Tinha acabado de estacionar na casa da Nátali, quando eu meu celular avisou que chegou mensagem da Hannah. Já imaginei que a diabinha tinha aprontado algo. Quando li ela queria saber onde estava o celular dela. Procurei e estavam comigo no carro. Então perguntei o nome que tinha que passar para ela, quando ela escreveu eu não aguentei e comecei a rir sozinho. Resolvi ligar, estava com dúvidas se deveria deixar a Gabriela entrar em contato com eles. — Alô. — Esses dois estavam com ela no assalto. — Entendo, mas seria uma medida provisória. Uma transição suave deixando as coisas para trás aos poucos. Entendo o que Hannah quer fazer, mas era muito arriscado, seria melhor cortar o mal pela raiz. — Não sei não. — Vai lá, confia em mim. — SABIA QUE ESSE RIQUINHO BOIOLA NÃO IA…— O que houve aí? — Ela tava agradecendo se enviar os dois, porque está com saudades dos meninos. — Sei, deu pra ouvir o boiola, mas vou mandar, e mais uma vez obrigado. — Qual a senha de bloqueio? Ouvi qu
Karla voltou do banheiro e percebi que estava desconfortável de estar ali, falou de ir embora, e eu não queria deixar a companhia dela tão cedo, então precisava agir rápido. — Olha se você quiser, sei um de um lugar bem bacana pra gente ficar de boa e relaxar com uma música ótima. Sem maldade. Só relaxar, com bebidas e música boa. Dentro da minha cabeça estava torcendo para ela falar sim. E foi o que ela fez. Paguei a minha comanda e peguei a dela, mas avisei que da próxima era por conta dela. No táxi quis dar espaço para ela, não queria ser o chato que ficava enchendo de perguntas, então fiquei olhando as paisagens e mexendo no celular , como se falasse com alguém, — Rodolfo dá uma olhada no nível do valet, só ele ganha por noite o nosso salário do mês.Ela estava achando que íamos ficar na boate que comprei com meu irmão, nem pensar. — Acho que fui procurar emprego no lugar errado então. — Palhaço, fala sério. — Nós não viemos para cá, nós vamos para lá. Era depois da praç
— Eu só vou me despedir da Sandra e já te encontro no portão. Na verdade queria saber mais sobre esse Simão, não ia sair sozinha com um desconhecido. Vai que ele me levará a algum lugar deserto e sei lá. — Sandrinha. — Fala miga. — O que você sabe daquele cara, o Simão? — Hummm, então está interessada? — Ele me chamou para sair. Sabe se é gente do bem?— Até onde eu sei é de confiança, não porque frequenta igreja, nada a ver. Mas porque é trabalhador e paga as contas certinho, cuida da mãe e dos irmãos. Só é meio fechadão, caladão. — Beleza, vou nessa então. Qualquer coisa, a gente faz o esquema do celular. — Beleza. O velho esquema de inventar uma emergência para fugir do encontro. — Prontinho, eu já falei pra ela que vamos sair. — Se sente mais segura agora? Ele me deu um sorriso fechado e me deixou sem graça. — Fez bem, eu faria o mesmo, mas nem precisei, pois já me falaram que você é legal e não vai me atacar. Então eu dei uma risada, foi onde ele conseguiu quebrar o
Gabriela era a típica adolescente revoltada, só que com causa. Tinha acabado de perder a mãe que ela adorava e foi morar com um completo estranho que não entendia nada de adolescentes e odiava a pessoa que ela mais amava. A pior parte era lidar com os dois. Quando falava com o Nico, tinha que ser compreensiva pois ele nunca ia deixar ela ligar para os marginais amigos dela e ao mesmo tempo tinha que ser rígida com a garota que só queria atacar quem só estava lhe ajudando. Mas no final, até que deu certo, ela falou com um amigo dela de apelido muito engraçado, Tripa, e depois eu convenci ela a fazer comprinhas na internet. Quando estava tudo legal, comemos muito e estava me divertindo com a pirralha, que alias quando a Lili soubesse disso ia surtar, me ligaram de vídeo. Um número desconhecido. Era uma chamada de baixo de uma janela de vidro em um banheiro muito chique, estava Apolo de terno com a tipóia e ele abaixou para pegar algo na banheira. Quando levantou deu para ver uma ca
