“Quem não vale nada, nunca acreditará que você vale algo, que seja importante para alguém, ou que tenha um propósito a cumprir em sua vida.” Isso nunca esteve tão claro para mim como agora. Aquele maldito, eu o odeio com todas as minhas forças! Penso com raiva pressionando a minha têmpora, e na mesma da hora é como se eu escutasse a voz de minha mãe em minha mente falando. — Busque sempre o amor ao invés do ódio, Syn, a paz não se consegue sem ele, o amor é a coluna e o respeito é a base. — Mãe, será que você ainda pensaria dessa forma se estivesse na mesma situação que a minha? — Questionei-me em voz alta, desejando imensamente que ela e tia Jamila estivessem ao meu lado, me aconselhando a fazer o certo. O ser humano é “triste”, sempre está insatisfeito com algo. Na maior parte do tempo, sua insatisfação é com ele mesmo, mas culpa o outro, porque é mais fácil. Com esse desgraçado que machucou a minha Elisa não é diferente. Volto a pressionar a minha têmpora, que não parava de l
— Bate com força Serguei, isso com toda certeza não é um soco, você pode fazer melhor que isso. — O provoco desferindo vários socos em sua direção, ele se defende bem, mas não consegue impedir que um dos socos pegue em sua boca fazendo a mesma sangrar outra vez. O tatame estava repleto de sangue e suor de todos os homens que lutei, Serguei é o último de meus seguranças a lutar comigo. Não mentirei meu suor também estar nesse tatame…Mas todo o meu sangue ainda corre em minhas veias. Penso olhando divertido para Serguei que limpava o sangue de sua boca com a manga de seu Kimono, que por ser na cor preta, o sangue não ficou evidenciado.O núcleo do tatame é feito comumente de palha de arroz compactada, pois oferece um perfeito grau de firmeza e também é muito durável, mas como a cor da palha não me atraiu, mandei tingi tudo na cor preta. Todas as coisas em minha academia são na cor preta, é algo que já faz parte de mim e não me sinto sombrio por achar essa cor atraente.Serguei parou d
— E quem disse que estou te julgando? — Perguntei parando de rir. — Você está apaixonado por uma presidenta, ainda por cima de outro país. E se ela já estiver em um relacionamento? Você é o meu melhor amigo, o irmão que eu não tive, a última coisa que quero é ver você fodido por causa dela. — Dmi, sou maior de idade, não estou insistindo nessa história com os olhos vendados, sei que pode não ter o início que espero, mas vou tentar, porque não sou homem… — De desistir. — Completei por ele. — Assim como você Dmi… Cadê minha lindíssima cunhada? Já apontou e atirou hoje. Andrei e seus trocadilhos Idiotas. — Ela está bem! Assim espero. Penso. — Você fala de Elisa como se ela fosse um alvo. — E não é? — Seu tom brincalhão não me passa despercebido e decido seguir com a brincadeira. — Não! Ela é a flecha! — No seu caso, acredito que ela esteja mais para bala. — Ele rir do outro lado como se tivesse contado uma excelente piada. — Verdade! — Confessei rindo de sua piada ridícula ta
— Vamos minha deusa?— Para onde? — Perguntei apertando a toalha felpuda em meu corpo outra vez. Estávamos os dois sentados na cama com a bandeja quase vazia entre nós, só tinha às duas jarras e os dois copos. — Se você não percebe, estou nua… E você também. — Digo de forma óbvia e ele sorrir.Não que eu não goste de vê-lo nu, ele é gostoso demais e é meu, mas além de gostoso é muito mandão. Entortei a boca ao lembra-me de agora a pouco.O Ministro me fez comer dois sanduíches e um copo de iogurte, sozinha, não estou reclamando. Amo o seu jeito atencioso e carinhoso, mas a verdade é, que quero conversar com ele a respeito de nossa pequena discussão a dois dias, mas estou com receio de quebrar o clima maravilhoso que se formou entre nós.— Vamos conversar um pouco na varanda. A gente namora tem um tempo, Elisa e ainda não paramos para nos conhecer.Penso que essa é a minha chance.— Mas precisa ser na varanda? Não tem risco… Hum… Você sabe…— Não, não se preocupe com isso, Andrei já
