A hora que eu vi o Tripa e o Doritos do outro lado da avenida, foi demais. Ainda bem que eu gravei o número que a Hannah ligou do Tripa naquele dia. Então assim que estava indo ver a minha mãe, eu vi aquele orelhão dentro do cemitério e não tive dúvidas do que fazer. O plano era apresentar eles pro bugado e convencer o cara de que eles eram legais. Talvez ele deixasse eu ficar com eles um pouquinho, antes de me levar para o cativeiro. Mas agora estou aqui indo para aquela casa fria com esse cara chato, que minha mãe me obrigou a dar uma chance de ser meu irmão, affffff!!!! Como essa palavra não encaixa com ele. — Que foi?! — Que foi, o quê? — Está me olhando com essa cara. — É a única que eu tenho. — Sinto muito pelos carinhas, que você achava que eram seus amigos. — Nem toca no assunto, estou puta da vida. — Olha a boca. — Fala sério, eles estão de comprô com seu pai. É muita sacanagem.— Complô. — Seu pai deve ser igual a você, um sequestrador. Só que de mentes, deve ter
Por essa eu não esperava, Paola de armação com a Hannah. Até onde essa filha de uma puta falou de mim para ela? Agora que não tinha mais a amizade da biscatinha, não ia conseguir ficar sabendo do casalzinho que eu ia detonar. — Paola, o que você falou para Hannah agir assim comigo? — Falei que só eu posso cuidar de você. — Isso de novo? Minha vida não é sua para viver nesse maldito relacionamento tóxico. — Você quer voltar ao tempo que tenho que colocar as fechaduras? Ou daqui mesmo podemos passar na Santa Misericórdia e você pode passar um tempo lá, você sabe que eu posso te colocar onde eu quiser…— Eu sei, por favor não, ficarei boazinha. Vadia do caralho, você vai ser a primeira que eu vou ter que me livrar. Assim que eu encontrar o Afonso, vou te dar um fim. — Paola, me desculpe ter deixado você, nunca fiz nenhuma queixa, você sabe né? — Claro que não, nunca encostei a mão em você e tenho documentos que provam isso. A única coisa que você está terminantemente proibida é en
— Que surpresa maravilhosa, meu irmão favorito. — Oi, Nati, como seu único irmão me sinto lisongeado. — Ué, porque as pestinhas não estão grudadas em você? — Porque trouxe outra peste pra elas grudarem. — Jura!! Então, ela concordou em nos conhecer? — Não. — Nico, você forçou a menina a vir? — Não. – Fui até a cozinha, queria ver o que estava cheirando tão bem. — Ela estava no carro e eu queria vir almoçar com vocês. — Tira a mão disso aí, ainda não está pronto. Nátali era uma ótima cozinheira, ela adorava testar receitas da internet, fazer cursos de gastronomia, essas coisas. — Meu cunhadão!!!Marcelo veio por trás de mim e me agarrou. Tentou me levantar mas não conseguiu, coitado. — Oi, cunhado, como você e essa pança estão? — Cada dia mais gostoso! Diz pra ele amor. — Credo, nem quero ouvir. — Vem eu vou tomar uma cerveja sem álcool com você. Ele foi pegar no freezer. Nátali mexia uma panela de molho, enquanto conversávamos. — E Hannah, não falou mais dela? — Não s
Depois que Karla levantou do banco, eu pensei em ir atrás dela e tentar convencê-la de nos dar uma chance, ou até mesmo eu desistir de ser independente do meu pai, e voltar a ser escravo das torturas dele, só para dar tudo o que ela queria. Mesmo sendo um namoro fake, pelo menos eu ia ter ela na minha vida. Mas não era isso que eu queria, e entendi que nem ela, ser bancada para viver com alguém por amor. Ela quer justamente tudo o contrário de mim. Fiquei sentado olhando o mar por mais de uma hora. Meu celular estava cheio de mensagens, eu só me toquei disso quando o peguei para ver as horas, pois estava no modo “não pertube”. Tinha milhões de mensagens da minha mãe, do Bruno e algumas dos meus amigos. Lembrei que mais cedo, Bruno tinha falado da Jade, então resolvi ligar para saber como estava a situação. — Alô, Rodolfo, brother, onde você estava cara. A mãe está pirando por conta do que aconteceu com a Jade. — Estou bem, estava no alto mar, desliguei o celular. O que houve afin
