O corpo do jovem de vinte anos, com altura considerável, tendo um e oitenta e três parecia ainda mais alto sendo visto de baixo, os músculos dele insinuavam serem trabalhados, mesmo com a pouca idade, parecia se esforçar para permanecer com a estrutura adequada para a quantidade de massa muscular que tinha.
— Sinto por isso! — as primeiras palavras saíram dos lábios dele.A mão direita surgiu mais perto de Zahraa, o olhar indescritível, a postura impecável, a roupa sob medida, os sapatos limpos e caros. Os cabelos dele estavam penteados de forma natural, uma parte maior para o lado direito, com alguns fios quase caindo sobre a sobrancelha grossa, a outra parte tinha alguns fios do lado esquerdo caindo perto do canto do olho, olhos marcantes, nariz bem feito, lábios meio rosados de volume adequado, com uma barba levemente aparada; surgindo como uma espessura de dos dedos desde os cabelos curtos perto das orelhas, até o maxilar e queixo. — Por acaso não mereço ao menos ouvir sua voz? — ele tirou a jovem de seus devaneios, o olhar marcante queimava o rosto dela. Ele a tinha visto na faculdade por algumas vezes, mas a conhecia bem, era a filha de Youssef, o médico de sua família. — Perdão, príncipe! — ela abaixou a cabeça envergonhada, ainda estava sentada no chão com a alça da bolsa quase caindo pelo ombro. Ele era o herdeiro do sheik, Haidar, aquele qual ela sempre foi apaixonada.Muitas vezes aquele comportamento criado pelas pessoas quando o via, o irritava bastante, por isso se tornava um tanto frio e arrogante as vezes, não via necessidade em ser superior por ser príncipe, queria ser superior para si mesmo, mas se as pessoas aceitavam o tratar como um homem de quase cinquenta anos, ele seria uma porcentagem daquela imagem. — Não preciso disso. — disse ele. Sua voz baixa, concentrada e marcante assim como todos os seus traços. Buscou entender a jovem, a qual não lembrava de chegar tão próximo antes. — Então, não vai pegar minha mão? — fitou aquela que não desviou os olhos dos seus, ficou intrigado, ela não fez movimento algum, nada que indicasse interesse em segurar sua mão estendida, apenas o hipnotizava com suas íris verdes.Quebrando o momento para não demonstrar o quanto estava impressionado, ele fala: — Parecia que estava fugindo antes, mas parece que me enganei. Está bem aí? — insinuou que ela estava gostando de ficar no chão.Zahraa separou os lábios, ele não era tão direto com ela antes, já que não se falavam. A sobrancelha dele arqueou, Zahraa tinha uma beleza delicada, no entanto, aquela noite estava diferente, tinha um contraste novo, parecia uma miragem de um anjo no deserto, aquele ser espirituoso cheio de confiança. "Estou bem aqui? Com a imagem dele próxima, me estendendo a mão?" Pensou ela. Deveria reconhecer que ainda fugia do pai, ele deveria estar atrás dela agora mesmo. Olhando para os lados, ela procurou não olhar mais nos olhos dele, tentando evitar desrespeito e diálogos. Passou a mão direita pela calça que vestia para limpar qualquer possível sujeira, então a colocou sobre a do príncipe, sentiu os dedos dele apertando em torno de sua palma quente. No entanto, nada aconteceu, além do coração acelerar apressado, por isso tentou retirar sua mão dali, mas foi sujeitada por ele. Teve de olhar diretamente nos olhos dele, buscando entender o que acontecia. Assim que o fez, foi puxada a seu encontro, quase perdeu o equilíbrio com tamanha surpresa. Os corpos não estavam longe um do outro, apenas o suficiente para não ser considerado quebra de regras. — Do que está fugindo? — ele foi direto, olhando no fundo dos olhos dela. — Tenho de responder? Príncipe. — perguntou corajosa, mantendo o contato visual. Ele afastou a mão da sua, o calor dela era bem-vindo, mas devia evitar ser mal interpretado. — Não parece estar em eminente perigo. Como não vejo perigo ao redor, fico curioso. — foi sincero. — Então não sou obrigada a responder. — disse ansiosa. — Não, mas gostaria. Tenho que saber de tudo que acontece ao meu redor. — estreitou os olhos varrendo o rosto dela. Fazendo um escaneamento completo. "Por segurança não é?" Se perguntou, no fundo queria que ele estivesse preocupado com ela. — Eu lhe asseguro, não há com que se preocupar. — insistiu, mantendo a curiosidade do príncipe. — E eu lhe asseguro que não acredito nestas palavras. — calou Zahraa. Procurou palavras para não desrespeitar o futuro soberano, então ouviu passos de alguém se aproximando, recordou do pai, olhou para trás, fazendo o príncipe olhar na mesma direção, não havia ninguém, era o sinal de que ainda tinha tempo para fugir sem que o príncipe soubesse o que ela estava fazendo ali. — Preciso ir! Com sua licença amo! — tentou ser ágil passando por ele como um vento curto. — Espere! — pareceu