As coisas estavam agitadas a semana inteira, não que estivesse interessada
em qualquer acontecimento que envolvesse meu aniversário, odiava a data e issonunca mudaria, será que não cansavam de me torturar? Minha dor nunca seria obastante? Não era revoltada e olha que motivos nunca me faltaram, mas sempretentei controlar minha raiva, pensava dez vezes antes de dizer qualquer coisa, nãome dava bem com a Sheila, ainda assim nunca deixei de ser grata por ter ficadocomigo e com o Nando, mesmo agora ele tendo que passar mais tempo na empresa,do na casa dele não restava muito para mim, ainda assim, a ele também era grata, afinal eu era o único motivo que ainda o mantém ligado a está casa.Joguei mais um dardo na porta, mas esse passou direto e bateu no ombro do Rodrigo, marido da minha tia, por sorte tinha abandonado os dardos com pontas a alguns meses depois de um pequeno acidente com uma das minhas primas, não me senti culpada por isso.
_ ficar aqui trancada não vai ajudar em nada...
_ primeiro que você podia bater na porta, eu poderia estar nua... ou era essasua ideia? - falei estreitando os olhos em sua direção. _ tentador, mas prefiro mulheres mais velhas e com mais carne, quem sabe napróxima vida não te de uma chance.Sorri e lhe joguei uma almofada, ele era muito legal, pena que era casado com
uma víbora, e olha que para um carpinteiro ele tinha o dobro do QI da esposa quesupostamente era psicóloga, ele era bonito, inteligente e talentoso, mesmo eutendo dezoito anos sei que isso é raro._ não quero ir, não quero comemorar a morte deles, o que é tão difícil de
entender? _Li, eu sei como se sente, mas você precisa seguir, sabe que pode contarcomigo sempre, tem um amigo em mim. _ sabe você é bonito demais para ser só um amigo, mas pra falar a verdade tevejo mais como um pai, o fato de não ter lembranças do meu, meio que fez vocêocupar esse lugar... - fiquei sem graça é claro, mas disse a verdade. _ mesmo sem ser minha filha de sangue te considero uma filha e em nomedisso que vim te buscar.Seus olhos castanhos estavam brilhando esperando minha resposta,
realmente o via como um pai e logo percebi que ele me tratava como tal e isso eramuito bom, embora certos olhares da minha tia indicassem outra coisa. Saímos doquarto de braços dados, ele era no mínimo 30 cm mais alto que eu, tinha ombroslargos e o tempo que passou no exército lhe deu um porte autoritário, eu oadmirava, mas certas coisas temos que guardar com a gente.Minhas festas eram sempre iguais, várias mesas espalhadas pelo jardim,
todas com cinco lugares no máximo, com pessoas tendo conversas animadas, nomeio do jardim ficava a pista de dança, a piscina estava cheia de balões, tinha umamesa com o DJ, embaixo de uma árvore estavam as comidas e vários empregadospara servir os convidados, logo na entrada do jardim tinha uma grande mesa paraos presentes, o que era um tanto quanto ridículo já que não falava e nem mantinha amizade com nenhuma das pessoas que estavam aqui, eram estranhos que via umavez por ano. Todos me olhavam com grandes sorrisos falsos, retribui é claro, jáestava acostumada. Olhei em volta e não achei o Nando, ia perguntar mais preferificar calada. Assim que minha tia olhou com cara de poucos amigos para meu braçono do Rodrigo o soltei e fui falar com os convidados, esse circo todo era para ela enão para mim.Quando terminei os cumprimentos fui para um mesa mais isolada,
ninguém se importou, era mais provável que ficassem agradecidos, não gostavamde mim e eu não gostava deles, hoje era o dia da Sheila comemorar o grandesacrifício de ter de criar os dois filhos da irmã morta, no momento só queria poderir morar de uma vez com o Nando, ele tinha me prometido isso e hoje era o dia emque ia cobrar, estava cansada de ter que esperar pelo que os outros tinhamplanejado para minha vida, estava mais do que na hora de tomar minha própriasdecisões, mesmo que isso significasse ir contra a pessoa que mais amava na vida.A festa se seguiu animada, varios casais dançavam, a Sheila distribuindo sorrisos, de boa samaritana, por ter aguentado mais um ano, logo seria noite e tinha a certeza de que o Nando não viria, fiquei tentada a ligar mas acabei mudando de ideia, afinal ele devia ter coisas mais importantes para cuidar do que de mim.
