Chegamos a casa de Neandro quase que desmaiando. Estávamos todos muito, mas muito cansados. Neandro e Levinda tiveram que carregar Thalisa até o sofá. Eu e Alexis estávamos bem próximos de chegar aquele extremo de não se aguentar em pé.
– Mas o que houve com vocês? – Levinda perguntou preocupada.
– Tudo que não poderia acontecer! – Alexis respondeu ofegante.
– Vocês andaram do porto até aqui a pé? – Neandro perguntou assustado.
– Sim! – respondi também ofegante – Não havia cavalos. Os que estavam com nosso grupo acabaram sendo levados para o castelo. Eles não chegaram?
– Não. – Neandro respondeu confuso.
– Eu vou pegar uma jarra de água. Não, duas. Vocês estão horríveis! – Levinda estava desnorteada. Deveríamos estar muito horríveis mesmo.
– Conte o que aconteceu? – Neandro perguntou.
– Poderia nos dar um tempo para recuperarmos nossas forças? – Alexis já estava fechando os olhos – Iremos contar tudo, prometo.
– Não, quer dizer, claro. – Neandro também estava desnorteado – Vou ajudá-los a chegar até os quartos.
Desde que foi declarado oficialmente guerra, Neandro resolveu ampliar a sua casa. Construiu mais quartos e banheiros, além de aumentar a cozinha. Neandro e Alexis usaram um pouco de magia para agilizar a obra. Eu e Thalisa continuamos dormindo no mesmo quarto, mas agora cada uma tinha seu espaço. Os meninos também haviam ganhado um espaço para cada um deles. Cosmo ganhou um espaço, mas acabou não utilizando. O Rei Célio achou mais útil deixar Cosmo no castelo ajudando a projetar algumas armas novas.
Thalisa foi novamente carregada até a cama. Eu entrei no quarto e me joguei na minha cama como se minha vida dependesse disso. E de certa forma ela dependia. Não cheguei sequer a reparar que Levinda já havia posto uma jarra d’água e um copo ao lado de minha cama, na escrivaninha. Bebi a jarra inteira em meio minuto.
Meus olhos fecharam de imediato quando deitei novamente na cama. A janela do quarto estava aberta e a única coisa que senti foi o vento fresco que entrava por ela. Uma esperança crescia dentro de mim nesses momentos. Era como se a natureza estivesse dando um aviso de que ainda existe beleza neste mundo e que nem tudo está perdido. Pelo menos não completamente perdido.
Comecei a lembrar da primeira vez em que estive aqui. Parece que faz séculos que eu acordei naquela floresta e encontrei o príncipe encantado mais metido e arrogante do mundo. É tão engraçado ver como eu mudei. Eu era tão infantil e insegura. Naquela época eu nunca imaginaria que um dia ficaria de tocaia, apenas esperando a hora de atacar. Nunca imaginaria que um dia eu me tornaria uma guerreira mágica e que um mundo inteiro dependeria de mim para sobreviver. São tantas coisas que mudaram. Esses quase dois anos parecem uma vida inteira se for olha tudo o que já aconteceu comigo.
Cai no sono poucos minutos depois. Poucos minutos mesmo. Como já estava virando uma regra, meus momentos de descanso, assim como minhas noites de sono, eram sempre invadidas por pesadelos horríveis. E mais horrível ainda era acordar e não ter o consolo de que aquilo era apenas um sonho ruim, aquilo era um presságio.
Eu estava deitada, exatamente como eu estava fora do sonho. Eu abria os olhos e via um reflexo do sol bater muito forte no local onde estava deitada. Vi o castelo da Capital em chamas. Era terrível. Tentei correr para ajudar, mas não conseguia. Estava presa.
“O castelo está sendo destruído!” ouvi a voz de Alexis.
“Os homens de Leone estão invadindo o reino!” uma voz que não conhecia era quem falava desta vez.
“Onde está a Beatriz?” era a voz de Nicardo.
– Eu estou aqui! – tentei chamar atenção deles – Aqui!
“Beatriz, onde está você?” a voz do Rei Célio “Onde está você Beatriz?”
– Alguém?! – bati na parede invisível que me prendia – Alguém me tire daqui!
“Beatriz?” uma voz poderosa vinha de dentro da minha prisão “Você precisa voltar!”
– Eu sei, mas como eu saio daqui? – perguntei assustada.
