Era a queridinha do patrão! E seus clientes sempre voltavam. Não importava em que calçada estivesse. Eles sempre voltavam!
Avenida Prado Junior esquina com a Rua Ministro Viveiro de Castro era onde ficava seu ponto. O ponto das meninas do Ernesto. E o rebuliço era geral! Todos e todas comentando sobre o que passou o tal cafetão. Ele e seus homens foram perseguidos, capturados e amarrados. Tomaram uma surra de pau de parar o calçadão! Foi o tal Ringo de Copacabana que procurou o canalha até achar. Esse era um policial muito famoso na época, era durão e defensor das putas e dos travestis. Uma espécie de anti-herói. E diziam que era do tal Esquadrão da Morte.
Chegou com alguns homens que pareciam policiais e arrancou Ernesto e seus cupinchas do Beco da Fome debaixo de porrada! Apanhou muito o cabra! Foram colocados na caçapa de um camburão da polícia Civil e nunca mais se soube deles. E sumiu. Todos sabiam que ali não apareceria nunca mais. Com um pouco de sorte, talvez estivessem mortos os canalhas. A galerinha estava feliz pois agora estavam livres para viver suas vidas como quisessem. Teve até aquelas meninas que voltaram para suas famílias e largaram a vida. Marta fingiu espanto com as notícias, mas naquela noite comemorou até o dia clarear. Bebeu, comeu e se divertiu com seu grupo de amigas de calçada como nunca pudera fazer. E desse dia em diante traçou seus próprios caminhos. Livre para realizar seus sonhos.
Assim Marta continuou trabalhando nas calçadas de Copacabana por sua conta e risco e fez isso muito bem. Sustentando a casa e cuidando de sua irmã com carinhos de mãe. O primo do pai nunca a procurou. Ele também não apareceu e sabia onde elas moravam. Ela e Laurinha. Era seu único parente e Marta sentia um certo medo quando pensava que eram sozinhas no mundo. Era apavorante pensar nisso. Sentia-se grata por sua preciosa ser tão novinha. Certamente muitas daquelas lembranças sumiriam enquanto crescesse. E até lá muita coisa podia acontecer! Até criar uma família. Pensava assim Marta! Levava sua vida nas ruas com muita responsabilidade e ouvindo sempre as putas mais velhas. Fez muitos amigos! Não bebia bebida alcoólica e drogas nem pensar. Nem fumar, fumava. Pensava no pai e em como viu a cachaça destruí-lo. Era um homem tão bom seu Zé! Forte! Trabalhador! Generoso! E um líquido maldito o destruiu até mata-lo! Primeiro judiou bastante dele e da família. Então mantinha distância dos bêbados e odiava as bebidas. Observava o que o álcool fazia com as pessoas por onde andava. Do Beco da Fome a cobertura vip do Copacabana Palace. E era sempre ruim! Por isso só bebia água e muitas vezes, quando o freguês insistia, ela fingia. Já com drogas não tinha conversa! Aprendeu muito naquela Copacabana. E era o Beco da Fome sua maior escola. Com as putas, com os travestis e as drags que se apresentavam nos teatros, casas de shows e nos Inferninhos da Princesinha do Mar. E as go-go girls que faziam a vida nas boates da Princesa Isabel. E ainda tinha a Lindaura, dona de uma barraca que servia o melhor Angú da cidade. E se a gente não tinha dinheiro ela servia mesmo assim. Amava seus fregueses fossem eles viados ou putas! E foi assim que Marta aprendeu os caminhos da vida de rapariga e seguiu só pelos melhores que pode escolher. Chegaria ao seu objetivo final lúcida, com saúde, feliz e firme como uma rocha!
Quando aconteceu o incêndio na favela tinha dezesseis anos, então pediu guarida a Madame de Copacabana, que olhando-a como o produto de luxo que era, de cima a baixo e revirando-a de um lado ao outro, admirou sua beleza, orgulhosa da sua aquisição. Tinha ótimas referências e muitos clientes vips e ricos.
- Tão linda e cheia de fregueses! Sorte grande! Tirei a sorte grande! – falando alto, gritando mesmo, alegre, rindo-se toda. Tratou logo de fazer negócio e receber a moça em sua casa.
