Sentir gradualmente o despertar da minha fera quando me aproximei de Beatrice, enquanto caminhávamos sozinhos. Percebi meus próprios batimentos cardíacos acelerando à medida que minha audição se concentrava no pulsar do coração dela e sua respiração alterada.
Eu podia sentir que ela estava nervosa. Suas mãos se moviam uma sobre a outra na frente do vestido, e seu cheiro de pêssego se tornava mais evidente para mim. Perguntava-me se seu nervosismo era por minha causa, mas antes que eu pudesse controlar minha língua, essa dúvida se transformou em palavras e saiu da minha boca.
— Eu te deixo nervosa, Beatrice? — Perguntei.
Ela me olhou por um instante, mas depois desviou o olhar para frente. Notei a cor de sua pele mudando um pouco e percebi que ela não queria que eu notasse aquilo. Naquele momento, meu lobo só ansiava por possuí-la.
— Eu apenas não estou acostumada a tudo isso. Nunca tive a companhia de outras pessoas que não fossem da minha família, especialmente do sexo masculino. Vivia em uma comunidade onde era obrigada a seguir regras, mesmo não aceitando muitas delas. — Ela respondeu, e perguntei-me que tipo de comunidade era essa.
— Você não tinha amigos? Notei que entende de ferimentos, então provavelmente estudou para isso. — Questionei, tentando entender toda aquela situação. Ela me olhou por um momento.
— Eu cursava medicina. — Disse.
Essa informação me surpreendeu, e ela percebeu isso, tanto que tinha um sorrisinho no rosto.
— Mas a organização da qual meus pais fazem parte é muito restrita em relação aos seus membros. Não podíamos ter amizades com pessoas de fora de nosso círculo. Eu podia estudar, mas não podia ter amigos. O que estou fazendo aqui com você era impossível. — Ela concluiu sem me olhar, mas observando a paisagem.
— Seus pais nunca consideraram deixar essa organização? Você nunca lhes disse que estava infeliz com tantas regras? — Perguntei, curioso.
— Antes de eu nascer, meus pais já eram membros dessa organização, Hector. Não tenho certeza se meus avós também faziam parte dela, mas é bem provável que sim. Para eles, essa é a única vida que conhecem, e encontraram felicidade nisso. A infelicidade era minha, não deles. Assim, era mais fácil me adaptar do que ver minha família inteira infeliz.
— Contudo, dessa forma, você estava anulando sua própria felicidade, Beatrice. E, na minha opinião, isso não parece justo. Você também tinha o direito de ser feliz.
— Mas, Hector, apesar de tudo, eu era feliz. Simplesmente não conseguia aceitar a regra idiota de ter meu marido escolhido por essa organização.
— Eles escolheram seu marido? — Perguntei, olhando surpreso para ela, pois nem eu, e muito menos meu lobo, aceitaríamos isso. Ninguém tinha o direito de escolher nossa companheira, exceto nós mesmos.
— No momento em que nasci. — Ela respondeu, e aquilo se tornou ainda mais bizarro. — Uma das regras é justamente essa. Eles escolhem o cônjuge do filho primogênito de cada família, independentemente do sexo. A regra se aplicava para todos.
— Eu destruiria tudo antes de ser obrigado a isso. — Terminei falando, e ela começou a rir.
Daria qualquer coisa para ver aquele sorriso no rosto dela mais algumas vezes. Caminhamos mais um pouco até chegarmos à vila. Todos ali tinham conhecimento dos lobos, mas não sabiam podermos nos transformar em humanos e vivíamos entre eles.
Não era apenas minha família que possuía esse segredo. Também existiam outras famílias com o mesmo dom que os nossos, mas sempre mantivemos isso muito bem escondido. Os humanos não compreenderiam a nossa verdadeira natureza e, se descobrissem, poderíamos acabar sendo caçados ainda mais do que já éramos.
Beatrice estava encantada com tudo aquilo. Parecia que a garota não havia aproveitado muito a vida. Agora eu a entendia um pouco mais e compreendia por que ela havia vindo parar aqui.
Talvez, se estivesse no lugar dela, eu teria feito o mesmo, ou até algo pior, considerando as habilidades que tenho. Meu lobo ficou inquieto só de pensar na ideia de ser forçado a aceitar uma companheira que não foi escolhida por ele.
Aquilo parecia ser excessivamente injusto para qualquer pessoa. De longe, observei um tumulto acontecendo. Notei um garoto correndo em nossa direção, enquanto um dos comerciantes o perseguia.
Provavelmente, aquele garoto pegara um pão sem pagar por ele. Sabia que isso era errado, mas o garoto estava claramente com fome. Então, quando o garoto passou por nós e o comerciante quase o alcançou, discretamente coloquei meu pé na frente dele, fazendo-o tropeçar e cair, dando ao garoto a chance de escapar.
