18 de maio de 2006
– E então? – ele perguntou da porta, o ombro apoiado contra o beiral. Os braços cruzados sobre o peito e os cabelos pretos formando uma cortina lisa e perfeita, que dava aos seus traços uma beleza quase etérea. Os chocolates dela se abriram parcialmente e ele entrou no quarto, completando: – Dormiu bem?
Ela desviou o olhar do dele, tentando se esconder atrás do lençol.
– Mais do que deveria, eu acho...
–
24 de maio de 2006– O que ainda quer de mim? – ele resfolegou, fitando o vai e vem dela do toillet.Os olhos semicerrados, a respiração num sopro abafado. Ela apenas balançou o exame á altura de seus olhos, entre lençóis de seda rubros. O sorriso no rosto dela, a careta, no dele.– Reze, anjinho... – Sorriu-lhe maliciosa. – Para que o teste dê positivo.– 27 de maio de 2006– Heilel? – ela acordou sobressaltada, fitando as paredes lilases a sua volta. – Heilel... – Respirou fundo, vendo-se sozinha no quarto e erguendo-se da cama. Dirigiu-se à peça contígua, que lhe servia de toucador, parando à frente do pequeno espelho sobre a pia. Lavou calmamente o rosto e olhou-se no espelho; seus chocolates se alargaram aos poucos, percebendo a longa camisola rosa de cetim que lhe envolvia delicadamente a pele e se abria num decote valoroso a suas costas. Sua surpresa era ainda maior do que sua expressão permitia por usar uma peça t&atilCapítulo 16
Não foi difícil chegar à clínica de Heilel, nem alcançar seus inúmeros corredores e descer por eles rapidamente. Era quase como roubar o doce de uma criança – uma parte de seu eu, sorria – Ninguém a interceptaria. Entretanto, era terrivelmente absurdo ver seu cérebro se contrapor aos seus passos e mesmo assim, seus pés seguirem por direções contrárias a sua vontade. Seu sangue ardia, seus sentidos estavam apurados mais do que o normal, e o salto do seu sapato bateu contra o chão de mármore branco estalando sua entrada na clínica. Aquela parte do seu eu sabia onde e como buscar o que queria, e não havia nada que a fizesse parar. Não até se deparar com o louro ali
— Onii-sama! – Ela corria entre as cerejeiras secas pelo frio intenso. Os olhos molhados de lágrimas que não conseguia mais conter. – Onegai, onii-sama!1 – gritou uma vez mais, cansada. Chamando-o no que lhe pareciam minutos sem fim, e caiu de joelhos na neve. As pequenas mãos tentando conter as gotas salgadas que rolavam, em vão. Quando tudo ao seu re
Paris, 10 de março de 2006Os cabelos pretos bem cortados sobre os ombros ondulavam com o vento. As mãos nos bolsos do terno caro, italiano. Um terno cinza escuro que realçavam os azuis de seus olhos, naquele terraço vazio onde gostava de fitar as nuvens. Nuvens que passavam rápidas por sobre sua cabeça, há muito esquecera como era pisá-las... Fechou os olhos em nostalgia, baixando-os.– Monsieur Heilel... – a voz veio como o som da água da fonte ali perto, a sua frente. Veio como ondas. – Faltam menos de dez minutos para a reunião, senhor.–
Johanesburgo, 12 de março de 2006– Carine...– O que disse? – interrompeu o fluxo de seus pensamentos, o africano.– Nada – respondeu, deixando os azuis sobre o rapaz. – Quanto tempo até retirarem todos os corpos?– Uns três dias, Sir. – As pequenas pérolas em sua boca sobressaindo contra sua pele
16 de março de 2006As cortinas foram abertas, deixando que os primeiros raios de sol penetrassem seu quarto. Um resmungo e os chocolates que se abriram.– Ohayou, mademoiselle1 – Aiko disse formalmente. – O café está servido.– Que horas são? – indagou sonolenta. – 19 de março de 2006– Não me espere para jantar hoje – ele disse simplesmente ao se levantar da cadeira e tomar o casaco escuro nos braços.– Irá viajar? – ela indagou curiosa.– Não – foi toda a resposta que obteve, ainda que inutilmente tentasse voltar ao assunto no caminho até a escola.Ele não lhe diria nada aléCapítulo 4