- Bom negócio! Essa Severina é muito arretada e vai me render um bom dinheiro! – disse para Marta, entre risos, apresentando-a as outras que estavam ali no salão.
– Vai pegar suas trouchas severina e vem. Tem vaga pra você aqui. Vamos ganhar dinheiro! – Disse sorrindo com aqueles dentões amarelos.
E nunca se arrependeu!
Marta virou sua gerente. Madame depositou nela toda a confiança. Era severina honesta e trabalhadora A rapariga trabalhou muito para conquistar essa confiança e a cafetina aos poucos foi dando toda a liberdade a ela, e embora não falasse, sentia-se agradecida, pois já não aguentava mais o fluxo do movimento do puteiro e toda a sua demanda. O câncer a estava matando e com Marta no comando tinha mais tempo para os tratamentos que a debilitavam muito. Um ano depois a patroa confiava nela como nunca havia confiado em puta nenhuma! Entendida das matemáticas e dos números. Era ela quem pagava as contas, acertava os serviços, pagava os funcionários e recebia os lucros. Em pouco tempo aprendeu a administrar o negócio e prosperaram muito! Marta,
agora, recebia por seu trabalho como gerente e também dos programas que fazia. Organizava todo o movimento do bordel e cuidava dos clientes mais ricos e importantes do lugar. Abriu sua primeira conta em banco e já conseguia guardar uma boa quantia nessa conta. Esse era o primeiro passo para realizar o seu sonho: ter o seu próprio bordel.
Quando a doença da patroa se agravou foi Marta que segurou a onda e assumiu o negócio. A cafetina estava desenganada. Nenhum tratamento deu conta do câncer que tinha no estomago. Madame resolveu então descansar e aproveitar o pouco tempo de vida que lhe restava. Entregou tudo nas mãos de Marta e não se arrependeu disso! Ela cuidou de tudo até o fim!
As irmãs estavam mais unidas que nunca e a prosperidade proporcionava uma vida confortável para Laura, também, que já não precisava mais ajudar nos serviços da casa. Ela admirava a irmã. Admirava sua força e determinação! E era grata por ser cuidada por ela com tanho amor. Via-a como sua heroína. E queria ser forte como ela!
Assim era Marta! Forte e arretada como aquele fogo que queimou a favela Paia do Pinto, onde moraram!
Muitas vezes, na madrugada, Laura encontrava Madame sentada no chão do banheiro, abraçada a privada, vomitando sangue e nessas horas ela ficava ao lado da mulher. Segurando sua vasta cabeleira ruiva e encaracolada, trazia toalha, ajudava a se limpar e por muitas vezes era a patroa que se deitava no seu colo, ali no chão mesmo e Laura cantava para ela a música do Sabiá na esperança de criança que a cantiga espantasse seus medos também:
“Sabiá lá na gaiola
Fez um buraquinho
Voou, voou, voou, voou
E a menina que gostava tanto do bichinho
Chorou, chorou, chorou, chorou
Sabiá fugiu pro terreiro
Foi cantar no abacateiro
E a menina pôs-se a chamar
Vem cá, sabiá, vem cá”
Asim a desgraçada adormecia. A menina ficava quietinha com a mulher no colo e adormecia também. E Chica vinha pela manhã coloca-las na cama!
Viveram assim três anos. Era uma vida boa! A melhor que Laura já tinha vivido até aqui!
Ia a escola pela manhã e passava a tarde ajudando a Chica ou perambulando pela cobertura, ou ainda ouvindo rádio com Madame. Só as noites eram cansativas para a menina que sentia medo do movimento e demorava a dormir. Mas pela manhã todo o medo ia embora. O amor da irmã era a melhor coisa do mundo e acordar com aquele chamego todo era sempre muito bom, Marta a levava para a escola. E para buscá-la tinha a Chica, empregada fiel da casa e há muitos anos trabalhando para Madame. Era uma negra velha e sorridente que enchia Laura de mimos e lhe ensinava a cozinhar. Era tão boa que o trabalho doméstico ficava muito agradável. Ficava feliz em cuidar da casa.
Nos fins de semana, aos sábados, sempre saiam. Hora iam ao cinema, as vezes a praia. Nesses dias até Madame ia se divertir com as meninas no mar. Domingo o bordel fechava durante o dia e todas iam a missa, pela manhã, na primeira hora, numa igreja com uma imagem enorme de Nossa Senhora!
