— Enfermeira, posso falar com o médico agora, por favor? — Sr. Trindade… — É Apolo, o senhor está no céu. Agora não venha me dizer que o doutor não pode vir por isso ou aquilo. Eu posso me dar alta se eu quiser, porque isso não é uma prisão, certo? — Acontece que o senhor… — Eu já disse…— Desculpa, você não está em condições de andar e se continuar agitado, tenho permissão de aplicar um calmante no seu soro. — Nem pense em uma coisa dessas. Eu tentei mesmo me levantar, imagine, eu preso em uma cama de hospital. Se você pudesse pensar em um pesadelo mais terrível para minha vida, seria isso. Acho que chega a ser uma fobia. Vou tentar de novo. Mas o que é isso, está tudo girando….— Sr. Apolo, pelo amor de Deus… pessoal ajudem aqui!A enfermeira não me aguentava sozinha, coitada, caí sobre ela como uma jaca madura. Depois de dois rapazes me colocarem na cama, e me sedaram, eu dormi por muitas horas. — Bom dia, dorminhoco. Era a cara feia do Maurício me olhando e vindo com um
Bruno diz: “E aí, Dolfo, não falou mais comigo.”Bruno diz: “Como você está?”Rodolfo diz: “Estou bem, tato, mas preciso saber se o velho vai estar em casa amanhã.”Bruno diz: “Você vem ver a mamãe?”Rodolfo diz: “Sim, vou ver vocês dois.”Bruno diz: “Podemos nos encontrar em algum lugar. Ele vai estar sim.”Bruno diz: “Que tal no Viennas Bar? Você sempre gostou de lá.”Rodolfo diz: “Depois combinamos, não se preocupe.”Amanhã eu vou falar poucas e boas pra ele. Se ele acha que pode comprar minha vaga dessa forma, é muita humilhação. Já não basta o que ele me fez a vida toda, cada passo, cada palavra que eu pronunciava tinha que estar à altura dos Alcântara Fortunato. Preciso de uma bebida. — Olá, tudo bem? Desci até a recepção do hotel. —Sabe onde tem um barzinho aqui perto, nada muito chique? — Claro, senhor… — Por favor, pode me chamar de Rodolfo. Eu apelei juntando as mãos. A última coisa que queria ouvir era meu sobrenome agora . — Sim, Sr. Rodolfo. É só seguir duas quadras
— Então Antonella, como está se saindo nossa nova secretária? — Sr. Nicolas, não é lá grandes coisas, mas ainda está muito cedo para avaliar. Eu dei um sorriso arrogante para ela. Antonella sabia ser maldosa quando queria e eu sabia disso, precisava às vezes ser pulso firme, porém ela é essencial pra mim. — Ajude a moça e a trate bem, não quero desavenças no trabalho. — Claro, Sr. Nicolas, se houver, não será da minha parte e sim…— Antonella, eu sei que não haverá. Onde está Hannah? — Ela foi arrumar a sala de reuniões nove. O olhar dela era fulminante agora, até atendeu uma ligação para não falar mais comigo. Acho que não me sai muito bem nessa conversa. Procurei Hannah e a encontrei marcando os lugares na mesa. Nátali tinha razão, ela era encrenca pra mim. Fiquei parado olhando como ela se movia, a maneira como seus lábios pronunciavam sem som os nomes, que procurava antes de colocar achar. Como colocava o cabelo atrás da orelha, quando abaixava a cabeça. Parecia uma sinfoni
Hannah diz: “Lili, minha amiga Sara pode ficar hoje na sua casa? Estamos indo à delegacia da mulher. Deu ruim aqui, a namorada apelou de novo.”Lilith diz: “Claro que sim, você está com sua chave? Estou no ensaio.”Hannah diz: “Sim, não se preocupe, eu vou passar em casa e pegar algumas coisas para dormir lá com vocês.”— Sara, vai ficar tudo bem. Eu falei com a Lili e ela vai te receber hoje mesmo. E nem pense em desistir. Olhe para mim. – Ela parecia tão perdida. Tinha que ser forte por nós duas. — Sara, se quiser tirar a queixa depois é por sua conta. Mas tire um tempo para pensar, por favor. Faça a denúncia e fique com a Lili. Veja por si só como você está tremendo.Olhei para o rosto mais apavorado do que quando estava diante da Paola. Limpei uma lágrima que caia no rosto dela e fechei meus olhos para fazer uma prece nos meus pensamentos.“Meu Senhor, ajude essa minha amiga neste momento de aflição. Sei que nossas escolhas nos levam a essas consequências, mas também sei da Sua gra
