Luigi RomanoDiana estava terminando de se arrumar para sairmos quando meu celular vibrou.“Ano novo confirmado” - Li a mensagem e uma sensação de satisfação me preencheu._ Vamos – Ela sorriu me beijando. Olhei no relógio e ainda faltava quarenta minutos para a virada.Já estávamos chegando ao terraço quando o celular vibrou novamente.“Feliz ano novo” - Desliguei o display e as mensagens continuaram chegando, uma atrás da outra._ O que diabos você fez? – Matteo sussurrou perto do meu ouvido assim que Diana e eu nos unimos a eles no ambiente aberto. Diana seguiu ao lado de Kate e Fabrizio e Petta terminaram de me cercar._ Não sei do que estão falando – Me fiz de desentendido. Meu celular vibrou novamente e Matteo tomou o telefone e o apontando na minha cara, o desbloqueou, indo direto para as mensagens.“Feliz ano novo confirmado”.– Que porra você fez, Luigi? – Matteo rosnou agoniado e Fabrizio fez uma careta, enquanto Petta olhava para todos os lugares ao mesmo tempo, como se tem
Cinco meses depois_ Você precisa se acalmar. Está me deixando enjoado – Fabrizio reclamou enquanto eu andava pelo corredor do hospital, quase abrindo um buraco no chão._ Papai Romano? – A enfermeira chamou e meu coração quase saiu pela boca.Entrei naquela sala surdo de tanta emoção e quando vi Diana ainda sobre a maca, com Vicenzo no colo, meu coração inflamou em uma alegria que eu desconhecia.Beijei a cabeça de Diana e peguei meu filho nos braços.Madona mia, que bambino lindo! Um pedacinho de mim. Vicenzo era perfeito, tinha um rostinho pequeno e um narizinho minúsculo. Nasceu cheio de cabelos e os olhinhos ainda fechados._ Não era pra ele estar chorando? – Perguntei ao médico._ Parece que ele não se assusta fácil – O médico respondeu e o sorriso do meu rosto ganhou ainda mais força. Olhei para Diana cheio de orgulho e felicidade.A enfermeira tomou meu filho das mãos e parecia que estava levando minha vida junto com ela._ Fique calmo senhor Romano. Ela só vai terminar de pre
Sete anos depoisDiana e eu fomos visitar Lian e Eduarda. Todos os anos faziamos isso nas férias. Diana e Eduarda tinham se tornado grandes amigas e a minha relação com Lian também tinha se fortalecido. O problema era que Lian ainda não tinha concordado em fecharmos o acordo de casamento entre Elara e Vicenzo e eu precisava resolver isso, já que cada um já estava com sete anos de idade cada._ Como é que é? – Lian me fitou pasmo. Tinhamos nos reunido para falar sobre os problemas que vinhamos enfrentando com os russo, mas obviamente que aproveitei o momento para lhe entregar o termo de compromisso, garantindo o casamento de Elara e Vicenzo._ Precisamos de uma garantia de sangue de que nossas famílias honrarão o pacto e se manterão unidas - Disse a ele o óbvio._ Não vou comprometer o futuro de minha filha dessa maneira – Ele garantiu em um tom aspero, dificultando as coisas – Ela será livre para escolher com quem irá se casar._ Tem certeza disso? Já pensou no que irá acontecer se el
Diana LizanoA vida é uma coisa engraçada. As pessoas que conheço olham pra mim como se minha vida fosse melhor do que a delas, já eu olho para elas e as invejo pelo que elas possuem. Acho que todas as pessoas que eu conheço possuem um pai, ou uma mãe, ou um tio, ou uma avó. Há uns afortunados que possuem tudo, pai, mãe, irmãos, tios e primos. Deveria existir uma forma de impedir que crianças fossem abandonadas por seus pais, pois não existe maior crime do que esse.Eu era muito pequena quando fui abandonada por minha mãe em um orfanato. Era muito pequena para lembrar do rosto dela, mas grande demais para despertar o interesse dos casais que queriam me adotar. Lembro que eu tinha apenas dois vestidos e um eu guardava para usar somente quando tinhamos visitas no orfanato.Eu sorria incansavelmente, como um filhote esperançoso tentando agradar os visitantes de alguma forma. As vezes meu rosto doía, mas eu não parava de sorrir, na esperança de conseguir agradar alguém e assim ser escolhi