- Igreja de Nossa Senhora, mãe de Jesus e de Santa Rita, a santa das causas impossíveis e dos doentes. – Explicava Madame – Quer milagre reza pra Santa Rita que ela faz! - e todo domingo falava a mesma coisa.
Era a devoção de Madame de Copacabana e todas as meninas que moravam na cobertura a acompanhavam. Depois almoçavam no Bife de Ouro, restaurante de fino trato, ao lado da piscina do Palace, um hotel cinco estrelas na Avenida Atlântica, de frente para a praia. Comiam sempre o mesmo prato: Picanha Borboleta que vinha com um acompanhamento de primeira. E depois sempre tinha sorvete de sobremesa para Laura e banho de piscina para as meninas, que aproveitavam e se refestelavam nas espreguiçadeiras brancas de madeira cheirosa, enroladas em suas toalhas felpudas e chiques. Elas se esbaldavam!
Esse passeio era cortesia de um magnata, um bilionário playboy. Filho caçula de uma família de classe alta que era dona do Hotel Copacabana Palace. Amigo antigo e frequentador da casa de Madame. Vez por outra ele vinha se juntar a farra e saiam de lá já escurecendo. Dizem a boca pequena que foi ele o financiador da carreira de Madame. Que ela foi empregada doméstica na mansão da família e foi seduzida pelo moço. A cobertura e os apartamentos foram para calar a boca da jovem e tirá-la do caminho já que o rapaz estava perdidamente apaixonado e queria casar e a família nunca ia permitir um absurdo desses. Ela nunca confirmou a história, mas eram grandes amigos e de vez em quando, amantes.
Esses almoços também eram bons para os negócios. Traziam mais clientes ricos, estrangeiros e poderosos para o puteiro e traziam alegria para as Severinas. Pagavam em dólar!
Quando Laura chegou Madame já estava doente. E nos anos que se seguiram foi ficando a cada dia mais debilitada. Já não saia mais e nem aceitava mais meninas e assim foi reduzindo o movimento da casa. Marta foi tomando conta de tudo. Aprendeu muito! E seguiu firme no seu propósito em ser uma Madame também. E uma das grandes!
E assim o fez!
Viveram ali até saírem às indenizações.
E as indenizações pela morte do pai e por conta do incêndio criminoso da favela Praia do Pinto, onde moraram, foi o ponto de partida para iniciar seus planos de enricar e dar uma vida de princesa para sua filhinha/irmã.
Um dos fregueses cativos de Marta era advogado! Um homem muito influente que amava Marta desde sempre. A conheceu em uma festa na Boate Love Story e se apaixonou. Desde então ele nunca mais a largou. Colocou-a no bordel de Copacabana e era o cliente mais cativo, o mais generoso e o mais gentil também. Ele a ajudou com os processos. Então, ganharam dois apartamentos no Minhocão da Gávea, um bairro chique da zona sul do Rio de Janeiro.
Madame abençoou Marta que agora tinha para onde ir. Ela a liberou para ir embora. Já não tinha forças para manter a casa funcionando. Estava nas últimas! Marta sentiu muito em despedir-se da cafetina. Sabia que sua doença não tinha cura. Providenciou para que morresse em paz. Organizou suas finanças, despachou as funcionárias, alugou os outros apartamentos, deixando-a confortável para viver seus últimos tempos. Madame Severina! Era esse o nome de Madame de Copacabana que ficou só com a preta Chica, que cuidou dela até sua morte e as irmãs que a acompanharam até seu último suspiro. Madame de Copacabana morreu no colo de Marta enquanto Laura penteava seus cabelos e cantava para ela aquela canção que acalentava seus corações nordestinos:
“Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho
Voou, voou, voou, vou
E a menina que gostava tanto do bichinho
Chorou, chorou, chorou, chorou
Sabiá fugiu pro terreiro
Foi cantar no abacateiro
E menina pôs-se a chamar
Vem cá Sabiá, vem cá”
E assim Madame Severina, a Madame de Copacabana dormiu para sempre. Partiu serena e calma como nunca foi! As três se abraçaram e colocaram dentro desse abraço o corpo de mais aquela Severina. Quatro mulheres fortes! Unidas no amor e na morte!
