20 de abril de 2006
– Por que me chamou aqui?
Seus olhos relampejaram nos pretos.
– Explique-me... – O moreno insistiu calmamente, sem desviar o olhar. – Tem algo a me dizer?
Ele se sentou pacientemente na frente de Lilith, que trajava um terno preto casual, camisa branca dobrada nos punhos e lhe sorria com um copo de líquido vermelho na mão.
– O que quer
29 de abril de 2006– Hisako-sama! – o moreno saudou-o, prestando-lhe uma curta reverência. – É uma honra conhecê-lo. – O prazer é meu – devolveu num sorriso mal disfarçado, o homem de cabelos levemente platinados. – Talvez deseje algo para beber... – Manteve um sorriso contornando-lhe os lábios. – Chá, vinho, whisky... Quem sabe um martini? Pretos brilh
13 de maio de 2006– Isso está estranho. – Ela tentou inutilmente fechar os botões do vestido salmão às suas costas, e descasou-os. Bufou e lançou uma careta para seu reflexo no espelho. – O que faria agora? – Suspirou desanimada. Havia espantado as duas mulheres que a ajudavam, porque elas simplesmente reclamavam que era impossível fazer um penteado decente naquele cabelo curto. Quem pediu ajuda para elas? Sentou-se na beira da cama emburrada. Tinha que fechar aquilo de alguma forma, mas faltavam menos de quinze minutos para o h
14 de maio de 2006– Bonjour – deixou no ar, vendo-a estreitar os olhos e colocar a palma da mão entre eles e a réstia de luz que invadia a suíte.– Que horas são?– Quase onze. – O louro sorriu-lhe com o jornal aberto. – Sabe falar o idioma japonês? – Ela se ergue
18 de maio de 2006– E então? – ele perguntou da porta, o ombro apoiado contra o beiral. Os braços cruzados sobre o peito e os cabelos pretos formando uma cortina lisa e perfeita, que dava aos seus traços uma beleza quase etérea. Os chocolates dela se abriram parcialmente e ele entrou no quarto, completando: – Dormiu bem?Ela desviou o olhar do dele, tentando se esconder atrás do lençol.– Mais do que deveria, eu acho...–
24 de maio de 2006– O que ainda quer de mim? – ele resfolegou, fitando o vai e vem dela do toillet.Os olhos semicerrados, a respiração num sopro abafado. Ela apenas balançou o exame á altura de seus olhos, entre lençóis de seda rubros. O sorriso no rosto dela, a careta, no dele.– Reze, anjinho... – Sorriu-lhe maliciosa. – Para que o teste dê positivo.– 27 de maio de 2006– Heilel? – ela acordou sobressaltada, fitando as paredes lilases a sua volta. – Heilel... – Respirou fundo, vendo-se sozinha no quarto e erguendo-se da cama. Dirigiu-se à peça contígua, que lhe servia de toucador, parando à frente do pequeno espelho sobre a pia. Lavou calmamente o rosto e olhou-se no espelho; seus chocolates se alargaram aos poucos, percebendo a longa camisola rosa de cetim que lhe envolvia delicadamente a pele e se abria num decote valoroso a suas costas. Sua surpresa era ainda maior do que sua expressão permitia por usar uma peça t&atilCapítulo 16
Não foi difícil chegar à clínica de Heilel, nem alcançar seus inúmeros corredores e descer por eles rapidamente. Era quase como roubar o doce de uma criança – uma parte de seu eu, sorria – Ninguém a interceptaria. Entretanto, era terrivelmente absurdo ver seu cérebro se contrapor aos seus passos e mesmo assim, seus pés seguirem por direções contrárias a sua vontade. Seu sangue ardia, seus sentidos estavam apurados mais do que o normal, e o salto do seu sapato bateu contra o chão de mármore branco estalando sua entrada na clínica. Aquela parte do seu eu sabia onde e como buscar o que queria, e não havia nada que a fizesse parar. Não até se deparar com o louro ali
— Onii-sama! – Ela corria entre as cerejeiras secas pelo frio intenso. Os olhos molhados de lágrimas que não conseguia mais conter. – Onegai, onii-sama!1 – gritou uma vez mais, cansada. Chamando-o no que lhe pareciam minutos sem fim, e caiu de joelhos na neve. As pequenas mãos tentando conter as gotas salgadas que rolavam, em vão. Quando tudo ao seu re