro. Por isso, eram os que comandavam a região, coronéis e líderes, e foram eles os responsáveis por cada morte na ilha de Anhatomirim. "Como líderes, tinham a função de condenar e executar prisioneiros de todos os tipos, e após tantas mortes e atrocidades dentro de um mesmo de espaço, a ilha desenvolveu uma energia poderosa, como se o campo magnético de cada alma se juntasse e pairasse sobre ela. A forte energia resultada prendia cada alma executada, ali. Não que elas quisessem r
Eram mais de 7 da manhã quando finalmente saí da cama. Foi uma noite um tanto agitada, e me custei a dormir sabendo que Nick estava provavelmente sentado no chão na porta do meu quarto. Fui conseguir finalmente pegar no sono 2 horas depois que me deitei. Me arrumei o mais rápido que pude, a final, eu não tinha muito o que fazer além de vestir roupa e fazer uma maquiagem que levaria 5 minutos para ficar pronta. Abri a porta e dei um pulo para trás, pela segunda manhã dando de cara com um lindo par de olhos de cores diferentes. Meu grito ficou entalado na garganta. Talvez eu já esteja me acostumando com isso.-- Desculpe, já ia bater. -- Ele disse sorrindo.--Tem alguma ideia do quanto odeio levar sustos?-- Acredite, sei exatamente como se sente toda vez que leva um.-- Ele dizia sorrindo ainda mais. Definitivamente achava meu tormento algo muito engraçado. Por um momento, parei de me sentir mal por tê-lo d
Jeff ligou para o pai durante o caminho de volta. Nossas notícias não eram muito boas, e a situação não havia mudado. Ele disse que ainda não haviam encontrado um feitiço eficientemente forte para expulsar uma alma poderosa para uma distância tão grande. E Nick e Jeff seriam obrigados a passar por mais tempo de vigília.Chegamos ao hotel por volta das 9 da noite, e meus pais nos esperavam com feições muito infelizes na recepção. E se levantaram assim que pusemos os pés no recinto.-- Você por acaso sabe que horas são?!-- Gritou meu pai, dando passos pesados na nossa direção.Comecei a preparar minhas explicações, e a me preparar para um sermão sem fim, quando meu pai simplesmente...parou.E suas feições foram lentamente se acalmando.Olhei para minha mãe, e encontrei nela o mesmo efeito. Parecia tranquila.Nick abaixou a cabeça até ficar na altura do meu ouvido e sussurrou:-- Qual o nome do seu pai?-- Luiz -- Sussurrei de volta.Ele deu alguns passo até
Pov: Meg Prescott-- Vocês tem algum tipo de escola de magia?Nick começou a rir da minha cara, ele estava deitado de barriga para cima, atravessado, nos pés da minha cama, e ignorando completamente o colchão que ele simplesmente fez surgir no chão quando eu disse que o convite de ficar no meu quarto não se estendia a dormir na minha cama.Eu o bombardeava com perguntas.-- Você pode parar de me comparar com Harry Potter? Não, não temos. Nossos familiares são encarregados de nos ensinar o básico para que possamos ao menos controlar nossos poderes."Ir além disso ou não fica a critério de cada família, a minha decidiu ensinar a Jefferson e eu tudo o que sabem"-- Então você é um bruxo de nível avançado?Ele sorriu-- É, podemos dizer isso.-- E como é? estudar em casa?-- Perguntei.-- Fomos à escola como todas as outras pessoas, só aprendíamos magia em casa. Nosso pai nos ensinava a maior parte. Nossa mãe nos ensinou tudo o que sabia sobre ervar medicina