Saímos da salinha e fomos para outra sala, desta vez maior. Max abriu um baú e pegou um pedaço de papel enrolado, parecendo um pergaminho. Ele desenrolou e olhou bem para o pedaço de papel e depois olhou para mim e assentiu com alguma coisa.
— Veja! — ele se aproximou.
Peguei o pedaço de papel e desenrolei. Era uma pintura minha. Uma pintura perfeita. Se não fosse pelo cabelo preso em coque e o vestido de rainha, poderia dizer que alguém muito talentoso estava me observando e resolveu me pintar.
— Mas é incrível! — admirei — É realmente incrível!
— E tem mais. — Max estava todo animado — Veja o que está escrito em baixo.
Olhei a frase que estava escrita no final da pintura. Uma frase estranha e perturbadora demais para ser verdade.
— "Vida longa a Rainha Beatriz I, a imbatível." — estava chocada — Onde vocês conseguiram isso?
— Roubamos há uns 100 anos atrás. — Ali respondeu — Na época em que o avó do Rei Célio governava.
Não precisei procurar muito por Alexis. Ele estava poucos metros de onde eu sai, amarrado dos ombros aos tornozelos em uma corda grossa, feita de um material que eu desconhecia e parecia bem forte. — Finalmente apareceu alguém! — Alexis gritou assim que nos viu chegar — Pensei que ficaria aqui igual a um carneiro posto para sacrifício. — Que exagero! — disse em tom de deboche — Carneiros não são sacrificados desta forma. — Engraçadinha. — ele fez língua — Agora me tirem daqui! — Você está muito arrogante para uma pessoa que está completamente imóvel. — resolvi brincar um pouquinho e fiquei rodeando a árvore. — Quer parar! — Alexis gritou — Você vai ficar dando voltas ou me tirar daqui? — Depende. — sorri maliciosa. — O que foi desta vez? — Alexis bufou. — O de sempre. — continuei sorrindo — As famosas palavrinhas mágicas que demonstram que, além de educação, você tem um pouco de humildade. — Então agora vai ser
A semana passou feito vento de tão rápida. Eu esperava que eles mudassem de plano e que não fosse mais preciso invadir Koram. Mas tudo ocorreu como eles esperavam. Tales não quis participar da missão. Ele iria continuar cuidado dos homens que se feriram e não quis que nenhum de deles fosse à missão. Preferiu espalhá-los pelo porto e nos arredores do castelo. Cosmo também ficou. Ele seria mais útil no castelo. Agora que a frota de submarinos estava pronta, ele e sua equipe estavam começando a desenvolver um armamento novo, para aqueles que não sabem usar magia. Quando a coisa pegasse fogo mesmo teríamos que ter todo o tipo de reforço possível. Todos nós ficamos a semana criando as estratégias de ataque. Tales e Cosmo, apesar de não participarem da ação, ajudaram a bolar o plano. — Você não acha que seria um pouco arriscado? — Tales questionou uma sugestão de Alexis. — Ganharíamos tempo. — Alexis se defendeu. — Mas os riscos de serem peg
Os dias novamente correram feito maratonistas. Odiava essa pressa toda que as horas tinham em passar. Até pareciam estar querendo brincar com minha cara. De qualquer forma eu já estava mais conformada com o plano e acordei decorando cada passo que eu teria que dar.A cobra, ou melhor, Arsta não apareceu. Também não esperava que aparecesse novamente. Alexis e eu continuamos mantendo em segredo a visitinha dela, por mais estranho que isso pudesse parecer. O que Alexis temia?Saímos bem cedo e seguimos para o porto. Cosmo e sua equipe conseguiram mandar quatro submarinos para lá sem chamar muita atenção. Os submarinos percorreram um túnel subterrâneo. Assim como todo bom castelo, o da Capital também tinha seus segredos.Alexis, Nicardo, Neandro, Lifa, Thalisa, Amadeus e eu seguimos no primeiro submarino, junto com mais oito soldados. O submarino estava maior que o primeiro e mais bem
Um aperto enorme invadiu o meu coração. Nicardo e Amadeus desaparecidos. Imediatamente eu pensei no pior e constatei o quanto eu estava sendo pessimista nos últimos meses. Mas creio que qualquer pessoa no meu lugar agiria da mesma forma. Ou não? - Precisamos achá-los! - Lifa me acordou dos meus pensamentos. - Claro! - disse impulsivamente - Eles podem estar em perigo. Precisamos voltar! - Voltar? - Alexis se assustou. - Sim, voltar! - falei alto. - Beatriz, eu entendo sua preocupação. - Alexis se aproximou - Por mais que eu não goste daqueles dois, não quero que nada de ruim aconteça. - Não, Alexis. - Neandro interrompeu - A Beatriz tem razão. Não podemos deixar ninguém para trás. Não desta forma. - Você está de acordo? - Alexis se assustou. - Eu iria sugeri exatamente isso. - Neandro ficou sério. - Eu também acho que devemos voltar. - Thalisa apoiou a ideia. - Vocês estão calculando o risco do que prete
