BEATRICE
Aquela senhora gentil me levou até o andar de cima e me conduziu a um quarto, sem dúvidas, muito elegante. Ela então indicou outra porta, informando ser o banheiro, e me assegurou que eu poderia usá-lo à vontade enquanto providenciaria roupas limpas para mim.
Compreendi que ela tinha uma filha quase da minha idade. Perguntei-me se todos aqueles filhos seriam adotados, já que seu rosto parecia tão jovial.
Ao entrar no banheiro, notei a presença de um ofurô no ambiente. Ofurô é uma espécie de jacuzzi de madeira. Girei a torneira e pude apreciar a elegância rústica do banheiro, que, assim como o resto da casa, era lindamente decorado.
A temperatura da água estava morna e assim que entrei, meu corpo agradeceu imediatamente, mergulhando em uma sensação de relaxamento.
Quando terminei o meu banho e entrei no quarto, deparei-me com um vestido deslumbrante sobre a cama. Parecia ser feito de um tecido fino, na cor azul. Ele se ajustou perfeitamente ao meu corpo, como se tivesse sido feito sob medida.
Nesse momento, ouvi o rosnado da mesma fera que me assustara perto daquela árvore. Dirigi-me até a porta, que julguei ser a da sacada, e a abri. Era como se o animal estivesse me chamando.
Apesar da escuridão lá fora, consegui enxergá-lo claramente. Seus olhos brilhavam como duas pedras de citrino, e ele parecia ser muito maior do que os lobos que me atacaram. Seu pelo era completamente branco. Perguntei-me se aquilo era um lobo. Em que lugar misterioso eu acabei de aterrissar?
O lobo pareceu perceber que estava sendo observado e virou seu olhar na minha direção. Aquilo me assustou profundamente, mas, por algum motivo, não conseguia me mexer. O lobo se aproximou da casa e foi então que percebi estar prendendo a respiração.
Decidi sair da sacada e voltei para a segurança da casa. Tentei acertar o caminho que havia feito anteriormente até chegar à sala, onde encontrei os donos da casa. Foi então que percebi que não tinha me apresentado e, pior ainda, não sabia os nomes deles.
— Querida, vejo que o vestido serviu. — Disse a mulher com um lindo sorriso no rosto.
— Sim, muito obrigada! Me perdoem pela minha falta de educação, não disse meu nome nem perguntei o de vocês. — Respondi, enquanto aquela mulher me olhava com gentileza nos olhos. — Me chamo Beatrice Bellucci. — Completei, finalmente me apresentando.
— Nome muito bonito e elegante. Significa a que traz felicidade. — Disse aquele homem. — Beatrice, me chamo Killiam, e esta é minha esposa Aurora. Temos três filhos: Liam, a quem você ajudou, Hector, que te trouxe até aqui, e a mais nova, que se chama Serena.
— Agora que as devidas apresentações foram feitas, vamos até a cozinha para que você possa comer algo. Aqui sempre estamos famintos como lobos. — O que me fez hesitar. Então, ela me olhou preocupada. — O que foi, querida?
— Vi algo lá fora há alguns minutos. Parecia um lobo enorme. Eu não estou em perigo, estou? — Eles se olharam, o que me deu um frio na barriga, até começarem a rir.
— Lobos normalmente não comem pessoas, querida! Eles podem até matá-las, mas você não faz parte do cardápio deles. — Explicou Aurora, retirando algumas bandejas da geladeira e colocando-as sobre a mesa.
Ver aquela bandeja de queijo me deu água na boca e minha barriga roncou, fazendo com que eles sorrissem, no entanto, me deixando completamente envergonhada.
Naquele momento, nem me lembrei mais do animal que estava lá fora. Aurora serviu um prato de sopa para mim, colocando vários pães na mesa, além dos queijos, presunto e geleias que havia colocado antes.
Acreditei que, naquele momento, era eu que estava faminta feito um lobo, e isso me fez sorrir. Eles também beliscaram um pouco de toda aquela comida e me olhavam satisfeitos.
Algo neles me transmitia segurança. Sei que era estranho pensar assim de alguém que eu acabara de conhecer, mas já me sentia acolhida naquele lugar, o que era estranho, considerando que tinha certeza de que estava longe de casa e em um ambiente completamente estranho para mim.
— Então, querida, como você veio parar aqui? — Perguntou Aurora, enquanto Killiam me observava. Eu sabia que, por algum motivo, eu podia confiar a verdade àquelas pessoas.
— Fiquei sabendo de uma árvore mágica em um local próximo de onde moro. Fui até lá com a intenção de fazer um pedido, e após fazê-lo, pensei que tudo aquilo fosse tolice. Nada aconteceu, até quase cair no rio e tocar na árvore. Quando acordei, estava aqui.
— Seu pedido precisava ser muito verdadeiro para isso acontecer. A árvore sagrada não realiza qualquer desejo. A pessoa precisa ter um coração puro para ser ouvida por ela. — Killiam me olhou e depois deu um leve sorriso. Suas palavras me surpreenderam.
