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Capítulo 6 O patrocinador.

— É complicado, jovem príncipe… — hesitou o mais velho.

Omar assistiu em silêncio, sempre demonstrando interesse, apesar de saber mais que Haidar. A desinformação incomodava o príncipe, mas saber que alguém tinha tudo nas mãos enquanto, ele perdia uma oportunidade por outra pessoa, era pior ainda.

— E por quê seria complicado? — inquiriu, em tom sério.

— As candidatas têm direito a manter sua privacidade no momento da inscrição. Elas podem dar pseudônimos no lugar de nomes reais e identificação. — diz Ismael.

— E como isso funciona? Como podem confiar nelas dessa forma? — Haidar estreitou os olhos para os dois que estavam com ele naquela mesa.

— Em troca de seus nomes e qualquer número de identificação nos bancos de dados, elas têm que responder uma série de perguntas concretas que são averiguadas antes que sejam aceitas e convidadas a participar da seleção. — Haidar estava intrigado com a resposta de Ismael, assim como estava com a presença de Omar. O loiro não se intromete ou tenta adentrar no assunto, apenas responde o que lhe é perguntado.

Haidar podia sentir a aura estranha que vinha do lado em que Omar estava posicionado.

— Crer que isso funciona quanto a segurança deste local, também? — Ismael percebeu que as coisas se complicaram se ele apenas respondesse às perguntas de Haidar, delas viriam mais perguntas, então teve de pensar rápi

— Ainda não temos os dados completos dela, mas se puder retornar na próxima noite, podemos colocá-la à sua frente, se assim desejar! — assegurou o dono do espaço.

— Isso seria bom. — Haidar ficou satisfeito. Apenas assim, Ismael pôde respirar.

— Então podemos contar com sua presença uma vez mais? — o dono do hotel quis ter certeza que atrairia o filho de Khalil para o hotel, tornando o lugar ainda mais popular com suas visitas constantes.

— Certamente! — assegurou o jovem.

Um grande sorriso deslizou salientando as bochechas de Ismael.

— Será sempre uma honra recebê-lo, jovem Al-Maktoum! — diz Ismael.

Um pouco incomodado com a presença daquele que havia acabado de conhecer, Haidar procurou ir embora mais rápido.

— Me retiro agora. Tenham uma ótima noite! — desejou para Omar e a Ismael.

Ambos responderam igualmente, vendo o príncipe deixar o local.

— Creio que a presença dele aqui lhe traz benefícios. — pressentiu Omar.

— Com toda certeza! — respondeu o outro.

— E quanto a identidade da dançarina, está falando sério? — O questionamento de Omar não alegrou o mais velho.

— Não viu que estava quase investigando por conta própria? — o mais velho semicerrou os olhos na direção do loiro de íris avelãs.

— Que diferença faria? — Omar quase lhe deu um sorriso insolente.

— Muita diferença. Ele é o herdeiro do sheik, a imagem de um é o outro. O que quer que eu faça? — chateou-se com o novo parceiro de negócios.

— Ele não estaria tão interessado em apenas uma mulher, estaria? — insistiu no assunto.

— Ele nunca está interessado em ninguém, exceto hoje, isso significa que é real. — disse Ismael, sentindo de repente um pouco de alegria por ter a dançarina ali.

— Então a jovem é valiosa? — Omar murmurou para si, permitindo que o outro ouvisse.

— A mais valiosa que já tivemos. — sorriu para o loiro, agarrou a garrafa de vinho na mesa e despejou um pouco do conteúdo em duas taças que haviam ali.

— Ao nosso futuro sucesso! — Ismael entregou a taça para Omar o obrigando a brindar com ele.

No fundo, Ismael não queria que suas palavras demonstrassem que ele tratava a ideia da jovem ser um objeto ou prêmio para eles.

O loiro anui tocando a taça na superfície frágil da outra, vendo o novo parceiro beber, ele repetiu a ação, pensativo, fazia planos.

Omar havia gostado de como a jovem dançarina o olhou assim que pôs os pés no local; naquele momento, ela estava perdida, não sabia a quem se dirigir, por isso foi atraída por ele. Na curta conversa que tiveram enquanto ele a ajudou a chegar até Margaret, pôde contar as vezes que a dançarina ficou rubra apenas por está na sua presença, ele era ciente do impacto que sua imagem causava em algumas pessoas, principalmente mulheres.

Portanto, assim que a deixou no camarim, sua mente trabalhou a seu favor, ela havia confessado não ter acompanhante, isso lhe deu vantagem. Como a jovem atraiu sua atenção, iria mantê-la por perto, por isso decidiu patrociná-la, sendo seu acompanhante também.

— Quando vamos assinar o contrato? — Omar chamou a atenção de Ismael.

— Quando estiver preparado. — diz o outro, devolvendo a taça vazia à mesa.

— Em duas noites, então. — deixou Ismael curioso.

— Vai conseguir alguém para agilizar o contrato? Por quê?

— Não só isso, reunir a documentação também. — se refere às informações da dançarina.

— Tem um advogado? — Ismael pensa no que o outro poderia estar planejando.

— Certamente. — usou um tom semelhante a ironia, no fundo, ele tinha o príncipe na cabeça, por isso usou as mesmas palavras.

Ismael juntou as sobrancelhas na sua direção, observando a taça do outro virar quando ele bebeu todo o conteúdo dela com malícia nos olhos.

Neste momento, o dono do hotel relembrou as palavras de Margaret quando anunciou que Omar seria um de seus convidados, ressaltando que ele estaria livre para escolher qualquer dançarina para representar perante a lei.

"Tenha cuidado com ele! Omar nunca faz nada por impulso." As palavras dela soavam novamente em sua mente, de forma clara desta vez.

Quando investigou a loira sobre o motivo que a levou a falar aquilo, ela apenas disse que o conhecia bem.

"Ele não respondeu ao jovem Al-Maktoum quando perguntou sobre suas origens." Pensou observando o seu entorno, para não alertar Omar sobre seus pensamentos.

"Se é assim. Quem é você Al-Baghdadi. E o que está planejando para essa pobre garota?" Voltou seus olhos para o loiro.

Um brilho estranho cruzou suas íris avelãs, causando um leve calafrio na espinha de Ismael, a aura escura de Omar surgia aos poucos.

— Não se preocupe com nada. — Omar pareceu ler a mente dele.

"Margaret, por quê não me avisou antes?" Pensou enquanto concordava para fingir relaxar, neste momento, seus olhos se cruzaram com os de Margaret, suas palavras estavam certas, Omar planejava algo, e a pobre garota era o alvo.

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