HECTOR
Eu só podia ser muito idiota mesmo. Não entendia o que estava acontecendo comigo. Estava completamente descontrolado por causa daquela mulher. Meu lobo a desejava, mas eu estava com medo de ser rejeitado e lutava contra isso. Nunca me senti assim por nenhuma outra mulher.
Quando a ouvi dizer que não queria casar, aquilo me feriu profundamente. Eu conhecia a verdade da Árvore Sagrada e, como meu pai havia ensinado, o pedido precisava ser sincero e vindo de um coração puro para ser atendido. Se ela estava aqui fugindo de um relacionamento, como eu poderia confiar meu coração a ela?
Ser rejeitado por ela era uma das maneiras de matar meu lobo. A dor seria excruciante para nós dois. Muitos lobos não sobrevivem a isso. Consequentemente, também me destruiria. Minha alma seria dilacerada. Não poderia arriscar nossa segurança, mesmo quando ele estava certo do que queria, após décadas de solidão.
— O que está acontecendo com você, meu filho? — Perguntou meu pai, enquanto minha mãe me observava atentamente.
— Meu lobo a deseja… — Disse, derrotado.
— Isso é maravilhoso, meu amor! Seu lobo está solitário há tanto tempo. — Exclamou minha mãe, abraçando-me.
— Mas, mãe, você não entendeu? Ela disse que não quer se casar. Como posso entregar meu coração a alguém assim?
— Filho, você precisa entender as circunstâncias que a levaram a isso. Pode haver uma explicação muito lógica para o pedido dela. Aconselho que você vá até lá, se desculpe com essa moça e entenda o que aconteceu. — Meu pai disse, e sabia que ele não estava errado.
— Quanto mais você negar ao seu lobo o que ele quer, mais difícil será para ele aceitar. — Minha mãe concluiu.
No entanto, antes de bater na porta do quarto que ela ocupava, ouvi seu choro seguido de soluços. Senti-me culpado e completamente envergonhado pelo que causei a ela.
Sentei ao lado da porta em silêncio, até que o quarto dela ficasse em silêncio. Perguntei-me se ela seria capaz de me perdoar por minha estupidez. Bati levemente na porta, mas não houve resposta. Preocupado, abri-a lentamente.
Vi seu corpo deitado na cama e me aproximei, observando-a por alguns minutos. Meu lobo, por algum motivo, se sentia calmo ao lado dela. Removi alguns fios de cabelo de seu rosto e tive que admitir que ela era linda. Cobri-a com o lençol e fiquei ali por mais um tempo antes de finalmente ir para meu próprio quarto.
Quando acordei, já era bastante tarde, pois demorei muito para conseguir dormir. Isso só aconteceu faltando poucas horas para o dia clarear. Ao chegar à sala, ouvi risadas vindas da cozinha, e uma delas, em especial, me encantou.
No entanto, quando ela percebeu minha chegada, sua postura mudou imediatamente, e eu sabia que era o principal culpado por isso. Precisava me desculpar o mais rápido possível. Queria que ela se sentisse à vontade comigo, assim como estava há pouco tempo com minha família.
— Beatrice, quero me desculpar por ter me comportado como um idiota. Subi até seu quarto para fazer isso ontem, mas você já estava dormindo. Me desculpe! — Fitei-a, esperando sua reação.
— Tudo bem, já passou! — Ela sorriu levemente, o que me deixou aliviado.
— E você, cara, como está? — Perguntei ao meu irmão. Eu sabia que aquele ferimento não representava uma ameaça mortal, mas ainda assim estava realmente preocupado com ele.
— Estou bem melhor. Quase totalmente recuperado. — Ele falou sorrindo. — Só não vou dizer que estou pronto para outra, porque não quero mais sentir aquela dor. — Todos na cozinha começaram a sorrir.
— Liam, o que aconteceu com você? Tenho certeza de que aquilo não foi um simples acidente.
— Não, não foi. — Ele disse, encarando-me.
Antes que ele pudesse explicar qualquer coisa, nossa irmã entrou na cozinha, salvando todos de uma possível complicação. Eu sabia que um dia, Beatrice descobriria sobre nós e o que somos, mas não tinha certeza se naquele momento ela estava preparada para saber.
— Vejo que temos visita. — Minha irmã falou, animada.
— Bom dia, filha! Esta é a Beatrice. Beatrice, esta é Serena, nossa filha.
— Prazer em conhecê-la, Serena. Obrigada pelo empréstimo do vestido! — Beatrice apontou para si mesma.
— Bobagem, tenho vários. Quando quiser mais algum, é só entrar e pegar. Meu quarto é na frente do seu. — Minha irmã disse com um sorriso animado no rosto, empolgada por ter outra mulher além de nossa mãe para interagir.
