HECTOR
Desde o momento em que vi aquela mulher, soube que ela não era uma mulher comum. Meu lobo sentiu seu cheiro, o aroma de pêssego, a quilômetros de distância. Fiquei surpreso ao vê-la ao lado do meu irmão, pois o ciúme que senti foi descomunal.
Quando a mandei ficar longe dele, não foi com medo do que ela poderia fazer com ele, mas sim do que eu poderia fazer com os dois. Estava sendo difícil conter meu lobo. Ele queria se apresentar a ela, desejava marcá-la como sua.
Não podia acreditar que ele havia escolhido justamente aquela mulher para si. Ela nem parecia ser daqui, mas meu lobo rugia desejosamente dentro de mim.
“Minha” — Era o que ele afirmava, sem parar.
Ela estava praticamente nua, e eu conseguia imaginar todo o seu corpo sob aquele vestido rasgado. Estava sendo difícil me controlar, estando eu mesmo despido.
Normalmente, quando nos transformávamos, as roupas eram perdidas, e quando senti que meu irmão precisava de ajuda, não pensei duas vezes em vir até ele.
Decidi concentrar minha atenção em meu irmão primeiro e, quando estivesse mais controlado, lidaria com ela. Por ora, eu a ignoraria completamente e a manteria distante de mim, visando sua própria segurança.
Meu irmão estava encantado por aquela mulher, não de forma romântica, mas pelo gesto altruísta com o qual ela o tratou quando imaginou que ele poderia morrer devido ao ferimento, mesmo sem o conhecer.
Liam ficou completamente indignado quando a deixei na entrada da caverna, mas aquela foi a escolha dela, não minha. Eu a havia alertado sobre os lobos, e mesmo assim, ela optou por permanecer lá.
Após algumas horas, meus pais pediram que eu a verificasse, e antes mesmo desse pedido, eu já estava indo fazer isso. Para minha surpresa, ela havia conseguido fazer fogo, mas não sobreviveria aos lobos, nem ao frio que estava se intensificando.
Bastaram os lobos sentirem minha presença para se afastarem rapidamente. Quando seu corpo encostou no meu, uma poderosa energia me percorreu. Senti o cheiro do seu medo misturado ao pêssego, no entanto, não me renderia a ela tão facilmente.
— Você não sobreviveria sozinha uma única noite nessa floresta. — Falei irritado pela idiotice dela em querer ficar sozinha, sem sequer saber como se defender. — Onde conseguiu essa faca? — Perguntei.
Meus olhos a identificaram antes que ela pudesse me ferir acidentalmente. Aquela faca era de prata. Eu não poderia simplesmente pegá-la.
— Com seu irmão. — Ela respondeu, embora não conseguisse me enxergar claramente. O fogo iluminava apenas parcialmente a caverna, e ela parecia bastante assustada.
— Me dê essa faca antes que cause um acidente. — Tirei minha blusa e a envolvi na faca. Pegá-la diretamente me causaria uma queimadura grave. Agora eu entendia por que o Liam ainda não havia se curado. — Está disposta a me acompanhar agora? — Perguntei rudemente.
Nem sei por que estava com raiva. Talvez fosse pelo simples fato de ela ter se exposto ao perigo daquela forma. Ela apenas acenou com a cabeça, concordando.
Segurei sua mão e a arrastei comigo, não me preocupando com a fogueira lá fora. Com a chuva que estava prestes a cair, ela se apagaria rapidamente. Não precisava de iluminação, pois com minha visão de lobo conseguia enxergar muito bem cada pedacinho daquele local.
Assim que atravessamos aquela caverna, saímos em outra parte da floresta, e ela conseguiu enxergar nossa imensa casa. Suas lareiras estavam acesas, mas era algo que não precisávamos.
O sangue correndo em nossas veias aquecia nossos corpos como um aquecedor natural. Nesse momento, ela me olhou incrédula enquanto firmava seus pés no chão, nos parando.
