— Então Antonella, como está se saindo nossa nova secretária? — Sr. Nicolas, não é lá grandes coisas, mas ainda está muito cedo para avaliar. Eu dei um sorriso arrogante para ela. Antonella sabia ser maldosa quando queria e eu sabia disso, precisava às vezes ser pulso firme, porém ela é essencial pra mim. — Ajude a moça e a trate bem, não quero desavenças no trabalho. — Claro, Sr. Nicolas, se houver, não será da minha parte e sim…— Antonella, eu sei que não haverá. Onde está Hannah? — Ela foi arrumar a sala de reuniões nove. O olhar dela era fulminante agora, até atendeu uma ligação para não falar mais comigo. Acho que não me sai muito bem nessa conversa. Procurei Hannah e a encontrei marcando os lugares na mesa. Nátali tinha razão, ela era encrenca pra mim. Fiquei parado olhando como ela se movia, a maneira como seus lábios pronunciavam sem som os nomes, que procurava antes de colocar achar. Como colocava o cabelo atrás da orelha, quando abaixava a cabeça. Parecia uma sinfoni
Hannah diz: “Lili, minha amiga Sara pode ficar hoje na sua casa? Estamos indo à delegacia da mulher. Deu ruim aqui, a namorada apelou de novo.”Lilith diz: “Claro que sim, você está com sua chave? Estou no ensaio.”Hannah diz: “Sim, não se preocupe, eu vou passar em casa e pegar algumas coisas para dormir lá com vocês.”— Sara, vai ficar tudo bem. Eu falei com a Lili e ela vai te receber hoje mesmo. E nem pense em desistir. Olhe para mim. – Ela parecia tão perdida. Tinha que ser forte por nós duas. — Sara, se quiser tirar a queixa depois é por sua conta. Mas tire um tempo para pensar, por favor. Faça a denúncia e fique com a Lili. Veja por si só como você está tremendo.Olhei para o rosto mais apavorado do que quando estava diante da Paola. Limpei uma lágrima que caia no rosto dela e fechei meus olhos para fazer uma prece nos meus pensamentos.“Meu Senhor, ajude essa minha amiga neste momento de aflição. Sei que nossas escolhas nos levam a essas consequências, mas também sei da Sua gra
Celular tocando – música de despertador.Eu desliguei o despertador às 05:15, nem mais nem menos, e nunca, jamais colocava na soneca.Dobrei os lençóis e guardei. Arrumei a cama e me certifiquei que estava tudo bem esticado. Adorei a combinação de tons roxos degradê até lilás e a cômoda azul, ficou igual a revista. Ainda bem porque estar saindo com aquele QI de me*da, tem que valer alguma coisa.Enfim, colocar minha legging de quinta-feira e partiu para academia. _ Karla, minha filha, pode passar hoje na companhia de luz e verificar aquelas contas em atraso pra mamãe? _ Mãe, ninguém vai nesses lugares, tem aplicativo pra isso agora. E que história é essa de luz em atraso? Aquele imprestável do seu… _ Karla, pelo amor de Deus, minha filha, fale mais baixo, ele está em casahoje. _ Milagre, né, uma vez por mês. Aproveita e pede pra ele consertar otelhado. Sabe que tá chovendo em cima dos filhos dele, já estão todos lascados com bronquite desse mofo horrível nos quartos. _
_ Esperando pra começar a partida e não apareceu na jogada? Ele parecia realmente furioso. _ Tá me fazendo de otário, gata, me fez comprar aquele monte de lingerie à toa… _ Hei!! Olha como fala comigo, tá pensando o que, cara mal? Fala direito com sua gata. Sentadinho aí.Como eu tive que falar alto, as meninas correram para meu guichê. _ Karla, cê tá doida.Eu coloquei o celular no mudo e corri para a copa. _ Vocês duas fiquem de olho e não deixe ninguém entrar aqui, eu tenho que resolver isso. _ E como você quer que nós façamos isso? _ Se virem, depois eu compro um presente pra cada… – eu empurrei as duas para fora rapidamente e fechei a porta do cômodo. _ Mas Kar… _ Aí, gata, não começa, cê sabe como eu fico… _ Ca-la-di-nho!!! — Então abri a câmera do celular e apoiei o aparelho na cafeteira.Era só eu começar um showzinho meia boca pra ele se acalmar. _ Karla, não vai rolar. Essas paradas tuas aí de me enfeitiçar e deixar eu pegar fogo pra depois cai