_ feliz aniversário para irmã mais legal que tenho, e ruiva mais gata do Rio de
janeiro.Olhei para cima e vi o Nando em cima da traseira da hilux, parecia bêbado,
mas tinha minhas dúvidas, sabia que a data também não era fácil pra ele e talvezesse foi o jeito de ele lidar com isso, embora nunca o tenha visto perder o controle, e se entregar a bebida dessa forma? Não era algo que ele faria, ainda assim aproveitei seu show._sei que não gosta de hoje, e sei que a Sheila é bem chata e tem o dom de
enfiar o dedo bem fundo das nossas feridas, mas nossos pais amavam a gente, osdois, talvez mais você do que a mim, e sabe? Não sentia ciúmes, porque eu tambémte amava e os entendia, infelizmente aquele dia aconteceu e sei que não se lembra,mas eles amavam a gente Li.Ele desceu e veio na minha direção, os comentários tinham começado, afinal
a estrela da noite não era mais a minha (titia) permaneci sentada, esperando elevir até mim, uma por que ainda estava brava e outra por não saber oque dizer,mas quando ele já estava perto o bastante me joguei em seus braços, me deixandoser apertada por meu irmão mas velho chato, e que me esquecia as vezes._ desculpa não ter falado antes, mas precisa saber que a culpa não foi sua, eu
já devia ter._ eu sei que a culpa não foi minha, a não ser que fosse uma criatura do
demônio aos oito anos. Mas tem razão, eu precisava ouvir - não ia chorar, masfiquei quase. _ bom, ainda não era. Sei que odeia esse lugar, e deve me odiar por ter tedeixado aqui com ela, mas tinha meu motivos, mas você pode ir morar comigoagora, já que é velha o bastante para decidir.O encarei desconfiada, claro que queria ir morar com ele, e sim, o tinha
odiado por ter me deixado todos esses anos com a Sheila, nunca acreditei em nenhuma das conversas de que ele não podia cuidar da empresa e de mim, afinal cuidei de mim mesmo todos esse anos, mas quem era eu para dizer alguma coisa?_quando posso ir embora? - perguntei sem conseguir esconder a empolgação.
_ hoje mesmo, mas só vamos para casa depois que der seu presente.Um sorriso enorme surgiu em meu rosto, acho que não aguentaria mais
emoções, e por alguma razão estava preocupada, meu amado irmão não era muito bom em dar presentes, mas talvez esse defeito dele seeja apenas comigo._ qual é o presente? – ganhei um sorriso encantador. Meu irmão era um gato,
não tinha como negar. _ vou te levar para uma festa de verdade.Festa de verdade? Nem poderia esperar por isso, as vezes achava que Nando
queria que me jogasse na vida como ele, não tinha medo de viver, só queria viveras coisas certas, passar por várias bocas antes de achar a certa não me era nadatentador, era bem nojento na verdade, a maioria das pessoas eram, e meu maior defeito era não ser igual aos que me cercavam._ sério? Que legal - falo lhe mostrando meu melhor sorriso amarelo.
_ qual é? Não pode dispensar a ideia antes de chegar lá. Prometo que não vaise arrepender.Prometo? Palavra perigosa, e na maioria das vezes que é pronunciada, não passa de uma mentira, só não descobri que o motivo das pessoas gostarem de usar palavras vazias.
