Sem nenhuma coragem levantei e fui em busca de comida, a casa estava
completamente escura, tomei o máximo de cuidado para não bater em nada. Acheia geladeira, me servi de suco, fiz dois sanduiches e fiz meu caminho de volta aoquarto, estava quase chegando a minha porta quando um gemido alto chamouminha atenção, senti meu rosto queimar e praticamente me joguei pra dentro do quarto, soltei um sorriso nervoso e tentei esquecer, a cada momento pareciaerrado estar aqui.Abri o notebook e dei uma olha nas pastas que tinha separado para quando
começasse a faculdade, seriam de grande ajuda. Não estava com sono, na verdadeestava pensando no Sebastian, ele era lindo não tinha como negar isso, mas umcara que vai a uma festa daquela, devia estar querendo a mesma coisa que o Nandocom a Luana. Olhei o relógio, já se passavam da 00:00, será que ele está acordado?Encarei o celular por alguns minutos até finalmente criar coragem.LÍVIA:OI, SOBRE DOMINGO, PODEMOS IR EM UM PARQUE AQUÁTICO?
00:15Joguei o celular na cama e fui tomar um banho, deixei meus pensamentos
vagarem durante a noite anterior, nele para ser mais exata, sabia que não deviajulgar alguém que nem conhecia direito, mas as circunstancias não estavam a favordele, será que ele era só mais um cara que quer todas, talvez o meu problema deconfiar nas pessoas seja mais sério do que imaginei. Vesti um pijama lilás, com rendas na parte dos seios e me deitei, peguei o celular e vi que tinha uma resposta.SEBASTIAN:SEM PROBLEMA, ESTAVA PENSANDO EM TE LEVAR A PRAIA,
MAS A SUA IDEIA É BOA. 00:40LÍVIA: LEGAL. 00:57
SEBASTIAN: SEM SONO? 01:00
LÍVIA: MAIS OU MENOS ISSO 01:02
Seu nome apareceu novamente na tela, mas agora como uma ligação, acabei
atendendo rápido pois o toque era muito alto, o que acabou me dando um susto, e não valia apenas chamar a atenção dos outros moradores da casa._alou, Lívia, alou... - a voz dele era mais grosa doque me lembrava, ou ele tinha
acabado de acordar. _oi, sabia que está muito tarde para ligar para as pessoas? – o repreendi. _eu sei, mas já que não consegue dormi resolvi te fazer companhia, se não seimportar é claro. _por agora não me importo, mas por que está acordado? _pensando - tive vontade de perguntar se era em mim que estava pensando, masnão o fiz.Ficamos conversando algumas besteiras, mas foi o suficiente para as horas
passarem de uma forma que os raios de sol começaram a invadir meu quarto, era aprimeira vez que virava a noite conversando com alguém, quando ele desligoufinalmente fechei os olhos e me permitir dormi.O domingo finalmente chegou, não podia negar que estava nervosa afinal, era
meu primeiro encontro, mesmo achando que seria um pouco estranho ter o Nando por perto, mas preferi não tocar no assunto, por ser seu pedido de desculpas pelo meu aniversário.Antes de sairmos de casa mandei uma mensagem para o Sebastian com o endereço, adiantei que o meu irmão iria, não entrei em detalhes, a situação por si só já era estranha o bastante, disse para que quando chegasse me mandasse uma mensagem que iria busca-lo. Quando chegamos o lugar estava lotado, a fila parecia não ter um fim, mas como o Nando era socio não precisamos enfrentar a fila, a Ana acabou vindo também, assim pareceria um encontro de
casais, ao menos espera que sim, já dentro do parque fomos para uma mesa, osbrinquedos eram incríveis, e mesmo que a maioria fosse alto demais para mearriscar, gostava de lugares assim, tirei a blusa, mas permaneci de short, não mesentia muito confortável de biquini, não me achava uma garota feia, talvez umpouco branca demais, não era muita amiga do sol.Desviava de algumas pessoas para poder chegar ate a entrada onde ele me
esperava, uma parte em mim achava que ele não viria, mas quando recebi amensagem dizendo que já estava na fila me esperando, não me contive, pelaprimeira vez me sentia como alguém da minha idade.Assim que o vi acenei, entreguei uma pulseira vip, e logo sua entrada foiliberada, sua mão foi para minha cintura e recebi um beijo no rosto._que bom que veio – falei dando um sorriso.