“Use seu coração!” a voz se distanciava “Apenas seu coração pode te levar de volta a Ofir!”
– Meu coração? – perguntei – O que você quer dizer com coração?
Acordei com um salto que me levou da cama ao chão. Meu bumbum ficou completamente dolorido com o tombo, mas esse era o mais mínimo dos detalhes. Pensei no que aquele sonho poderia significar. Eu? Presa? Já estava assustada demais achando que poderia não dar conta do que estava pra acontecer estando com as duas mãos livres. Se estiver presa...
– Beatriz? – Alexis estava do meu lado – Você está bem?
– Eu... eu... – quase coloquei mais uma preocupação na cabeça de Alexis – Não foi nada. Apenas tive um sonho com o dia de hoje. Com a batalha. Tudo novamente passando em minha cabeça. Acho que fiquei impressionada, mas estou bem.
– De verdade? – ele perguntou com um olhar de zelo irresistível.
– E eu já menti pra você? – tentei usar do humor para fazê-lo parar de insistir.
– Você quer que eu seja sincero? – ele sorriu.
– Não há necessidade. – retribui o sorriso da melhor forma que pude.
– Apesar de estar um caco você continua linda. – Alexis me abraçou.
– Mentiroso. – sorri. Desta vez de verdade.
– Mas é verdade! – ele deu um cheiro no meu pescoço – O que eu posso fazer se eu amo você. Amor a gente não escolhe. Paixão até que conseguimos, mas o amor... Ou você acha que se eu escolheria uma garota rabugenta, abusada e encrenqueira para ser minha futura esposa.
– Esposa? – fiquei surpresa – Está falando sério?
– Quando tudo isso acabar eu quero me casar com você Beatriz!
– Mas assim, agora? – continuava surpresa – Nós ainda nem completamos 20 anos. E mesmo assim ainda acho cedo.
– Pra quem tem a vida todo pode até ser mesmo, mas nós não precisamos casar agora. – Alexis me apertou um pouco mais – Podemos esperar até eu ser coroado. E se depender de mim isso ainda vai demorar muito. Quero que meu pai ainda tenha muitos anos de vida pela frente.
– Mas...
– Veja bem – Alexis me soltou. Coisa que não gostei – nos oficializamos o nosso relacionamento. Assim todos saberão que eu pertenço a você. Depois nós esperamos alguns anos e fazemos a cerimônia.
– É realmente necessário ficarmos noivos? – perguntei.
– É obrigatório. – Alexis ficou sério – Para um príncipe não existe a palavra “namoro”. Aqui em Ofir os príncipes costumam ser prometidos a grandes futuras damas da realeza ou princesas de outros reinos antes mesmo de nascerem.
– Não estou gostando disso. – fiquei nervosa – Você já foi prometido para alguém por acaso?
– Não. – ele achou graça – Apenas os primogênitos são prometidos. Afinal, eles que assumirão o reino. No meu caso, como meu irmão optou por ser deserdado eu acabei sendo o primeira opção para sucessão da coroa. Mas o meu casamento não foi planejado. Acho que eu já estava prometido a você.
– Você quer dizer que eu irei me tornar rainha? – achei estranho em como isso soava em meus ouvidos.
– Se aceitar meu pedido...
– Você ficaria muito chateado se eu não respondesse nada agora? – tentei não parecer grossa – Se fosse outros tempos eu responderia a você que sim, mas eu não tenho cabeça para nada disso.
– Claro. – Alexis sorriu – Eu entendo perfeitamente. Não veja isso como uma cobrança, mas uma sugestão de um plano para o futuro.
– Obrigada. – sorri meio sem jeito – Você sabe que tudo o que eu quero e ficar ao seu lado sempre.
– Eu sei. – ele voltou a me abraçar – Eu também quero ficar com você para o resto da minha vida. Nem que seja uma breve vida.
– Não fale isso nem brincando! – me apertei mais a ele – Eu não consigo nem pensar em não poder te ver nunca mais. Agora você é tudo o que eu tenho.
– Acho que não preciso dizer que sinto o mesmo por você!
– Não acredito! – uma voz ecoava pelas paredes. Parecia vir da sala e parecia ser de Neandro.
– Vamos ver o que está acontecendo? – perguntei.
– Acho que sei o que é. – Alexis olhou aflito – Veja.