— Você está feliz com o seu pedido? — Aurora perguntou.
— Eu só não queria casar. — Falei, colocando mais um pedaço de pão na boca. Em seguida, ouvi um movimento atrás de mim e, quando olhei, vi aquele arrogante que me trouxe até aqui, Hector, se não me engano.
— O que houve? O príncipe encantado não era suficiente para a princesa? — Ele perguntou enquanto se servia de uma fatia de pão e queijo. Seus pais o olharam com reprovação.
— Não! Eu apenas não queria me casar. — Falei, levantando-me daquela mesa. Pedi licença aos mais velhos e, mesmo sem autorização, fui para o quarto onde estivera antes. Por que aquele homem mexia tanto comigo? E o que fiz para ele ser tão rude?
Entrei no quarto e fui direto para a cama. Por um momento, pensei na minha família. O que será dela agora? Será que condenei meus pais? Sei que eles ficarão desesperados com o meu desaparecimento. Não deixei nenhuma carta, nenhuma explicação, porque nunca imaginei que isso poderia acontecer.
E, por um instante, me senti arrependida por tudo que fiz. Lágrimas rolaram pelo meu rosto, enquanto sentia meu peito doer de culpa. A única coisa que eu queria era não casar sem amor. Isso era pedir muito?
Lamentei profundamente tudo o que poderia ter causado à minha família com a minha atitude egoísta. Os soluços tomavam conta do meu choro, enquanto a falta deles me invadia.
Meus pais não eram ruins. Eles apenas seguiam as normas de uma sociedade cujas regras eu não aceitava e nem entendia. Sendo a filha primogênita, carregava o peso da regra mais importante para eles, a única regra que eu realmente detestava. Foi exatamente essa regra que me trouxe até aqui.
HECTOREu só podia ser muito idiota mesmo. Não entendia o que estava acontecendo comigo. Estava completamente descontrolado por causa daquela mulher. Meu lobo a desejava, mas eu estava com medo de ser rejeitado e lutava contra isso. Nunca me senti assim por nenhuma outra mulher.Quando a ouvi dizer que não queria casar, aquilo me feriu profundamente. Eu conhecia a verdade da Árvore Sagrada e, como meu pai havia ensinado, o pedido precisava ser sincero e vindo de um coração puro para ser atendido. Se ela estava aqui fugindo de um relacionamento, como eu poderia confiar meu coração a ela?Ser rejeitado por ela era uma das maneiras de matar meu lobo. A dor seria excruciante para nós dois. Muitos lobos não sobrevivem a isso. Consequentemente, também me destruiria. Minha alma seria dilacerada. Não poderia arriscar nossa segurança, mesmo quando ele estava certo do que queria, após décadas de solidão.— O que está acontecendo com você, meu filho? — Perguntou meu pai, enquanto minha mãe me ob
Sentir gradualmente o despertar da minha fera quando me aproximei de Beatrice, enquanto caminhávamos sozinhos. Percebi meus próprios batimentos cardíacos acelerando à medida que minha audição se concentrava no pulsar do coração dela e sua respiração alterada.Eu podia sentir que ela estava nervosa. Suas mãos se moviam uma sobre a outra na frente do vestido, e seu cheiro de pêssego se tornava mais evidente para mim. Perguntava-me se seu nervosismo era por minha causa, mas antes que eu pudesse controlar minha língua, essa dúvida se transformou em palavras e saiu da minha boca.— Eu te deixo nervosa, Beatrice? — Perguntei.Ela me olhou por um instante, mas depois desviou o olhar para frente. Notei a cor de sua pele mudando um pouco e percebi que ela não queria que eu notasse aquilo. Naquele momento, meu lobo só ansiava por possuí-la.— Eu apenas não estou acostumada a tudo isso. Nunca tive a companhia de outras pessoas que não fossem da minha família, especialmente do sexo masculino. Viv
BEATRICEAlguns dias se passaram. Nunca imaginei que acabaria em um lugar como este. Quando fiz o pedido sob aquela árvore, que eles chamam de “Árvore Sagrada” aqui, imaginei que um simples sopro de vento pudesse fazer todos esquecerem sobre meu compromisso de casamento.No entanto, a árvore simplesmente me trouxe até aqui. Tenho que admitir que não estou achando isso ruim, mas também não posso ser egoísta ao ponto de dizer que não estou preocupada com minha família. Queria estar aqui, mas, ao mesmo tempo, desejava fervorosamente que todos estivessem bem lá.Mesmo sem me conhecer, aquela família me acolheu de coração, embora eu não saiba por quanto tempo poderei permanecer. Até Hector, que era considerado o único ogro da família, estava se revelando um verdadeiro cavalheiro.Aquele homem mexia comigo de várias formas. Não sei explicar exatamente o que acontecia comigo sempre que estávamos juntos, mas sentia minha pele arrepiar e meu coração acelerar. No dia em que visitamos a aldeia,