Esquecer o que nos traz dor é uma necessidade, ao menos para mim. Quanto mais eu penso em esquecer o Joel e toda a dor que ele representa para mim, A sensação que tenho é que ele não reconhece o seu lugar.Seu lugar é em meu passado, de preferência, bem longe de mim.— Ei, tem alguém aí? — O Ministro acena com a sua mão direita em minha face chamando a minha atenção.— Hã? O quê?— Com toda certeza você não estava aqui, minha deusa.— Desculpa, Ministro, eu não gosto de algumas partes de meu passado, isso meio que me trava. — Admiti.— Entendo minha deusa, se não quiser falar, vou respeitar.— Sei que vai respeitar, mas falarei, ministro, estou cansada de deixar o Joel me manipular mesmo de longe.— Você tem toda razão, minha linda.— Agradeço ministro. — Declaro, e ele beija o topo de minha cabeça e resmunga algo inaudível. — Hum… Começarei contando sobre a minha mãe Eloísa e Joel. — Emendei com o gosto amargo e familiar em minha boca. Sinto-me assim toda vez que lembro desse home
— Eu não tenho muito para contar sobre o meu pai, ele morreu em combate e minha mãe só soube dois dias depois, nem ouve corpo para minha mãe enterrar. Talvez por isso ela nunca tenha superado a perda. Penso. — Sinto muito por isso, uma criança não devia crescer sem os dois pais. — Elisa diz dando um beijo em minha coluna e alisando o meu peito. Ela não sabe com isso me deixa “louco.” Reprimir um gemido que queria escapar. — Você tem razão, minha deusa, você tem razão. — Sussurrei. — Meu pai começou o seu serviço no exército aos dezoito anos, o exercício vendo o quanto ele evoluiu, o mandou para várias missões. — Então esse desejo de servir ao seu país veio de seu pai? — Sim e não… Mais para frente você entenderá. — Certo! — Como eu estava dizendo… Meu pai foi mandado para várias missões e foi em uma dessas missões que ele conheceu a minha mãe, Nora Isayev Volkova. — Lindo nome, ministro. — Não só o nome, minha mãe era linda, tanto por dentro, quanto por fora, minha deusa. —
— Eu não posso prometer algo que não sei que vou cumprir minha deusa, a morte está aí para todos, não tenho medo dela. Só tenho medo que ela tire Elisa de mim. Penso novamente engolindo em seco. — Sei que não tem medo, mas me promete que vai tomar cuidado? — Claro que prometo, posso não ter medo da morte, mas não tenho pressa em encontrá-la. — Respondi com o tom brincalhão tentando ignorar a preocupação novamente. — Seu braço ainda doe? — Toco em seu braço coberto por um curativo. — Não doe mais como antes, a dor está quase imperceptível. Estou bem, os remédios fizeram efeito. — Afirmei. — Se doer muito você me diz. — Certo! — Ela concordou. — Ministro, você gosta de perigo simulado? — Ela deitou a cabeça em meu ombro esquerdo, mudando o rumo de nossa conversa mais uma vez. — Gosto. — Franzi a minha testa não entendendo a pergunta. — Tipo o quê? — Carros de corridas, treinos de tiro… — Mas isso não é perigo simulado, isso é perigoso, ministro. — É seguro, minha deusa. — E
— Grávida? — Ouço o ministro sussurrar pela quinta vez. Ou seria a sexta? Parei de contar quando ele sentou na poltrona e me ignorou completamente, como se estivesse absorto em seus próprios pensamentos.Sua fisionomia estava engraçada, por mais que eu quisesse rir, eu não conseguia, eu já estava voltando a me sentir nervosa com todo esse silêncio dele.A situação fica mais cômica quando nós dois ainda nus tentava ter de alguma forma uma conversa séria, ele parecia não ligar, mas eu queria era rir de nervoso.Penso que de todas as palavras que falei, ele só assimilou a palavra “grávida”, esquecendo o “acho” antes da mesma… Quem entende?— Ministro? — O chamei e me levantei para ficar em sua frente, balancei a minha mão em sua cara e ele nem se moveu. Ele parecia não me ouvir, seus olhos se mexiam como se ele pensasse várias coisas em simultâneo, pela primeira vez desde que nos conhecemos, ele não me via, era como se estivesse em outro lugar. — DMITRI, FALA ALGUMA COISA. — Gritei bala