Enfrentando a realidade

Chego do hospital com meu pai. Carrego Michael nos braços, ele ainda dorme profundamente, mas sei que não vai resistir por muito tempo. Coloco-o no berço com cuidado, observando seu rostinho tranquilo. Quando volto para a sala, a carranca de meu pai me encara com um olhar carregado de reprovação.

— Deus! Tinha que ser esse lugar? Justo aqui? Você fez de propósito, não fez? — Ele questiona, ainda sentado no sofá apertado da nossa minúscula sala, a voz cheia de frustração.

Minhas mãos se fecham na cintura, uma tentativa de controlar a ira que começa a crescer dentro de mim.

— Deus, digo eu! Você realmente acha que eu gostaria de morar nesse fim de linha? Lembre-se que nossa pobreza não foi um acidente! Eu me sinto tão desafortunada nessa vida que acho que, se perdesse uma agulha num palheiro, eu a encontraria se me sentasse nele. Se não puder ajudar, fique calado. Afinal, o importante é participar, não é mesmo? — As palavras saem com uma raiva abafada, como se eu carregasse o peso de um
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