— Lili, que bom que você chegou, quem te trouxe? Vi você pela janela. Hannah me esperava em casa, procurei pela amiga dela, mas não vi. — Longa história, já abriu um vinho pra gente? Estou varada de fome, vou colocar uma lasanha para esquentar – joguei minhas coisas no sofá e fui até a cozinha. Hannah me seguia. — Onde está sua amiga? — Entrou no banheiro já tem um tempo. Você acha que devo bater? — Ahhh, sei lá, vai lá e pergunta se ela precisa de alguma coisa. Nesse momento a gente tem que dar espaço, mas tem que ficar de olho né? – Eu passei a minha adolescência, entrando e saindo de relacionamentos tóxicos. Sabia muito bem como era isso. Eu ouvi lá da cozinha Hannah batendo de leve na porta e falando baixinho com ela. Não consegui ouvir o que ela respondeu, mas acho que estava tudo bem, não ouvi ninguém gritando. — Lili, ela está bem, imagino que está chorando. Não quis dar queixa, mas conversou com a assistente social. — Então ela chegou a ir à delegacia com você? – Fiquei
— Bom dia, Lili. – Dei a volta no balcão, ainda dava tempo de eu atender dois ou três clientes para ela, pois a cafeteria ficava bem mais perto do meu trabalho do que de minha kitnet. — Próximo. Bom dia. — Um café com leite sem lactose e duas torradas francesas. — Para viagem ou vai… — Viagem e rápido que estou atrasado. — Claro, senhor. Hiiii!!! Lili ouviu, lá vem ela. — Senhor, a cafeteria a cinco quadras daqui tem delivery, pode pedir do seu serviço. Este é o número para reclamar do nosso serviço. Acho que o senhor está atrasado para discutir, então tenha um bom dia e não precisa nem voltar. — Mas o que é isso? Que falta… — Próximo! – Ela mesma chamou para mim. Como os clientes dela eram já fiéis e conhecidos, entraram na frente do homem e nem deixaram ele falar nada, foram se espremendo e o empurrando até o fulano chegar lá na calçada. Todos aplaudiram a atitude da Lili. — Oi, Hannah, um capuccino e um croissant, para viagem, por favor. — Ola Sr. Valter é pra já. – Enqu
Ficava olhando a hora do computador de cinco em cinco minutos, e não via a hora de Antonella me falar que eu podia ir ao hospital. Como será que ele ia me receber? O último telefonema não foi nada legal. Mas temos que deixar esses assuntos de lado quando se trata de saúde. Depois vejo o que houve. — Hannah, acorda!! As flores e o chocolate já chegaram, estão na recepção, vá logo, o motorista vai te deixar no hospital. Não demore, tenho que te… Enquanto ela falava, eu já tinha pegado minha bolsa, fechado minha tela, guardado as agendas e colocado cada documento no organizador de mesa. — Uau.. Garota, é bom saber que você pode ser ágil assim, pra variar. – Ela estalou os dedos e me dispensou. — Obrigada, Antonella, volto rapidinho…– e lá do elevador ainda gritei: — VOU COMENDO NO CAMINHO. Só vi a cara dela, enquanto atendia o telefone, balançando a cabeça em negativo. — Oi, o buquê para o segurança… — Olá, Hannah, aqui estão. — Cravos, que lindos. — E tem essa caixa de chocolat
Eu estava extasiado com a visão da Karla dançando. Ela fazia cada movimento calculadamente sensual. Seu sorriso criava uma moldura em volta do casal com um brilho só deles, ofuscando todos os outros. Ela usava um vestido aveludado verde claro curto arredondado com um decote que ia demorar milênios para sair da minha cabeça. Espera um pouco, eles estão subindo, acho que vão para o bar. É minha chance de cumprimentá-la. — Cavalheiro, aqui está seu pedido…— Tá, tá, tá… coloca aí. Só faltava o cara me atrapalhar pegar a fila atrás dela. Me apressei para subir os degraus, o senhor que a acompanhava mantinha sua mão nas costas nuas dela, onde o vestido tinha uma abertura. Como eu queria ser aquele velho agora. Espera um pouco, não estão indo para a fila do caixa… — Garçom, o que é aquela área ali? — Agora o senhor quer falar comigo? Só então olhei para o rapaz, que, aliás, me deu medo. E sim, tinha certeza que minha comida deveria estar cuspida também. — Me desculpe. Pode, por fa