— É filha porque tu não arrumou esse aí pra casar? Gostei desse moço. — Se eu te falar quem fisgou ele, a senhora nem acredita. — Pois me diga, eu conheço é? — Conhece e reconhece em cima do salto de marca e das unhas de fibra. — Não vai me dizer que Karla está namorando com esse aí que me parece que nem tem carro. Chegou de carro de aplicativo. — Namorando não estão, mas ele está caidinho por ela, diz que vai conquistar o coração da mulata. — Tô pra ver aquela lá namorar um classe média que mora no fundo da minha casa e paga aluguel para gente. — Mãe não vai ficar fofocando por aí, eles ainda estão se conhecendo. — Eu lá sou besta de falar da vida da Karla, se ela descobre arruma um barraco na minha porta. — Mas se não é esse aí, com quem você estava ontem?— Com o Simão, a senhora não deve conhecer. — Filho da viúva Berenice, que tem três irmãos? — Ôxi, ele não me falou o nome da mãe dele, mas ela é viúva e ele tem três irmãos menores, o pai dele morreu ano passado. — Po
Hannah diz: "Lili, como você está?”Hannah diz: “Quando puder me liga. Beijos.”Voltei para casa do instituto com as analisando as fotos que tiramos, a Paola logo me mandou as dela. Estava ansiosa para abrir os email que o enfermeiro enviou, queria abrir no notebook. As pastas da Sara continham os transtornos, as análises, os tratamentos e todas as crises que ela teve durante o período que ficou lá. Eram bem detalhadas. Paciente: Sara FisterburgoNome da mãe: Cristina Fisterburgo (Falecida)Nome do pai: Desconhecido Entrada no instituto…blá bláLinhas de transtorno: Mitomania, Vitimiza ( culpa tudo e todos pelo seus fracassos ), sociopatia, Transtorno de Personalidade Borderline, Transtorno Afetivo Bipolar, Alienação. A paciente foi desvalorizada e subjugada, pela mãe durante toda infância, não recebeu nenhum tipo de afeto. Era obrigada a exercícios rigorosos físicos além da sua capacidade. Era castigada, trancada em um armário se não cumprisse suas tarefas domésticas. A mãe dava
— Maurício, tem contato com o infiltrado? — Sim, ele nem desconfia que nós já sabemos que ele é o verme. — Vou só repassar com o pessoal o plano e te dou o sinal. Foi dito e feito, quando Maurício comentou com o infiltrado, que eu confiei no meu lugar na mansão dos Soltos, ele logo ligou para alguém no depósito onde estavam mantendo a Jade. Com medo que a OE os pegasse , eu sabia que eles sempre tinham um segundo cativeiro. E era nesse translado que nossa equipa ia salvar a Jade. — Repassando pessoal. – joguei o mapa da rodovia onde íamos abordá-los. — JP você vai começar a forçar aqui, isso vai levar eles pro Tobias. Então vocês causam a distração que Carlos e eu ficamos com o prêmio. — Chefe, posso ajudar. Não me deixe de fora dessa, vai? Samantha era melhor que nós todos juntos, mas eu tinha obrigação de protegê-la de situações muito perigosas como essa, porque tinha prometido pro meu tio, como primo e quase um irmão mais velho, já que ela era filha única. — Vamos fazer o se
Enquanto esperava o ônibus, foi me dando um falta de ar horrível, junto com um nó na garganta. Só sentindo essa dor, foi que me dei conta de quanto eu estava apaixonada pelo Rodolfo. Lembrei da primeira vez que ele foi ao meu guichê com aquele jeito cafajeste e a primeira vez que vi ele sem camisa. Tinha certeza que nada nele podia me atrair tanto assim; claro que ele era bonito, mas já tinha ficado com caras gatos antes. O ônibus parou e eu passei pela roleta. Sentei e ao longo do caminho fui lembrando da pequena caminhada que aquele rapaz fez até meu coração. Que bagunça ele causou. Nunca vou esquecer do espanto que tive ao ver ele dançando no salão, conduzindo aquela mulher com tanta elegância. Meu Deus, como vou encarar o La Luna outra vez, ele poluiu aquele lugar de lembranças. Rodolfo, eu não dava nada por você, agora meu coração só falta sangrar de tanta dor. E o pior é que sei que você me quer também. Mas como posso ir contra tudo que há anos venho lutando. — Chega de pens