BEATRICEQuando Hector deu fim àquele lobo, senti o poder fluir pelo meu corpo. A conexão com pessoas que eu nem conhecia tornou-se evidente, e eu não entendia como tudo aquilo estava chegando a mim. Também percebi a mudança em meu companheiro, e estava prestes a questioná-lo quando um grupo de anciãos se aproximou.— Hector, você foi declarado alfa ao derrotar o antigo alfa. A matilha dele tornou-se sua. No entanto, você deve saber que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.— Sim, ancião Aaron. Estou disposto a assumi-la. Tornarei minha alcateia mais segura, para que outros lobos não se sintam tentados a tomá-la de mim. Não me tornarei um alfa arrogante como o anterior. Também não pretendo tomar territórios, mas tornar o meu mais seguro para todos.— Quanto ao conselho de anciões, alfa Hector?— Continuarei respondendo a ele, mas quero deixá-los cientes de que a última palavra sobre a minha matilha será minha. — Respondeu ele. Percebi que o ancião não gostou muito dessa r
HECTORQuando Beatrice trouxe nosso filho ao mundo e eu o segurei a primeira vez em meus braços, jamais imaginei sentir a emoção que senti. No entanto, sabia que com a chegada dele, minha responsabilidade redobraria.Meu pai sempre nos ensinou que os inimigos não hesitariam em acertar onde mais doía, e os nossos filhos eram alvos a ter em mente se quisessem tirar a liderança da alcateia ou enfraquecê-la.No entanto, meu lobo daria a vida por aquele filhote em meus braços. Enquanto tentava colocar nosso pequeno Collin para dormir, olhei para minha mulher dormindo em nossa cama. Lembrei-me do nascimento do nosso pequeno filhote.Beatrice havia sido uma verdadeira guerreira para trazer nosso filho ao mundo. Foram algumas horas de trabalho de parto, horas essas que me fizeram envelhecer uns 10 anos em aparência.Mesmo exausta, ela olhava para nosso bebê com um sorriso radiante em seu rosto, e assim como eu e meu lobo, sabia que ela seria capaz de dar a vida pelo nosso pequeno filho. Naque
BEATRICEFiquei totalmente surpresa quando acordei e não encontrei Hector. Normalmente, ele sempre me ajudava com o Collin. Fiquei ainda mais surpresa quando encontrei minha mãe no quarto de meu filho, até porque ela não avisou que estava vindo nos visitar como sempre fazia.Não demorou muito, e uma Claire muito arrumada entrou no quarto também, informando que eu precisava me apresar no banho.— O que está acontecendo? — Perguntei um pouco atordoada com todo aquele movimento estranho.No entanto, minha irmã me conduziu novamente para meu quarto sem responder nada, e quando entrei, encontrei Serena pendurando um cabide com um lindo vestido branco.— O que está acontecendo, gente? — Perguntei outra vez.— Precisamos te arrumar para a celebração do seu casamento com meu irmão, cunhadinha. — Serena respondeu com um sorriso.— Como assim celebração de casamento? — Perguntei chocada agora.— Irmã, seu raciocínio sempre fica lento assim pela manhã? — Claire perguntou com um sorriso. — Hoje,
BEATRICEEnquanto estava em minha cadeira, revisando algumas matérias, ouvi um grupo de meninas conversando sobre uma árvore que parecia ser mágica, com folhas de um tom meio azulado, às margens do rio Relva.Fiquei pensando se essa seria a mesma árvore da qual minha mãe me falou anos atrás. A questão era que essa árvore estava localizada em nossa propriedade, em um terreno privado. Isso me fez questionar o motivo de aquela garota estar lá.Nunca acreditei muito em histórias de magia. Era bastante cética em relação a tudo isso. No entanto, algo naquela conversa despertou meu interesse. Uma delas estava contando que testemunhou um ritual sendo realizado naquele local durante a madrugada.As outras a questionaram sobre o motivo de ela estar lá naquele horário. Afinal, era um lugar isolado, não havia muito o que ver além da paisagem, mas durante a madrugada, isso certamente era algo bastante incomum.— Não importa o que eu estava fazendo lá. O que realmente importa é que foi bastante est
