Corremos imediatamente para o castelo de Nebro. Como se não bastasse todas as coisas ruins que nos aconteceu nos últimos dias, ainda acontece isso. Eu estava com tanta pena do Alexis. Nunca gostei de ver ninguém sofrendo, ainda mais alguém que amo.
Estávamos sem cavalo, por isso demoramos mais tempo para chegar ao castelo. A ferida tinha parado de crescer, mas metade da mão de Alexis estava cheia de ferimentos pequenos, enquanto o ferimento inicial tinha estacionado pouco depois do fim da mão.
Alexis não tirava os olhos dos ferimentos e, consequentemente, eu também fiquei olhando sua mão de minuto a minuto. Estava com tanto medo de que Alexis pudesse perder o braço. Ele ficaria péssimo se isso acontecesse.
O castelo parecia bem mais triste agora do que da primeira vez em que o vi. Eu não sei dizer quando ele começou a parecer mais sombrio. Neste momento desejei muito poder ver novamente toda a glória e beleza de outrora, já tão distante e quase perdida no passado.
O castelo estava mais bem vigiado do que eu havia imaginado. Soldados e mais soldados estavam espalhados por todos os cantos, mas ainda parecia insuficiente caso acontecesse um ataque surpresa.
– O que está acontecendo? – Rei Célio perguntou assustado quando entramos na sala do trono.
– Rápido papai, precisamos urgente de um atendimento médico especial. – Neandro estava quase gritando.
– Atendimento médico especial? – Rei Célio mudou completamente as expressões de susto para desespero.
– Alexis e mais vários homens de Tales foram envenenados durante a batalha...
– Batalha? – Rei Célio interrompeu Neandro – Que batalha?
– Não foi informado? – Neandro estranhou – Mas pedi para que mandassem informações para o castelo.
– Isso não importa neste momento. – interrompi – Precisamos urgente ver esse ferimento de Alexis e ajudar os homens de Tales.
– Espere – Rei Célio se sentou – Vamos com calma. O que está havendo?
– Papai, Beatriz tem razão – Neandro apressou as coisas – Vamos imediatamente para o bloco médico e depois explicamos o que está acontecendo.
O tal bloco médico era um imenso salão, cheio de repartições e médicos – ou algo do tipo – espalhado por todos os lugares. As únicas coisas que diferenciavam o salão de um plantão médico da Terra era o fato de nenhum deles usarem jalecos brancos, a ausência das aparelhagens e equipamentos médicos e, principalmente, o fato de todos eles usarem magia.
Alexis foi levado para uma repartição especial. Era um local mais confortável e com alguns acessórios de luxo. Algo bem típico de um príncipe.
– Ótimo...
– Péssimo! – Alexis interrompeu o mago-médico.
– Alexis... – Rei Célio o olhou repreensivo.
– Vamos dar uma olhada nessas suas feridas. – o mago-médico pegou a mão de Alexis com muito cuidado – Vocês disseram que isso foi obra de um veneno. Estavam certos.
– Agora diga uma novidade! – Alexis debochou do mago-médico.
– Estou surpreso em ver esse tipo de veneno agindo tão rapidamente. – o mago-médico continuava analisando a mão de Alexis com um tipo de lupa flutuante.
– Mas isso pode ser curado? – perguntei.
– Sem dúvida que sim, mas tem um pequeno problema. – o mago-médico olhou torto para mim, Neandro e o Rei Célio.
– Diga o que é de uma vez! – Alexis estava nervoso.
– O antídoto para esse veneno precisa de uma erva que só nasce nas regiões do sul, em Zoira.
– E Zoira está sob o domínio de Leone. – chutei uma mesinha, que quase virou.
– Calma! – o mago-médico segurou a mesa antes que caísse.
– Mas não existe nenhuma outra forma de eliminar o veneno? – perguntei desesperada.
– Eliminar não, mas tem uma forma de fazer com que ela não evolua. – o mago-médico começou a explicar – Esse veneno age como um vírus mortal. Ele vai crescendo e crescendo até chegar aos órgãos vitais.
– E como eu faço para fazer com que isso não evolua? Fale logo! – Alexis estava nervoso.
– Ela continuará exatamente no lugar onde ela está, mas você precisará tomar esse remédio aqui. – o mago-médico pegou um frasco dentro de um grande armário – O veneno irá parar de crescer, mas sua mão ficará impossibilitada de fazer qualquer coisa.
– O que? – Alexis deu um salto da cama.