Se despediram cada uma do seu jeito e agradeceram por tudo que a cafetina representou em suas vidas. Laura, muito novinha era só choro! Chica soluçava baixinho num lamento sofrido e carinhoso. Marta não chorava e seus braços seguravam as todas as três com força e coragem! Marta era assim forte como a seca do Nordeste, resiliente como as ruas da cidade! Assim eram essas mulheres. Fortes, corajosas e resilientes!
Foi o enterro mais lindo já visto em Copacabana! A capela do cemitério encheu. e teve tanta gente que se tornou pequena para conter todos os amigos, clientes e funcionários que fizeram questão em dar o último adeus a Madame de Copacabana. Esse enterro de puta representou! Em vida de puta tem sim, muito amor!
Conjunto Habitacional Marquês de São Vicente, oriundo da Favela Parque Proletário. Uma reurbanização da década de cinquenta.
Naqueles anos setenta um túnel acústico foi construído para unir a zona sul a Barra da Tijuca e ao Túnel Dois Irmãos e passava por baixo do prédio. Isso causou grande desvalorização do imóvel devido ao barulho do trânsito que explodia bem dentro dos apartamentos do conjunto.
Então a PUC-RIO e os proprietários dos imóveis negociaram em favor das famílias dos envenenados dos Laboratórios Parque Davis e dos sobreviventes do incêndio da favela Praia do Pinto que receberam as moradias como indenização por conta da ação coletiva movida pela Assistência Social da PUC- Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), que acolheu as duas causas. Laura e Marta foram beneficiadas nessa ação e ganharam dois imóveis no Minhocão da Gávea.
E assim as irmãs começaram uma nova história!
Conjunto Habitacional Marquês de São Vicente era o nome do novo lar das irmãs.Laura com quase doze anos e cheia de esperança em viver coisas felizes. Marta com vinte e um e cheia de planos na cabeça. Agora, elas eram proprietárias!O prédio era enorme. Sua estrutura sinuosa impressionava!Em forma de serpente! Era assim a estrutura do Minhocão que serpenteava aos pés do Morro Dois Irmãos. Com 500 metros de altura, 250 metros de comprimento e elevado sobre Pilotis, corredores longos, seis andares, mais de trezentos apartamentos, doze apartamentos por andar e cerca de dois mil moradores. Era um mundo aquele lugar e aos poucos, as meninas foram percebendo que fora a estrutura de cimento armado e as esquadrias de alumínio tudo remetia a uma grande favela. Um túnel que passava por baixo do prédio fazia um barulho constan
Enquanto isso Marta se firmava na profissão. O câncer levou a vida da Madame de Copacabana que não tendo parentes deixou todo seu patrimônio para ela. Um patrimônio considerável! Títulos, ouro, alguns imóveis no centro da cidade e uma bela quantia no Banco do Brasil. Fora as joias, os vestidos, casacos de pele, a cobertura de Copacabana e dez linhas de telefone que Marta vendeu por uma quantia significativa. Na época linhas telefônicas eram patrimônio. Valiam uma boa grana!A puta ficou rica! Madame de Copacabana também amparou Chica, sua companheira de tantos anos e até o fim. Deixou-a muito bem de vida! Com dinheiro, o automóvel e a bela casa de Petrópolis.Ficou bem a Chica!Marta fechou o prostíbulo e resolveu montar um novo negócio. O seu negócio! E ser
A festa de quinze anos de Laura foi linda!Sua irmã fez questão de tudo do bom e do melhor. Festa de princesa! Promessa que até agora fora cumprida ao pé da letra. O tema era Cinderela.Músicos tocando ao vivo, mesa de doces, salgados, mesa de bolo, painel, balões, luzes de neon. Toda a cobertura decorada no tema, com mesas espalhadas até no corredor. Um cenário de sonho! Laura sabia que ia ser assim. Sabia que a irmã faria uma festa maravilhosa. Sonhou com essa festa. Nunca tivera festa de aniversário, e aquela era do tamanho dos seus sonhos.A escola, os vizinhos, os Minhocas, os amigos da escola e do Baixo Gávea vieram em peso. O bordel virou salão de dança. Até os seguranças folgaram nessa noite. Churrasco e cerveja de graça para geral no sexto andar. Tudo lindo. Todas as rapar