Havíamos conversado todos os dias desde a festa, e me sentia bem conversando
com ele, não sabia bem onde tudo isso ia parar, mas por agora não via problemanenhum. O olhei rapidamente, o mesmo usava uma bermuda, chinelos, umacamiseta e um boné._não poderia faltar ao nosso primeiro encontro, e você tá linda – acabei sorrindo
e senti meu rosto queimar. _acho melhor a gente ir. – disse tentando esconder minha vergonha.Sai caminhando na frente, nem ao menos olhei para trás, para ter a certeza de
que ele estava conseguindo me acompanhar, quando cheguei na mesa respireialiviada, logo ele estava ao meu lado, não sabia se o Nando ia reconhecer ele dafesta, esperava que não._Nando esse é o Sebastian, e esses são Fernando meu irmão, e Ana, uma amiga –
apresentei rapidamente.Sentamos, e logo ficou um clima estranho, não conseguia entender o porquê,
acho que de todos na mesa a mas retraída era eu, e ainda assim parecia ser a únicaa se incomodar com o silêncio. Como ninguém parecia disposto a conversar melevantei para pegar alguma coisa para comer, só queria sair daquela mesa, o climaparecia tão pesado que estava começando a me arrepender de ter vindo. Voltei amesa com um prato de camarão e um copo com água de coco, ambos quase foram ao chãoquando me deparei com o Sebastian sem camisa, sentei como se não meimportasse com a vista, mas para que ser discreta quando se tem um irmão._Lívia é feio encarar – apenas o fuzilei com o olhar.
Senti meu rosto ficar vermelho, como queria matar meu irmão, tomei a água de
coco, enquanto olhava em volta, a cada segundo o lugar parecia mas cheio, fiqueiencarando a piscina um bom tempo, até que o Sebastian me chamou para nadar,agradeci mentalmente por poder sair daquela mesa. Tirei o short, e o vi tirar abermuda, caminhamos lado a lado, como ainda não queria entrar na piscina senteina borda deixando os pês dentro da água, só isso já era refrescante, amarrei ocabelo em um coque e me inclinei para frente para molhar as mãos e passar nopescoço, inclinei a cabeça para o lado e encarei o tobogã, era alto demais, masparecia ser tão bom._ você tá bem? – perguntou o Sebastian.
_too sim, só quero pegar um pouco de sol, mas pode entrar se quiser – respondisem desviar o olhar do brinquedo. _quer ir? – finalmente o olhei, estávamos sentados ombro a ombro, talvez fosseperto demais. _tenho medo, nunca fui muito fã de altura. – um sorriso surgiu em seu rosto. _vamos juntos, eu seguro sua mão – declarou ele com toda a convicção quepoderia ter no momento. _quem sabe mas tarde, agora pensei que fosse nadar – falei lhe empurrandopara dentro da piscina.Quando ele emergiu estava tossindo, não consegui controlar o riso, o vi se
aproximar como um predador e me agarrar pela cintura me puxando para a água,acabei dando um grito, mas nem cheguei a afundar, seus braços estavam em tornoda minha cintura e não deixaram isso acontecer, por reflexo, coloquei os meusbraços em torno do seu pescoço, ficamos nos encarando por algum tempo até quesenti seus lábios pressionarem os meus. Não sabia o que estava sentindo, nem oque deveria sentir, minha barriga não parecia ter borboletas voando, não me sentiaexcitada, como talvez devesse me sentir, ainda assim após alguns segundos, fecheios olhos, e me deixei ser beijada, sua língua se infiltrou em minha boca, tenteicorresponder, mas a situação estava me deixando desconfortável, por fim ele seafastou, permaneci de olhos fechados, tentando entender o que acabou deacontecer, quando creio coragem de abrir os olhos vejo que ele me encara, dou umpequeno sorriso, é tudo que consigo fazer no momento. Ficamos um bom tempodentro da água o dia estava perfeito para isso, acabei tempo mas alguns beijosroubados, e mesmo não me sentindo tão à vontade, não me incomodou como oprimeiro. Ao voltar para a mesa o Fernando e a Ana tinham sumido, nem me dei aotrabalho de ligar para saber onde ele estava, só queria comer alguma coisa eaproveitar o resto do meu dia, acho que merecia isso, com ou sem o Fernando.Pedimos dois sanduiches naturais, e suco, como o lugar continuava cheio, nossopedido demoraria um pouco, mas sem o Fernando e a Ana por perto, o clima erabem tranquilo._então Sebastian, quantos anos tem?
