(No presente, depois de ter esbarrado com Zahraa.)
"O que foi isso?" Haidar se perguntou arqueando uma sobrancelha.Então se recordou do que o fez voltar para dentro do hotel antes de Zahraa aparecer e esbarrar nele. Deveria averiguar qual foi o resultado daquela noite.Havia se ausentado por meros minutos, quando foi atender uma ligação.Caminhou até o salão novamente, avistou Youssef, ele estava sentado em uma das mesas, com dois homens de cada lado, um mais velho e outro mais jovem. "Então foi por isso que ela fugiu? Mas o que fazia aqui se não estavam juntos?" Se perguntou. Seus olhos buscavam a dançarina que estava no palco quando ele chegou, outras estavam no seu lugar, recebendo felicitações daquele que as apresentava. — Senhoras e senhores, tendo o resultado decisivo dessa disputa, iremos encerrar as apresentações. Fiquem com as tradicionais dançarinas agora. — O homem no palco estendeu a mão para a entrada do palco, dando alguns passos para trás para sumir novamente. As jovens de antes saiam e outras três mulheres entravam.A música agitada deu início, levando as mulheres desta vez com os rostos descobertos a dançarem. Haidar percebeu que havia chegado tarde, não encontraria mais aquela que procurava, por isso inspirou e expulsou o ar dos pulmões chateado. Se aproximou dos três homens. — Jovem príncipe, seja bem-vindo de volta! — o mais velho o deu um sorriso gigante enquanto dava leves batidas em seu ombro. Haidar apenas anui em silêncio, Youssef se levanta imediatamente, o cumprimenta com um curto abraço de respeito, sem beijos no rosto, considerava que não tinha tamanha intimidade. — Seja bem-vindo. Quando chegou? — o médico perguntou ansioso, parecia que estava controlando os reais sentimentos.Haidar encontrou nos olhos dele traços de irritação, então deduziu que estava certo, ele e a filha haviam se desentendido de alguma forma.Mesmo assim decidiu não tocar no assunto em primeiro momento. — Posso dizer que a pouco tempo. — respondeu a pergunta que lhe foi dirigida. — Com sua licença príncipe! Deixe-me apresentá-lo a nosso novo bom samaritano. — Ismael tomou a palavra, chamando a atenção de Haidar para ele, esse era o dono da maior parte do hotel, tinha em torno de sessenta anos, seus cabelos já estavam brancos como sua barba pouco expensa. — Este é Omar Al-Baghdadi, ele irá patrocinar a jovem que escolheu como a estrela da noite. — ressaltou que a jovem que lhe atraiu foi selecionada para se tornar a estrela das apresentações nas próximas noites, assim como ele havia pedido.Quando foi convidado a assistir a nova seleção de dançarinas, Ismael lhe anunciou o que aconteceria naquela noite, deixando claro que ele tinha total liberdade de escolher uma das meninas para ser a estrela das próximas noites. Haidar havia chegado no exato momento em que Zaya se apresentava, ela não o notou, pois nenhum olhar foi direcionado a ele, essa falta de atenção influenciou na escolha, além da apresentação impecável. — Muito prazer! — apertou a mão do homem loiro, olhos avelã, alto como ele, de boa postura, traços marcantes e idade aproximada aos trinta anos. — O prazer é meu, sua alteza! — ambos foram firmes em seus apertos, então soltaram no mesmo instante. Haidar de atenção a todos, demonstrando ter aprendido com o sheik sobre presença forte. — O que o fez escolher patrocinar alguém essa noite? — Haidar perguntou a Omar, ele acreditava que Zaya tinha um acompanhante, engano seu, agora alguém desconhecido estava interessado na dançarina e ele precisava saber a qual relação entre eles. — Ela foi a melhor. Parece especial! — respondeu o outro confiante.Youssef havia ouvido sobre os termos de privacidade e proteção a identidade das participantes, por isso não