— Essa enfermeira não quer me deixar entrar… Quero ver quem vai me impedi de entrar nesse quarto. Saia da minha frente. — Katia bradou apontando o dedo para a enfermeira Pavlova. — Só pode uma pessoa por vez, senhora. São as regras. — Deixe-a entrar. — Falei com firmeza. — Mas senhor… — Eu disse: deixe-a entrar. Eu não repetirei outra vez. — Você não precisa falar assim com ela, ministro. — Ouço Elisa dizer atrás de mim e me abraçar por trás. Respiro fundo, buscando paciência de onde eu não sei, toco nos braços de Elisa e torno a olhar para enfermeira que estava com os olhos cheio de lágrimas. — Por favor. Pedir com calma. — Apenas ela entrará. Prometo. — Ela afirmou e deixou Katia Passar com um sorriso vitorioso. Elisa se afastou de mim e eu me afastei da porta dando passagem para Kátia passar. A mesma entrou indo direto para Elisa e eu a parei no caminho. — Vista a roupa. — Ordenei sério. Revirando os olhos, ela faz o que mando. — DEUSA! — Kátia exclamou alto, quase me deixa
— Deusa, você está péssima. — Kátia disse ao entrar no quarto sendo seguida pelos demais. Prostrando ao meu lado esquerdo, o Ministro a fitou de cara feia e eu seguro em sua mão direita. — KÁTIA! — Tia Luciana a repreendeu. — Deixa tia. — Pedir rindo. — Quero ver você dá à luz a duas crianças e ainda permanecer glamorosa. Não há maquiagem que resolva gata. — Falei divertida. — Deus me livre, um só já basta… Parece até dejavú essa nossa conversa. — Talvez porque você disse o mesmo, quando entrou mais cedo, sua besta. — Ela faz uma careta e eu sorriu. — Verdade, havia esquecido amiga. — Sei! — O ministro murmurou e eu apertei a sua mão, ele me fitou e sorriu para mim. — Pare de provocá-la. — Sussurrei para ele retribuindo ao seu lindo sorriso. — Lisa, onde está as gêmeas? — Ania perguntou eufórica. — Quero muito segurar elas. — Claro que depois de mim, afinal sou a madrinha. — Kátia informou possessiva. Revirei meus olhos em desagrado. — A Nanda também é madrinha. — Ania diz za
4 anos depois! — Você está nervosa Elisa? — Ouço Aline me perguntar, desvio meus olhos da estrada e foco na mesma, que dirigia atentamente, usando calça jeans, blusa social branca e, sobretudo marrom, que combinava perfeitamente com a sua bota de cano longo também na cor marrom. Os anos se passaram, mas Aline continua a mesma mulher gentil e extrovertida e gata. O tempo fez bem a ela, pois a mesma continua mais linda. O tempo fez bem a muitos próximos a nós e comigo não diferiu, afinal, tudo parece se encaixar. Tenho um marido maravilhoso e duas filhas lindas que, ao contrário do que o ministro imaginou, elas não nos dão problemas. Realizei meu sonho de estudar dança com uma das melhores professoras da companhia Bolshoi a pedido do ministro, a professora Galina Petipa. Ela é uma senhora ranzinza e autoritária, mas uma profissional excelente. Seus ensinamentos me fizeram ter ainda mais amor por ensinar. Graças a ela e ao ministro, me sinto apta para isso Ministro… Ele fez e ainda
— Vamos Lisa? — Aline perguntou. — Pedirei a um dos seguranças que coloque o carro no estacionamento. — Certo! Vamos! — Retruquei fechando a porta do carro. Assim que fechei a porta, os repórteres nos cercaram gritando perguntas em minha direção. Sorrir para eles escondendo o susto. — Afastem-se! — Aline exclamou para eles com a fisionomia séria. Eles se afastaram, mas continuaram gritando perguntas sem parar. — Calma um de cada vez. — Pedi sem desfazer o sorriso. Estou tão feliz, que nenhum deles estragará o meu momento de felicidade. Os repórteres pareciam eufóricos. Entre eles reconheci Alina, a namorada de Nikolai. Ela sorriu para mim e eu retribuir. — Senhora Volkova? — Um repórter gritou estendo o microfone com o símbolo do Brasil em minha direção. — Sim? — Feliz por sua conquista? — Muitas coisas me fazem feliz no momento, a academia é apenas uma delas. Mas sim, eu estou eufórica. — A senhora sabe que o Brasil te ama? — O mesmo repórter diz me deixando surpresa por s