_achei que nunca fosse perguntar, tenho 25 – falou sorrindo.Realmente não havia perguntado, só achei que não era necessário, as vezes me
sentia uma menina com ele, outras vezes parecíamos dois velhos conversando, masem geral nossas conversas eram fúteis, onde nunca éramos o assunto principal. _a gente tá se conhecendo, tem um monte de perguntas ainda, tipo, eu sei que seformou em medicina, mas não sei se vai fazer alguma pós... _vou me especializar em neurologia, mas e você, por que engenharia? – o encarei porum momento. _ sempre quis isso, eu acho, não é como se eu tivesse uma explicação, é o que euquero fazer e seria a melhor – disse convicta. _linda e inteligente, algo mais que eu deva saber? – me perguntou, mas algo em seutom de voz me fez corar. _que ela tem um irmão mais velho muito ciumento e se ficar agarrando a...Olhei para trás para encarar o Fernando, ele nem ao menos conseguiu terminar o que
estava dizendo, sem ter uma crise de riso, a Ana não estava com ele, e se ela fosse umamulher esperta ficaria longe de cachorro a quem chamava amorosamente de irmão maisvelho. _onde estava? -perguntei sem de fato querer saber. _Li, Li, Li, estava fazendo coisas de adulto, mas só vim perguntar se meu cunhadopode te levar para casa, tenho que resolver um assunto – quando ia abrir a boca paradizer que pegaria um taxi responderam por mim. _claro – disse o Sebastian prontamente.E mais uma vez era deixada de lado, mesmo que hoje isso não importasse tanto, mas
palavras quando são dadas, devem ser cumpridas, qual a dificuldade disso. Acabeibufando, olhei para o lado fitando o Sebastian com raiva quando notei que ele estavarindo de mim, o que aparentemente só o fez rir ainda mais, ele se aproximou o bastantee sussurrou em meu ouvido._vem, vamos acabar com seu medo de altura.
1 mês depois Estava tentando explicar pela última vez ao Fernando que estava indo para oaniversário da avó dele, e que não era um fim de semana romântico para eu perdera droga da minha virgindade, mas não adiantava? Parecia que ele me ouvia emcoreano, bufei e fui pro meu quarto. Sentei em frente computador e resolvoterminar o trabalho que o professor de cálculo tinha passado, por sorte estava indobem, sabia que devia as cursos preparatórios que fiz, mas ainda assim me dedicavade corpo e alma, a faculdade tomava a maior parte do meu tempo, o que restavaera direcionado ao meu namoro com o Sebastian, como ele tinha o hospital eestava se preparando para o mestrado acabávamos não nos cobrando tantoatenção, tentávamos conciliar nossos encontros com as folgas dele, e por
Adorava as histórias da dona Filomena, era incrível como ela respondia minhasperguntas sem eu ter que fazê-las, as vezes ainda me sentia sozinha, mas namaioria das vezes me sentia feliz. Nossa tarde estava tranquila, mas podia ver acara de tédio do Sebastian, não podia dizer que não o entendia, afinal ‘queríamos’,passar algum tempo juntos, fazendo coisas de namorados. Só que a noite anteriorestava me deixando desconfortavél, e estava com medo dele tentar algo, sabia que não erajusto, mas ainda não estava pronta para dar o que ele queria. Já era fim de tarde quando os pais do Sebastian chegaram, adorava os pais deles,sempre me trataram muito bem, e sempre estavam com um sorriso no rosto, com aquele olhar amavel, de quem está sempre disposto a ouvir seus problemas, a ajudar a resolve-los.
