Depois que Karla levantou do banco, eu pensei em ir atrás dela e tentar convencê-la de nos dar uma chance, ou até mesmo eu desistir de ser independente do meu pai, e voltar a ser escravo das torturas dele, só para dar tudo o que ela queria. Mesmo sendo um namoro fake, pelo menos eu ia ter ela na minha vida. Mas não era isso que eu queria, e entendi que nem ela, ser bancada para viver com alguém por amor. Ela quer justamente tudo o contrário de mim. Fiquei sentado olhando o mar por mais de uma hora. Meu celular estava cheio de mensagens, eu só me toquei disso quando o peguei para ver as horas, pois estava no modo “não pertube”. Tinha milhões de mensagens da minha mãe, do Bruno e algumas dos meus amigos. Lembrei que mais cedo, Bruno tinha falado da Jade, então resolvi ligar para saber como estava a situação. — Alô, Rodolfo, brother, onde você estava cara. A mãe está pirando por conta do que aconteceu com a Jade. — Estou bem, estava no alto mar, desliguei o celular. O que houve afin
— É filha porque tu não arrumou esse aí pra casar? Gostei desse moço. — Se eu te falar quem fisgou ele, a senhora nem acredita. — Pois me diga, eu conheço é? — Conhece e reconhece em cima do salto de marca e das unhas de fibra. — Não vai me dizer que Karla está namorando com esse aí que me parece que nem tem carro. Chegou de carro de aplicativo. — Namorando não estão, mas ele está caidinho por ela, diz que vai conquistar o coração da mulata. — Tô pra ver aquela lá namorar um classe média que mora no fundo da minha casa e paga aluguel para gente. — Mãe não vai ficar fofocando por aí, eles ainda estão se conhecendo. — Eu lá sou besta de falar da vida da Karla, se ela descobre arruma um barraco na minha porta. — Mas se não é esse aí, com quem você estava ontem?— Com o Simão, a senhora não deve conhecer. — Filho da viúva Berenice, que tem três irmãos? — Ôxi, ele não me falou o nome da mãe dele, mas ela é viúva e ele tem três irmãos menores, o pai dele morreu ano passado. — Po
Hannah diz: "Lili, como você está?”Hannah diz: “Quando puder me liga. Beijos.”Voltei para casa do instituto com as analisando as fotos que tiramos, a Paola logo me mandou as dela. Estava ansiosa para abrir os email que o enfermeiro enviou, queria abrir no notebook. As pastas da Sara continham os transtornos, as análises, os tratamentos e todas as crises que ela teve durante o período que ficou lá. Eram bem detalhadas. Paciente: Sara FisterburgoNome da mãe: Cristina Fisterburgo (Falecida)Nome do pai: Desconhecido Entrada no instituto…blá bláLinhas de transtorno: Mitomania, Vitimiza ( culpa tudo e todos pelo seus fracassos ), sociopatia, Transtorno de Personalidade Borderline, Transtorno Afetivo Bipolar, Alienação. A paciente foi desvalorizada e subjugada, pela mãe durante toda infância, não recebeu nenhum tipo de afeto. Era obrigada a exercícios rigorosos físicos além da sua capacidade. Era castigada, trancada em um armário se não cumprisse suas tarefas domésticas. A mãe dava
— Maurício, tem contato com o infiltrado? — Sim, ele nem desconfia que nós já sabemos que ele é o verme. — Vou só repassar com o pessoal o plano e te dou o sinal. Foi dito e feito, quando Maurício comentou com o infiltrado, que eu confiei no meu lugar na mansão dos Soltos, ele logo ligou para alguém no depósito onde estavam mantendo a Jade. Com medo que a OE os pegasse , eu sabia que eles sempre tinham um segundo cativeiro. E era nesse translado que nossa equipa ia salvar a Jade. — Repassando pessoal. – joguei o mapa da rodovia onde íamos abordá-los. — JP você vai começar a forçar aqui, isso vai levar eles pro Tobias. Então vocês causam a distração que Carlos e eu ficamos com o prêmio. — Chefe, posso ajudar. Não me deixe de fora dessa, vai? Samantha era melhor que nós todos juntos, mas eu tinha obrigação de protegê-la de situações muito perigosas como essa, porque tinha prometido pro meu tio, como primo e quase um irmão mais velho, já que ela era filha única. — Vamos fazer o se
