Diana Romano Sentei naquela cadeira e meus olhos bateram de frente com os de Isabela. Eu nunca tinha sentido tanta raiva de uma mulher como eu sentia dela. Ela nem tinha feito nada, mas só de vê-la sentada ao lado de Luigi, o sangue do meu corpo ferveu.Voltei a olhar para Luigi e desta vez nossos olhos se encontraram. Meu coração saltou no peito, era como se só agora estivesse me vendo. Ele não sorriu, nem piscou, nem mesmo suavizou seu semblante. Estava sério e rígido.Eu também não suavizei o meu, nem demonstrei qualquer carência ou fraqueza. Estava com muita raiva dele. Uma raiva tão grande que parecia adormecer meu corpo. No fundo, uma parte de mim pedia paciência, sussurrando que ele me daria uma boa explicação para toda aquela palhaçada, por outro lado eu não queria me iludir, queria apenas odiá-lo e desprezá-lo.Seria possível que Isabela tivesse questionado a validade do nosso casamento? Ou feito algum tipo de exigência obrigando seu noivado a ser respeitado? Luigi disse que
Diana RomanoLuigi me apertava em seus braços como se eu pudesse escapar. Seus braços acariciavam minhas costas e cabelos. O cheiro dele era tão familiar e maravilhoso e seu corpo tão quente. Eu também não queria que ele se afastasse de mim nunca mais.Havia tantas coisas que precisávamos conversar, mas tudo o que eu queria era que ele continuasse ali, junto comigo._ Diana – Ouvi a voz de Matteo e me voltei na direção dele. Luigi se afastou um pouco, mas não tirou a mão de minha cintura – Como você está? – Ele perguntou e antes que eu pudesse dizer algo, se aproximou e beijou o meu rosto dos dois lados._ Eu estou bem – Garanti mais tranquila._ E meu sobrinho? – Ele me observou atento._ Está bem também. Obrigada – Agradeci um pouco envergonhada por minhas conclusões precipitadas a seu respeito._ Eu vou aguardá-la la fora – Matteo se retirou e Luna me abraçou beijando o meu rosto. Então tive que sair do cercadinho pois a fila de Romanos que aguardava era grande._ A cadelä vai ter
Luigi RomanoDiana estava terminando de se arrumar para sairmos quando meu celular vibrou.“Ano novo confirmado” - Li a mensagem e uma sensação de satisfação me preencheu._ Vamos – Ela sorriu me beijando. Olhei no relógio e ainda faltava quarenta minutos para a virada.Já estávamos chegando ao terraço quando o celular vibrou novamente.“Feliz ano novo” - Desliguei o display e as mensagens continuaram chegando, uma atrás da outra._ O que diabos você fez? – Matteo sussurrou perto do meu ouvido assim que Diana e eu nos unimos a eles no ambiente aberto. Diana seguiu ao lado de Kate e Fabrizio e Petta terminaram de me cercar._ Não sei do que estão falando – Me fiz de desentendido. Meu celular vibrou novamente e Matteo tomou o telefone e o apontando na minha cara, o desbloqueou, indo direto para as mensagens.“Feliz ano novo confirmado”.– Que porra você fez, Luigi? – Matteo rosnou agoniado e Fabrizio fez uma careta, enquanto Petta olhava para todos os lugares ao mesmo tempo, como se tem
Cinco meses depois_ Você precisa se acalmar. Está me deixando enjoado – Fabrizio reclamou enquanto eu andava pelo corredor do hospital, quase abrindo um buraco no chão._ Papai Romano? – A enfermeira chamou e meu coração quase saiu pela boca.Entrei naquela sala surdo de tanta emoção e quando vi Diana ainda sobre a maca, com Vicenzo no colo, meu coração inflamou em uma alegria que eu desconhecia.Beijei a cabeça de Diana e peguei meu filho nos braços.Madona mia, que bambino lindo! Um pedacinho de mim. Vicenzo era perfeito, tinha um rostinho pequeno e um narizinho minúsculo. Nasceu cheio de cabelos e os olhinhos ainda fechados._ Não era pra ele estar chorando? – Perguntei ao médico._ Parece que ele não se assusta fácil – O médico respondeu e o sorriso do meu rosto ganhou ainda mais força. Olhei para Diana cheio de orgulho e felicidade.A enfermeira tomou meu filho das mãos e parecia que estava levando minha vida junto com ela._ Fique calmo senhor Romano. Ela só vai terminar de pre