Abri meus olhos de maneira preguiçosa, após piscar algumas vezes lembreido que havia acontecido com o Sebastian, foi quando entrei em pânico, levantei assustada, olhando em volta, não consegui reconhecer onde estava, o que me deixou ainda mais aflita,dei um salto da cama vi que ainda estava vestida, não que a essa altura issodissesse algo, mas me deixou um pouco aliviada, olhei em volta, parecia um quarto normal, uma cama de casal, um guarda-roupa, as cortinasestavam fechadas, mas alguns feixes de luz ainda conseguiam passar para dentrodo quarto, vi uma cômoda ao lado da cama, nele vi uma foto da dona Filomena,tentei acalmar meu coração, fui até a porta e verifiquei se ela estava aberta, estava,encostei a cabeça na porta tentando pensar no que fazer, no que tinha acontecido,no que poderia ter acontecido enquanto eu estava inconsciente, meu co
Optei por chegar um pouco atrasada, peguei um táxi mesmo que morasseperto o bastante para ir a pé, quando cheguei vi que o carro do Fernando estavaperto da entrada, como imaginei que estaria. Assim que me viu ele veio na minhadireção, quando tentou me abraçar, o afastei, as pessoas conseguiam ser tãodissimuladas que davam nojo, peguei minhas coisas que estavam em sua mão esegui para dentro, o ouvi chamar meu nome, quase gritando, tremi por dentro, nãotinha como ficar totalmente indiferente da noite para o dia, mas não voltaria atrás. Queria agradeçer ao Daniel pessoalmente, se não fosse por ele, nem podia imaginar o que aconteceria comigo, provavel que desse um jeito, mas tudo foi facilitado. Me deixei pensar no Sebastian com calma, os sinais de que isso acabaria mal deviam estar lá, apenas fui cega, o sol que me atraíu era falso, mas me causou queimaduras intensas. Ao entrar na sala, por sorte a prof
Três Semanas Depois Quando os trabalhos foram apresentados me sentia confiante, estava trabalahndo nisso desde a conversa com o Daniel, e agora faltava apenas o resultado, o favorito e querinho dos professores era um aluno do 2° ano, mas estava mas confiante no meu, esmagaria quem se colocasse no meu caminho, e não de maneira injusta, mas sendo a melhor. A primeira aula estava quase no fim quando uma cordenadora apareceu na sala me chamando, ergui a sobrancelha, sua cara não parecia uma das melhores, depois de ser liberada pelo professor, segui ela até a sala do reitor, soltei o ar com força me preparando para o pior. Assim que passaei pela porta entendi do que se tratava, Vínicius, o favorito, estava sentado em frente a mesa do reitor, com cara de poucos amigos, olhei para ambos os homens, e esperei que falassem. _sabe
Assim que cheguei a faculdade avistei o carro do Sr.Cross, mas não só o carro dele me chamou atenção, O Sebastian estava encostado em seu carro, com os braços cruzados na frente do corpo, ele não estava diferente da última vez que o vi, mas diferente de antes, além da voltade de ficar longe dele, a raiva e repulsa estavam juntos. Queria esmaga-lo até não sobrar nada. Segui para entrada, fingindo que não o estava enchergando, não ia deixar ninguém me tirar o foco. _amor - ouvi sua voz me chamando. Senti minha garganta se fechar, o ignorei e continuei andando, mas a direta não funcionou, senti meu braço ser puxado com força, e sem pensar duas vezes fechei o punho e acertei seu rosto, mesmo que não tivesse força o bastante para causar um grande dano, minha atitude deixou claro que não queria sua aproximação, nem agora, nem nunca. Seu olhar de surpresa foi bom, mas sua mão ainda estava em torno do meu bra
A encarei sair pela porta, e mesmo a chamando a vi se afastar, olhei a comidaque ela havia trazido e inalei o cheiro, estava muito bom, provei um pouco e logoestava comendo, os últimos dias foram terríveis, não imaginava que nãoconseguiria manter distância das pessoas, mas muitas das mulheres da faculdadeeram atiradas demais, e quando aquele mulher se jogou em mim e me beijou foi agota d’água, evitar as alunas era algo fácil, mas quando se tratava de umaprofessora, teria que pensar em algo para mantê-la longe sem ter que contar averdade, algumas mulheres ao longo da minha vida tinham a ilusão romântica deque elas seriam as exceções que me salvaria da solidão, patéticas. Mas isso melevava a pequena que acabara de sair do meu quarto, antes dela entrar vi queminhas roupas haviam sido trocadas, assim c
Meu corpo ainda estava queimando, estava quase no fim da escada quandoouvi a porta ser aberta, de onde eu estava não conseguia ver a entrada, e nem servista, me perguntava se iria até o fim se o professor não tivesse chegado, minhamente tinha dúvidas, mas meu corpo gritava que sim, que me entregaria, e emalgum lugar da minha mente sabia que não me arrependeria se o tivesse feito, nãome importava com as mentiras do motorista, e nem mesmo se o senhor Cross, sódesejasse me usar, já haviam feito isso tantas vezes, que se recebesse algo quedesejasse em troca, estaria tudo bem. _olá, ficamos preocupados, então viemos te ver, espero que não se importe -reconheci sua voz. Aline Correia, era uma mulher muito bonita, mas a considerava a piorprofessora da faculdade, não conseguia entender como ela havia se formado econseguido um emprego como professora, era patética, sua raiva e