Amadeus contou toda a sua história a Neandro. Alexis fez questão de ressaltar os pontos que ele achava absurdo ou fictício. Mas Neandro não pareceu se deixar levar por Alexis. Ele parecia estar tão convencido de que Amadeus era quem dizia ser quanto seu pai. Claro, Alexis ficou furioso.
– Eu achei que você teria um pouco mais de juízo! – ele gritou.
– Eu não entendo o motivo de você não conseguir acreditar nessa história. – Neandro parecia tentar achar traços familiares em Amadeus.
– Você quer que eu escreva? – Alexis debochou – Mas vou logo avisando que a lista é grande.
– Alexis! – falei alto – Será que, por apenas um minuto, você não poderia ficar calado?
– Vocês estão brigando de novo? – Neandro sorriu.
– Estamos! – Alexis ficou emburrado.
– Como é bom ver isso – Neandro achou graça.
– Bom? – Alexis e eu gritamos juntos.
– Claro. – Neandro sorriu debochado – É o único vestígio dos bons tempos de paz e tranqu
Minha cabeça doía muito. Era como se alguém tivesse me dado uma paulada. Sentia que havia feito um galo e tentei encostar, mas minhas mãos estavam presas. Abri os olhos e reparei que estava em um lugar que nunca havia visto na vida. Eu estava deitada em um tipo de caixão de vidro, o que me fez sentir a própria Branca de Neve, e estava com os braços e pernas amarrados ao caixão. O lugar era tão suspeito quanto à situação. O local parecia ser uma sala redonda e eu deveria estar no meio dela. A sala era toda feita de barro e havia vários armários embutidos na parede. No teto havia um lustre. Um lustre grande o suficiente para esconder uma pessoa. Concentrei-me e deixei que a energia do local fizesse o trabalho por mim. Não demorou muito e consegui fazer com que as amarras que me prendiam quebrassem. Mas não sai do caixão tão rapidamente. Ouvi barulhos e resolvi fingir que ainda estava desacordada. Entraram duas pessoas na sala. Ouvi passos me rodeando e
Saímos da salinha e fomos para outra sala, desta vez maior. Max abriu um baú e pegou um pedaço de papel enrolado, parecendo um pergaminho. Ele desenrolou e olhou bem para o pedaço de papel e depois olhou para mim e assentiu com alguma coisa. — Veja! — ele se aproximou. Peguei o pedaço de papel e desenrolei. Era uma pintura minha. Uma pintura perfeita. Se não fosse pelo cabelo preso em coque e o vestido de rainha, poderia dizer que alguém muito talentoso estava me observando e resolveu me pintar. — Mas é incrível! — admirei — É realmente incrível! — E tem mais. — Max estava todo animado — Veja o que está escrito em baixo. Olhei a frase que estava escrita no final da pintura. Uma frase estranha e perturbadora demais para ser verdade. — "Vida longa a Rainha Beatriz I, a imbatível." — estava chocada — Onde vocês conseguiram isso? — Roubamos há uns 100 anos atrás. — Ali respondeu — Na época em que o avó do Rei Célio governava.
Não precisei procurar muito por Alexis. Ele estava poucos metros de onde eu sai, amarrado dos ombros aos tornozelos em uma corda grossa, feita de um material que eu desconhecia e parecia bem forte. — Finalmente apareceu alguém! — Alexis gritou assim que nos viu chegar — Pensei que ficaria aqui igual a um carneiro posto para sacrifício. — Que exagero! — disse em tom de deboche — Carneiros não são sacrificados desta forma. — Engraçadinha. — ele fez língua — Agora me tirem daqui! — Você está muito arrogante para uma pessoa que está completamente imóvel. — resolvi brincar um pouquinho e fiquei rodeando a árvore. — Quer parar! — Alexis gritou — Você vai ficar dando voltas ou me tirar daqui? — Depende. — sorri maliciosa. — O que foi desta vez? — Alexis bufou. — O de sempre. — continuei sorrindo — As famosas palavrinhas mágicas que demonstram que, além de educação, você tem um pouco de humildade. — Então agora vai ser