— Você realmente me deixou naquela caverna, com uma casa desse tamanho? — Ela perguntou. O que era aquilo refletido em seu olhar? Raiva? Aquilo quase me arrancou um riso.
— Não a forcei a ficar lá. Lembra que foi uma escolha sua? — Retruquei, erguendo uma sobrancelha.
— Mas eu fiquei lá porque pensei que vocês morassem na caverna. — Ela respondeu, ainda mais irritada.
— Não é culpa minha que você tenha pensado sermos primitivos. Embora você não esteja totalmente errada. — Respondi.
Assim que entramos na casa, meus pais já nos esperavam na sala, porém lançaram olhares curiosos para a roupa que ela estava usando.
— Eu disse que provavelmente ela não era daqui. — Falei, e minha mãe foi a primeira a se aproximar, abraçando-a.
— Bem-vinda, querida. Ficamos sabendo o que você fez pelo Liam, e estamos muito gratos pela sua generosidade. — Minha mãe disse.
— Não foi nada de mais. Como ele está? O levaram para um hospital? — Aquela mulher perguntou e pude notar sua preocupação, o que irritou meu lobo.
— Não foi necessário. Temos um médico particular que nos atende em casa. — Meu pai a respondeu. Ela nos olhou com surpresa.
— Posso ver o Liam? É esse o nome, correto? — Ela perguntou e minha mãe sorriu, assentindo com a cabeça.
— Por que você quer ver meu irmão? — Perguntei de forma ríspida, enquanto meus pais me olhavam sem entender minha reação.
— E qual é o problema em vê-lo? — Ela me desafiou com o olhar e travamos um breve duelo visual. Minha mãe, notando minha tensão, interveio prontamente.
— Querida, que tal você tomar um banho primeiro e se aquecer? Percebo que está tremendo. O Liam está descansando agora, mas tenho certeza de que você o verá em breve. Você está com fome? — Minha mãe perguntou.
Aquela mulher tinha agora um sorriso encantador no rosto, e meu lobo estava ainda mais fascinado por ela.
— Na verdade, estou faminta! — Ela disse à minha mãe, que a segurou pelo ombro e a conduziu para providenciar seu banho e comida. Notei que meu pai me lançou um de seus olhares questionadores.
— Essa garota mexeu com seu lobo, não é? — Ele perguntou e, em seguida, começou a sorrir. — Não vai ser tão fácil, meu filho, ela é arisca demais.
Olhei para ele e saí da sala, retornando à floresta noturna. Meu lobo precisava de um pouco de liberdade, como se não tivesse passado muito tempo livre hoje. Meu irmão foi ferido mais uma vez devido às invasões de humanos em nossa terra.
Eles buscavam cada vez mais, nunca ficando satisfeitos com o que já havíamos cedido, acreditando poderem se apropriar do que era nosso sem enfrentar consequências.
Um nobre que desejava tomar posse de nosso território incentivava cada vez mais essas invasões, e agora éramos caçados por humanos idiotas em busca do que nos pertencia.
Minha mente retornava àquela mulher, provavelmente trazida pela árvore sagrada. No entanto, em algum momento, ela poderia decidir partir, mesmo sabendo que pertencia a nós — a mim e ao meu lobo.
Precisava descobrir por que a árvore a trouxe. A árvore não trazia sem um motivo. O desejo precisava ser muito verdadeiro para isso. O que será que ela desejou para vir parar aqui?