entrou no assunto, era notório que não havia mais volta, sua filha teria de trabalhar ali. Pensava em um castigo por sua desobediência, havia avisado a ela para não seguir aquela carreira, mesmo assim estava ali, ouvindo a discussão sobre o desempenho da filha. Seus pensamentos foram interrompidos pelas palavras de Haidar. — Quero conhecê-la.Ismael deu um sorriso nervoso naquele momento. — Quando quer conhecê-la? — perguntou enquanto buscava uma saída, mesmo que ela não tivesse assinado ainda o contrato que seria preparado para ela, ainda teria que ser misteriosa, até mesmo para chamar mais atenção de todos, incluindo, Haidar. O interesse do príncipe valia muito, não apenas para a imagem do hotel, quanto a deles mesmos. — O quanto antes! — assegurou. — Ela parecia apressada agora mesmo, creio que já foi embora. — diz Omar, depois de perceber o interesse do jovem príncipe.— E por quê estaria? — insistiu Haidar, mirando o dono do hotel desta vez. — Irei averiguar agora mesmo, jovem príncipe! — o mais velho sentiu-se na obrigação de verificar, então saiu de perto deles.Haidar teve os olhos voltados para os dois que haviam sobrado ali. — Creio que não seja natural da cidade. — quis investigar o desconhecido. — Não, não sou, mas já estou vivendo na cidade há alguns anos. — se esquivou da pergunta do herdeiro do sheik. Haidar fingiu ignorar o fato de não ter a resposta exata de Omar, o analisou sem hesitar. "Ele é jovem para ser tão corajoso… Pelo menos não fiquei decepcionado." Pensou Omar, interessado no poder do príncipe em conquistar espaço e não ser intimidado. — Perdão por interromper… Minha hora chegou, devo me retirar. — Youssef chamou atenção dos presentes na mesa.O médico estava desconfortável a bastante tempo, todos podiam notar pelo modo ansioso de procurar alguém no meio das dançarinas, delatando o que acontecia para aquele que o estudava desde o momento de sua chegada. "A filha dele é uma das dançarinas." Omar confirmou as suspeitas que tinha. — Não acaba de chegar, senhor Al- Abdulla? — Haidar pergunta curioso. — Sim, mas tenho de resolver um problema que surgiu o quanto antes. — se referiu a sua filha, nos olhos escuros do médico uma certa chateação apontou, Haidar pôde capturar o pequeno detalhe. — Se refere a sua filha? — intrometeu-se. Omar quase sorriu com a confirmação que teve, depois da pergunta de Haidar. Youssef quis negar, mas recordou-se que não deveria mentir para o herdeiro do sheik assim como não deveria fazê-lo com o soberano. Pois um era visto como o espelho do outro.Youssef anuiu com desconfiança. — Entendo. — foi tudo que o príncipe disse, o liberando de seus questionamentos. — Que a paz esteja com você! — desejou ao príncipe e em seguida fez o mesmo com Omar. — Foi um prazer conhecê-lo, senhor Al-Baghdadi. Irei me retirar agora. — diz assistindo o aceno dos dois que ficavam para trás.Quando Youssef deu as costas, Ismael ressurgiu de onde havia saído. — Sinto dizer que ela já partiu para casa, jovem Al-Maktoum! — Ismael estava sendo sincero, ele não poderia impedir o herdeiro do sheik de conhecer quem ele queria. — Como ela se chama? — demonstrou interesse.Omar e Ismael se entreolharam antes que Ismael desse a resposta.— É complicado, jovem príncipe… — hesitou o mais velho.Omar assistiu em silêncio, sempre demonstrando interesse, apesar de saber mais que Haidar. A desinformação incomodava o príncipe, mas saber que alguém tinha tudo nas mãos enquanto, ele perdia uma oportunidade por outra pessoa, era pior ainda. — E por quê seria complicado? — inquiriu, em tom sério. — As candidatas têm direito a manter sua privacidade no momento da inscrição. Elas podem dar pseudônimos no lugar de nomes reais e identificação. — diz Ismael. — E como isso funciona? Como podem confiar nelas dessa forma? — Haidar estreitou os olhos para os dois que estavam com ele naquela mesa. — Em troca de seus nomes e qualquer número de identificação nos bancos de dados, elas têm que responder uma série de perguntas concretas que são averiguadas antes que sejam aceitas e convidadas a participar da seleção. — Haidar estava intrigado com a resposta de Ismael, assim como estava com a presença de Omar. O loiro não se intromete ou ten