Fiquei de pé, andando em círculos. E, como uma louca, continuei a conversar com aquele lobo, como se ele pudesse me entender. Ou talvez, por saber que ele não entenderia, me sentisse à vontade para continuar falando.— Ele foi o cara mais estúpido que conheci quando cheguei aqui, mas não sei por que aquele jeito dele mexia comigo. Fazia meu sangue ferver.Tinha um sorriso bobo no rosto. Tinha certeza disso. E, como em um filme, lembrei-me exatamente do momento quando cheguei aqui.— Lentamente, ele foi me mostrando outro lado, um lado gentil, cavalheiro, atencioso, que me conquistou. E comecei a perceber que tudo que eu desejava antes, comecei a sentir por ele. Isso parece errado? Olhei para aquele lobo enorme que apenas me fitava com atenção, talvez apenas observando meus movimentos, porque tinha certeza de que ele não entendia nada do que eu dizia.— Talvez seja por isso que estou sentindo essa culpa, porque estou me rebelando contra algo que fui ensinada desde pequena a respeitar…
HECTOREstava pronto para contar toda a nossa história para Beatrice. Depois de todas as revelações que ela fez, achando que estava conversando com um lobo que não entendia nada, sabia que não havia motivo para esperar.Só torcia para que ela me aceitasse com todas as revelações que eu precisava fazer. No entanto, não era um segredo apenas meu. Precisava também informar minha família sobre minha decisão.Sabia que chegaria em casa antes dela em minha forma de lobo, mas meus pais haviam organizado uma reunião informal com outras famílias para discutir as invasões em nossas terras. Minha irmã estava preocupada com a reação de Beatrice, então não concordava que eu revelasse tudo.No entanto, deixei claro para ela que meu lobo não aceitaria ficar longe daquela que escolheu. Ele desejava possuí-la e marcá-la, e para isso, Beatrice precisava conhecer a verdade.Como sempre, minha irmã não me deu ouvidos. Ela tinha que se intrometer nos meus assuntos e agir como uma criança. No momento em qu
Dirigi-me à varanda espaçosa do meu quarto, contemplando a vista enquanto retirava minha camisa e desabotoava minha calça, decidido a deixar que tudo fluísse. Beatrice me observou com surpresa, provavelmente não esperando que eu me despisse ali na frente dela. No entanto, ela já tinha me visto nu antes.Meus olhos já haviam mudado, pelos começaram a surgir em meu rosto e corpo, minhas unhas se alongaram, transformando-se em garras capazes de perfurar até mesmo metal, minhas presas se alongaram, e onde antes existia um homem, agora havia um lobo.Percebi claramente sua surpresa, mas senti alívio por ela não ter gritado nem fugido. Com passos decididos, me aproximei dela na minha forma lupina, contornando-a enquanto seus olhos me seguiam atentamente. Depois, retornei à varanda e voltei à minha forma humana, o Hector que ela conhecia.Na transformação, eu me tornava um predador, capaz de despedaçá-la em questão de segundos. No entanto, meu lobo não tinha a menor intenção de lhe fazer mal
BEATRICEQuando explodi na boca do Hector, me senti a mulher mais realizada do mundo. A sensação foi maravilhosa. Não sei se pelo fato dele ser um lobo, mas sua boca era quente e aquilo foi delicioso.Provavelmente, ele já teve experiências com outras mulheres, mas aquele momento era novo para mim. Era minha primeira vez em contato tão íntimo com um homem.Quando ele subiu beijando meu corpo, provando cada pedacinho de pele que podia, meu corpo se arrepiou completamente. Quando sua boca alcançou meus seios, senti o centro das minhas pernas pulsar novamente. Sua língua circulava a auréola do meu seio, apenas para depois colocá-lo totalmente na boca, chupando-o e roçando os dentes no bico completamente sensíveis.Aquilo era torturante e delicioso ao mesmo tempo. Sem falar que me fazia gemer, enquanto o centro das minhas pernas sentia a necessidade de ser tocado. Quando nossas bocas se encontraram novamente, o beijo era quente, desejoso. Sentir seu membro pressionando contra mim me deixo
HECTORA união entre companheiros é sagrada para nossa raça. Nada pode enganar nosso lobo, pois é ele quem escolhe nossa companheira. Meu irmão estava certo quando disse que, desde o início, ele estava encantado por ela.— Posso dar as boas-vindas à minha filha? — Minha mãe perguntou, olhando para nós com um sorriso no rosto. Ela se aproximou de Beatrice, e fui obrigado a soltá-la. — Bem-vinda à família, minha querida! Eu achava que meu filho nunca encontraria uma companheira para esse lobo rabugento dele. Mas aí você apareceu, e tive certeza de que era a única capaz de acalmar essa fera.— E colocar um pouquinho de juízo nessa cabeça de vento dele. — Meu pai completou a frase de minha mãe e, em seguida, a abraçou. — Bem-vinda à nossa família, Beatrice!— Posso ter minha mulher de volta, por favor? — Perguntei, e todos riram de mim. Em seguida, a puxei e a abracei por trás, cheirando seu pescoço, o que satisfez meu lobo. A possessividade que ele sentia por ela era gigantesca.— Bem, m