uma ordem, obrigando-a a obedecer.Se virou para ela. — Espero que não esteja em apuros. — Zahraa ficou confusa, naquele momento um casal se aproximou deles, também mantinha uma distância considerada respeitosa, mas dentro do radar do outro.Vendo que não era seu pai, ela pôde relaxar um pouco. Mesmo assim, se manteve atenta ao corredor. — Vossa alteza… — Zahraa ficou em silêncio esperando o casal passar por eles, os desconhecidos os cumprimentaram de forma igual, fazendo a jovem ficar tímida. Quando eles sumiram, ela estava um pouco rubra. — O que foi isso? — murmurou para o príncipe. Haidar a mirou dando a resposta. — Pensam que você é minha prometida.Os olhos de Zahraa saltaram, as bochechas ficaram vermelhas. "Ele está prometido?" Seu coração apertou, teve de piscar algumas vezes para evitar ter os olhos marejados. — Sinto por esse insulto, alteza! — ela disse de cabeça baixa. — Insulto? — Haidar ergueu uma sobrancelha na direção dela, procurou o rosto dela. — Não seria digna? — ele ficou interessado por suas palavras. — Perdão senhor, devo ir primeiro. Que a paz esteja com você, amo! — Zahraa evitou dar sua resposta, acreditava que estava explícito o motivo, por isso não esperou que ele a impedisse de ir embora. — Amo? — ele ficou confuso, se voltou para as portas de entrada do hotel, não havia ninguém, além dos seguranças que já estavam ali antes, nem mesmo a sombra dela. Enquanto Zahraa pensava na má notícia que dilacerava seu coração. "Ele irá se casar." Sentia que o ar lhe faltava, quando suas pernas a levava para longe do hotel.Horas antes da apresentação de Zahraa… O celular de Haidar tocou em cima de sua cama. O jovem estava arrumando a gravata no pescoço, queria algo formal para aquela noite, mas não pôde ignorar o som daquela chamada. Caminhando até o telemóvel, arrancou a gravata que não conseguia colocar no lugar. Pegou o celular visualizando o nome na tela, atendeu imediatamente. — Pai. Boa noite! — desejou antes de ouvir a voz do sheik. "Boa noite! Quero que venha aqui imediatamente!" — foi direto. — Agora? Agora eu… — foi interrompido por seu pai. "Temos um assunto que não se pode esperar." — aquelas palavras fizeram o jovem suspirar. — Certo. Estou indo! — disse desligando o aparelho.Antes de guardar o aparelho, ouviu o som da notificação que piscou a tela novamente, tendo interesse aguçado, abriu a notícia que havia surgido. — O que temos aqui? — começou a ler o trecho da notícia…Seus olhos verdes cinzentos se estreitaram, a respiração acelerou. — O que significa isso? — usou o tom alto,
— Haidar, você sempre soube que esse dia chegaria. — disse Khalil. — Sim, mas… — se interrompeu. Engoliu as palavras sob o olhar de seu pai. — Eu entendo. — disse em alto som, nada de murmúrio.O sheik estava orgulhoso pelo filho conseguir permanecer com o tom de voz inalterável, mas no fundo, queria que ele o enfrentasse, pedisse explicação e não aceitasse nada que não quisesse tão fácil, como estava fazendo agora. Parecendo ler a mente do pai, Haidar endureceu o olhar, ampliando a firmeza que havia aprendido a guardar dentro de si. — Algo a questionar? — Khalil esperou a manifestação da insatisfação causada pela notícia. — Eu não quero isso agora! Sei que posso fazer isso, me casar, mas não irei fazer nas condições escolhidas! — assegurou.Khalil escondeu o orgulho aos poucos o preenchendo, pondo no lugar uma carranca que o levou a canalizar a alegria na falsa irritação contra a atitude segura do filho. — Você não ouviu as condições, como sabe se tudo já foi escolhido? — pergun
(No presente, depois de ter esbarrado com Zahraa.) "O que foi isso?" Haidar se perguntou arqueando uma sobrancelha.Então se recordou do que o fez voltar para dentro do hotel antes de Zahraa aparecer e esbarrar nele. Deveria averiguar qual foi o resultado daquela noite.Havia se ausentado por meros minutos, quando foi atender uma ligação.Caminhou até o salão novamente, avistou Youssef, ele estava sentado em uma das mesas, com dois homens de cada lado, um mais velho e outro mais jovem. "Então foi por isso que ela fugiu? Mas o que fazia aqui se não estavam juntos?" Se perguntou. Seus olhos buscavam a dançarina que estava no palco quando ele chegou, outras estavam no seu lugar, recebendo felicitações daquele que as apresentava. — Senhoras e senhores, tendo o resultado decisivo dessa disputa, iremos encerrar as apresentações. Fiquem com as tradicionais dançarinas agora. — O homem no palco estendeu a mão para a entrada do palco, dando alguns passos para trás para sumir novamente. As jo
