CAPÍTULO III

Levou algumas horas para que realmente partíssemos atrás de Handora. 

Com uma habilidade artística incrível, Kendra falsificou alguns documentos e passaporte, para que eu de alguma forma pudesse retomar minha vida. E eram tão bons quanto os verdadeiros, que poderiam ser encarados como falsos e não aqueles que ela havia me entregado. Explicou que precisou aprimorar os negócios e investir dinheiro que realmente trazia lucros. Ri quando jamais imaginei a irmãzinha de Ruanda e Handora, promovendo documentos ilegais, assim como outras coisas. 

Pela internet e algumas ligações, consegui acesso as minhas contas antigas de dinheiro e os números haviam crescido pelas ações que eu movimentava antes. A caminho do aeroporto, passamos em um shopping e providenciei algumas roupas. Não quis continuar vestindo algo de um morto. Ainda mais de um crápula como Lucian. 

Havia uma sombra no rosto pequeno de Kendra assim que embarcamos e segurei a mão dela, quando nos sentamos em poltronas lado a lado. 

- O quão bravo Zahir ficou? - indaguei, imaginando ser essa a questão. 

Ela negou com a cabeça, olhando para cima, onde meu elo não estava mais. Como tinha imaginado, quando coloquei a mão sobre ele, mesmo resistente, tinha sido enrolado em uma blusa preta para esconder aquela luz toda e içado dentro da bolsa de viagem com minhas novas roupas e um aparelho moderno de celular. Eu tinha amado o quão longe a tecnologia havia avançado.  

- Não é isso. - ela me encarou e seus olhos dourados, como chama bruxuleantes, estavam receosos. 

Assenti, não querendo pressioná-la. 

Zahir não havia gostado nada da ideia da mulher viajar comigo. 

Quase ri na cara dele, mas não tive oportunidade, porque logo após Kendra confirmar que viajaria, ele saiu do escritório e tinha evaporado. O raquítico e minúsculo adolescente Rick, acordou um tempo depois perguntando onde estava o café da manhã. Senti vontade de esfregá-lo no balcão da cozinha ao ver Kendra indo preparar seu leite. Mas, não aguentei segurar o ranger de dentes. 

Ficamos em silêncio durante o voo, cada um pensando em seus problemas e ela repousou a cabeça em meus ombros, colocando fones de ouvido e sem pensar passei a mão em seu cabelo curto loiro. 

Um longo tempo depois, nosso avião pousou em Shannon, na Irlanda. Fiquei curioso em saber como Handora havia ido parar ali, mas não me importei contanto que isso estivesse me levando até ela. Pegamos um carro alugado para o condado de Clare, que eu lembrava pelos paredões irreverentes lapidado pelo oceano Atlântico. Kendra se mantinha calada, a noite estava serena e ali estava terrivelmente frio. Acelerei o pequeno Porsche pela estrada, levantando poeira alta numa escuridão plena e quase eterna se não fossem os faróis do carro.

Ela estava quase dormindo, estranhei seu cansaço da viagem, embora o meu próprio pesasse em meus ombros, mas por causa de tudo que estava vivendo. Não tinha parado para refletir em como mudaria meu destino ou que opções tinha contra aquele pacto maldito, porém suspeitava que poucas. Minha pequena amiga se encolheu feito bola no banco e encostou a cabeça no couro macio, puxando seu sobretudo sobre o corpo. Sem querer olhei seu decote profundo por um vestido de seda e só ela para se vestir como se fosse festa de gala, em uma jornada para encontrar minha ex namorada. 

Kendra era pequena, não mais que um metro e cinquenta e cinco. A mais delicada, das três irmãs. O corpo dela tinha curvas mais sutis, embora compensasse em peitos maiores e uma bunda redonda. A pele tão alva como nuvens ao alvorecer, que coravam rosadas ao sentir vergonha de algo. O que deixava a pensar se… Outras partes do seu corpo seriam tão rosadas assim também. 

O que eu estava pensando? 

Se Handora me ouvisse pensar isso, arrancaria meu pescoço. Mas, ainda sim fiquei mais um tempo olhando. De repente ela abriu os olhos e riu. Se eu fosse suficientemente alguém com caráter teria pedido desculpas. Mas, eu tomava o que queria e não me sentia mal por isso. Apenas olhei para a frente, encarando a estrada e um longo descampado, como uma campina juvenil pelos dois lados do carro. Seu olhar dourado ficou em meu rosto por alguns minutos, mas fiz de conta que não. 