– Pode ser que o seu braço inteiro fique imóvel, mesmo depois de tomar esse remédio, mas isso só vai acontecer se ficar fazendo muito esforço. – o mago-médico parecia ter uma grande intimidade com Alexis.
– Isso não está acontecendo! – Alexis deitou na cama e colocou a mão boa na cabeça.
– E quanto aos meus homens? – Tales perguntou – Eles precisam lutar.
– Sugiro que se quiser proteger seus homens que os dispense. – o mago-médico mudou seu tom de voz deixando mais séria à conversa – Eles podem acabar morrendo caso lutem infectados com esse vírus disfarçado de veneno. Tome essa autorização. Pegue alguns comprimidos, quantos precisar, na sala aos fundos e faça com que seus homens descansem.
– Espere, se os homens de Tales não podem lutar isso quer dizer que...
– Exatamente isso Príncipe Alexis, você também deve ficar de repouso. – o mago-médico deixou Alexis uma fera – Por hora isso é tudo o que posso fazer. Essa guerra está destruindo tudo sem dó. É uma pena que ela não possa ser evitada.
Saímos do salão médico e fomos direto para a sala do trono. Tales voltou imediatamente para o seu acampamento para tratar de seus soldados. Rei Célio ainda não sabia de nada do que havia acontecido no porto e ficou extremamente abalado quando contamos que a invasão na verdade era um truque para envenenar as nossas tropas e nos deixar enfraquecido para o confronto real.
– Mas isso é um absurdo! – Rei Célio gritou – Como não conseguiram reconhecer um truque tão antigo?
– Papai, nós nunca que iríamos esperar um golpe desses. – Alexis se defendia.
– Ele tem razão – Neandro tomava partido do irmão.
– Mas em uma guerra devemos estar prontos para o previsto e principalmente para o imprevisto! – Rei Célio estava nervoso.
– Papai, me escute...
– Eu não quero saber – Rei interrompeu Alexis – Vocês deveriam ter feito alguma coisa!
Rei Célio respirou fundo e se sentou. Aquele desagradável silêncio pairou pela sala durante alguns minutos. Aos poucos víamos o Rei se acalmar e sua fisionomia mudar de raivoso para arrependido.
– Perdoe-me, eu não deveria ter falado assim com vocês. – Rei voltava a ficar de pé – Toda essa situação, esse caos, isso tudo é muito estressante para mim.
– Claro. Eu compreendo. – disse tentando reconfortá-lo.
– Para nós também não está sendo fácil! – Alexis se aproximava do pai.
– Eu não queria que você tivesse que passar por isso. Nenhum de vocês. – Rei Céleo agora estava com um tom de culpa.
– O senhor não poderia evitar. – Neandro abraçou o pai – Como poderia adivinhar que Leone se rebelaria dessa forma?
– Vocês têm algum outro plano? – Rei Célio estava mais calmo.
– Por hora não. – Neandro respondeu – Mas precisamos pensar em algo.
– Mas até lá nós pensamos em dividir os grupos. – Alexis começou a explicar – Nossa intenção era m****r um grande número de soldados que estão a serviço de Tales montarem guarda nas redondezas do castelo, mas agora não será mais possível. Ainda m****remos os soldados, mas em menor escala.
– Vocês estão falando sério? – o Rei Célio perguntou assustado – Isso é loucura! É um plano muito arriscado. Vocês precisarão de todos os soldados que puderem agora para proteger a cidade. Não podem fazer um desatino desses!
– Mas nós não temos muita escolha. – Neandro tentava acalmar o pai – Temos que nos arriscar para termos uma chance de sobreviver a isso tudo. Papai, nós não podemos vacilar com Leone em um só segundo.
– Neandro tem razão. – Alexis tentava não olhar para sua mão – Tudo o que pudermos fazer para proteger a Capital nós faremos. Mesmo que seja arriscado. Não é verdade Beatriz?
– Para ser honesta eu partilho da mesma opinião que o Rei. – também não estava satisfeita com essa decisão – Acho extremamente arriscado. Eu não queria que as coisas tivessem que ser assim, mas eu sou voto vencido.
– Beatriz, se pudesse ser de outra forma pode ter certeza que faríamos – Neandro se aproximou de mim – Mas não existe outra forma neste momento. Precisamos demais de qualquer ajuda.
– Até quando você acha que conseguiremos seguir dessa forma? – perguntei – Se não conseguirmos essa erva que o mago-médico disse os homens de Tales podem fica parados por toda guerra. Isso se não acontecer o pior.