Assim que o táxi parou na porta de casa, Zahraa agradeceu mentalmente por se livrar do olhar hostil do motorista, pois para sua má sorte, havia conseguido o mesmo carro, o motorista passou a viagem inteira com a cara fechada, a dançarina sabia bem o que passava por sua cabeça. Ele a estava julgando por conta do horário que retornava para casa. Saltou do carro e não evitou fazer careta para que o motorista notasse quando espiasse pelo espelho. Só então, correu para dentro, pretendendo se esconder de seu pai, havia demorado tanto a conseguir um táxi que tinha medo de encontrá-lo em casa. — Para onde pensa que vai? — assim que pisou no primeiro degrau da escada ouviu a voz do pai.Os pêlos em seu corpo eriçaram, uma sensação de medo terrível a abraçou por trás, fazendo-a congelar no lugar, com as mãos no corrimão e o pé direito no primeiro degrau. — Temos apenas uma coisa para falar. — as palavras foram ouvidas por ela, enquanto tentava se recompor. — Você me desobedeceu, quebrou as
Quase deixou o celular cair em seu próprio rosto, nervosa não soube o que mandar. "Temos assuntos pendentes a tratar." — essa mensagem não a assustou menos que as outras.A pessoa do outro lado sabia que ela estava lendo as mensagens, por isso continuou... "Logo nos encontraremos." "E já posso adiantar…" — a pessoa do outro lado queria amedrontá-la, pois escrevia rapidamente e mandava mensagens curtas."Estou ansioso por esse encontro." — permitiu que ela descobrisse se tratar de um homem. "Prometo desde já, que você não se arrependerá de vim ao meu encontro!" — assegurou, aquilo só a assustou mais, pois não parecia que ela tinha escolhas.Zahraa deslizou o indicador rapidamente, quase deixou o aparelho escapar de suas mãos, pressionou o botão na lateral e desligou. No entanto, ainda permaneceu encarando a tela com assombro, mesmo depois de ficar totalmente negra. Devagar, baixou o aparelho o colocando de lado. "Isso é uma perseguição?" Temia que fosse verdade, não queria acabar
Zahraa conseguiu pegar um táxi depois de muito se molhar na chuva apenas para não ser vista por Haidar, havia esperado para ter certeza que ele não havia encontrado seu telemóvel, quando o viu entrar no seu carro esporte, não conseguindo encontrar nada a mais com ele, deixou de acreditar no envolvimento dele naquela situação.O caminho até a residência dela foi rápido, pois a chuva cessou assim que ela entrou no táxi, fazendo-a resmungar. Entrou em casa com as roupas encharcadas, seu pai estava na sala, esperando-a. — Tome um banho, troque essas roupas e venha preparar o jantar! — ordenou assim que a viu, estava muito sério para se presumir que havia tido um bom dia. — Sim, senhor! — subiu as escadas sem reclamar.Se dirigiu ao banheiro do quarto com rapidez para não molhar demasiado o piso, prevenindo um acidente comum para ela, às vezes era distraída. Tomou um banho rápido, colocando o primeiro vestido que encontrou, prendeu os cabelos úmidos pela chuva e correu para a sala. — O
