Após entrar no quarto e olhar tudo, Heili decidiu tomar um banho. Separou outra muda de roupa na mochila e foi para o banheiro. Sempre preferiu pensar nas decisões a tomar, com a água caindo sobre sua cabeça.Resolveu partir assim que escurecesse e sairia pela janela. O acesso às árvores era próximo e poderia pular. Seguiria para outro lugar, contrário a sua Alcatéia antiga, mas na cidade próxima, seu apartamento continuava lá, esperando-a.Saiu do quarto, voltando à sala, onde o beta a esperava.— Venha, você deve estar com fome e Elise fez um bom café da manhã para nós.Encaminhou-a até a sala de jantar e a mesa estava posta com louça e talheres, mas a comida estava em um buffet lindo. Tinha variedade de frutas, frios, pães, bolos e alimentos quentes como ovos, salsichas, linguiças e churrasquinho na chapa.— Nossa, quanta comida! — ela exclamou admirada.— Sirva-se à vontade — disse o beta.Ela não se fez de rogada, pegou um prato e serviu algumas frutas que cobriu com mel e sement
Enquanto Heili fugia pela floresta, o alfa urrava de dor, atraindo a atenção de todos e seu beta foi ver o que tinha acontecido.Chegou correndo preocupado e perguntando:— O que aconteceu alfa? O senhor se machucou? — Olhava para a fera com olhos arregalados.O alfa estava em sua forma crinos, metade homem, metade lobo, o verdadeiro lobisomem, temido por todas as criaturas. Ele só fez urrar por um bom tempo, até que a dor diminuiu e ele começou a se acalmar e voltar a forma humana.Zelão que estava quietinho num canto, se aproximou para ajudar seu alfa.— Alfa, o que precisa? — Perguntou ainda mantendo a distância.— Aquela fêmea me enganou e eu estava todo na dela. Tenho quase certeza que ela é minha companheira.— Uau!!! Isso que é uma revelação! — Exclamou o beta.— Mas embora não tenha certeza pois não sinto seu cheiro, ela me rejeitou na maior simplicidade, como se o laço de companheiros não fosse nada para ela. Se ela for realmente minha destinada, aaaahhh ela vai aprender como
Ela abaixou para ele descer e foi pegar sua roupa, aproveitou o esconderijo e voltou a sua forma humana, vestindo-se e retirando a bicicleta da mata.— Nossa alfa, como a senhora é bonita! — Eles nunca a tinham visto na forma humana.— Pare com isso, precisamos chegar ao meu apartamento e ligar para o seu pai. — Falou séria, para o menino não esquecer do perigo que corriam.Montou a bicicleta e ele subiu atrás, pedalou rápido e num instante chegaram.— Venha, vamos subir! — Ela chamou depois de guardar a bicicleta.— A senhora mora aqui, alfa? — Perguntou o curioso.— Não. Deixe para perguntar só depois de entrarmos no apartamento — repreendeu-o e andaram calados até pararem frente a uma porta do corredor do prédio.— Pronto, entre — abriu a porta e empurrou ele, devagar, para dentro. — Sente um instante ali no sofá. — Ordenou, ela.Ele sentou-se e ela foi à geladeira, pegou uma garrafa d'água e um pacote de biscoito recheado. Voltou e deu a ele. Esperou ele beber e abrir o pacote e c
Em um movimento de corpo, ela virou de lado e mordeu sua perna com tal força que sentiu o osso estalar, depois, com tremenda força, empurrou o corpo para fora dele. Ele, furioso e com dor, tentou morder ela, mas ela já tinha entrado na casa.Ele uivou, alertando seus homens e mancando, entrou na casa. Voltando a forma humana, sentou no sofá e pediu que trouxessem uma tala. A fratura em seu braço era feia, mas o osso não saiu do lugar. Os homens já tinham subido atrás da loba.Heili voltou à forma humana mais uma vez e girou a chave, abrindo a porta do quarto indicado por Yan e entrou, trancando por dentro. Examinou o quarto e encontrou os meninos agarrados e encolhidos num canto.Foi até eles, que olharam para ela assustados, pois estavam dormindo quando ouviram o barulho da porta e viram ela entrar. Não sabiam quem era, pois só conheciam sua forma lupina. Tinham sete anos e eram gêmeos.Heili se aproximou devagarinho e se agachou falando:— Eu sou a alfa e vou levar vocês daqui — inf