– Então o primeiro passo é buscarmos dessa erva! – Alexis sugeriu como se fosse a ideia mais incrível que existe.
– Agora você que enlouqueceu! – Neandro falou alto – Você acha mesmo que vai conseguir chegar até Zoira? E mesma que você consiga, acha mesmo que volta vivo de lá?
– E não voltaria por quê? – Alexis perguntou irônico.
– Quer mesmo que eu responda? – Neandro tentou avançar em Alexis.
– Sem brigas! – Rei Célio ordenou.
– Mas papai, esse moleque precisa levar uns cascudos para ver se acorda e entende a idiotice que ele está falando. – Neandro ficou nervoso.
– Mas eu sei que eu posso. – Alexis gritou.
– Alexis, eu também não acho que você deva...
– Até você Beatriz? – Alexis me interrompeu.
– Com esse braço imobilizado você acha que vai poder se defender? – perguntei.
– É por causa desse braço que estou querendo ir para Zoira! – Alexis falou alto.
– Se depender de mim você ficará preso até que a guerra acabe. – Neandro gritou.
– E se ela não caminhar bem? – Alexis perguntou – Vai deixar a única esperança de fortalecer as nossas tropas escaparem das nossas mãos? Ou vai esperar a guerra pegar fogo para fazer alguma coisa?
Neandro olhou para Alexis furioso, bufou e saiu batendo a porta como um raio. Rei Célio segurou o impulso de ir atrás do filho e voltou a se sentar em seu trono.
– Acho melhor vocês ficarem aqui, pelo menos por essa noite. – Ele sugeriu.
– Tudo bem papai. Eu fico. – Alexis baixou a cabeça.
– Eu também acho melhor. – concordei.
– Mas eu não desisti de ir até Zoira. – Alexis falou sério.
– Tudo bem meu filho. – Rei tentava não se estressar – Vá para seu quarto e pense bem. Amanhã você diz se ainda quer ou não ir ao reino de Zoira.
Subimos para os nossos quartos. Neandro havia voltado para casa sem nem se despedir. Mas eu não o culpava. Alexis realmente não devia estar pensando direito. Onde já se viu? Correr o risco de ser capturado ou morto?
Fiquei no mesmo quarto em que fui “hospedada” da primeira vez que estive aqui. Quanta coisa mudou desde aquela época. Na primeira vez que entrei nesse quarto foi como uma prisioneira suspeita de ser espiã de Leone. Agora eu sou uma das peças mais importantes para destruir o Leone. Quase uma convidada ilustre.
O banheiro continuava exatamente como eu me lembrava. A imensa banheira, o “troninho” que achei tanta graça do primeira vez, as tolhas com bordado de águia, a pia de porcelana; estava tudo igual. Melhor, quase tudo. O grande espelho estava diferente. A garota confusa e com os joelhos machucados não estava mais lá. Agora estava uma mulher com roupas de guerreira e com um porte confiante e imponente. Não tinha reparado em como eu havia mudado. Eu havia crescido. Foi a primeira vez que havia reparado que já tinha deixado de ser uma garota desastrada e me tornado uma mulher. E apesar de todo o medo que via dentro dos meus olhos, eu estava bela. Eu estava me achando bela, como nunca havia achado em toda minha vida.
Acordei no dia seguinte como se tivesse dormido por séculos. Meu corpo estava com uma preguiça de se levantar. Estava tão bem ali, entre os cobertores quentes e macios travesseiros que poderia sentir que o mundo estava em perfeita ordem lá fora. Mas eu sabia que não estava e que precisava levantar e tentar por ordem em tudo.
Lavei meu rosto e olhei para o quarto mais uma vez. Queria decorá-lo. Guardar em minha mente qualquer diferença que pudesse notar em uma terceira vez que aparecesse aqui.
Fui até o quarto de Alexis, mas estava vazio. Fui a sala do trono, ver se ele e o pai estavam conversando, mas a sala do trono também estava vazia. Já estava começando a me preocupar. Subi novamente para meu quarto na esperança de que Alexis estivesse me procurando, mas meu quarto estava do mesmo jeito que havia acabado de decorar.
– Com licença? – perguntei a uma das faxineiras que estava passando por perto – Por acaso você viu o Príncipe Alexis?
– O Príncipe e vossa majestade tiveram que resolver um problema na porta do castelo. – a faxineira respondeu assustada – Parece que é sério.