Celular tocando – música de despertador.Eu desliguei o despertador às 05:15, nem mais nem menos, e nunca, jamais colocava na soneca.Dobrei os lençóis e guardei. Arrumei a cama e me certifiquei que estava tudo bem esticado. Adorei a combinação de tons roxos degradê até lilás e a cômoda azul, ficou igual a revista. Ainda bem porque estar saindo com aquele QI de me*da, tem que valer alguma coisa.Enfim, colocar minha legging de quinta-feira e partiu para academia. _ Karla, minha filha, pode passar hoje na companhia de luz e verificar aquelas contas em atraso pra mamãe? _ Mãe, ninguém vai nesses lugares, tem aplicativo pra isso agora. E que história é essa de luz em atraso? Aquele imprestável do seu… _ Karla, pelo amor de Deus, minha filha, fale mais baixo, ele está em casahoje. _ Milagre, né, uma vez por mês. Aproveita e pede pra ele consertar otelhado. Sabe que tá chovendo em cima dos filhos dele, já estão todos lascados com bronquite desse mofo horrível nos quartos. _
_ Esperando pra começar a partida e não apareceu na jogada? Ele parecia realmente furioso. _ Tá me fazendo de otário, gata, me fez comprar aquele monte de lingerie à toa… _ Hei!! Olha como fala comigo, tá pensando o que, cara mal? Fala direito com sua gata. Sentadinho aí.Como eu tive que falar alto, as meninas correram para meu guichê. _ Karla, cê tá doida.Eu coloquei o celular no mudo e corri para a copa. _ Vocês duas fiquem de olho e não deixe ninguém entrar aqui, eu tenho que resolver isso. _ E como você quer que nós façamos isso? _ Se virem, depois eu compro um presente pra cada… – eu empurrei as duas para fora rapidamente e fechei a porta do cômodo. _ Mas Kar… _ Aí, gata, não começa, cê sabe como eu fico… _ Ca-la-di-nho!!! — Então abri a câmera do celular e apoiei o aparelho na cafeteira.Era só eu começar um showzinho meia boca pra ele se acalmar. _ Karla, não vai rolar. Essas paradas tuas aí de me enfeitiçar e deixar eu pegar fogo pra depois cai
— Lili, que bom que você chegou, quem te trouxe? Vi você pela janela. Hannah me esperava em casa, procurei pela amiga dela, mas não vi. — Longa história, já abriu um vinho pra gente? Estou varada de fome, vou colocar uma lasanha para esquentar – joguei minhas coisas no sofá e fui até a cozinha. Hannah me seguia. — Onde está sua amiga? — Entrou no banheiro já tem um tempo. Você acha que devo bater? — Ahhh, sei lá, vai lá e pergunta se ela precisa de alguma coisa. Nesse momento a gente tem que dar espaço, mas tem que ficar de olho né? – Eu passei a minha adolescência, entrando e saindo de relacionamentos tóxicos. Sabia muito bem como era isso. Eu ouvi lá da cozinha Hannah batendo de leve na porta e falando baixinho com ela. Não consegui ouvir o que ela respondeu, mas acho que estava tudo bem, não ouvi ninguém gritando. — Lili, ela está bem, imagino que está chorando. Não quis dar queixa, mas conversou com a assistente social. — Então ela chegou a ir à delegacia com você? – Fiquei
— Bom dia, Lili. – Dei a volta no balcão, ainda dava tempo de eu atender dois ou três clientes para ela, pois a cafeteria ficava bem mais perto do meu trabalho do que de minha kitnet. — Próximo. Bom dia. — Um café com leite sem lactose e duas torradas francesas. — Para viagem ou vai… — Viagem e rápido que estou atrasado. — Claro, senhor. Hiiii!!! Lili ouviu, lá vem ela. — Senhor, a cafeteria a cinco quadras daqui tem delivery, pode pedir do seu serviço. Este é o número para reclamar do nosso serviço. Acho que o senhor está atrasado para discutir, então tenha um bom dia e não precisa nem voltar. — Mas o que é isso? Que falta… — Próximo! – Ela mesma chamou para mim. Como os clientes dela eram já fiéis e conhecidos, entraram na frente do homem e nem deixaram ele falar nada, foram se espremendo e o empurrando até o fulano chegar lá na calçada. Todos aplaudiram a atitude da Lili. — Oi, Hannah, um capuccino e um croissant, para viagem, por favor. — Ola Sr. Valter é pra já. – Enqu