Olhei pela janela do quarto e vi dois soldados de Tales na porta. Nenhum deles estava com cara de boas notícias. Pelo contrario, estavam com cara de quem trazia mais problemas para as nossas mãos.
–... E foi isso que aconteceu. – era a voz de Tales.
– Mas por quê? – Neandro perguntava no exato momento em que entravamos na sala.
– Beatriz? – Tales parecia ter encontrado em mim seu ponto de salvação – Contaram-me que estava quase desacordada.
– Eu já estou melhor. – fiz uma cara de quem estava vendendo saúde – A Thalisa que ainda está dormindo. Ela é uma garota forte, mas acho que desta vez acabou sendo demais para ela. Vocês estavam discutindo ou era impressão minha.
– Não exatamente. – Neandro fitou Tales repreensivo.
– Vocês estão me escondendo algo! – já estava entendendo as trocas de olhares – Exijo que me contem!
– Alexis! – Neandro achou graça – Pare de ensinar coisas erradas a Beatriz!
– Eu não estou ensinando nada! – Alexis levantou as mãos – Sou inocente!
– Vocês querem parar com isso? – falei alto – Eu sei que está acontecendo algo que vocês não querem me contar. E melhor me contar logo ou terei que descobrir por mim mesma!
– Não há nada...
– Não! – Tales interrompeu Neandro – Ela está certa. Ela tem o direito de saber.
– Obrigada Tales. – dei um sorriso debochado. Realmente, eu estava pegando as manias do Alexis.
– O que está havendo aqui? – Thalisa se levantou – Estão fazendo uma reunião? Eu dormi por quanto tempo?
– Já é de manhã. – Neandro respondeu.
– E não me acordaram por quê? – Thalisa perguntou esfregando os olhos.
– No estado em que você chegou ontem à noite, achei melhor não te incomodar. Achei até que você dormiria até amanhã. – Neandro ajudou Thalisa a se sentar. Ela ainda parecia cansada.
– Mas o que está acontecendo aqui? – Thalisa quem perguntou dessa vez.
– Era exatamente o que eu estava perguntando a eles faz poucos minutos. – respondi em um tom debochado.
– E eu estava prestes a responder. – Tales voltou a olhar torto para Neandro.
– Então diga logo de uma vez! – Thalisa respondeu em um visível mau humor. Algo nada típico da parte dela que sempre foi tão calma.
– Alguns dos meus homens acabaram com ferimentos mais graves do que pareciam. – Tales começou a explicar – As armas que os falsos soldados usaram parecia estar envenenada. Todos que foram atingidos por ela, mesmo que de raspão, acabaram sendo envenenados. O veneno parece agir da seguinte forma: A primeiro momento causa uma ferida imperceptível, mas com o passar do tempo essa ferida vai se abrindo até corroer todo o local atingido deixando o restante imóvel. Muitos dos meus homens perderam completamente os movimentos dos braços e alguns das pernas.
– Espere! – gritei – Alexis você foi atingido!
– Eu fui? – Alexis balançou a cabeça – Nossa! Tinha me esquecido!
Retiramos imediatamente o curativo improvisado que eu havia feito na mão de Alexis e o que vimos não foi muito bonito. A ferida, que a principio parecia pequena na parte superior, perto do dedo mínimo, agora havia tomado os dois últimos dedos de Alexis e um pedaço da parte inferior da mão, na palma.
– Que horror! – disse alto – Precisamos fazer algo urgente.
– Era exatamente isso que estava falando para Neandro. – Tales tentou ficar calmo – Eu preciso ir com urgência ao castelo. O Rei Célio deve conhecer algo que posso eliminar esse veneno antes que atinja os órgãos vitais das pessoas. Mas precisamos agir rápido, não sabemos quanto tempo o veneno demora a infectar outras partes do corpo.
– E por que vocês estavam discutindo sobre algo tão sério? – perguntei nervosa – Vamos imediatamente ao castelo!
– Mas ele não contou que quer cuidar de sabe lá quantos homens sozinho. – Neandro falou em tom de deboche provando que era da família.
– Tales? Aquela história? – perguntei.
– Beatriz, você prometeu esperar!
– Eu sei o que prometi! – respondi.
– Você já sabia dessa história? – Neandro perguntou confuso.
– Sabia. – respondi sem expressão.