Assim que o homem se levantou, ele me olhou, nada feliz.
— Peço desculpas, meu nobre senhor, por esse incidente. Permita-me compensá-lo, pagando pelo item que foi levado. — Disse.
Então, entreguei-lhe uma moeda de ouro, e ele voltou para sua barraca mais do que satisfeito com isso. Provavelmente, ele recuperaria o pão, mas o item não seria mais adequado para comercialização. Beatrice olhou para mim, tentando disfarçar o riso.
— Foi muito nobre de sua parte o que fez pelo garoto. — Ela disse. Percebi que ela havia notado o que fiz e que não encarou como um simples acidente, como a maioria das pessoas fez. Ela estava atenta a cada detalhe e era muito perspicaz.
— Muitas pessoas não têm as mesmas oportunidades. Não acredito ser justo uma pessoa ter que passar fome. Aquele garoto não roubou nenhum bem material, apenas um pedaço de pão. Não é o certo, mas justificável dependendo do ângulo pelo qual você olha a situação. — Justifiquei.
Ela me olhou com admiração, o que me deixou satisfeito. Acreditava que ela compartilhava da mesma opinião que a minha.
BEATRICEAlguns dias se passaram. Nunca imaginei que acabaria em um lugar como este. Quando fiz o pedido sob aquela árvore, que eles chamam de “Árvore Sagrada” aqui, imaginei que um simples sopro de vento pudesse fazer todos esquecerem sobre meu compromisso de casamento.No entanto, a árvore simplesmente me trouxe até aqui. Tenho que admitir que não estou achando isso ruim, mas também não posso ser egoísta ao ponto de dizer que não estou preocupada com minha família. Queria estar aqui, mas, ao mesmo tempo, desejava fervorosamente que todos estivessem bem lá.Mesmo sem me conhecer, aquela família me acolheu de coração, embora eu não saiba por quanto tempo poderei permanecer. Até Hector, que era considerado o único ogro da família, estava se revelando um verdadeiro cavalheiro.Aquele homem mexia comigo de várias formas. Não sei explicar exatamente o que acontecia comigo sempre que estávamos juntos, mas sentia minha pele arrepiar e meu coração acelerar. No dia em que visitamos a aldeia,
Fiquei de pé, andando em círculos. E, como uma louca, continuei a conversar com aquele lobo, como se ele pudesse me entender. Ou talvez, por saber que ele não entenderia, me sentisse à vontade para continuar falando.— Ele foi o cara mais estúpido que conheci quando cheguei aqui, mas não sei por que aquele jeito dele mexia comigo. Fazia meu sangue ferver.Tinha um sorriso bobo no rosto. Tinha certeza disso. E, como em um filme, lembrei-me exatamente do momento quando cheguei aqui.— Lentamente, ele foi me mostrando outro lado, um lado gentil, cavalheiro, atencioso, que me conquistou. E comecei a perceber que tudo que eu desejava antes, comecei a sentir por ele. Isso parece errado? Olhei para aquele lobo enorme que apenas me fitava com atenção, talvez apenas observando meus movimentos, porque tinha certeza de que ele não entendia nada do que eu dizia.— Talvez seja por isso que estou sentindo essa culpa, porque estou me rebelando contra algo que fui ensinada desde pequena a respeitar…
HECTOREstava pronto para contar toda a nossa história para Beatrice. Depois de todas as revelações que ela fez, achando que estava conversando com um lobo que não entendia nada, sabia que não havia motivo para esperar.Só torcia para que ela me aceitasse com todas as revelações que eu precisava fazer. No entanto, não era um segredo apenas meu. Precisava também informar minha família sobre minha decisão.Sabia que chegaria em casa antes dela em minha forma de lobo, mas meus pais haviam organizado uma reunião informal com outras famílias para discutir as invasões em nossas terras. Minha irmã estava preocupada com a reação de Beatrice, então não concordava que eu revelasse tudo.No entanto, deixei claro para ela que meu lobo não aceitaria ficar longe daquela que escolheu. Ele desejava possuí-la e marcá-la, e para isso, Beatrice precisava conhecer a verdade.Como sempre, minha irmã não me deu ouvidos. Ela tinha que se intrometer nos meus assuntos e agir como uma criança. No momento em qu