_tá. Nando, desculpa perguntar, mas você superou? Eu odeio essa data, mas
de alguma forma, odeio por que sempre achei que a culpa fosse minha, não sei oque aconteceu, quem me garante que não fui a causadora, e embora tudo que tenhadito nunca vou deixar de me sentir assim._Livia... - o interrompi
_me deixa falar, embora a sensação de culpa esteja sempre aqui, é só isso
uma sensação, você lembra de tudo, eu só queria saber como consegue.Estávamos sentados em uma das mesas, mais afastadas da festa, o que não
significava que não tínhamos olhares em nós, da Sheila, principalmente, ela devia está esperando o proxímo ato._ não superei, passei por momentos realmente ruins, fiz coisas das quais não
me orgulho, mas no final das contas você ia precisar de mim.Dei um sorriso e aceitei a resposta, acho que a maioria das pessoas, não
superam a perda, apenas aceitam, só que para poder aceitar a perda de alguém, eutinha que no mínimo lembrar delas._ queria poder lembrar deles. - confessei.
_ eu sei, olha, podemos continuar fazendo os exercícios de memória que omédico passou, em algum momento tem que... _ desculpa, mas não quero, todas as vezes que olho aquelas fotos é como seestivesse bisbilhotando a vida de outras pessoas, não importa o fato de saber quesão, parece errado eu está lá._ desde quando pensa assim?
Apenas dei de ombros, tinham coisas que eram melhores ter em segredo,
quando percebeu que não falaria mais sobre o assunto resolveu mudar o foco daconversa, acho que nunca tive ninguém que realmente se importasse, que me precionasse, para sber como me sentia, nunca tive alguém que deseja-se me entender._já recebeu uma resposta da faculdade?
_ ainda não, talvez não tenham gostado do meu projeto – fracassar nisso eraalgo que acabaria comigo. _ pode me explicar o motivo de só ter se inscrito em uma Lívia? _ por que a federal do Rio é a melhor. _ já parou para pensar que eles podem não te aceitar? Se isso acontecer, o quepretende fazer? _ nada. Se não tiver capacidade para entrar na melhor, não vou perde meutempo em outras.Podíamos não ser parecidos fisicamente, mas nossa personalidade não podia
ser mais igual, éramos teimosos como mulas, nunca tinha me faltado nada, averdade é que tinha mas dinheiro que a maioria, devia isso aos meus pais, e omínimo que devia a eles era ser a melhor no que me propunha ser. Umaengenheira._Nando quer dançar? – Ele olhou a Luana como se ela fosse uma ET sexy.
Ela era uma garota bonita, uma perfeita boneca de porcelana, maquiagem
perfeito, cabelo prefeito, perfeitamente irritante, a minissaia e a blusa decotada lherevelam as curvas sinuosas, seios fartos pulando pra fora, pernas grosas daacademia. Tenho que ser honesta, ela era o tipo de loira de colocava os homens aosseus pés. Vi os olhos do Nando percorrerem o corpo dela, e mordi a boca pra não ri,a Luana não era uma puta como a maioria das minhas primas, mas nunca medefendeu também. O fato é que o Nando tinha uma queda por ela, e ela por sua veztinha um tombo por ele._claro, Li você se importa?