Não passaria por isso novamente. Nunca mais! Preferia a antipatia! Era vista como antipática pela galera do trabalho. Os solteiros que zoavam juntos nas noites de fim de semana não eram carinhosos com ela. Eles não confiavam em quem não enchia a cara num sábado à noite. Uns babacas! Laura além de professora de duas turmas, fazia as vezes de secretária da direção. O fato é que os colegas de trabalho não iam com a cara dela. Isso era o que ela achava. Talvez tivesse só se boicotando e desenvolveu essa teoria para manter-se afastada dos colegas de trabalho. Assim, distante, não precisaria desenvolver nenhum tipo de relacionamento com ninguém ali. Tinha muitos segredos e essa distância lhe era conveniente. Chegara aquela escola como estagiária, dois anos atrás. Trabalhava meio per&ia
- Chega! Não aguento mais isso! - gritava Laura para Alberto. Pés firmes no chão! Preparada para aguentar a porrada que certamente viria a seguir, pois o marido não admitia que ela tivesse qualquer reação contrária as suas loucuras.-Chega de covardia! Chega! Você tá maluco seu filho da puta! Amanhã vou embora desse inferno e você que não ouse ficar no meu caminho, seu desgraçado! – Continuava ela histérica.Ele avançou. Deu-lhe um chute na boca do estômago tirando-a do caminho. Entrou e se jogou na cama bêbado e sujo! Três dias sumido.Laura sentiu o ar faltar. Não conseguia respirar e foi arriando até o chão do corredor. Mas o medo de apagar e deixar seu bebê por conta daquele louco bêbado a fez puxar o ar com todas as forças de sua alma. Levantou-se e foi at&e
Já dizia Sinhô: “Mais que a flor purpurina é o vício arrogante de tomar Cocaína.” (Sinhô, 1923) Só que em 1980 a moda era cheirar Cocaína! E se em 1923 Cocaína era motivo para sambar em 1980 era motivo para fazer quase tudo! Namorar, beber, criar, curtir, fuder! Mas amar era impossível! Impossível amar anestesiado com Cocaína, o pó da morte!Com os anos 80 a Cocaína se massificou. Essa droga que até então era uso exclusivo da elite, das festas do High Society, de quem tinha muita grana, chegou as favelas na virada da década de 70 para 80 e se massificou. Popularizou-se! Invadiu as favelas, as bocas de fumo, o asfalto, as festas, as noitadas, os points, as galeras e tribos, a casas e as famílias. Vinda da Bolívia. E o Brasil entrou definitivamente na rota da droga, como ponto
Alberto entregou as rosas a Marta que agradeceu nitidamente feliz por tê-lo recebido, ela chamou Maria e pediu que colocasse num vaso. Colocou o vaso com as flores em uma das mesas do salão e convidou Alberto a sentar.- Vamos sentar e conversar um pouco. Beto né? Posso te chamar de Beto? O jantar vai ser servido já já.Sentaram-se e ele, meio nervoso:- Sim Dona Marta. Pode me chamar de Beto. É com muito prazer que conheço a família da minha Laura. Muito linda a casa de vocês. Muito obrigada por me receber. A senhora é muto amável e muito linda! Ele era todo elogios!Nesse momento os olhares das irmãs se cruzaram. Havia medo nesse olhar!A galera foi chegando e se apresentando. Todos dando as boas-vindas ao novo integrante da família. Telma, Silvinha, o Advogado. Até o Dr. veio dar uma for&cced
Fizeram planos em montar um negócio com comida e para isso a moça usaria a grana da indenização que recebeu da escola onde trabalhava. Montariam uma lanchonete, ali mesmo, na área externa da casa. O alcoolismo é uma doença sorrateira e sinistra. Ela sabia disso e percebeu quando o marido passou a chegar do trabalho eufórico, ligado de bebida. Em ficar calada deu ousadia ao homem. E numa sexta feira qualquer trouxe umas cervejinhas, depois um vinho. E algum tempo depois a Cocaína voltava à cena. Laura não tinha forças para ir contra as vontades de Alberto e foi se deixando levar, se entregando as rotas novamente, fazendo de conta que dessa vez ia dar certo.Ele nunca tinha sido tão romântico! Chegava com vinho e flores, mas o jantar que ela preparava com todo carinho e muita ilusão ficava posto na mesa, intocá