– O que será agora? – fiquei preocupada – Muito obrigada, pode ir.
O que poderia ser tão sério que o rei em pessoa teve que ir resolver? Não estava gostando nada dessa história. E que loucos. Todos os dois. E se for uma armadilha? Onde estão os soldados que deveriam estar resolvendo essa questão? Quem foi mesmo que disse que nada está tão ruim que não possa piorar? Ah, sim, o maldito conceito da Lei de Murphy.
Cheguei ao local e tive um grande susto. Vários soldados estavam caídos no chão e várias pessoas estavam assustadas com sabe lá o quê que estivesse no portão.
Aproximei-me um pouco mais e vi Alexis e o Rei conversando com alguém. Fui para mais perto deles e consegui ver o rosto da pessoa que estava causando tanto tumulto.
– Você?!
Eu havia visto aquele rosto apenas uma vez, mas já era o suficiente para gravá-lo para o resto da vida. Aqueles cabelos loiros, os olhos esverdeados e o porte de nobreza faziam dele uma pessoa única. Ainda usava um brinco na orelha, mas já havia abandonado a velha e gasta armadura dourada que o vi usando da primeira vez. – Você conhece esse jovem? – Rei Célio perguntou. – Não exatamente. – falei aproximando-me do rapaz – Nós nos conhecemos na época em que fui presa em Koram com o Nicardo. Ele não é uma pessoa ruim. Deixem que entre. – Tem certeza? – Alexis perguntou desconfiado. – Acho que sim. – minha resposta não o agradou. Rei Célio fez um sinal com a mão permitindo que o jovem entrasse. O que ele queria? Como esse rapaz havia me encontrado? Eu não me lembrava das coisas que conversamos, mas tinha quase certeza de que não havia dito nada que o fizesse chegar até aqui. Mas isso agora não importava. Fomos para a sala do trono e Alexis
Já estava começando a ficar com raiva de não poder ter mais um segundo de sossego. Qual era a intenção de Leone? Nós deixar loucos? Se for ele está conseguindo. Essa guerra estava ficando cada vez mais complicada. – Nós temos que verificar isso imediatamente! – Alexis não pensou duas vezes. – Sim, vão e tomem cuidado. – Rei Célio parecia ficar muito triste por não poder ajudar nas batalhas. – Eu vou também! – Amadeus se prontificou a nos ajudar. – Mas não vai mesmo! – Alexis começou a implicar. – Alexis, achei que já tínhamos resolvido isso. – falei irritada. – Não resolvemos não! – Alexis gritou – Você e meu pai decidiram isso, mas os outros do grupo nem sabem da existência dessa pessoinha. Se for para ser justo... – Que justo? Justo o que? – perguntei – Por favor, Alexis... – Eu não quero! – Alexis bateu o pé feito criança. – Alexis cresça! – briguei. – Isso não é questão de ser ou não ser infantil – A
Amadeus contou toda a sua história a Neandro. Alexis fez questão de ressaltar os pontos que ele achava absurdo ou fictício. Mas Neandro não pareceu se deixar levar por Alexis. Ele parecia estar tão convencido de que Amadeus era quem dizia ser quanto seu pai. Claro, Alexis ficou furioso. – Eu achei que você teria um pouco mais de juízo! – ele gritou. – Eu não entendo o motivo de você não conseguir acreditar nessa história. – Neandro parecia tentar achar traços familiares em Amadeus. – Você quer que eu escreva? – Alexis debochou – Mas vou logo avisando que a lista é grande. – Alexis! – falei alto – Será que, por apenas um minuto, você não poderia ficar calado? – Vocês estão brigando de novo? – Neandro sorriu. – Estamos! – Alexis ficou emburrado. – Como é bom ver isso – Neandro achou graça. – Bom? – Alexis e eu gritamos juntos. – Claro. – Neandro sorriu debochado – É o único vestígio dos bons tempos de paz e tranqu
Minha cabeça doía muito. Era como se alguém tivesse me dado uma paulada. Sentia que havia feito um galo e tentei encostar, mas minhas mãos estavam presas. Abri os olhos e reparei que estava em um lugar que nunca havia visto na vida. Eu estava deitada em um tipo de caixão de vidro, o que me fez sentir a própria Branca de Neve, e estava com os braços e pernas amarrados ao caixão. O lugar era tão suspeito quanto à situação. O local parecia ser uma sala redonda e eu deveria estar no meio dela. A sala era toda feita de barro e havia vários armários embutidos na parede. No teto havia um lustre. Um lustre grande o suficiente para esconder uma pessoa. Concentrei-me e deixei que a energia do local fizesse o trabalho por mim. Não demorou muito e consegui fazer com que as amarras que me prendiam quebrassem. Mas não sai do caixão tão rapidamente. Ouvi barulhos e resolvi fingir que ainda estava desacordada. Entraram duas pessoas na sala. Ouvi passos me rodeando e