– Gente, acho que agora não é lugar para decidir isso. – Thalisa começava a acordar de verdade.
– Será que podemos ir logo? – Alexis parecia desesperado.
– O que foi? – perguntei.
– Eu acho que o veneno está se espalhando.
Olhamos todos para a mão de Alexis. Realmente não parecia nada bem. Estávamos vendo exatamente o caminho se formando. A ferida estava começando a descer, seguindo para o braço de Alexis. Nós tínhamos mesmo algo mais importante para pensar naquele momento do que se Tales iria ou não ajudar seus homens sozinho.
Corremos imediatamente para o castelo de Nebro. Como se não bastasse todas as coisas ruins que nos aconteceu nos últimos dias, ainda acontece isso. Eu estava com tanta pena do Alexis. Nunca gostei de ver ninguém sofrendo, ainda mais alguém que amo.Estávamos sem cavalo, por isso demoramos mais tempo para chegar ao castelo. A ferida tinha parado de crescer, mas metade da mão de Alexis estava cheia de ferimentos pequenos, enquanto o ferimento inicial tinha estacionado pouco depois do fim da mão.Alexis não tirava os olhos dos ferimentos e, consequentemente, eu também fiquei olhando sua mão de minuto a minuto. Estava com tanto medo de que Alexis pudesse perder o braço. Ele ficaria péssimo se isso acontecesse.O castelo parecia bem mais triste agora do que da primeira vez em que o vi. Eu não sei dizer quando ele começou a parecer mais sombrio. Neste momento desejei muit
Eu havia visto aquele rosto apenas uma vez, mas já era o suficiente para gravá-lo para o resto da vida. Aqueles cabelos loiros, os olhos esverdeados e o porte de nobreza faziam dele uma pessoa única. Ainda usava um brinco na orelha, mas já havia abandonado a velha e gasta armadura dourada que o vi usando da primeira vez. – Você conhece esse jovem? – Rei Célio perguntou. – Não exatamente. – falei aproximando-me do rapaz – Nós nos conhecemos na época em que fui presa em Koram com o Nicardo. Ele não é uma pessoa ruim. Deixem que entre. – Tem certeza? – Alexis perguntou desconfiado. – Acho que sim. – minha resposta não o agradou. Rei Célio fez um sinal com a mão permitindo que o jovem entrasse. O que ele queria? Como esse rapaz havia me encontrado? Eu não me lembrava das coisas que conversamos, mas tinha quase certeza de que não havia dito nada que o fizesse chegar até aqui. Mas isso agora não importava. Fomos para a sala do trono e Alexis
Já estava começando a ficar com raiva de não poder ter mais um segundo de sossego. Qual era a intenção de Leone? Nós deixar loucos? Se for ele está conseguindo. Essa guerra estava ficando cada vez mais complicada. – Nós temos que verificar isso imediatamente! – Alexis não pensou duas vezes. – Sim, vão e tomem cuidado. – Rei Célio parecia ficar muito triste por não poder ajudar nas batalhas. – Eu vou também! – Amadeus se prontificou a nos ajudar. – Mas não vai mesmo! – Alexis começou a implicar. – Alexis, achei que já tínhamos resolvido isso. – falei irritada. – Não resolvemos não! – Alexis gritou – Você e meu pai decidiram isso, mas os outros do grupo nem sabem da existência dessa pessoinha. Se for para ser justo... – Que justo? Justo o que? – perguntei – Por favor, Alexis... – Eu não quero! – Alexis bateu o pé feito criança. – Alexis cresça! – briguei. – Isso não é questão de ser ou não ser infantil – A
Amadeus contou toda a sua história a Neandro. Alexis fez questão de ressaltar os pontos que ele achava absurdo ou fictício. Mas Neandro não pareceu se deixar levar por Alexis. Ele parecia estar tão convencido de que Amadeus era quem dizia ser quanto seu pai. Claro, Alexis ficou furioso. – Eu achei que você teria um pouco mais de juízo! – ele gritou. – Eu não entendo o motivo de você não conseguir acreditar nessa história. – Neandro parecia tentar achar traços familiares em Amadeus. – Você quer que eu escreva? – Alexis debochou – Mas vou logo avisando que a lista é grande. – Alexis! – falei alto – Será que, por apenas um minuto, você não poderia ficar calado? – Vocês estão brigando de novo? – Neandro sorriu. – Estamos! – Alexis ficou emburrado. – Como é bom ver isso – Neandro achou graça. – Bom? – Alexis e eu gritamos juntos. – Claro. – Neandro sorriu debochado – É o único vestígio dos bons tempos de paz e tranqu