Sete anos depoisDiana e eu fomos visitar Lian e Eduarda. Todos os anos faziamos isso nas férias. Diana e Eduarda tinham se tornado grandes amigas e a minha relação com Lian também tinha se fortalecido. O problema era que Lian ainda não tinha concordado em fecharmos o acordo de casamento entre Elara e Vicenzo e eu precisava resolver isso, já que cada um já estava com sete anos de idade cada._ Como é que é? – Lian me fitou pasmo. Tinhamos nos reunido para falar sobre os problemas que vinhamos enfrentando com os russo, mas obviamente que aproveitei o momento para lhe entregar o termo de compromisso, garantindo o casamento de Elara e Vicenzo._ Precisamos de uma garantia de sangue de que nossas famílias honrarão o pacto e se manterão unidas - Disse a ele o óbvio._ Não vou comprometer o futuro de minha filha dessa maneira – Ele garantiu em um tom aspero, dificultando as coisas – Ela será livre para escolher com quem irá se casar._ Tem certeza disso? Já pensou no que irá acontecer se el
Diana LizanoA vida é uma coisa engraçada. As pessoas que conheço olham pra mim como se minha vida fosse melhor do que a delas, já eu olho para elas e as invejo pelo que elas possuem. Acho que todas as pessoas que eu conheço possuem um pai, ou uma mãe, ou um tio, ou uma avó. Há uns afortunados que possuem tudo, pai, mãe, irmãos, tios e primos. Deveria existir uma forma de impedir que crianças fossem abandonadas por seus pais, pois não existe maior crime do que esse.Eu era muito pequena quando fui abandonada por minha mãe em um orfanato. Era muito pequena para lembrar do rosto dela, mas grande demais para despertar o interesse dos casais que queriam me adotar. Lembro que eu tinha apenas dois vestidos e um eu guardava para usar somente quando tinhamos visitas no orfanato.Eu sorria incansavelmente, como um filhote esperançoso tentando agradar os visitantes de alguma forma. As vezes meu rosto doía, mas eu não parava de sorrir, na esperança de conseguir agradar alguém e assim ser escolhi
Diana LizanoDesmarquei duas das três cirurgias, mas uma não pude desmarcar pois era uma idosa que poderia descompensar. Sebastiana Velano, uma velhinha italiana de 87 anos que tinha sido encontrada desacordada dentro da residência.Eu a conhecia, ela morava no mesmo prédio que eu. Marta gostava de reclamar da mulher, pois seu gato estava sempre zanzando pelos cantos do edifício.A velha era uma mulher ranzinza, mas eu me identificava com ela. Sempre que podia, a observava sentada em sua varanda se balançando na cadeira com seu gato gordo no colo. Eu não gostava de gatos, nem de cachorros, o que significava que a minha situação era ainda pior do que a dela.A cirurgia foi um sucesso, mas isso não significava que a senhora Sebastiana ficaria bem. Eu era muito boa no que fazia, mas não era deus e já tinha aprendido isso da pior forma possível._ Sua mãe está na linha – Uma enfermeira chegou com meu celular na mão, enquanto eu removia as luvas. Fiz sinal de que não iria atender e a mulhe
Luigi RomanoEu me chamo Luigi Romano, tenho 23 anos e se você não sabe quem eu sou, significa que nunca pisou no norte da Itália, ou que não possui nenhum conhecimento sobre o mundo da máfia, pois Romano não é o tipo de sobrenome que passa despercebido na boca de um italiano.Meu pai faleceu há três meses atrás e desde então as coisas andam bem complicadas pra mim e meu irmão Matteo. Ele agora é o novo Capo da máfia italiana e isso torna tudo bem mais complicado para o nosso lado.Quando o esperto do meu irmão assumiu a liderança dos negócios da família, a primeira coisa que fez foi se aproveitar de sua posição para me mandar para fazer os serviços sujos, enquanto ele continua ditando suas ordens do escritório.Matteo disse que estávamos com um probleminha com a conta do banco central. Não me dei nem ao trabalho de perguntar do que se tratava, pois se realmente fosse um probleminha, ele teria resolvido por telefone e não me mandado pra cá. Para minha infelicidade, eu estava certo. O