Eu poderia dirigir a noite toda, mas assim que olhei de volta para Kendra, ela havia dormido. Então, achei melhor parar em alguma pousada perto. Ativei o GPS por comando de voz e reprogramei a rota. Por alguma razão olhei lá para fora, observando o céu estrelado e a ligeira névoa que se formava pelas campinas. Não entendi o que estava procurando ou o que poderia ter chamado minha atenção, mas continuei, meu sistema de defesa entrando em ação. 

Abruptamente algo bateu no teto do carro e um guincho terrível metálico trovejou em nossos ouvidos, em dois segundos perdi o controle do Porsche preto, que patinou entre a terra e fez um giro, subindo poeira. O carro parou, levando meu corpo para frente e fui segurado pelo cinto. Kendra gritou suspensa e arregalou os olhos. 

- Que merda. - xinguei. 

Olhei para o teto do carro e as garras fincadas haviam marcado a carroceria. 

- O que é isso? - Kendra acompanhou meu olhar, assustada. 

A poeira baixava enquanto eu vasculhava o horizonte. 

- Só uma coisa pode trazer marcas assim. - encontrei meu olhar no seu dourado líquido. - Demônios. E antigos para conseguirem se transformarem assim. 

Ela tocou minha mão e respirei fundo, trazendo para mim o elo de luz, mais cedo do que achei que usaria. Kendra se soltou do cinto e pegou sua pequena mala em seus pés. Vasculhou lá dentro e com o elo voltando a minha cabeça, a dor me acertou como um murro e gemi. 

- Trouxe isso. - ela tirou da bolsa a espada. 

Ergui as sobrancelhas. 

- Porque você trouxe? - indaguei surpreso.

Ela riu. 

- Achei que íamos precisar. Posso usá-la. Sei lutar. - Kendra ergueu um ombro delicado visível pelo vestido de seda preto. 

Neguei. 

- Você vai ficar aqui. Não sei quantos há aí fora. - minha voz foi como aço. 

Ouvi pelo vento que se movia agitado, algumas figuras se moverem. Uma delas ganhou velocidade correndo. No mesmo instante que atingiu o veículo com força. Estourando os vidros e arrastando o carro por alguns metros, quase tombando. Kendra gritou de novo e algo dentro de mim rugiu. Não era meu demônio, mas algo ainda mais obscuro. Era apenas eu mesmo.  

Soltei o cinco e chutei a porta esmagada, pois havia sido do meu lado a batida e ela caiu amassada no chão. Sai para uma névoa estranha. Os faróis ainda estavam iluminando o horizonte, mas minha visão noturna estava ativada. Levantei a mão para o elo que reluzia e senti-o agitado em minhas mãos, como se sentisse alguma força estranha. Pisquei e lá estava a visão dourada e prata, mesclando o horizonte em linhas fiéis e poderosas da paisagem. 

Senti as presenças chegando e girei, cortando o ar com o elo, atingindo uma delas antes mesmo que ele percebesse, vindo de minhas costas. A outra correu e as patas pesadas atingiram o chão. Ouvi Kendra gritando e a porta dela sendo arrancada. Rosnei alto e retumbante naquele ambiente hostil, como uma besta e vi o brilho da espada de Kendra enquanto ela girava e cortava do outro lado do carro, as criaturas rugindo em torno dela. Corri para ir atrás dela e dois demônios milenares pararam em minha frente. 

Ambos eram tão grandes quanto eu quando me transformava de pele escamosa e cinza, os chifres altos e pareciam gárgulas. As asas de morcego com uma garra no meio, estavam em alerta. Eles sorriram. 

- Olha, quem voltou dos mortos. - um deles sussurrou, sibilando como uma cobra. 

Levantei um dos ombros. 

- Gosto de imaginar que seja meu charme que mantém alguém disposto a me trazer de volta. - falei, ainda reluzente com o elo em minhas mãos e os olhos fulminantes iridescentes. 

Ambos me olharam. 

- Você é um anjo? - a descrença presente na voz do outro. 

Soltei minhas asas e eles se espantaram. Sorri com simpatia e ambos falaram algo que não compreendi. Levantei as pontas em guarda e aí entendi o choque. Se eu não fosse tão bom ator, teria arregalado diante de minhas asas tão cintilantes como ouro, que pareciam jóias mergulhadas. Cada pena mais fina, mais afiada e pesada como uma faca. A garra havia sumido do meio e estendi-as sentindo repuxar os músculos das costas, como uma vela enorme de barco, se abriram para o céu noturno. 