Enquanto esperava o ônibus, foi me dando um falta de ar horrível, junto com um nó na garganta. Só sentindo essa dor, foi que me dei conta de quanto eu estava apaixonada pelo Rodolfo. Lembrei da primeira vez que ele foi ao meu guichê com aquele jeito cafajeste e a primeira vez que vi ele sem camisa. Tinha certeza que nada nele podia me atrair tanto assim; claro que ele era bonito, mas já tinha ficado com caras gatos antes. O ônibus parou e eu passei pela roleta. Sentei e ao longo do caminho fui lembrando da pequena caminhada que aquele rapaz fez até meu coração. Que bagunça ele causou. Nunca vou esquecer do espanto que tive ao ver ele dançando no salão, conduzindo aquela mulher com tanta elegância. Meu Deus, como vou encarar o La Luna outra vez, ele poluiu aquele lugar de lembranças. Rodolfo, eu não dava nada por você, agora meu coração só falta sangrar de tanta dor. E o pior é que sei que você me quer também. Mas como posso ir contra tudo que há anos venho lutando. — Chega de pens
De volta do paraíso onde estava com o Diego, fui ver todas as mensagens e vi uma da Hannah que me preocupou, então resolvi ligar para ela. — Oi, xodó, onde você está? — Nico está me levando para casa. — Vem pra cá, estou te esperando. — Ok, assim que ele me deixar em casa eu vou. Eu posso dormir aí no quarto da Sara, com certeza ela não volta mais? “Fala pra ela que te levo lá.”— Claro, que pergunta é essa? — O Nico vai me levar aí. Estou na porta de casa, só vou pegar uma troca pro trabalho amanhã, meu chefe é rigoroso. Ouvi uma risadinha meio sem graça. — Ok. Depois que soube que a Hannah vinha, fiquei mais tranquila. — E aí, o que ela falou. Diego me perguntou, me oferecendo uma taça de vinho tinto. — Ela está vindo, ela vai dormir aqui. — Posso ir só quando ela chegar, não quero te deixar sozinha. — Quem disse que você tem que ir. — Daí vocês ficam mais à vontade para conversar. Mas quero saber uma coisa.Ele falou me puxando para sentar no colo dele. E me beijando
Estava ajudando a irmã do bugado a colocar os pratos na mesa, achando tudo aquilo muito estranho, porque lá em casa era só ir no fogão e jogar a comida neles e ir pra sala assistir tv enquanto comia. Nátali era legal, parecia a tia Hannah, mas eles queriam me convencer que eu era da família, que piada. Minha mãe me falou para dar uma chance, mas eu sempre desconfiava das pessoas legais demais, melhor eu ficar com um pé atrás. Então um garoto quase do meu tamanho, bem magro e branquelo, usando óculos veio direto em sua direção e estendeu a mão. Logo de cara houve uma conexão. Então ele disse: — Muito prazer, eu sou o Erick, meus sentimentos pela sua mãe e quero dizer que é um muito bom ganhar mais uma tia. Espero que você goste da gente e façamos com que você se sinta menos triste e sozinha. Eu sabia que a mamãe ia falar comigo de alguma forma, mas até agora eu só tinha ouvido coisas agradáveis para “parecer” aceita. Ninguém falou algo de como eu realmente me sentia, quem chegou ma
Os policiais fizeram todo tipo de pergunta, várias vezes sobre o que tinha acontecido naquela noite. — Senhor, eu estou exausta, já está quase amanhecendo e vocês já fizeram as mesmas perguntas mil vezes e eu respondi…– parei e comecei a chorar novamente, sem lágrimas claro, porque não dava para ficar me desidratando a madrugada inteira. —... eu perdi minha esposa hoje, acabaram de levar o corpo dela e ainda tenho que pensar no funeral. — Tudo bem, mas tem que entender que houve uma cena de crime aqui e a senhora não pode sair da cidade e vai ter que dormir em outro lugar. Provavelmente no instituto que a senhora cumpre pena, agora que sua tutora não está mais presente. Vou só esperar o documento da sua internação e eu mesmo vou levá-la para lá. — Eu não posso ir dormir em um hotel? Isso é um absurdo, eu não quero voltar para o instituto. O doutor que cuida do meu caso, ele me deixava o dia livre para trabalhar. — Eu também vou entrar em contato com ele, com esse agravante que hou