Pai? Serei pai outra vez? Perguntei-me novamente. Parece um sonho. Eu e Elisa estamos tentando ter outro filho há três anos, mas ela nunca desistiu. O nosso garoto chegou no tempo certo. Com toda certeza, Viktor Volkova soa muito bem. — Está feliz, em Dmi? — Andrei perguntou ao meu lado, segurando o Adrian no colo que brincava com um computador de brinquedo. Tirando os cabelos cacheados que puxaram o da mãe, o garoto é a cópia fiel do Andrei. — Sua fisionomia não nega. — Andrei tornou a dizer bagunçando os cabelos do filho carinhosamente. — Claro que ele está feliz. — Iuri rebateu divertido. — Logo eu também estarei segurando a minha Georgiana. — Vladimir diz segurando seu filho Alexander no colo também. O garoto dele é a cópia da mãe, mas seus cabelos ruivos são idênticos aos cabelos do pai e avô. Estávamos no camarote, esperando o espetáculo começar. Ao nosso lado direito, Luanda, sua mãe, Akin e minhas filhas, seguido dos pais de Vladimir, os avós de Elisa e a mãe de Liliane
— BRAVO! — Gritei alegremente. — MAMÃE! — As gêmeas exclamavam sem parar. Eu sabia que seria perfeita a apresentação, Elisa trabalhou tanto por esse momento. — Agradeço pela presença de todos vocês. — Elisa começou a dizer quando cessaram os aplausos. — Eu realmente não esperava que tantos viessem nos prestigiar. Agradeço de coração… Todos vocês receberam o folheto explicativo? — Ela perguntou e as pessoas levantaram o papel para cima antes de tornar a sentar. — Essa história é de todas nós, que em algum momento, nos perdemos em nossa caminhada, devido ao medo, a rejeição, a falta de afeto dos nossos familiares, e o desprezo de pessoas que deveriam nos ensinar e apoiar. A floresta simboliza o nosso interior e a confusão que, em algum momento, vivemos. Mas a dança se tornou o ar que respiramos e uma bússola que nos guia, ela foi escrita em nossa alma. Como meu marido disse: a arte não dever ser limitada. Não podemos deixar o medo nos paralisar, e nossos sonhos não devem ser deixado
EM MINHA ALMA ESTÁ ESCRITO DANÇA! Em minha alma está escrito DANÇA Meu coração e minha alma Dançam em um compasso frenético Expresso o que sinto Através de um único passo. Faço da dança as minhas asas Sinto que o céu é o meu lugar. É quando me liberto das minhas amarras Invisíveis Dentro do meu íntimo Ansiando se libertar. A um fogo cerrado dentro de mim Ao dançar? O deixo queimar por completo Já nasci para dança A dança sempre será parte de mim Me completa. Meu coração transborda Por que de lá que ela surgiu E fez sua raiz Penso com meu Corpo Posso sentir A paixão em mim. Ponho meus fones de ouvido E me minha alma dança Um improviso Que me faz tão bem Quem não escuta a melodia Chamam-me de louca em dançar conforme a música. Os loucos Que dizem que sou louca porque danço Chamo de louco Porque não sabem O prazer da dança. Quando danço Viso superar a mim mesmo Posso tropeçar Escolho me levantar Como num passo de dança. O Som do mar Um brilho no ol
“Quem não vale nada, nunca acreditará que você vale algo, que seja importante para alguém, ou que tenha um propósito a cumprir em sua vida.” Isso nunca esteve tão claro para mim como agora. Aquele maldito, eu o odeio com todas as minhas forças! Penso com raiva pressionando a minha têmpora, e na mesma da hora é como se eu escutasse a voz de minha mãe em minha mente falando. — Busque sempre o amor ao invés do ódio, Syn, a paz não se consegue sem ele, o amor é a coluna e o respeito é a base. — Mãe, será que você ainda pensaria dessa forma se estivesse na mesma situação que a minha? — Questionei-me em voz alta, desejando imensamente que ela e tia Jamila estivessem ao meu lado, me aconselhando a fazer o certo. O ser humano é “triste”, sempre está insatisfeito com algo. Na maior parte do tempo, sua insatisfação é com ele mesmo, mas culpa o outro, porque é mais fácil. Com esse desgraçado que machucou a minha Elisa não é diferente. Volto a pressionar a minha têmpora, que não parava de l