Saímos da salinha e fomos para outra sala, desta vez maior. Max abriu um baú e pegou um pedaço de papel enrolado, parecendo um pergaminho. Ele desenrolou e olhou bem para o pedaço de papel e depois olhou para mim e assentiu com alguma coisa. — Veja! — ele se aproximou. Peguei o pedaço de papel e desenrolei. Era uma pintura minha. Uma pintura perfeita. Se não fosse pelo cabelo preso em coque e o vestido de rainha, poderia dizer que alguém muito talentoso estava me observando e resolveu me pintar. — Mas é incrível! — admirei — É realmente incrível! — E tem mais. — Max estava todo animado — Veja o que está escrito em baixo. Olhei a frase que estava escrita no final da pintura. Uma frase estranha e perturbadora demais para ser verdade. — "Vida longa a Rainha Beatriz I, a imbatível." — estava chocada — Onde vocês conseguiram isso? — Roubamos há uns 100 anos atrás. — Ali respondeu — Na época em que o avó do Rei Célio governava.
Não precisei procurar muito por Alexis. Ele estava poucos metros de onde eu sai, amarrado dos ombros aos tornozelos em uma corda grossa, feita de um material que eu desconhecia e parecia bem forte. — Finalmente apareceu alguém! — Alexis gritou assim que nos viu chegar — Pensei que ficaria aqui igual a um carneiro posto para sacrifício. — Que exagero! — disse em tom de deboche — Carneiros não são sacrificados desta forma. — Engraçadinha. — ele fez língua — Agora me tirem daqui! — Você está muito arrogante para uma pessoa que está completamente imóvel. — resolvi brincar um pouquinho e fiquei rodeando a árvore. — Quer parar! — Alexis gritou — Você vai ficar dando voltas ou me tirar daqui? — Depende. — sorri maliciosa. — O que foi desta vez? — Alexis bufou. — O de sempre. — continuei sorrindo — As famosas palavrinhas mágicas que demonstram que, além de educação, você tem um pouco de humildade. — Então agora vai ser
A semana passou feito vento de tão rápida. Eu esperava que eles mudassem de plano e que não fosse mais preciso invadir Koram. Mas tudo ocorreu como eles esperavam. Tales não quis participar da missão. Ele iria continuar cuidado dos homens que se feriram e não quis que nenhum de deles fosse à missão. Preferiu espalhá-los pelo porto e nos arredores do castelo. Cosmo também ficou. Ele seria mais útil no castelo. Agora que a frota de submarinos estava pronta, ele e sua equipe estavam começando a desenvolver um armamento novo, para aqueles que não sabem usar magia. Quando a coisa pegasse fogo mesmo teríamos que ter todo o tipo de reforço possível. Todos nós ficamos a semana criando as estratégias de ataque. Tales e Cosmo, apesar de não participarem da ação, ajudaram a bolar o plano. — Você não acha que seria um pouco arriscado? — Tales questionou uma sugestão de Alexis. — Ganharíamos tempo. — Alexis se defendeu. — Mas os riscos de serem peg
Os dias novamente correram feito maratonistas. Odiava essa pressa toda que as horas tinham em passar. Até pareciam estar querendo brincar com minha cara. De qualquer forma eu já estava mais conformada com o plano e acordei decorando cada passo que eu teria que dar.A cobra, ou melhor, Arsta não apareceu. Também não esperava que aparecesse novamente. Alexis e eu continuamos mantendo em segredo a visitinha dela, por mais estranho que isso pudesse parecer. O que Alexis temia?Saímos bem cedo e seguimos para o porto. Cosmo e sua equipe conseguiram mandar quatro submarinos para lá sem chamar muita atenção. Os submarinos percorreram um túnel subterrâneo. Assim como todo bom castelo, o da Capital também tinha seus segredos.Alexis, Nicardo, Neandro, Lifa, Thalisa, Amadeus e eu seguimos no primeiro submarino, junto com mais oito soldados. O submarino estava maior que o primeiro e mais bem