Apenas neguei, observei os dois se afastarem para pista, não tinha nenhum
problema em relação a ela, os dois até que formavam um belo casal, fiqueiobservando os dois, era estranho ver o Nando assim por que ele nunca tinhaassumido nenhum relacionamento sério com ninguém, em parte poderia ser porminha causa. Deixei meus olhos vagarem pela festa, a pista de dança já estavacheia e não pretendia de forma alguma me juntar a eles, de forma discreta fugipara dentro de casa, os parabéns não ia demorar, junto com as fotos da famíliafeliz, só a ideia me dava ansia, fui pro escritório da Sheila, sabia que era o último lugar que iriam me procurar, e era disso que precisava, um pouco de paz. Assim como toda a casa, oescritório não deixava a deseja, a mesa de madeira maciça tinha sido feita peloRodrigo, não acharia ruim se ele fosse mesmo meu pai, ele e o Nando me protegiam, isso era mais do que poderia pedir dos dois, talvez tenham me acostumado mal, ou tentado me compensar devido a Sheila, em parte era ridículo já cuidava bem de mim mesma, minha tia nunca seria um problema, só não gostávamos uma da outra, tirando isso estava tudo bem.Dedilhei os livros da estante procurando algo que me agradasse, mas nadame saltou aos olhos, os livros eram em geral sobre psicologia, ou decoração, nadaque fosse haver com o que eu desejasse no momento, ser engenheira era algo quedesejava ser desde que me conheço por gente, e tinha certeza que meu projeto iaser aceito, me via como alguém de talento, acho que era a única que via.Sentei na mesa dela e fiquei olhando uma foto, dela com a minha mãe, éramostão parecidas, era como me olhar em um futuro distante, em algum momento fuiparte dela, agora ela era parte de mim, uma parte que nunca ia conhecer, umaparte que morreu e não me era permitido nem lamentar, em um ímpeto de raivabati a foto contra a mesa com força, não era minha intensão mais acabei quebrandoo vidro, me arrependi logo em seguida, peguei a foto e junto caiu um envelope, senão tivesse curiosidade não seria eu, mas não foi a carta de um amante que vi, foi acarta da faculdade endereçada a mim, meu coração martelou no peito, não podiaser verdade, ela não me odiara a esse ponto, abri o envelope e li atentamente tudoque estava escrito, a raiva que senti não se comparava a nada que tenha sentindoantes, ela tentou estragar o que mais desejava, estava na hora de estragar asaparências que ela tanto gostava. Hoje a família feliz vai chorar. Segurei a carta e sai do escritório determinada, a festa, é claro seguia as mil e uma maravilha, a pista de dança estava lotada, de casais, pessoas sozinhas, crianças, que corriam entre as pessoas, mas principalmente, todos estavam felizes, nunca havia dado problemas, tentei ser invisível a todos, mas foi isso que me custou? Bom, há sempre uma primeira vez para tudo na vida, fui a passos firmes ate a mesa do DJ, encontrei com o olhar do Nando, elesabia que tinha chegado ao meu limite, o observei parar de dança e puxar a Luanapara sentar, garoto esperto, não é._pode para a música, preciso fazer o meu discurso – após um olhar
desconfiado o DJ me passou o microfone.Encarei as pessoas pensando em algo que as machuca-se, que sentissem ao menos um decimo do que senti, todos esses anos, desde a primeira festa, quando chorei horrores, implorando para não fazerem isso, que essa data nunca me traria falicidade, eu tinha apenas nove anos, foi quando percebi, elas não tinham sentimentos, ao menos, não por mim.
_Boa noite a todos, é muito gentil da parte de vocês virem comemorar o
aniversário de morte dos meus pais, é realmente tocante. Nem parecem um bandode hipócritas, como se dão ao trabalho de fingir tanto por alguém que não significanada pra vocês? - questionei olhando o rosto de cada um, não iria esquecê-los. _Querida oque é isso, você é sim importante para nós. - ouvi sua voz embargada pelo álcool.Encarei minha tia com graça, só podia ser piada, aquelas de muito mal gosto, mas sabia que cada palavra que saiu de sua boca, era a verdade, ao menos em seu mundo de mentiras, onde minha funsão era desenpenhar o papel de criança abandonada, ela só não viu que a criança do seu mundinho podre cresceu.
_sério? Quem aqui sabe qual minha cor favorita? Ou para que prestei
vestibular e o porquê, e sabem como eu sei que ninguém se importa? fazemquestão de lembrar e comemorar algo que eu detesto. Tipo você Sheila que escondeu aminha carta da faculdade, me fazendo acreditar que não tinha sido aprovada, nãoacham que isso é uma bela prova de amor?_fiz isso para te poupar, afinal você é tão incapaz quanto a Alicia.