Dirigi-me à varanda espaçosa do meu quarto, contemplando a vista enquanto retirava minha camisa e desabotoava minha calça, decidido a deixar que tudo fluísse. Beatrice me observou com surpresa, provavelmente não esperando que eu me despisse ali na frente dela. No entanto, ela já tinha me visto nu antes.Meus olhos já haviam mudado, pelos começaram a surgir em meu rosto e corpo, minhas unhas se alongaram, transformando-se em garras capazes de perfurar até mesmo metal, minhas presas se alongaram, e onde antes existia um homem, agora havia um lobo.Percebi claramente sua surpresa, mas senti alívio por ela não ter gritado nem fugido. Com passos decididos, me aproximei dela na minha forma lupina, contornando-a enquanto seus olhos me seguiam atentamente. Depois, retornei à varanda e voltei à minha forma humana, o Hector que ela conhecia.Na transformação, eu me tornava um predador, capaz de despedaçá-la em questão de segundos. No entanto, meu lobo não tinha a menor intenção de lhe fazer mal
BEATRICEQuando explodi na boca do Hector, me senti a mulher mais realizada do mundo. A sensação foi maravilhosa. Não sei se pelo fato dele ser um lobo, mas sua boca era quente e aquilo foi delicioso.Provavelmente, ele já teve experiências com outras mulheres, mas aquele momento era novo para mim. Era minha primeira vez em contato tão íntimo com um homem.Quando ele subiu beijando meu corpo, provando cada pedacinho de pele que podia, meu corpo se arrepiou completamente. Quando sua boca alcançou meus seios, senti o centro das minhas pernas pulsar novamente. Sua língua circulava a auréola do meu seio, apenas para depois colocá-lo totalmente na boca, chupando-o e roçando os dentes no bico completamente sensíveis.Aquilo era torturante e delicioso ao mesmo tempo. Sem falar que me fazia gemer, enquanto o centro das minhas pernas sentia a necessidade de ser tocado. Quando nossas bocas se encontraram novamente, o beijo era quente, desejoso. Sentir seu membro pressionando contra mim me deixo
HECTORA união entre companheiros é sagrada para nossa raça. Nada pode enganar nosso lobo, pois é ele quem escolhe nossa companheira. Meu irmão estava certo quando disse que, desde o início, ele estava encantado por ela.— Posso dar as boas-vindas à minha filha? — Minha mãe perguntou, olhando para nós com um sorriso no rosto. Ela se aproximou de Beatrice, e fui obrigado a soltá-la. — Bem-vinda à família, minha querida! Eu achava que meu filho nunca encontraria uma companheira para esse lobo rabugento dele. Mas aí você apareceu, e tive certeza de que era a única capaz de acalmar essa fera.— E colocar um pouquinho de juízo nessa cabeça de vento dele. — Meu pai completou a frase de minha mãe e, em seguida, a abraçou. — Bem-vinda à nossa família, Beatrice!— Posso ter minha mulher de volta, por favor? — Perguntei, e todos riram de mim. Em seguida, a puxei e a abracei por trás, cheirando seu pescoço, o que satisfez meu lobo. A possessividade que ele sentia por ela era gigantesca.— Bem, m
BEATRICETudo estava indo bem, e estava até divertido, com Serena me bombardeando com perguntas, quando, de repente, uma sensação estranha tomou conta do meu corpo. Como se algo quente circulasse pelo meu corpo. Gritei devido à dor intensa que começou a me dominar. Todos ao redor se assustaram com a situação, e pude ver o desespero no rosto de Serena, que estava ao meu lado.Algo estranho estava acontecendo comigo. Era como se várias agulhas estivessem sendo cravadas em meu corpo, causando uma dor excruciante. Meus olhos ardiam como se algo tivesse sido jogado neles, e minha visão ficou turva.Por um instante, confesso que tive medo de ficar cega. Justo quando pensei que a sensação passaria, fui envolvida por uma luz intensa, e depois disso, não conseguia me lembrar de mais nada.Quando finalmente consegui abrir os olhos, percebi estar no quarto de Hector. Pela luminosidade que entrava, era evidente que era de dia. Examinei meu corpo, mas aparentemente não sentia mais nenhuma dor.Olh
Hector aprofundou nosso beijo e me pressionou contra o balcão do banheiro. Pude sentir sua excitação evidente, o que me deixou muito satisfeita. Suas mãos subiram alcançando meus seios, seu toque era maravilhoso. Nossos corpos pareciam queimar sempre que estávamos juntos.Sua boca deixou a minha e logo tomou posse do meu pescoço, descendo rapidamente para alcançar meus seios. Seus lábios eram quentes, fazendo-me suspirar a cada toque, e cada vez que ele passava a língua pelos meus mamilos enrijecidos, eu gemia.Suas mãos desceram até encontrar minha calcinha, que ele simplesmente rasgou com suas garras. Olhei para ele com uma expressão surpresa.— Comprarei uma dúzia para você depois. Eu prometo!Nesse momento, seu dedo encontrou aquele ponto tão sensível entre as minhas pernas, e aquele simples toque fez-me esquecer qualquer outra coisa que não fosse a sensação que aquilo estava me causando.O movimento contínuo estava me fazendo suspirar cada vez mais rápido, enquanto sua boca tomav