Ele me colocou devagar dentro da aquerusia e eu vi a água ficar rubra com o sangue, minha visão começava a embaçar e eu só conseguia pensar em aguentar mais um pouco até que meu bebê estivesse bem nos braços de Hades.
-Temos que fazer agora, a morte ronda e eu não poderei detê-la se demorar demais. -diz Thanatos aflito.
-Alguém aqui por acaso sabe como fazer isso ? -Hypnos inquieto perguntou a grande questão, como não houve uma resposta rápida ele se enfurece e toma a frente- Pois bem, eu farei, me deem espaço.
Ele se ajoelha na minha frente e se posiciona para começar o parto.
-Me escutem bem, legume tira essa capa e se prepare para receber a criança, papai segure a mão da minha flor, ela vai precisar de muito apoio, Perséfone, preciso que faça força, o máximo que puder, eu sei que pode ser pedir muito mas preciso da sua ajuda nisso, espero que saia tudo bem... -ele parece suar frio
Eu estava no escuro, me sentia como se estivesse flutuando, de repente ouço como se algo gotejasse, uma, duas, três vezes, eu caminho as cegas seguindo o som e as coisas vão clareando aos poucos, o cenário muda, uma aquerusia aparece e nela Hades está de pé sorrindo para mim, uma onda de alegria me inunda e eu corro até ele, não há dor ou cansaço, só alegria e a vontade de abraçá-lo e quando chego perto pulo em seus braços envolvendo seu pescoço em um abraço. Eu estava no escuro, me sentia como se estivesse flutuando, de repente ouço como se algo gotejasse, uma, duas, três vezes, eu caminho as cegas seguindo o som e as coisas vão clareando aos poucos, o cenário muda, uma aquerusia aparece e nela H... Ele tinha o mesmo perfume de sempre e eu deixei que tal cheiro me inebriasse enquanto eu me afundava em seus cabelos escuros e macios, tão belos quanto da última noite que eu os vi.-Eu senti t
O vento soprava fresco como sempre na campina, eu colhia flores como sempre, nada diferente, nada novo, a vida era boa mas que sentido havia se fosse uma vida vazia, eu não possuía propósito, não havia emoção, vivia por minha adorada mãe mas o sentimento de vazio se mostrava presente cada vez maior e eu me sentia só. Hoje seria uma festa em homenagem ao senhor do Olimpo que havia derrotado o terrível titã Tifão, mas não estava animada, como em todas as festas eu não poderia me comunicar com muitas pessoas pois minha mãe temia por mim e era extremamente cautelosa comigo e por esse motivo não havia motivo para animação. Frustrada eu suspiro alto e então uma ninfa aparece sorrindo.-Perséfone minha querida me diga o motivo de sua feição triste, não é costumeiro te ver assim.-Me sinto solitária, amo minha mãe, mas sequer posso ir além desses jardins sem ela, me sinto em uma gaiola d
No Olimpo a última luz do dia brilhava, tochas já eram acesas, todos riam e conversavam com vigor, a comemoração corria perfeitamente e junto de minha mãe eu conversava com algumas deusas, tudo estava tão animado e feliz, em momentos assim eu esquecia sobre o vazio e meu sorriso se tornava constante, era tão bom conversar com outras pessoas, o calor, as vozes preenchendo o lugar, simplesmente maravilhoso. De repente uma sensação estranha me toma, como se alguém me observasse, eu procuro com os olhos em meio a multidão e então de relance vejo alguém nas sombras, um homem alto e bonito me olhava, mas assim que percebeu meu olhar desviou o rosto parecendo desconcertado e então ouço murmúrios, comentários espantados, desgostosos, aparentemente alguém indesejado havia aparecido, o que era estranho já que a maioria ali eram deuses, talvez algum outro ser havia invadido de alguma forma a festa, logo cessou os cochichos e a risada de Zeus é ouvida seguida por ele dizendo que s
