Esperou um tempo e como ninguém respondeu, levantou-se e foi em direção à porta menor do quarto, que julgou ser o banheiro. Depois de esvaziar seu corpo e higienizar-se, secou-se e enrolou-se na toalha.Quem a prendeu ali, confiava que ela não conseguiria sair, mas não a privou de coisas primárias para seu bem estar. Pelo menos isso. Mas estava preocupada com as crianças, esperava que estivessem bem e chegassem logo a sua família. Não queria pensar naquelas crianças, presas como ela, por causa dela. Olhou a sua volta, vendo que não tinha nenhuma condição de escapar dali.Pelo menos tinha o necessário para sua higiene e para não morrer seca. Foi até a jarra na mesa e bebeu água, depois se dirigiu a porta e bateu com o punho fechado, para chamar a atenção de alguém do lado de fora.Depois de um tempo batendo e chamando, a voz conhecida respondeu:— Oi, Alfa Cassandra, desculpe, mas nossas ordens são para deixá-la trancada até o Alfa voltar.— Porque ele me trancou aqui, Zelão? Que lugar
O laço de companheiros é profundo e se instala a partir do reconhecimento das duas partes, caso um deles ou os dois não queiram, podem rejeitar o laço, que se quebrará causando grande dor a ambas as partes.Quando isso acontece, ambos ficam eternamente sentindo um vazio e uma tristeza no peito, por estarem sem sua outra metade. Mas quando há o reconhecimento, mas não se acasalam e reivindicam, sofrem a dor do afastamento. Essa dor é para lembrá-los de que o outro existe e está à sua espera. Também sentem uma tristeza profunda e necessidade de estar com sua outra metade.Por isso a dúvida de Heili/Cassandra.— Eu não posso falar por ele, mas eu sinto — Zelão confirmou — vez ou outra nos encontramos por causa das reuniões do alfa com os betas de todas as Alcateias, para revisão dos acontecimentos. Mas não acasalamos ainda.— Deve ser difícil pra você. O Ramón sabe? — Heili não concebia o fato de o Alfa não interferir para ajudar os dois.— A única que sabe é você. - A voz dele expressav
Bateram na porta e entraram mãe e filho com o café. Colocaram as bandejas sobre a mesa e saíram.Ernesto pegou a jarra de café e perguntou:— Café, alfa?— Sim, puro por favor — estava em choque e sentia que não conseguia juntar as peças, pois seu lobo despertou ansioso e querendo sair.Pensava que se Cassandra fosse mesmo sua Luna, tudo estaria resolvido, pois ele seria o Alfa de tudo. Quem diria, que no final de tudo, seu pai conseguiria tudo que almejara, só não estaria ali para ver.Alfa Ramón saiu do prédio desnorteado. Tomara o restante de seu café, pediu desculpas, agradeceu e ofereceu qualquer ajuda qie necessitassem. Saiu, subiu em sua motocicleta, colocou os óculos escuros e sem comunicar nada a ninguém, pegou a estrada.Sempre gostou de fazer isso quando a cabeça estava muito cheia e precisava pensar sem interrupções alheias. Sobre o assento da moto, pilotando em uma estrada sem muito movimento, rodando na velocidade permitida por lei, conseguia por as ideias em ordem. Entã
Os dois conseguiram se acalmar um pouco e se olharam. Uma coisa incrível acontecia entre eles, o aroma de um acalmava o outro e assim a emoção que ficava, era de cumplicidade. Se olharam, Ramón passou a mão em seu rosto, num carinho, colocando seu cabelo atrás da orelha e finalmente falou.— Perdão… perdoe-me por toda essa caçada desenfreada que provoquei, perdoe-me por trancá-la aqui e por não tratá-la com o devido respeito a uma fêmea de sua estirpe, corajosa, pura e inteligente. Quero que me aceite como seu companheiro destinado, aquele que vai cuidar de você, mas também te amar e respeitar, você me aceita? — Ele nem sabia de onde tinha tirado tudo aquilo, só sabia que era sincero e que queria que ela o aceitasse.Ela olhou para ele pensando: vou recebê-lo sim, mas você nem sabe o que o espera.— Sim, eu te aceito como meu companheiro destinado.Ele a abraçou pela cintura e girou com ela pelo quarto, comemorando. Quando parou, foi até a porta e a socou. Foi preciso fazer muito baru