BEATRICEAquela senhora gentil me levou até o andar de cima e me conduziu a um quarto, sem dúvidas, muito elegante. Ela então indicou outra porta, informando ser o banheiro, e me assegurou que eu poderia usá-lo à vontade enquanto providenciaria roupas limpas para mim.Compreendi que ela tinha uma filha quase da minha idade. Perguntei-me se todos aqueles filhos seriam adotados, já que seu rosto parecia tão jovial.Ao entrar no banheiro, notei a presença de um ofurô no ambiente. Ofurô é uma espécie de jacuzzi de madeira. Girei a torneira e pude apreciar a elegância rústica do banheiro, que, assim como o resto da casa, era lindamente decorado.A temperatura da água estava morna e assim que entrei, meu corpo agradeceu imediatamente, mergulhando em uma sensação de relaxamento.Quando terminei o meu banho e entrei no quarto, deparei-me com um vestido deslumbrante sobre a cama. Parecia ser feito de um tecido fino, na cor azul. Ele se ajustou perfeitamente ao meu corpo, como se tivesse sido f
HECTOREu só podia ser muito idiota mesmo. Não entendia o que estava acontecendo comigo. Estava completamente descontrolado por causa daquela mulher. Meu lobo a desejava, mas eu estava com medo de ser rejeitado e lutava contra isso. Nunca me senti assim por nenhuma outra mulher.Quando a ouvi dizer que não queria casar, aquilo me feriu profundamente. Eu conhecia a verdade da Árvore Sagrada e, como meu pai havia ensinado, o pedido precisava ser sincero e vindo de um coração puro para ser atendido. Se ela estava aqui fugindo de um relacionamento, como eu poderia confiar meu coração a ela?Ser rejeitado por ela era uma das maneiras de matar meu lobo. A dor seria excruciante para nós dois. Muitos lobos não sobrevivem a isso. Consequentemente, também me destruiria. Minha alma seria dilacerada. Não poderia arriscar nossa segurança, mesmo quando ele estava certo do que queria, após décadas de solidão.— O que está acontecendo com você, meu filho? — Perguntou meu pai, enquanto minha mãe me ob
Sentir gradualmente o despertar da minha fera quando me aproximei de Beatrice, enquanto caminhávamos sozinhos. Percebi meus próprios batimentos cardíacos acelerando à medida que minha audição se concentrava no pulsar do coração dela e sua respiração alterada.Eu podia sentir que ela estava nervosa. Suas mãos se moviam uma sobre a outra na frente do vestido, e seu cheiro de pêssego se tornava mais evidente para mim. Perguntava-me se seu nervosismo era por minha causa, mas antes que eu pudesse controlar minha língua, essa dúvida se transformou em palavras e saiu da minha boca.— Eu te deixo nervosa, Beatrice? — Perguntei.Ela me olhou por um instante, mas depois desviou o olhar para frente. Notei a cor de sua pele mudando um pouco e percebi que ela não queria que eu notasse aquilo. Naquele momento, meu lobo só ansiava por possuí-la.— Eu apenas não estou acostumada a tudo isso. Nunca tive a companhia de outras pessoas que não fossem da minha família, especialmente do sexo masculino. Viv
BEATRICEAlguns dias se passaram. Nunca imaginei que acabaria em um lugar como este. Quando fiz o pedido sob aquela árvore, que eles chamam de “Árvore Sagrada” aqui, imaginei que um simples sopro de vento pudesse fazer todos esquecerem sobre meu compromisso de casamento.No entanto, a árvore simplesmente me trouxe até aqui. Tenho que admitir que não estou achando isso ruim, mas também não posso ser egoísta ao ponto de dizer que não estou preocupada com minha família. Queria estar aqui, mas, ao mesmo tempo, desejava fervorosamente que todos estivessem bem lá.Mesmo sem me conhecer, aquela família me acolheu de coração, embora eu não saiba por quanto tempo poderei permanecer. Até Hector, que era considerado o único ogro da família, estava se revelando um verdadeiro cavalheiro.Aquele homem mexia comigo de várias formas. Não sei explicar exatamente o que acontecia comigo sempre que estávamos juntos, mas sentia minha pele arrepiar e meu coração acelerar. No dia em que visitamos a aldeia,