— Boa noite senhor, quem veio visitar? — Na verdade, uma visita de um morador. – assim esperava eu, que fosse somente uma visita e nada mais. O que eu pretendia descobrir, o que Hannah fazia na casa do Nico. — Qual o nome do morador, senhor? — Nicolas Nicolai. — E o seu? — Apolo Trindade, quero ver a Hannah. — Claro, senhor só um momento. Eu acenei já muito irritado, mas não queria descontar no rapaz que fazia o trabalho dele. Mas a minha vontade era passar aquela cancela e invadir o locar gritando o nome dela até achá-la. — Ele pediu que aguardasse aqui um momento. — Como é que é?— Ele pediu… — Eu ouvi…– passei a mão no rosto impaciente e as palavras do porteiro foram ficando menos nítidas. — O senhor poderia encostar seu carro, ali nas vagas de espera, por favor? — OK. Dei a marcha ré quase sem olhar para trás. Meu braço dói muito e por pouco não acertou um veículo que aguardava atrás de mim. A buzina dele me enfureceu ainda mais. Mesmo assim, coloquei minha mão para f
Eu estava em um barzinho do outro lado da cidade com o cara mais interessante que eu já tinha encontrado a muito tempo. Dançava bem e para minha surpresa cantava bem. Tinha um papo legal e inteligente, tá certo que é irritante às vezes, arrogante, tem esse jeito prepotente, mas é bem gostosinho, olha essa boca…— … E aí, qual vai querer?— O quê? — Cerveja ou Ice? Minha rodada. — Cerveja, chega de misturar. — Beleza, já volto. Eu dei um sorrisinho malicioso para ele. Mas porque fiz isso, o cara tem namorada e eu nem quero ficar com ele. Nada a ver. Acorda Karla, foco!!! Money e cair fora… O cara nem é pra diversão, você só está mal hoje e saiu com um coleguinha. Lá vem ele, um coleguinha, que tem umas pernas bem torneadas nessa calça skinny, e quando ele foi sentar não deixei de perceber o volume que fez a belezura … Karla mulher, se recomponha. — E aí animado? — Oi?!Ele estava sorrindo, provavelmente porque eu estava olhando pro volume da calça dele e ainda perguntei isso, a
Depois de uma noite que deveria terminar em uma ménage a trois no dark room, lá estávamos na sala de espera da emergência. — Diego quer um café? Chris estava no carro tirando um cochilo, não aguentou o assento do hospital. — Quero sim Lili, mas vou com você na cafeteria. E olhando para Sara que estava grudada no braço dele, falou: — Quer que traga algo para mais tarde, depois da consulta? — Não, eu vou com vocês, acho que vai…— Precisa ficar, e se te chamarem. — Tudo bem. Então ele veio comigo, nunca vou esquecer a cara que Sara fez para mim. Aliás, ela estava assim a noite toda e até me esforcei para ficar com a moça, Bianca, na boate e deixá-los sozinhos. Será que Diego falou algo sobre mim para ela ficar com aquele ciúmes besta? Chegamos lá e tinha até bastante gente para aquele horário. Um casal sentado na mesa do canto, uma galera de adolescentes no meio e três senhores com roupa do hospital em outra mesa. — Vou lá pedir, pega aquela mesa ali perto do vidro – eu pedi a
Eu subi as escadas correndo, que cara chato, mala sem alça, bugado, sem noção… como minha mãe podia parir um traste desses? Se não tivesse as fotos dele lá em casa, nem ia acreditar. Droga nem ia adiantar eu pedir exames e essas coisas. — Gabriela. — Quê? — Vou só até o portão de entrada com a Hannah e já volto. — Vou com vocês. – voltei do quarto correndo e quando cheguei na escada, o bugado, já tinha fechado tudo. Ainda deu para ver eles andando pela porta de vidro até a calçada, ou seja, estava mesmo em uma prisão. Já sei, podia ligar para polícia. Ahh!!! Gênia, eles mesmos te entregaram. Podia falar com o tio do Juscelino, o Sr. Aragão, ele não ia deixar uma criança da comunidade dele ser sequestrada, como eu fui ou pelo menos achar um advogado para mim. Das primeiras vezes que eu me encrenquei, ele me ajudou, depois “deu ruim”. Subi pro quarto do cativeiro, como alguém tem um quarto para as pessoas irem de vez ou outra, do tamanho de uma casa e ainda é feio pacas. Credo, q