Diana LizanoDesmarquei duas das três cirurgias, mas uma não pude desmarcar pois era uma idosa que poderia descompensar. Sebastiana Velano, uma velhinha italiana de 87 anos que tinha sido encontrada desacordada dentro da residência.Eu a conhecia, ela morava no mesmo prédio que eu. Marta gostava de reclamar da mulher, pois seu gato estava sempre zanzando pelos cantos do edifício.A velha era uma mulher ranzinza, mas eu me identificava com ela. Sempre que podia, a observava sentada em sua varanda se balançando na cadeira com seu gato gordo no colo. Eu não gostava de gatos, nem de cachorros, o que significava que a minha situação era ainda pior do que a dela.A cirurgia foi um sucesso, mas isso não significava que a senhora Sebastiana ficaria bem. Eu era muito boa no que fazia, mas não era deus e já tinha aprendido isso da pior forma possível._ Sua mãe está na linha – Uma enfermeira chegou com meu celular na mão, enquanto eu removia as luvas. Fiz sinal de que não iria atender e a mulhe
Luigi RomanoEu me chamo Luigi Romano, tenho 23 anos e se você não sabe quem eu sou, significa que nunca pisou no norte da Itália, ou que não possui nenhum conhecimento sobre o mundo da máfia, pois Romano não é o tipo de sobrenome que passa despercebido na boca de um italiano.Meu pai faleceu há três meses atrás e desde então as coisas andam bem complicadas pra mim e meu irmão Matteo. Ele agora é o novo Capo da máfia italiana e isso torna tudo bem mais complicado para o nosso lado.Quando o esperto do meu irmão assumiu a liderança dos negócios da família, a primeira coisa que fez foi se aproveitar de sua posição para me mandar para fazer os serviços sujos, enquanto ele continua ditando suas ordens do escritório.Matteo disse que estávamos com um probleminha com a conta do banco central. Não me dei nem ao trabalho de perguntar do que se tratava, pois se realmente fosse um probleminha, ele teria resolvido por telefone e não me mandado pra cá. Para minha infelicidade, eu estava certo. O
Luigi Romano Matteo retorna no momento em que me afasto de Giovanna. _ Como ela está? - Pergunto sobre o estado de Giorgina, nossa irmã. _ Está agitada - Matteo responde olhando para Giovanna, depois pra mim. _ Ela ficará com um bilhão, devolverá o restante e deixará Giorgina conosco. _ Vai deixar sua filha? - Ele soa surpreso e preocupado. Provavelmente tão patético quanto eu. Giovanna nunca cuidou da filha, não sei porque ficamos tão surpresos com sua atitude. _ Não finja que se importa, só estou indo embora por sua causa - Ela fala se levantando, olhando para Matteo com cara de coitada. Não gosto disso. Matteo tem um coração mole, principalmente quando o assunto é mulher. _ Ainda dá tempo – Ela olha pra ele esperançosa, com cara de choro. A mulher é uma artista. _ Ainda dá tempo pra que? – Pergunto já esgotado de toda aquela ladainha. _ Ela queria que eu me casasse com ela – Matteo fala com o semblante fechado. _ Eu continuaria aqui cuidando de Giorgina e devolveria todo
Diana LizanoA sala de jantar é fria. Todos os cômodos daquela casa são. Me sento ao lado de Alberto e olho para a louça refinada a minha frente. Aquele lugar é um cemitério de lembranças.As entradas são servidas e minha mãe parabeniza Alberto por ter assumido a liderança das empresas de sua família. Todos estão olhando pra ela e esperando o momento de agradecerem por suas palavras. É sempre assim. Ela é sempre o centro das atenções. Ainda que alguém comece a falar antes dela, em pouco segundos ela sempre dá um jeito de se emponderar da conversa.Ela manipula a todos o tempo todo. Cada um fala somente o tanto que ela julga necessário. É estranho como ela consegue fazer isso. As vezes me pergunto se faz propositalmente ou se só não consegue se controlar._ Você está bem? – Alberto pergunta em voz baixa se voltando em minha direção. A sensação que tenho é a de que meu coração está sendo esmagado.Por mais que eu tente, não consigo olhar pra ele._ Eu gostaria que me concedesse um momen