Ouvi alguns gemidos de dor, o que me fez pensar que alguém estava ferido nas proximidades. Ainda assustada, comecei a procurar a origem daqueles sons e, para minha surpresa, deparei-me com um homem totalmente nu, sentado e apoiado no tronco de uma das árvores.Fui me aproximando dele lentamente, questionando-me sobre o que teria acontecido para ele estar sem roupas. Mesmo a uma distância considerável, ele percebeu minha aproximação.Ele me lançou um olhar estranho, algo ameaçador que me deixou temerosa. No entanto, consegui visualizar, de alguma forma, o ferimento em seu ombro, que sangrava bastante. Meu instinto profissional entrou em ação rapidamente.Embora ele tenha tentado se levantar, consegui agir mais rapidamente, colocando minha mão em seu ombro ileso e o instruindo a permanecer sentado. Surpreso, ele me encarou em silêncio. Procurei algo que pudesse usar para rasgar uma parte da minha roupa e usar para estancar o sangramento de seu ombro.Logo ao lado dele, encontrei uma fac
HECTORDesde o momento em que vi aquela mulher, soube que ela não era uma mulher comum. Meu lobo sentiu seu cheiro, o aroma de pêssego, a quilômetros de distância. Fiquei surpreso ao vê-la ao lado do meu irmão, pois o ciúme que senti foi descomunal.Quando a mandei ficar longe dele, não foi com medo do que ela poderia fazer com ele, mas sim do que eu poderia fazer com os dois. Estava sendo difícil conter meu lobo. Ele queria se apresentar a ela, desejava marcá-la como sua.Não podia acreditar que ele havia escolhido justamente aquela mulher para si. Ela nem parecia ser daqui, mas meu lobo rugia desejosamente dentro de mim.“Minha” — Era o que ele afirmava, sem parar.Ela estava praticamente nua, e eu conseguia imaginar todo o seu corpo sob aquele vestido rasgado. Estava sendo difícil me controlar, estando eu mesmo despido. Normalmente, quando nos transformávamos, as roupas eram perdidas, e quando senti que meu irmão precisava de ajuda, não pensei duas vezes em vir até ele.Decidi con
BEATRICEAquela senhora gentil me levou até o andar de cima e me conduziu a um quarto, sem dúvidas, muito elegante. Ela então indicou outra porta, informando ser o banheiro, e me assegurou que eu poderia usá-lo à vontade enquanto providenciaria roupas limpas para mim.Compreendi que ela tinha uma filha quase da minha idade. Perguntei-me se todos aqueles filhos seriam adotados, já que seu rosto parecia tão jovial.Ao entrar no banheiro, notei a presença de um ofurô no ambiente. Ofurô é uma espécie de jacuzzi de madeira. Girei a torneira e pude apreciar a elegância rústica do banheiro, que, assim como o resto da casa, era lindamente decorado.A temperatura da água estava morna e assim que entrei, meu corpo agradeceu imediatamente, mergulhando em uma sensação de relaxamento.Quando terminei o meu banho e entrei no quarto, deparei-me com um vestido deslumbrante sobre a cama. Parecia ser feito de um tecido fino, na cor azul. Ele se ajustou perfeitamente ao meu corpo, como se tivesse sido f
HECTOREu só podia ser muito idiota mesmo. Não entendia o que estava acontecendo comigo. Estava completamente descontrolado por causa daquela mulher. Meu lobo a desejava, mas eu estava com medo de ser rejeitado e lutava contra isso. Nunca me senti assim por nenhuma outra mulher.Quando a ouvi dizer que não queria casar, aquilo me feriu profundamente. Eu conhecia a verdade da Árvore Sagrada e, como meu pai havia ensinado, o pedido precisava ser sincero e vindo de um coração puro para ser atendido. Se ela estava aqui fugindo de um relacionamento, como eu poderia confiar meu coração a ela?Ser rejeitado por ela era uma das maneiras de matar meu lobo. A dor seria excruciante para nós dois. Muitos lobos não sobrevivem a isso. Consequentemente, também me destruiria. Minha alma seria dilacerada. Não poderia arriscar nossa segurança, mesmo quando ele estava certo do que queria, após décadas de solidão.— O que está acontecendo com você, meu filho? — Perguntou meu pai, enquanto minha mãe me ob