Encarei-os. 

- Algo como isso. - rosnei novamente.

Em um piscar de olhos, estava sobre eles, atacando e cortando-os com o elo. 

Meus movimentos se tornaram fáceis, segurando-o como se fosse um soco inglês, com força e agilidade. Sempre investindo, não dando tempo para que eles reagissem. Um tentou esmurrar meu estômago, mas defendi com uma mão e a peguei, torcendo seu braço para trás e parecia um passo de dança, mas girei-o em uma pirueta certa, prendendo-o na minha frente, o antebraço sendo esmagado por uma mão enquanto isso, passei o elo ou a foice, no caso, por seu pescoço. 

Chutei o demônio para longe e ele tropeçou nos próprios pés, caindo com um baque alto na terra. Minhas asas foram puxadas para trás e o outro demônio gritou, lançando labaredas de um fogo branco e fervente em minha direção. Soltei minhas asas de suas garras e me abaixei, jogando um escudo de penas para frente. O fogo ricocheteou sobre as asas douradas, se apagando instantaneamente. Em um nanosegundo, abri-as e pulei sobre ele, nos jogando no chão, meu corpo cobrindo o seu e enterrei o elo em seu peito. 

Sangue respingou em meu rosto e bati minha roupa, me levantando de cima dele. Escutei o grito de Kendra e corri em sua direção.

Cortando e investindo contra os demônios, ela havia sido arrancada do carro e seu vestido estava caindo aos pedaços. A pele alva exposta na escuridão, tão intensa. Eram dois brincando e a rodeando, cansando-a até que ela vacilasse e tomasse um golpe certeiro, incapacitando-a. Desconfiei que eles a deixariam viva para brincar antes de terminar com sua vida. 

Não pedi licença e passei meus braços pelo que estava mais próximo, também transformado na prole do demônio e travei sua garganta com a dobra do cotovelo, segurei o elo e com fluidez rápida, afundei a foice em corte não fundos, mas que iriam matá-lo pela quantidade, cortando sua pele várias vezes. Ele urrou, chamando a atenção do parceiro, que naquele momento distraiu Kendra, que olhou para mim e a besta, aproveitou para enterrar as garras acima de seu colo. Ele retirou e investiu contra ela novamente, mas Kendra foi mais rápida e curvando o corpo, inseriu a espada em sua caixa torácica. Ele caiu e não se mexeu mais. 

Soltei o que estava comigo e ele também caiu morto. 

Kendra me olhou e engoli em seco. Minhas roupas estavam apenas sujas e manchadas de sangue. Ela tinha cortes superficiais no corpo e o vestido não restava mais nada. A marca dos ferimentos pelas garras daquele monstro, sangravam abundantemente. Ela ficou presa em meu olhar, mas caiu de joelhos, provavelmente os ferindo. 

- Kendra! 

Corri para ela e a peguei nos braços, antes que tombasse para trás. Os olhos eram grandes demais e o rosto tinha ficado ainda mais branco. 

- Péssima hora para dizer que estou me alimentando de animais? - ela tentou brincar, mas sua voz tão doce, saiu fraca. 

Olhei para os cortes em sua pele e o ferimento mais grave. Sua pele deveria estar se curando. 

- Você está de brincadeira comigo? - gritei. 

Ela ia soltar outra piada, quando seu corpo ficou pesado e ela desmaiou.

- Droga! 

Me coloquei de pé e carreguei ela comigo. Era leve como uma pena e a xinguei mentalmente. Mas, porque Diabos ela comeria bambis ao invés de alimento forte e saudável, como sangue?

Indo até o carro, coloquei-a no banco do carona, peguei nossas malas, os celulares, minha visão voltando ao normal, o elo de volta na cabeça e lembrei de colocar a espada na bolsa dela, enrolada em uma camisa. Esperava que Kendra não se importasse.  Passei as alças nas costas de forma que não bloqueasse os movimentos das asas. Por último, voltei a carregar Kendra em meu colo e levantei voo, batendo com mais força as asas douradas, que estavam estranhas por sua nova composição. 

Não precisei ir muito longe, para achar uma torre velha e quase como uma única construção em longos quilômetros. Teria que ser ali. Pousei na entrada aberta, provavelmente para visitação de turistas para a vista do mar, pois era alta e com três janelas voltadas para lá. Quase na beirada da encosta e escura demais, protegi Kendra, apertando meu casaco ao redor dela e entrei, subindo escadas em espiral até algum aposento, que pudesse colocá-la. 