Iniciaram o almoço, sem muito diálogo, a fêmea estava com muita fome e precisava fortalecer seu corpo para o que iria acontecer. Seria uma surpresa para o Alfa e para toda a Alcateia, o que estava por vir. Tudo irá mudar.***Na Alcateia dos Vigilantes, que Heili gostava de chamar de filial da Luz Lunar, a movimentação era intensa. Muitos carros se deslocavam ao redor da cidade, buscando idosos, famílias e crianças. Caminhões carregavam mudanças e material para montagem de tendas e casas pré-moldadas.Há anos que Heili iniciou a compra de materiais para montar sua cidade, reunindo todos os desgarrados e os que já eram membros de sua Alcateia. Finalmente, a promessa que Haili fez ao seu povo, seria cumprida em grande estilo. Infelizmente causaria prejuízo aos cofres do governo, já que uma grande parte da população, da cidade e periferia, se deslocariam.Seria um êxodo, como só visto na época de Moisés com os judeus saindo do Egito. Heili não estava preocupada com isso, pois também já
Se aproximou dele, passando os braços a volta de seu pescoço, fez um carinho na lateral de seu rosto e encostou seu corpo ao dele, no que ele entendeu e deu inicio as preliminares que estava acostumado a fazer com suas parceiras de sexo.Heili não gostou, não estava acostumada a esses costumes e sentiu-se envergonhada. Encolheu-se um pouco, insinuando a ele o que queria e assim o macho controlou a sua exibição de atributos sexuais e deixou que ela guiasse o enlace.Os carinhos e beijos profundos, foram suficientes para deixarem ela quase pronta, mas quando ele tocou em seu ponto nevrálgico de maior excitação, ela descontrolou-se e mordiscou seu ombro, arranhou suas costas e pediu que ele desse fim à sua agonia.Ele deito-a na cama, já havia lhe tirado o vestido e aproveitou para despir sua calça. Deitou-se logo sobre ela para que ela não se assustasse com seu tamanho. Continuou com seus beijos e carícias, abriu suas pernas com os próprios joelhos e sentiu sua entrada molhando seu memb
— Chega de questionamentos. Vamos deixar para pensar depois.Durante o trajeto, todo tempo viam pessoas e lobos caminhando na mesma direção que eles, o movimento não parava e logo, provavelmente encontrariam um engarrafamento, pensava o alfa. A única que não aparecia era sua companheira e ele achando que teriam dias idílicos de amor e pegação. Doce ilusão.Agora estava sozinho e se sentindo trocado pelo mundo inteiro de lobos. Passou a mão pelo rosto, enfiando os dedos nos cabelos, no topo da cabeça e puxando, quem sabe a dor na cabeça suplantava a do coração.Quase chegando a Alcateia, ao contrário do que pensava, estava tudo organizado. Haviam homens distribuindo água e pacotes de barras de proteína e indicando para onde deviam ir. Pararam o carro perto de um deles e o Alfa olhou pela janela e perguntou:— Para onde está indo toda esta gente? — Perguntou.O homem sorriu, reconhecendo o Alfa da Alcatéia e respondeu:— Olá, Alfa, a Luna deixou tudo no esquema para receber todos que c
— Entenderam? Não quero uma sociedade movida a violência, quero respeito, solidariedade e zelo uns para com os outros. Aqui todos serão ouvidos e não quero ver ninguém humilhado por ser menor ou ter menos. Não quero uma Alcateia machista que trata as mulheres como meios de conseguir alguma coisa, seja prazer, filhos, comida ou outra coisa qualquer. Somos seres senescentes como vocês, com dignidade e caso não tenhamos forças físicas, como vocês, somos capacitadas para executar outras trefas que vocês não são, como parir, por exemplo.Os homens perderam um pouco de suas posturas altivas e Heili notou, ficou preocupada, não queria que seus homens se sentissem diminuídos.— O fato de vocês tratarem as mulheres com mais consideração, não vai diminuir a vossa força e autoridade, é por isso que respeito se conquista.Sentiu que eles ficaram mais tranquilos, mas ouviu um leve pensamento de alguém, que se incomodou com sua fala e ficou se interrogando, quem poderia parar a Luna, caso ela resolv