Minha raiva só me deu mais força para continuar, não lembrava da minha
mãe, mas tinha certeza de que ela era muito capaz, e não seria uma mulher como aminha tia, ela me “criou”, mas não era responsável por quem me tornei._você não passa de uma mulher desprezível, não sei por que odeia a minha
mãe, mas não deve ser difícil imaginar, ela era melhor do que você jamais será. - vi sua boca abriir e volta a se fechar.A ira brilhou em seu rosto, não tinha nenhum prazer nisso, mas de certa
forma sabia que isso era a verdade, talvez o fato de ser tão parecida com a minhamãe a fizesse me odiar, mas no final eu não me importava. Não eram minha família, mesmo que o mesmo sangue corresse em minhas veias, eram apenas um bando de filhos da puta, não a devia nada, e ela disso, sua carreira ura uma fraude, e os anos de boa vida que teve foi graças ao dinheiro que pertencia a mim e ao Fernando, se ela fosse um pouco mais esperta teria me tratado melhor.Larguei o microfone no chão, não haviam comentarios, e nem me olhavam, antes me sentiria uma aberação, rejeitada, mas agora? Dei um enorme sorriso e fui em direção ao Nando, se ele não mentiu iria embora agora mesmo e assim fizemos. Meu coração martelava de forma estranha, adrenalina, mas uma certa liberdade também, era como ter quebrado uma corrente que me envolvia sem eu nem me dar conta, ao finalmente sair daquela casa, olhei o céu, as nuvens o cobriam quase todo, mas ainda pude ver, uma pequena estrela, dei um pequeno sorriso.
_parabéns para mim!
O lugar estava cheio, isso por si só já foi o bastante para não gostar, tudocheirava a álcool, cigarro e provavelmente sexo, combinações que não medespertavam nenhum sentimento no momento, a minha querida prima tinha indojunto, para aumentar meu animo, de acordo com o idiota do meu irmão, embora astentativas de animação dela fosse se esfregar no Fernando, realmente não sabia o quetinha vindo fazer aqui. O idiota a quem chamava de irmão segurava meu braço, oque me deixou ainda mas irritada, me sentia como algo que ele arrastava para onde queria, e pronto, queria apenas ir embora de uma vez, puxei meu braço com força e acabei tropeçando e caindo em alguém, era só o que faltava. Ao olhar para cima vi o homem em quem bati, é claro que seria a única a ir ao chão, e po
Quando chegamos a minha nova moradia já eram quase cinco da manhã, oNando não ia trabalhar no dia seguinte, ele passou a noite agarrado com a Luaname deixado de lado, o que me magoou, poxa era meu aniversário, mas não iriacobrar isso dele agora. Fui para meu quarto, só tinha uma cama, teria que voltar nacasa da Sheila para buscar minhas coisas, por agora só desejava dormi. Acordei com batidas na porta, gritei um entra ainda roco, era uma mulher alta,cabelos lisos, a encarei e me perguntei quem poderia ser, até que a própria seidentificou como sendo a secretaria pessoal do Nando e que o mesmo estava mechamando para comer. Aquele cretino já estava acordado? Busquei o despertador,mas não tinha nem criado-mudo ainda, quem dirá um despertador. joguei-me parafora da cama e fui no banheiro, lavei o rosto, e fui en
Sem nenhuma coragem levantei e fui em busca de comida, a casa estavacompletamente escura, tomei o máximo de cuidado para não bater em nada. Acheia geladeira, me servi de suco, fiz dois sanduiches e fiz meu caminho de volta aoquarto, estava quase chegando a minha porta quando um gemido alto chamouminha atenção, senti meu rosto queimar e praticamente me joguei pra dentro do quarto, soltei um sorriso nervoso e tentei esquecer, a cada momento pareciaerrado estar aqui. Abri o notebook e dei uma olha nas pastas que tinha separado para quandocomeçasse a faculdade, seriam de grande ajuda. Não estava com sono, na verdadeestava pensando no Sebastian, ele era lindo não tinha como negar isso, mas umcara que vai a uma festa daquela, devia estar querendo a mesma coisa que o Nandocom a Luana. Olhei o relógio, já se passavam da 00:
1 mês depois Estava tentando explicar pela última vez ao Fernando que estava indo para oaniversário da avó dele, e que não era um fim de semana romântico para eu perdera droga da minha virgindade, mas não adiantava? Parecia que ele me ouvia emcoreano, bufei e fui pro meu quarto. Sentei em frente computador e resolvoterminar o trabalho que o professor de cálculo tinha passado, por sorte estava indobem, sabia que devia as cursos preparatórios que fiz, mas ainda assim me dedicavade corpo e alma, a faculdade tomava a maior parte do meu tempo, o que restavaera direcionado ao meu namoro com o Sebastian, como ele tinha o hospital eestava se preparando para o mestrado acabávamos não nos cobrando tantoatenção, tentávamos conciliar nossos encontros com as folgas dele, e por
Adorava as histórias da dona Filomena, era incrível como ela respondia minhasperguntas sem eu ter que fazê-las, as vezes ainda me sentia sozinha, mas namaioria das vezes me sentia feliz. Nossa tarde estava tranquila, mas podia ver acara de tédio do Sebastian, não podia dizer que não o entendia, afinal ‘queríamos’,passar algum tempo juntos, fazendo coisas de namorados. Só que a noite anteriorestava me deixando desconfortavél, e estava com medo dele tentar algo, sabia que não erajusto, mas ainda não estava pronta para dar o que ele queria. Já era fim de tarde quando os pais do Sebastian chegaram, adorava os pais deles,sempre me trataram muito bem, e sempre estavam com um sorriso no rosto, com aquele olhar amavel, de quem está sempre disposto a ouvir seus problemas, a ajudar a resolve-los.
Abri meus olhos de maneira preguiçosa, após piscar algumas vezes lembreido que havia acontecido com o Sebastian, foi quando entrei em pânico, levantei assustada, olhando em volta, não consegui reconhecer onde estava, o que me deixou ainda mais aflita,dei um salto da cama vi que ainda estava vestida, não que a essa altura issodissesse algo, mas me deixou um pouco aliviada, olhei em volta, parecia um quarto normal, uma cama de casal, um guarda-roupa, as cortinasestavam fechadas, mas alguns feixes de luz ainda conseguiam passar para dentrodo quarto, vi uma cômoda ao lado da cama, nele vi uma foto da dona Filomena,tentei acalmar meu coração, fui até a porta e verifiquei se ela estava aberta, estava,encostei a cabeça na porta tentando pensar no que fazer, no que tinha acontecido,no que poderia ter acontecido enquanto eu estava inconsciente, meu co
Optei por chegar um pouco atrasada, peguei um táxi mesmo que morasseperto o bastante para ir a pé, quando cheguei vi que o carro do Fernando estavaperto da entrada, como imaginei que estaria. Assim que me viu ele veio na minhadireção, quando tentou me abraçar, o afastei, as pessoas conseguiam ser tãodissimuladas que davam nojo, peguei minhas coisas que estavam em sua mão esegui para dentro, o ouvi chamar meu nome, quase gritando, tremi por dentro, nãotinha como ficar totalmente indiferente da noite para o dia, mas não voltaria atrás. Queria agradeçer ao Daniel pessoalmente, se não fosse por ele, nem podia imaginar o que aconteceria comigo, provavel que desse um jeito, mas tudo foi facilitado. Me deixei pensar no Sebastian com calma, os sinais de que isso acabaria mal deviam estar lá, apenas fui cega, o sol que me atraíu era falso, mas me causou queimaduras intensas. Ao entrar na sala, por sorte a prof
Três Semanas Depois Quando os trabalhos foram apresentados me sentia confiante, estava trabalahndo nisso desde a conversa com o Daniel, e agora faltava apenas o resultado, o favorito e querinho dos professores era um aluno do 2° ano, mas estava mas confiante no meu, esmagaria quem se colocasse no meu caminho, e não de maneira injusta, mas sendo a melhor. A primeira aula estava quase no fim quando uma cordenadora apareceu na sala me chamando, ergui a sobrancelha, sua cara não parecia uma das melhores, depois de ser liberada pelo professor, segui ela até a sala do reitor, soltei o ar com força me preparando para o pior. Assim que passaei pela porta entendi do que se tratava, Vínicius, o favorito, estava sentado em frente a mesa do reitor, com cara de poucos amigos, olhei para ambos os homens, e esperei que falassem. _sabe