A conversa começou a fluir animadamente na cozinha, como sempre acontecia. Beatrice trouxe ainda mais alegria ao ambiente. Minha mãe se levantou e disse que cuidaria do almoço, e nossa convidada se prontificou em ajudar, mas minha mãe não aceitou.
— Você é nossa convidada. Prometo que outro dia você me ajudará se assim desejar, mas hoje, você vai apenas aproveitar seu dia. Hector, leve Beatrice para conhecer a cidade.
Eu sabia que minha mãe estava me dando a oportunidade de me aproximar mais de Beatrice, mas estava tão nervoso que me sentia como um adolescente. Olhei para ela e vi que ela retribuiu o olhar. Peguei um sanduíche, já o levando à boca, e peguei uma fruta antes de me levantar apressadamente da mesa.
— Posso esperar você tomar seu café. — Ela disse, rindo.
— Podemos ir andando, e eu vou comendo no caminho. — Falei, ainda de boca cheia.
— Vejo que você é especial, Beatrice. Nunca vi meu irmão tão ansioso para sair antes do seu café matinal. — Serena disse, e todos começaram a rir de mim.
Sei que podia parecer um pouco egoísta nesse momento, mas queria aproveitar a companhia de Beatrice sozinho.
— Fica na sua, pirralha! — Respondi, e então minha irmã me deu língua, confirmando o motivo pelo qual eu costumava chamá-la assim.
Sentir gradualmente o despertar da minha fera quando me aproximei de Beatrice, enquanto caminhávamos sozinhos. Percebi meus próprios batimentos cardíacos acelerando à medida que minha audição se concentrava no pulsar do coração dela e sua respiração alterada.Eu podia sentir que ela estava nervosa. Suas mãos se moviam uma sobre a outra na frente do vestido, e seu cheiro de pêssego se tornava mais evidente para mim. Perguntava-me se seu nervosismo era por minha causa, mas antes que eu pudesse controlar minha língua, essa dúvida se transformou em palavras e saiu da minha boca.— Eu te deixo nervosa, Beatrice? — Perguntei.Ela me olhou por um instante, mas depois desviou o olhar para frente. Notei a cor de sua pele mudando um pouco e percebi que ela não queria que eu notasse aquilo. Naquele momento, meu lobo só ansiava por possuí-la.— Eu apenas não estou acostumada a tudo isso. Nunca tive a companhia de outras pessoas que não fossem da minha família, especialmente do sexo masculino. Viv
BEATRICEAlguns dias se passaram. Nunca imaginei que acabaria em um lugar como este. Quando fiz o pedido sob aquela árvore, que eles chamam de “Árvore Sagrada” aqui, imaginei que um simples sopro de vento pudesse fazer todos esquecerem sobre meu compromisso de casamento.No entanto, a árvore simplesmente me trouxe até aqui. Tenho que admitir que não estou achando isso ruim, mas também não posso ser egoísta ao ponto de dizer que não estou preocupada com minha família. Queria estar aqui, mas, ao mesmo tempo, desejava fervorosamente que todos estivessem bem lá.Mesmo sem me conhecer, aquela família me acolheu de coração, embora eu não saiba por quanto tempo poderei permanecer. Até Hector, que era considerado o único ogro da família, estava se revelando um verdadeiro cavalheiro.Aquele homem mexia comigo de várias formas. Não sei explicar exatamente o que acontecia comigo sempre que estávamos juntos, mas sentia minha pele arrepiar e meu coração acelerar. No dia em que visitamos a aldeia,
Fiquei de pé, andando em círculos. E, como uma louca, continuei a conversar com aquele lobo, como se ele pudesse me entender. Ou talvez, por saber que ele não entenderia, me sentisse à vontade para continuar falando.— Ele foi o cara mais estúpido que conheci quando cheguei aqui, mas não sei por que aquele jeito dele mexia comigo. Fazia meu sangue ferver.Tinha um sorriso bobo no rosto. Tinha certeza disso. E, como em um filme, lembrei-me exatamente do momento quando cheguei aqui.— Lentamente, ele foi me mostrando outro lado, um lado gentil, cavalheiro, atencioso, que me conquistou. E comecei a perceber que tudo que eu desejava antes, comecei a sentir por ele. Isso parece errado? Olhei para aquele lobo enorme que apenas me fitava com atenção, talvez apenas observando meus movimentos, porque tinha certeza de que ele não entendia nada do que eu dizia.— Talvez seja por isso que estou sentindo essa culpa, porque estou me rebelando contra algo que fui ensinada desde pequena a respeitar…