Tive que evitar um surto de gritos quando nos deparamos com Aby. Thalisa e Lifa ficaram apavoradas, mas eu sabia que era sem necessidade. Algo me dizia que Aby estava aqui para nos ajudar. Era como se eu pudesse confiar nela. Mas será que eu realmente poderia? Lifa tentou falar, mas foi impedida por Aby, que pediu silêncio colocando o dedo indicador na frente da boca. – Esperem um minuto! – consegui ler os lábios de Aby. Não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas achei melhor esperar e ver o que iria acontecer. Aby olhou em volta, como se quisesse ter certeza que não estava sendo observada por ninguém. Ela então voltou para mais perto de nós três e fez um sinal com a mão pedindo para que esperássemos mais um pouco. Não sabia explicar bem o motivo, mas a presença de Aby me fazia ficar mais confiante. Ela trazia uma segurança transparente e sentia como se ela não fosse deixar nada acontecer com nenhuma de nós. Mas ela não era tão digna d
Não sabia o que as pessoas a minha volta viram, mas ninguém pareceu estranhar uma garota surgir do nada no meio da rua. Sai da estrada e segui para a calçada. Não queria ter como presente de boas vindas um atropelamento. – E agora? – disse para mim mesma – Não faço a menor ideia do que fazer. – Disse alguma coisa? – um senhor apareceu atrás de mim. – Não disse nada. – respondi – Desculpe, eu estou meio... Perdida. – Entendo. – o senhor sorriu – Tente telefonar para casa. Não é seguro para uma moça bonita ficar andando pela rua. – Eu conheço esse lugar. – tentei parecer simpática. – Então você não deveria estar perdida. – o senhor respondeu paciente. – Não era disso que estava falando. – tentei não perder a cabeça – Quero dizer, eu estou perdida em meus pensamentos. – Então ele te deixou pensar? – o senhor perguntou. – O que disse? – rebati com outra pergunta. – Não foi nada. – o senhor respondeu,
Alexis Célio Arrife Cliteno Corpeu de Nebro Perfeito. Realmente perfeito. Mas que loucura. O que eu estou fazendo aqui? Já estou começando a achar que não deveria ter apoiado essa ideia. Estou com um péssimo pressentimento. – Disse alguma coisa? – Neandro perguntava. – Acho que não. – não sabia se estava pensando alto ou se Neandro havia adquirido as habilidades do cabeça de pedregulho. – Vamos aproveitar que os guardas ainda estão atrás do dragão e passar para aquele lado. – Neandro vigiava a praça – Devemos ficar o mais próximo possível do castelo, mas devemos manter nossas vidas a salvo em primeiro lugar. – Isso é um pouco óbvio, mas é fato. – fui obrigado a concordar – Será que está tudo bem com as meninas? – Elas estão bem. – Neandro não parecia muito confiante – Elas são espertas. Assim eu esperava. Continuava com um péssimo pressentimento. Não é que não confiasse nas habilidades delas para se defender, mas
Arsta sumiu no instante em que o sol começou a nascer. Era divertido ver como ela fugia do sol. Ela tem vários momentos onde se torna assustadora, mas definitivamente esse não era um deles. Meu braço começava a arder novamente. Ele parecia muito bem para quem via superficialmente. Ela até tinha começado a cicatrizar. Mas por dentro, a dor beirava ao insuportável às vezes. Mas eu não posso demonstrar. Principalmente pela Beatriz. Ela já estava tão preocupada com tantas coisas, não podia dar mais preocupações para essa menina enjoada que eu tanto amo. Precisava achar rápido aquelas ervas. Ficava imaginando os homens de Tales. Alguns estavam feridos com gravidade. O que estava acontecendo com eles? E qual seria esse maldito segredo que o Tales tanto escondia? Isso estava parecendo àquelas histórias que Beatriz sempre me contava. Como é o nome mesmo? Novelas! Corri para o submarino. Eu precisava avisar o que Arsta havia me contado, mas sem deixar que eles perceba