Minha cabeça doía muito. Era como se alguém tivesse me dado uma paulada. Sentia que havia feito um galo e tentei encostar, mas minhas mãos estavam presas. Abri os olhos e reparei que estava em um lugar que nunca havia visto na vida. Eu estava deitada em um tipo de caixão de vidro, o que me fez sentir a própria Branca de Neve, e estava com os braços e pernas amarrados ao caixão. O lugar era tão suspeito quanto à situação. O local parecia ser uma sala redonda e eu deveria estar no meio dela. A sala era toda feita de barro e havia vários armários embutidos na parede. No teto havia um lustre. Um lustre grande o suficiente para esconder uma pessoa. Concentrei-me e deixei que a energia do local fizesse o trabalho por mim. Não demorou muito e consegui fazer com que as amarras que me prendiam quebrassem. Mas não sai do caixão tão rapidamente. Ouvi barulhos e resolvi fingir que ainda estava desacordada. Entraram duas pessoas na sala. Ouvi passos me rodeando e
Saímos da salinha e fomos para outra sala, desta vez maior. Max abriu um baú e pegou um pedaço de papel enrolado, parecendo um pergaminho. Ele desenrolou e olhou bem para o pedaço de papel e depois olhou para mim e assentiu com alguma coisa. — Veja! — ele se aproximou. Peguei o pedaço de papel e desenrolei. Era uma pintura minha. Uma pintura perfeita. Se não fosse pelo cabelo preso em coque e o vestido de rainha, poderia dizer que alguém muito talentoso estava me observando e resolveu me pintar. — Mas é incrível! — admirei — É realmente incrível! — E tem mais. — Max estava todo animado — Veja o que está escrito em baixo. Olhei a frase que estava escrita no final da pintura. Uma frase estranha e perturbadora demais para ser verdade. — "Vida longa a Rainha Beatriz I, a imbatível." — estava chocada — Onde vocês conseguiram isso? — Roubamos há uns 100 anos atrás. — Ali respondeu — Na época em que o avó do Rei Célio governava.
Não precisei procurar muito por Alexis. Ele estava poucos metros de onde eu sai, amarrado dos ombros aos tornozelos em uma corda grossa, feita de um material que eu desconhecia e parecia bem forte. — Finalmente apareceu alguém! — Alexis gritou assim que nos viu chegar — Pensei que ficaria aqui igual a um carneiro posto para sacrifício. — Que exagero! — disse em tom de deboche — Carneiros não são sacrificados desta forma. — Engraçadinha. — ele fez língua — Agora me tirem daqui! — Você está muito arrogante para uma pessoa que está completamente imóvel. — resolvi brincar um pouquinho e fiquei rodeando a árvore. — Quer parar! — Alexis gritou — Você vai ficar dando voltas ou me tirar daqui? — Depende. — sorri maliciosa. — O que foi desta vez? — Alexis bufou. — O de sempre. — continuei sorrindo — As famosas palavrinhas mágicas que demonstram que, além de educação, você tem um pouco de humildade. — Então agora vai ser
A semana passou feito vento de tão rápida. Eu esperava que eles mudassem de plano e que não fosse mais preciso invadir Koram. Mas tudo ocorreu como eles esperavam. Tales não quis participar da missão. Ele iria continuar cuidado dos homens que se feriram e não quis que nenhum de deles fosse à missão. Preferiu espalhá-los pelo porto e nos arredores do castelo. Cosmo também ficou. Ele seria mais útil no castelo. Agora que a frota de submarinos estava pronta, ele e sua equipe estavam começando a desenvolver um armamento novo, para aqueles que não sabem usar magia. Quando a coisa pegasse fogo mesmo teríamos que ter todo o tipo de reforço possível. Todos nós ficamos a semana criando as estratégias de ataque. Tales e Cosmo, apesar de não participarem da ação, ajudaram a bolar o plano. — Você não acha que seria um pouco arriscado? — Tales questionou uma sugestão de Alexis. — Ganharíamos tempo. — Alexis se defendeu. — Mas os riscos de serem peg