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Capítulo 3 A notícia.

Horas antes da apresentação de Zahraa…

O celular de Haidar tocou em cima de sua cama. O jovem estava arrumando a gravata no pescoço, queria algo formal para aquela noite, mas não pôde ignorar o som daquela chamada. Caminhando até o telemóvel, arrancou a gravata que não conseguia colocar no lugar. Pegou o celular visualizando o nome na tela, atendeu imediatamente.

— Pai. Boa noite! — desejou antes de ouvir a voz do sheik.

"Boa noite! Quero que venha aqui imediatamente!" — foi direto.

— Agora? Agora eu… — foi interrompido por seu pai.

"Temos um assunto que não se pode esperar." — aquelas palavras fizeram o jovem suspirar.

— Certo. Estou indo! — disse desligando o aparelho.

Antes de guardar o aparelho, ouviu o som da notificação que piscou a tela novamente, tendo interesse aguçado, abriu a notícia que havia surgido.

— O que temos aqui? — começou a ler o trecho da notícia…

Seus olhos verdes cinzentos se estreitaram, a respiração acelerou.

— O que significa isso? — usou o tom alto, parecendo brigar consigo mesmo.

— Isso não está certo. — rolou a notícia lendo todo o conteúdo. Se viu passando a mão esquerda pelo rosto, chateado com o conteúdo publicado a pouco tempo.

— Não pode ser verdade. — disse a si mesmo.

Varreu o quarto luxuoso como quem procura respostas em algum canto. Passou a mão pelos cabelos, os bagunçando irritado.

Andando de um lado a outro, decidiu reler a notícia em voz alta, assim teria certeza que era real, mas não parou de caminhar pelo cômodo.

— Hoje, durante o fim desta tarde, ouvimos rumores que irão alegrar as emiradenses da capital dos setes Emirados, a famosa Abu Dhabi. O soberano informou depois de uma reunião com o conselho que irá procurar uma noiva para seu filho, o jovem Haidar Al-Maktoum de vinte e um anos. Seu herdeiro ainda não tem namorada, ou foi flagrado com alguma mulher, seja ela, jovem ou mais velha, apenas as poucas vezes que surge ao lado do seu tio Samir, o qual noivou a pouco tempo depois de namorar por anos com a mesma mulher. — fungou irritado pela intromissão na sua vida.

— … O herdeiro do sheik já possui um prédio onde mora sozinho, mas ninguém adentrou o local, além da sua família e seguranças. — continuou lendo até as últimas palavras do artigo.

— O que vai acontecer? Ele irá aceitar se casar? Irá se rebelar finalmente? O que podemos esperar do futuro sheik de Abu Dhabi? Ele fará como o pai? Uma seleção para encontrar sua esposa ideal? — apertou a mandíbula.

— Que idiotice! — resmungou.

Outro tópico o chamou atenção, a última pergunta:

— E quanto a jovem Lila, também filha do sheik, ela irá ser prometida a alguém? — Haidar fechou os olhos irritado. Bloqueou o aparelho tentando não quebrá-lo, a vontade era de jogá-lo na parede.

— Como ousam falar da minha irmã assim? Por acaso ela é um objeto? Ele não faria isso! — de uma coisa ele tinha certeza, seu pai não iria prometer Lila apenas por questionamento do povo. Assim como Haidar, Khalil tinha ciúmes da mais nova.

Colocou o celular no bolso da calça social, caminhou até o smoking sobre o braço do sofá, o colocando na dobra do braço, pegou a carteira, respirou fundo no caminho para fora dos aposentos.

"Eu posso carregar essa responsabilidade, Lila não!" Pensou, disposto a fazer o que fosse preciso para tal coisa não cair nos ombros da irmã mais nova.

Haidar estava disposto a tirar a atenção da imprensa da irmã para trazer para si.

Logo estava saindo do prédio onde morava sozinho, presente que havia ganhado do pai quando fez dezenove anos. Haidar tinha quase vinte um agora, sentia-se mais confortável morando sozinho, mesmo tendo que voltar para a casa dos pais quase sempre.

Dirigiu até o palácio privado do sheik, entregou o carro e as chaves para alguém que o esperava nos pés da escada na entrada.

Subiu os degraus apressado, por mais que não gostasse de muitos eventos, antes estava ansioso pelo daquela noite, agora queria resolver aquela situação o quanto antes.

Adentrou o grande palácio privado, não encontrando ninguém, o que não era de se estranhar. Imaginou que sua irmã poderia estar no quarto, enquanto mãe e avó estavam no ateliê, era assim que sua mãe chamava sua loja de roupas, onde ficava as criações dela, já que criava os desenhos de suas próprias roupas.

Subiu mais escadas para chegar ao corredor e se dirigir ao escritório do pai, onde tinha certeza que o encontraria.

Quando parou na porta, ouviu alguém falar com o sheik sobre planos futuros, mesmo que a porta estivesse fechada, conseguia escutar o que falavam.

"O amo pensa que ele aceitará?" — era a voz de Samuel, aquele que não saia do lado do sheik, era como o mais fiel assistente pessoal, por mais que ele superasse isso.

"Terá de aceitar algum dia." — ouviu seu pai falar.

Haidar apertou a mandíbula, tinha em mente que não podia reclamar, aquilo era de se esperar desde o início, teria de se controlar. Depois de apertar os dedos na palma das mãos, ele levantou uma delas ainda com os dedos enrolados e bateu na porta para anunciar sua chegada, além de pedir permissão para entrar no local.

Menos de dois segundos a porta estava sendo aberta por Samuel. O homem que ele conheceu a vida toda ao lado de Khalil.

— Salam! — usou as palavras mais íntimas, ele podia fazer, já que seus filhos sempre frequentavam a casa de seus pais tanto quanto ele.

— Obrigado, Samuel! — agradeceu.

— Seu pai o espera. — reforçou, dando mais passagem para o príncipe.

— Salam, Haidar! — ouviu o sheik também o deixar confortável enquanto dizia que ele era bem-vindo.

— Pai. — se curvou na presença dele, um leve e nada exagerado curvar.

— O senhor solicitou minha presença, do que se trata, posso perguntar? — viu seu pai indicar uma das cadeiras à frente da mesa, na qual estava na outra extremidade.

Haidar obedeceu. Sentando-se à frente do pai, ele esperou que seu pai tocasse no assunto.

— Pela sua cara, acredito que já saiba do que se trata. — diz Khalil.

— Terei de concordar com isso? — Haidar queria ter certeza que não se tratava apenas de notícias falsas.

— Quero que a escolha da noiva parta de você, então terá de aceitar. — Khalil estava calmo.

Haidar fitou os olhos âmbar do pai, era um tipo de castanho que parece sempre carregar fogo dentro deles.

— Em que condições terei de fazer isso? — não deixou de encarar o pai, seria uma afronta?

— Isso quem nos dirá é você. Quer que eu escolha sua noiva? — Khalil arqueou uma sobrancelha na direção do filho.

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