— Desculpe atrapalhar sua noite alteza! — pediu de antemão.Zahraa não conseguia ouvir a resposta dele. — Há uma jovem aqui dizendo ser a filha do senhor Al-Abdulla… — ele não completou, apenas levantou fitou Zahraa. — Permito que ela suba? — Quis ter certeza. — Sim. Sim. — disse ele, com o telefone contra a orelha. — Deseja que faça a revista? — Depois da resposta, devolveu o aparelho ao lugar de origem. Quando pôs a mão no outro bolso, Zahraa acreditou que iria tirar de lá algo para revista-la, enrijeceu um pouco com o pensamento de algo passando por seu corpo, procurando detectar quaisquer ameaça contra o príncipe. Para sua confusão, ele retirou uma chave, entregando a ela, deu um passo para o lado. — Para quê preciso disso? — Zahraa estava confusa com o objeto em mãos. — Está autorizada a subir. Pegue o elevador, ele vai parar no andar do príncipe. — A explicação dele foi breve.A confusão da jovem ainda era notória, a chave era estranha na palma dela. — Use a chave na por
A voz dela sumiu. Os olhos verdes cinzentos a envolveu. — Parece que gosta disso. Então continue sendo intimidada por esse cara estranho. — as palavras dele a deixam confusa. — Quê? — Zahraa entendia menos agora. Haidar se abaixou para deslizar o celular por cima da mesa de centro que os separava. — O número desconhecido que está enviando mensagem para você constantemente. — explicou, a vendo capturar o aparelho e vasculhar sobre o que ele falava.Haviam novas mensagens estranhas como as primeiras, Haidar não parecia ter respondido a nenhuma delas. Os olhos de Zahraa levantaram para o encontrar. — Estava falando disso? — murmurou envergonhada. Por um momento quis desmanchar de alívio. — Esconde algo que eu deveria saber? Acreditava que não tínhamos nada a ver um com o outro. — a verdade em suas palavras alfinetaram Zahraa, a obrigando a se recompor. — Não há. — quis assegurar, não foi capaz.O príncipe a estudou com interesse. — Poderia dizer que fui capaz de descobrir a identi
Não era do feitio de Haidar brincar de gato e rato, por isso estava se irritando com a brincadeira, havia aprendido com o sheik que deve se levar a sério as coisas qualquer detalhe que o incomodar, as mensagens não o incomodavam muito, apenas um pouco, mas as mentiras de Zahraa sim. Ele se questionava a cada passo o motivo de levá-la a esconder coisas dele, aquilo só o fazia pensar que teria algo haver com ele, pois ela conhecia a família dele de perto, assim como a versão dele da infância, poderia ter qualquer coisa que os envolvessem. Zahraa parecia tão frágil agora, as costas quase deslizando pela parede que se recostou, os olhos presos na imagem dele crescendo à medida que se aproximava mais dela. — Vamos Zahraa! — Haidar tentou usar o tom leve de pedido.A bela jovem quase escorregou pela parede, no entanto, no segundo seguinte, ela recobrou as forças e fugiu dele. — Uff! — Haidar sentia a falsa coroa cair de sua cabeça, a mulher era arisca. "Tenho que fazer tudo isso para con
Zahraa não tinha certeza se era real ou não. Queria desesperadamente aceitar, mas o medo foi maior. — Meu amo… — os olhos verdes cinzentos dele não traziam o amor que desejava ver na pessoa disposta a tomá-la como esposa. Havia algo sim, parecia desejo carnal, não era o certo. Tendo reconhecido o significado do olhar dele, teve certeza que o príncipe tinha outro propósito, o qual se encaixava apenas como uma parte do quebra-cabeça. Zahraa teve as mãos formigando para tocar os dedos que ainda permaneciam abaixo do queixo dela, por algum motivo evitou parecer muito arisca. Lembrou da nova identidade como dançarina, pensou em momentos futuros e neles teria de agir rápido, mostrando força, coragem determinação, sem esquecer da sedução. — Posso perguntar por qual motivo, príncipe? — cautelosa procurou saber. Haidar tirou os dedos do rosto dela, deu um passo para trás, aliviando a atração — Você se encaixa nos meus planos para fazer meu pai se arrepender de divulgar sobre casamento ago