Quando os homens voltaram uma hora depois, não trouxeram nenhuma novidade.— Verificaram os motoristas de táxi?— Sim senhor, nenhum deles dos pontos próximos pegou uma mulher com duas crianças.— Está bem, já deu tempo dela escapar, preparem os carros, depois do café da manhã, sairemos para a cidade. Zelão volta com seus homens para a Lua e Sol e fiquem alerta caso ela volte para lá e te darei instruções pelo caminho.— Ok, alfa!Assim, saíram no meio da manhã em direção a cidade e a empresa, teria que explicar aquela confusão para o Camargo e pedir desculpas. Aproveitaria a viagem para verificar se, uma mulher com três crianças, passou pelos mesmos locais que eles e deixar um cartão para os avisarem se o trio passar por ali depois deles.Ele não conseguia se conformar de tê-la presa por seu lobo e depois vê-la escapar e deixá-lo ferido novamente. Quem será essa loba tão arredia e forte? Perfeita para ser Luna de sua Alcateia.Porém, agora que estava voltando, tornou a se preocupar
Esperou um tempo e como ninguém respondeu, levantou-se e foi em direção à porta menor do quarto, que julgou ser o banheiro. Depois de esvaziar seu corpo e higienizar-se, secou-se e enrolou-se na toalha.Quem a prendeu ali, confiava que ela não conseguiria sair, mas não a privou de coisas primárias para seu bem estar. Pelo menos isso. Mas estava preocupada com as crianças, esperava que estivessem bem e chegassem logo a sua família. Não queria pensar naquelas crianças, presas como ela, por causa dela. Olhou a sua volta, vendo que não tinha nenhuma condição de escapar dali.Pelo menos tinha o necessário para sua higiene e para não morrer seca. Foi até a jarra na mesa e bebeu água, depois se dirigiu a porta e bateu com o punho fechado, para chamar a atenção de alguém do lado de fora.Depois de um tempo batendo e chamando, a voz conhecida respondeu:— Oi, Alfa Cassandra, desculpe, mas nossas ordens são para deixá-la trancada até o Alfa voltar.— Porque ele me trancou aqui, Zelão? Que lugar
O laço de companheiros é profundo e se instala a partir do reconhecimento das duas partes, caso um deles ou os dois não queiram, podem rejeitar o laço, que se quebrará causando grande dor a ambas as partes.Quando isso acontece, ambos ficam eternamente sentindo um vazio e uma tristeza no peito, por estarem sem sua outra metade. Mas quando há o reconhecimento, mas não se acasalam e reivindicam, sofrem a dor do afastamento. Essa dor é para lembrá-los de que o outro existe e está à sua espera. Também sentem uma tristeza profunda e necessidade de estar com sua outra metade.Por isso a dúvida de Heili/Cassandra.— Eu não posso falar por ele, mas eu sinto — Zelão confirmou — vez ou outra nos encontramos por causa das reuniões do alfa com os betas de todas as Alcateias, para revisão dos acontecimentos. Mas não acasalamos ainda.— Deve ser difícil pra você. O Ramón sabe? — Heili não concebia o fato de o Alfa não interferir para ajudar os dois.— A única que sabe é você. - A voz dele expressav
Bateram na porta e entraram mãe e filho com o café. Colocaram as bandejas sobre a mesa e saíram.Ernesto pegou a jarra de café e perguntou:— Café, alfa?— Sim, puro por favor — estava em choque e sentia que não conseguia juntar as peças, pois seu lobo despertou ansioso e querendo sair.Pensava que se Cassandra fosse mesmo sua Luna, tudo estaria resolvido, pois ele seria o Alfa de tudo. Quem diria, que no final de tudo, seu pai conseguiria tudo que almejara, só não estaria ali para ver.Alfa Ramón saiu do prédio desnorteado. Tomara o restante de seu café, pediu desculpas, agradeceu e ofereceu qualquer ajuda qie necessitassem. Saiu, subiu em sua motocicleta, colocou os óculos escuros e sem comunicar nada a ninguém, pegou a estrada.Sempre gostou de fazer isso quando a cabeça estava muito cheia e precisava pensar sem interrupções alheias. Sobre o assento da moto, pilotando em uma estrada sem muito movimento, rodando na velocidade permitida por lei, conseguia por as ideias em ordem. Entã