— É complicado, jovem príncipe… — hesitou o mais velho.Omar assistiu em silêncio, sempre demonstrando interesse, apesar de saber mais que Haidar. A desinformação incomodava o príncipe, mas saber que alguém tinha tudo nas mãos enquanto, ele perdia uma oportunidade por outra pessoa, era pior ainda. — E por quê seria complicado? — inquiriu, em tom sério. — As candidatas têm direito a manter sua privacidade no momento da inscrição. Elas podem dar pseudônimos no lugar de nomes reais e identificação. — diz Ismael. — E como isso funciona? Como podem confiar nelas dessa forma? — Haidar estreitou os olhos para os dois que estavam com ele naquela mesa. — Em troca de seus nomes e qualquer número de identificação nos bancos de dados, elas têm que responder uma série de perguntas concretas que são averiguadas antes que sejam aceitas e convidadas a participar da seleção. — Haidar estava intrigado com a resposta de Ismael, assim como estava com a presença de Omar. O loiro não se intromete ou ten
Assim que o táxi parou na porta de casa, Zahraa agradeceu mentalmente por se livrar do olhar hostil do motorista, pois para sua má sorte, havia conseguido o mesmo carro, o motorista passou a viagem inteira com a cara fechada, a dançarina sabia bem o que passava por sua cabeça. Ele a estava julgando por conta do horário que retornava para casa. Saltou do carro e não evitou fazer careta para que o motorista notasse quando espiasse pelo espelho. Só então, correu para dentro, pretendendo se esconder de seu pai, havia demorado tanto a conseguir um táxi que tinha medo de encontrá-lo em casa. — Para onde pensa que vai? — assim que pisou no primeiro degrau da escada ouviu a voz do pai.Os pêlos em seu corpo eriçaram, uma sensação de medo terrível a abraçou por trás, fazendo-a congelar no lugar, com as mãos no corrimão e o pé direito no primeiro degrau. — Temos apenas uma coisa para falar. — as palavras foram ouvidas por ela, enquanto tentava se recompor. — Você me desobedeceu, quebrou as
Quase deixou o celular cair em seu próprio rosto, nervosa não soube o que mandar. "Temos assuntos pendentes a tratar." — essa mensagem não a assustou menos que as outras.A pessoa do outro lado sabia que ela estava lendo as mensagens, por isso continuou... "Logo nos encontraremos." "E já posso adiantar…" — a pessoa do outro lado queria amedrontá-la, pois escrevia rapidamente e mandava mensagens curtas."Estou ansioso por esse encontro." — permitiu que ela descobrisse se tratar de um homem. "Prometo desde já, que você não se arrependerá de vim ao meu encontro!" — assegurou, aquilo só a assustou mais, pois não parecia que ela tinha escolhas.Zahraa deslizou o indicador rapidamente, quase deixou o aparelho escapar de suas mãos, pressionou o botão na lateral e desligou. No entanto, ainda permaneceu encarando a tela com assombro, mesmo depois de ficar totalmente negra. Devagar, baixou o aparelho o colocando de lado. "Isso é uma perseguição?" Temia que fosse verdade, não queria acabar
Zahraa conseguiu pegar um táxi depois de muito se molhar na chuva apenas para não ser vista por Haidar, havia esperado para ter certeza que ele não havia encontrado seu telemóvel, quando o viu entrar no seu carro esporte, não conseguindo encontrar nada a mais com ele, deixou de acreditar no envolvimento dele naquela situação.O caminho até a residência dela foi rápido, pois a chuva cessou assim que ela entrou no táxi, fazendo-a resmungar. Entrou em casa com as roupas encharcadas, seu pai estava na sala, esperando-a. — Tome um banho, troque essas roupas e venha preparar o jantar! — ordenou assim que a viu, estava muito sério para se presumir que havia tido um bom dia. — Sim, senhor! — subiu as escadas sem reclamar.Se dirigiu ao banheiro do quarto com rapidez para não molhar demasiado o piso, prevenindo um acidente comum para ela, às vezes era distraída. Tomou um banho rápido, colocando o primeiro vestido que encontrou, prendeu os cabelos úmidos pela chuva e correu para a sala. — O
— Desculpe atrapalhar sua noite alteza! — pediu de antemão.Zahraa não conseguia ouvir a resposta dele. — Há uma jovem aqui dizendo ser a filha do senhor Al-Abdulla… — ele não completou, apenas levantou fitou Zahraa. — Permito que ela suba? — Quis ter certeza. — Sim. Sim. — disse ele, com o telefone contra a orelha. — Deseja que faça a revista? — Depois da resposta, devolveu o aparelho ao lugar de origem. Quando pôs a mão no outro bolso, Zahraa acreditou que iria tirar de lá algo para revista-la, enrijeceu um pouco com o pensamento de algo passando por seu corpo, procurando detectar quaisquer ameaça contra o príncipe. Para sua confusão, ele retirou uma chave, entregando a ela, deu um passo para o lado. — Para quê preciso disso? — Zahraa estava confusa com o objeto em mãos. — Está autorizada a subir. Pegue o elevador, ele vai parar no andar do príncipe. — A explicação dele foi breve.A confusão da jovem ainda era notória, a chave era estranha na palma dela. — Use a chave na por