HECTOREstava pronto para contar toda a nossa história para Beatrice. Depois de todas as revelações que ela fez, achando que estava conversando com um lobo que não entendia nada, sabia que não havia motivo para esperar.Só torcia para que ela me aceitasse com todas as revelações que eu precisava fazer. No entanto, não era um segredo apenas meu. Precisava também informar minha família sobre minha decisão.Sabia que chegaria em casa antes dela em minha forma de lobo, mas meus pais haviam organizado uma reunião informal com outras famílias para discutir as invasões em nossas terras. Minha irmã estava preocupada com a reação de Beatrice, então não concordava que eu revelasse tudo.No entanto, deixei claro para ela que meu lobo não aceitaria ficar longe daquela que escolheu. Ele desejava possuí-la e marcá-la, e para isso, Beatrice precisava conhecer a verdade.Como sempre, minha irmã não me deu ouvidos. Ela tinha que se intrometer nos meus assuntos e agir como uma criança. No momento em qu
Dirigi-me à varanda espaçosa do meu quarto, contemplando a vista enquanto retirava minha camisa e desabotoava minha calça, decidido a deixar que tudo fluísse. Beatrice me observou com surpresa, provavelmente não esperando que eu me despisse ali na frente dela. No entanto, ela já tinha me visto nu antes.Meus olhos já haviam mudado, pelos começaram a surgir em meu rosto e corpo, minhas unhas se alongaram, transformando-se em garras capazes de perfurar até mesmo metal, minhas presas se alongaram, e onde antes existia um homem, agora havia um lobo.Percebi claramente sua surpresa, mas senti alívio por ela não ter gritado nem fugido. Com passos decididos, me aproximei dela na minha forma lupina, contornando-a enquanto seus olhos me seguiam atentamente. Depois, retornei à varanda e voltei à minha forma humana, o Hector que ela conhecia.Na transformação, eu me tornava um predador, capaz de despedaçá-la em questão de segundos. No entanto, meu lobo não tinha a menor intenção de lhe fazer mal
BEATRICEQuando explodi na boca do Hector, me senti a mulher mais realizada do mundo. A sensação foi maravilhosa. Não sei se pelo fato dele ser um lobo, mas sua boca era quente e aquilo foi delicioso.Provavelmente, ele já teve experiências com outras mulheres, mas aquele momento era novo para mim. Era minha primeira vez em contato tão íntimo com um homem.Quando ele subiu beijando meu corpo, provando cada pedacinho de pele que podia, meu corpo se arrepiou completamente. Quando sua boca alcançou meus seios, senti o centro das minhas pernas pulsar novamente. Sua língua circulava a auréola do meu seio, apenas para depois colocá-lo totalmente na boca, chupando-o e roçando os dentes no bico completamente sensíveis.Aquilo era torturante e delicioso ao mesmo tempo. Sem falar que me fazia gemer, enquanto o centro das minhas pernas sentia a necessidade de ser tocado. Quando nossas bocas se encontraram novamente, o beijo era quente, desejoso. Sentir seu membro pressionando contra mim me deixo
HECTORA união entre companheiros é sagrada para nossa raça. Nada pode enganar nosso lobo, pois é ele quem escolhe nossa companheira. Meu irmão estava certo quando disse que, desde o início, ele estava encantado por ela.— Posso dar as boas-vindas à minha filha? — Minha mãe perguntou, olhando para nós com um sorriso no rosto. Ela se aproximou de Beatrice, e fui obrigado a soltá-la. — Bem-vinda à família, minha querida! Eu achava que meu filho nunca encontraria uma companheira para esse lobo rabugento dele. Mas aí você apareceu, e tive certeza de que era a única capaz de acalmar essa fera.— E colocar um pouquinho de juízo nessa cabeça de vento dele. — Meu pai completou a frase de minha mãe e, em seguida, a abraçou. — Bem-vinda à nossa família, Beatrice!— Posso ter minha mulher de volta, por favor? — Perguntei, e todos riram de mim. Em seguida, a puxei e a abracei por trás, cheirando seu pescoço, o que satisfez meu lobo. A possessividade que ele sentia por ela era gigantesca.— Bem, m
BEATRICETudo estava indo bem, e estava até divertido, com Serena me bombardeando com perguntas, quando, de repente, uma sensação estranha tomou conta do meu corpo. Como se algo quente circulasse pelo meu corpo. Gritei devido à dor intensa que começou a me dominar. Todos ao redor se assustaram com a situação, e pude ver o desespero no rosto de Serena, que estava ao meu lado.Algo estranho estava acontecendo comigo. Era como se várias agulhas estivessem sendo cravadas em meu corpo, causando uma dor excruciante. Meus olhos ardiam como se algo tivesse sido jogado neles, e minha visão ficou turva.Por um instante, confesso que tive medo de ficar cega. Justo quando pensei que a sensação passaria, fui envolvida por uma luz intensa, e depois disso, não conseguia me lembrar de mais nada.Quando finalmente consegui abrir os olhos, percebi estar no quarto de Hector. Pela luminosidade que entrava, era evidente que era de dia. Examinei meu corpo, mas aparentemente não sentia mais nenhuma dor.Olh