Dias se passaram após a festa e eu agora estava próxima a floresta na companhia de alguns animais enquanto apreciava o perfume das flores em volta, de repente a mesma sensação de ser observada, olho para todos os cantos mas não vejo nada, respiro fundo e deixo de lado isso, mas a sensação continuava, então em um momento ouço algo se movimentar e confirmando isso os animais se colocam em posição de defesa e então fogem me deixando só, eu olho na direção do barulho e então eu vejo na sombra de uma árvore o mesmo homem da festa, ele me encara, sua expressão é neutra mas algo emana dele, uma aura pesada, enquanto nos olhamos por segundos que parecem horas ele fala e sua voz é bela.-Você deveria fazer como eles.-Desculpe eu não entendi.-Fugir, deveria fugir como eles, pelo menos esse é o esperado.-Não me deu motivos para fugir, não foi agressivo ou demonstrou más intenções, então não vejo m
Sinto então o chão voltar, meus olhos estavam fechados por medo, mas então ouço a voz dele calma.-Abra os olhos, está tudo bem agora. Quando abro meus olhos suas roupas mudaram e não estávamos mais na floresta. Quando abro meus olhos suas roupas mudaram e não estávamos mais na floresta-Bem-vinda ao meu reino, minha adorada.-Onde estamos ?-Aqui é o submundo, o meu domínio.-Você é....Hades.-Sou, isso a amedronta ?-Não, deu sua palavra e eu não menti quando disse que confiava em você.- disse com um sorriso.-Que bom, vamos, vou levá-la ao meu palácio. Ele me estende a mão e eu a pego, andamos pelo submundo, ele me mostra e explica com calma sobre tudo e apesar do lugar onde estamos eu não sinto medo, a presença dele me deixa tr
Quando eu acordei estava tudo absolutamente quieto, Hades deu sua palavra que ninguém me perturbaria e isso havia se cumprido. Eu olhei em volta, o quarto não possuía janelas, era espaçoso e iluminado por tochas que mantinham o ambiente com uma aura misteriosa, talvez eu sentisse medo se estivesse só, mas a presença e as palavras de Hades me mantinham tranquila, pensando nisso eu me levantei, meus pés descalços sentiram a diferença de temperatura assim que pisaram no chão, o lugar todo era de um frio diferente, não era algo realmente físico, se sentia no corpo mas também na alma, rapidamente eu fui me ver no espelho para arrumar algumas mechas fora de lugar, lavei meu rosto em uma bacia com água fresca e assim que me senti pronta saí do quarto. Caminhei por corredores compridos a meia luz, olhava para cada detalhe tentando lembrar sem sucesso do caminho que percorri ontem, começando a temer estar completamente perdida eu vi uma som
Ficamos no tribunal por algum tempo, não sei dizer se pouco ou muito, infindáveis almas apareciam, os juízes julgavam e eu via Hades assentir com as decisões, nenhuma palavra dita, nenhuma expressão, se mantinha impassível com todos, homens, mulheres, idosos e até mesmo crianças, não lhe causavam nenhuma reação, mas eu não deveria me surpreender, ele deve fazer isso a tanto tempo que já nada o comove, além de ser esse o seu dever, mas mesmo assim eu me preocupava com como ele se sentia. Saímos de lá e ele permanecia neutro, quando entramos na carruagem vi que não seguíamos o mesmo caminho, mas permaneci quieta esperando que ele me dissesse ou que chegássemos ao local. Logo paramos as margens de um rio, descemos e então em um momento vi uma barca se aproximando e uma figura a conduzia em meio as águas até que chegou a nossa frente.-Cuidado ao subir, permita-me. Hades estendeu a mão par
Na volta Hades escolheu ir por um caminho mais longo, queria me mostrar os outros rios, assim que saímos do Lete, desembocamos no rio Estige.-Aqui é o maior rio do submundo, corta todo o domínio e sai no oceano, suas águas são conhecidas também por rio da Invulnerabilidade afortunados são aqueles que tem a sorte de se banharem nele.-Muitos mortais fazem isso ?-Não, poucos tem acesso ao submundo e aqueles que entram sem permissão costumam ficar por aqui. Eu observava as águas do rio de repente mudarem, sua cor fica vermelha como sangue e borbulhando como um caldeirão liberando um calor terrível.-Onde estamos ?-Aqui é o Flegetonte, o rio de fogo do submundo.-Aqui é o Flegetonte, o rio de fogo do submundo-Por que é tão diferente dos outros ?-Aqui é onde se pune os crimes cruéis, o fogo purifica, por isso o calo