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Capítulo 5 O interesse.

(No presente, depois de ter esbarrado com Zahraa.)

"O que foi isso?" Haidar se perguntou arqueando uma sobrancelha.

Então se recordou do que o fez voltar para dentro do hotel antes de Zahraa aparecer e esbarrar nele. Deveria averiguar qual foi o resultado daquela noite.

Havia se ausentado por meros minutos, quando foi atender uma ligação.

Caminhou até o salão novamente, avistou Youssef, ele estava sentado em uma das mesas, com dois homens de cada lado, um mais velho e outro mais jovem.

"Então foi por isso que ela fugiu? Mas o que fazia aqui se não estavam juntos?" Se perguntou.

Seus olhos buscavam a dançarina que estava no palco quando ele chegou, outras estavam no seu lugar, recebendo felicitações daquele que as apresentava.

— Senhoras e senhores, tendo o resultado decisivo dessa disputa, iremos encerrar as apresentações. Fiquem com as tradicionais dançarinas agora. — O homem no palco estendeu a mão para a entrada do palco, dando alguns passos para trás para sumir novamente. As jovens de antes saiam e outras três mulheres entravam.

A música agitada deu início, levando as mulheres desta vez com os rostos descobertos a dançarem. Haidar percebeu que havia chegado tarde, não encontraria mais aquela que procurava, por isso inspirou e expulsou o ar dos pulmões chateado. Se aproximou dos três homens.

— Jovem príncipe, seja bem-vindo de volta! — o mais velho o deu um sorriso gigante enquanto dava leves batidas em seu ombro.

Haidar apenas anui em silêncio, Youssef se levanta imediatamente, o cumprimenta com um curto abraço de respeito, sem beijos no rosto, considerava que não tinha tamanha intimidade.

— Seja bem-vindo. Quando chegou? — o médico perguntou ansioso, parecia que estava controlando os reais sentimentos.

Haidar encontrou nos olhos dele traços de irritação, então deduziu que estava certo, ele e a filha haviam se desentendido de alguma forma.

Mesmo assim decidiu não tocar no assunto em primeiro momento.

— Posso dizer que a pouco tempo. — respondeu a pergunta que lhe foi dirigida.

— Com sua licença príncipe! Deixe-me apresentá-lo a nosso novo bom samaritano. — Ismael tomou a palavra, chamando a atenção de Haidar para ele, esse era o dono da maior parte do hotel, tinha em torno de sessenta anos, seus cabelos já estavam brancos como sua barba pouco expensa.

— Este é Omar Al-Baghdadi, ele irá patrocinar a jovem que escolheu como a estrela da noite. — ressaltou que a jovem que lhe atraiu foi selecionada para se tornar a estrela das apresentações nas próximas noites, assim como ele havia pedido.

Quando foi convidado a assistir a nova seleção de dançarinas, Ismael lhe anunciou o que aconteceria naquela noite, deixando claro que ele tinha total liberdade de escolher uma das meninas para ser a estrela das próximas noites. Haidar havia chegado no exato momento em que Zaya se apresentava, ela não o notou, pois nenhum olhar foi direcionado a ele, essa falta de atenção influenciou na escolha, além da apresentação impecável.

— Muito prazer! — apertou a mão do homem loiro, olhos avelã, alto como ele, de boa postura, traços marcantes e idade aproximada aos trinta anos.

— O prazer é meu, sua alteza! — ambos foram firmes em seus apertos, então soltaram no mesmo instante.

Haidar de atenção a todos, demonstrando ter aprendido com o sheik sobre presença forte.

— O que o fez escolher patrocinar alguém essa noite? — Haidar perguntou a Omar, ele acreditava que Zaya tinha um acompanhante, engano seu, agora alguém desconhecido estava interessado na dançarina e ele precisava saber a qual relação entre eles.

— Ela foi a melhor. Parece especial! — respondeu o outro confiante.

Youssef havia ouvido sobre os termos de privacidade e proteção a identidade das participantes, por isso não entrou no assunto, era notório que não havia mais volta, sua filha teria de trabalhar ali.

Pensava em um castigo por sua desobediência, havia avisado a ela para não seguir aquela carreira, mesmo assim estava ali, ouvindo a discussão sobre o desempenho da filha. Seus pensamentos foram interrompidos pelas palavras de Haidar.

— Quero conhecê-la.

Ismael deu um sorriso nervoso naquele momento.

— Quando quer conhecê-la? — perguntou enquanto buscava uma saída, mesmo que ela não tivesse assinado ainda o contrato que seria preparado para ela, ainda teria que ser misteriosa, até mesmo para chamar mais atenção de todos, incluindo, Haidar. O interesse do príncipe valia muito, não apenas para a imagem do hotel, quanto a deles mesmos.

— O quanto antes! — assegurou.

— Ela parecia apressada agora mesmo, creio que já foi embora. — diz Omar, depois de perceber o interesse do jovem príncipe.

— E por quê estaria? — insistiu Haidar, mirando o dono do hotel desta vez.

— Irei averiguar agora mesmo, jovem príncipe! — o mais velho sentiu-se na obrigação de verificar, então saiu de perto deles.

Haidar teve os olhos voltados para os dois que haviam sobrado ali.

— Creio que não seja natural da cidade. — quis investigar o desconhecido.

— Não, não sou, mas já estou vivendo na cidade há alguns anos. — se esquivou da pergunta do herdeiro do sheik.

Haidar fingiu ignorar o fato de não ter a resposta exata de Omar, o analisou sem hesitar.

"Ele é jovem para ser tão corajoso… Pelo menos não fiquei decepcionado." Pensou Omar, interessado no poder do príncipe em conquistar espaço e não ser intimidado.

— Perdão por interromper… Minha hora chegou, devo me retirar. — Youssef chamou atenção dos presentes na mesa.

O médico estava desconfortável a bastante tempo, todos podiam notar pelo modo ansioso de procurar alguém no meio das dançarinas, delatando o que acontecia para aquele que o estudava desde o momento de sua chegada.

"A filha dele é uma das dançarinas." Omar confirmou as suspeitas que tinha.

— Não acaba de chegar, senhor Al- Abdulla? — Haidar pergunta curioso.

— Sim, mas tenho de resolver um problema que surgiu o quanto antes. — se referiu a sua filha, nos olhos escuros do médico uma certa chateação apontou, Haidar pôde capturar o pequeno detalhe.

— Se refere a sua filha? — intrometeu-se.

Omar quase sorriu com a confirmação que teve, depois da pergunta de Haidar.

Youssef quis negar, mas recordou-se que não deveria mentir para o herdeiro do sheik assim como não deveria fazê-lo com o soberano. Pois um era visto como o espelho do outro.

Youssef anuiu com desconfiança.

— Entendo. — foi tudo que o príncipe disse, o liberando de seus questionamentos.

— Que a paz esteja com você! — desejou ao príncipe e em seguida fez o mesmo com Omar.

— Foi um prazer conhecê-lo, senhor Al-Baghdadi. Irei me retirar agora. — diz assistindo o aceno dos dois que ficavam para trás.

Quando Youssef deu as costas, Ismael ressurgiu de onde havia saído.

— Sinto dizer que ela já partiu para casa, jovem Al-Maktoum! — Ismael estava sendo sincero, ele não poderia impedir o herdeiro do sheik de conhecer quem ele queria.

— Como ela se chama? — demonstrou interesse.

Omar e Ismael se entreolharam antes que Ismael desse a resposta.

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