Fiquei de pé, andando em círculos. E, como uma louca, continuei a conversar com aquele lobo, como se ele pudesse me entender. Ou talvez, por saber que ele não entenderia, me sentisse à vontade para continuar falando.— Ele foi o cara mais estúpido que conheci quando cheguei aqui, mas não sei por que aquele jeito dele mexia comigo. Fazia meu sangue ferver.Tinha um sorriso bobo no rosto. Tinha certeza disso. E, como em um filme, lembrei-me exatamente do momento quando cheguei aqui.— Lentamente, ele foi me mostrando outro lado, um lado gentil, cavalheiro, atencioso, que me conquistou. E comecei a perceber que tudo que eu desejava antes, comecei a sentir por ele. Isso parece errado? Olhei para aquele lobo enorme que apenas me fitava com atenção, talvez apenas observando meus movimentos, porque tinha certeza de que ele não entendia nada do que eu dizia.— Talvez seja por isso que estou sentindo essa culpa, porque estou me rebelando contra algo que fui ensinada desde pequena a respeitar…
HECTOREstava pronto para contar toda a nossa história para Beatrice. Depois de todas as revelações que ela fez, achando que estava conversando com um lobo que não entendia nada, sabia que não havia motivo para esperar.Só torcia para que ela me aceitasse com todas as revelações que eu precisava fazer. No entanto, não era um segredo apenas meu. Precisava também informar minha família sobre minha decisão.Sabia que chegaria em casa antes dela em minha forma de lobo, mas meus pais haviam organizado uma reunião informal com outras famílias para discutir as invasões em nossas terras. Minha irmã estava preocupada com a reação de Beatrice, então não concordava que eu revelasse tudo.No entanto, deixei claro para ela que meu lobo não aceitaria ficar longe daquela que escolheu. Ele desejava possuí-la e marcá-la, e para isso, Beatrice precisava conhecer a verdade.Como sempre, minha irmã não me deu ouvidos. Ela tinha que se intrometer nos meus assuntos e agir como uma criança. No momento em qu
Dirigi-me à varanda espaçosa do meu quarto, contemplando a vista enquanto retirava minha camisa e desabotoava minha calça, decidido a deixar que tudo fluísse. Beatrice me observou com surpresa, provavelmente não esperando que eu me despisse ali na frente dela. No entanto, ela já tinha me visto nu antes.Meus olhos já haviam mudado, pelos começaram a surgir em meu rosto e corpo, minhas unhas se alongaram, transformando-se em garras capazes de perfurar até mesmo metal, minhas presas se alongaram, e onde antes existia um homem, agora havia um lobo.Percebi claramente sua surpresa, mas senti alívio por ela não ter gritado nem fugido. Com passos decididos, me aproximei dela na minha forma lupina, contornando-a enquanto seus olhos me seguiam atentamente. Depois, retornei à varanda e voltei à minha forma humana, o Hector que ela conhecia.Na transformação, eu me tornava um predador, capaz de despedaçá-la em questão de segundos. No entanto, meu lobo não tinha a menor intenção de lhe fazer mal
BEATRICEQuando explodi na boca do Hector, me senti a mulher mais realizada do mundo. A sensação foi maravilhosa. Não sei se pelo fato dele ser um lobo, mas sua boca era quente e aquilo foi delicioso.Provavelmente, ele já teve experiências com outras mulheres, mas aquele momento era novo para mim. Era minha primeira vez em contato tão íntimo com um homem.Quando ele subiu beijando meu corpo, provando cada pedacinho de pele que podia, meu corpo se arrepiou completamente. Quando sua boca alcançou meus seios, senti o centro das minhas pernas pulsar novamente. Sua língua circulava a auréola do meu seio, apenas para depois colocá-lo totalmente na boca, chupando-o e roçando os dentes no bico completamente sensíveis.Aquilo era torturante e delicioso ao mesmo tempo. Sem falar que me fazia gemer, enquanto o centro das minhas pernas sentia a necessidade de ser tocado. Quando nossas bocas se encontraram novamente, o beijo era quente, desejoso. Sentir seu membro pressionando contra mim me deixo