A semana passou feito vento de tão rápida. Eu esperava que eles mudassem de plano e que não fosse mais preciso invadir Koram. Mas tudo ocorreu como eles esperavam. Tales não quis participar da missão. Ele iria continuar cuidado dos homens que se feriram e não quis que nenhum de deles fosse à missão. Preferiu espalhá-los pelo porto e nos arredores do castelo. Cosmo também ficou. Ele seria mais útil no castelo. Agora que a frota de submarinos estava pronta, ele e sua equipe estavam começando a desenvolver um armamento novo, para aqueles que não sabem usar magia. Quando a coisa pegasse fogo mesmo teríamos que ter todo o tipo de reforço possível. Todos nós ficamos a semana criando as estratégias de ataque. Tales e Cosmo, apesar de não participarem da ação, ajudaram a bolar o plano. — Você não acha que seria um pouco arriscado? — Tales questionou uma sugestão de Alexis. — Ganharíamos tempo. — Alexis se defendeu. — Mas os riscos de serem peg
Os dias novamente correram feito maratonistas. Odiava essa pressa toda que as horas tinham em passar. Até pareciam estar querendo brincar com minha cara. De qualquer forma eu já estava mais conformada com o plano e acordei decorando cada passo que eu teria que dar.A cobra, ou melhor, Arsta não apareceu. Também não esperava que aparecesse novamente. Alexis e eu continuamos mantendo em segredo a visitinha dela, por mais estranho que isso pudesse parecer. O que Alexis temia?Saímos bem cedo e seguimos para o porto. Cosmo e sua equipe conseguiram mandar quatro submarinos para lá sem chamar muita atenção. Os submarinos percorreram um túnel subterrâneo. Assim como todo bom castelo, o da Capital também tinha seus segredos.Alexis, Nicardo, Neandro, Lifa, Thalisa, Amadeus e eu seguimos no primeiro submarino, junto com mais oito soldados. O submarino estava maior que o primeiro e mais bem
Um aperto enorme invadiu o meu coração. Nicardo e Amadeus desaparecidos. Imediatamente eu pensei no pior e constatei o quanto eu estava sendo pessimista nos últimos meses. Mas creio que qualquer pessoa no meu lugar agiria da mesma forma. Ou não? - Precisamos achá-los! - Lifa me acordou dos meus pensamentos. - Claro! - disse impulsivamente - Eles podem estar em perigo. Precisamos voltar! - Voltar? - Alexis se assustou. - Sim, voltar! - falei alto. - Beatriz, eu entendo sua preocupação. - Alexis se aproximou - Por mais que eu não goste daqueles dois, não quero que nada de ruim aconteça. - Não, Alexis. - Neandro interrompeu - A Beatriz tem razão. Não podemos deixar ninguém para trás. Não desta forma. - Você está de acordo? - Alexis se assustou. - Eu iria sugeri exatamente isso. - Neandro ficou sério. - Eu também acho que devemos voltar. - Thalisa apoiou a ideia. - Vocês estão calculando o risco do que prete
Tive que evitar um surto de gritos quando nos deparamos com Aby. Thalisa e Lifa ficaram apavoradas, mas eu sabia que era sem necessidade. Algo me dizia que Aby estava aqui para nos ajudar. Era como se eu pudesse confiar nela. Mas será que eu realmente poderia? Lifa tentou falar, mas foi impedida por Aby, que pediu silêncio colocando o dedo indicador na frente da boca. – Esperem um minuto! – consegui ler os lábios de Aby. Não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas achei melhor esperar e ver o que iria acontecer. Aby olhou em volta, como se quisesse ter certeza que não estava sendo observada por ninguém. Ela então voltou para mais perto de nós três e fez um sinal com a mão pedindo para que esperássemos mais um pouco. Não sabia explicar bem o motivo, mas a presença de Aby me fazia ficar mais confiante. Ela trazia uma segurança transparente e sentia como se ela não fosse deixar nada acontecer com nenhuma de nós. Mas ela não era tão digna d
Não sabia o que as pessoas a minha volta viram, mas ninguém pareceu estranhar uma garota surgir do nada no meio da rua. Sai da estrada e segui para a calçada. Não queria ter como presente de boas vindas um atropelamento. – E agora? – disse para mim mesma – Não faço a menor ideia do que fazer. – Disse alguma coisa? – um senhor apareceu atrás de mim. – Não disse nada. – respondi – Desculpe, eu estou meio... Perdida. – Entendo. – o senhor sorriu – Tente telefonar para casa. Não é seguro para uma moça bonita ficar andando pela rua. – Eu conheço esse lugar. – tentei parecer simpática. – Então você não deveria estar perdida. – o senhor respondeu paciente. – Não era disso que estava falando. – tentei não perder a cabeça – Quero dizer, eu estou perdida em meus pensamentos. – Então ele te deixou pensar? – o senhor perguntou. – O que disse? – rebati com outra pergunta. – Não foi nada. – o senhor respondeu,