O primeiro lance deu para um corredor estreito, no meio da torre construída com tijolos quadrados irregulares e cinza claro. O ar condensava ao meu redor e fiquei com medo de que se os machucados de Kendra não se fechavam, até onde ia sua fragilidade. Lembrei dela se cobrindo com seu sobretudo no carro e quis gritar com ela por se arriscar aqui comigo. Atravessei o corredor e achei um grande amplo cômodo sem janelas e uma porta caída. Havia uma lareira com toras meio queimadas e outras jogadas em um canto, como se alguém tivesse usado o ambiente e as deixado ali. Olhando para ver onde deixaria Kendra, avistei um tipo de tecido estendido pela parede como um estandarte antigo e rezei para que estivesse limpo o suficiente. 

Fechei minhas asas, coloquei as bolsas no chão e jogando meu casaco comprido, estendi o corpo dela em cima. Sem perder tempo, peguei as toras novas colocando-as na lareira e estalei os dedos, acendendo um fogo alto. O calor aqueceu o ambiente em questão de segundos e como era longe da entrada, o vento estranho e frio de lá de fora, não o alcançava. Caminhei até aquele estandarte e puxei-o sem esforço, desprendendo-o da parte da parede e ele saiu, caindo alguma poeira. Mas, não estando sujo. Levei-o até o corredor, batendo várias vezes. Voltei, sentindo o fogo iluminando e tornando o cômodo quente. Estendi como um colchão, dobrando-o algumas vezes, pois era bem comprido e ele até ficou macio perto da lareira. 

Peguei Kendra em meus braços e depositei-a sob o estandarte escuro. Sua pele pálida demais e sangrando. Sabendo do que ela precisava, peguei o elo que estava de volta acima de meu cabelo e cortei o pulso profundamente, colocando-o em seguida nos lábios dela. Podia ouvi-la respirando mais fundo e seus lábios crisparam para cima, expondo os dentes e ela mordeu, acordando e passando sua mão em meu pulso. A descarga de adrenalina ecoou por meu corpo e me sentei ao seu lado, tentando controlar o ímpeto de passar a mão em seu cabelo como um carícia. 

Trocar sangue era tão íntimo ou até mais, do que fazer sexo. Era como compartilhar seu próprio ser, um pedaço de sua alma, que escorria pelos lábios do parceiro, tocando sua pele e sentindo cada vibração do seu âmago. 

Kendra abriu os olhos e observei sua pele se fechando, onde aquelas bestas a havia ferido. Deixando apenas o rastro do sangue fresco, mas sem nenhuma abertura. Em um piscar de olhos, ela

estava corada, a pele brilhante e macia, quase como uma seda. Os lábios fechados em meu punho, mas poderiam estar perfeitamente em meu… 

Tirei meu braço dela e Kendra respirava sem fôlego, como eu, que tinha me deixado levar, sem perceber. 

Seus olhos focaram em mim e fiquei preso naquele rosto infantil, fofo e ao mesmo tempo que estava claramente desejoso. Ela piscou lentamente e se pôs de joelhos, expondo sua pele agora curada e sem marcas. A lingerie preta rendada, provavelmente de alguma marca francesa, me deu água na boca e segurei minha respiração. Eu não poderia estar tendo desejo por ela. Não, não podia. 

Mas, como sempre disse… Eu tomava o que acreditava que era meu e não pedia desculpas por isso. 

Kendra tocou meu rosto, puxando com força os retalhos do vestido e na luz da lareira, ela ficou apenas com aquela maldita coisinha sensual, marcando os seios cheios e abundantes, a curvatura entre suas pernas, tão clara que trinquei os dentes. A bunda grande com um fio que descia fino entre suas nádegas. 

Quem saía com aquela lingerie assim para uma viagem? 

Se meu demônio estivesse ali, teria sorrido arreganhando os dentes como um lobo. Provavelmente o da Chapeuzinho Vermelho. Não soltei a respiração. Os dedos dela acompanhando o desenho do meu maxilar, a pele tão fervendo pelo meu sangue que bombeava em suas veias, que senti algo se apertando entre minhas pernas. Não dava para esconder e ela seguiu meu olhar para baixo, mordendo os lábios. 

Eu poderia infartar naquele momento. Não me lembrava nem da última vez que toquei uma mulher antes de morrer. Tinha ficado com Handora e nunca mais tinha feito algo com outra. Nem mesmo beijos. Me neguei, tão cego por ela e querendo que ficasse comigo, que me deixei dominar por essa obsessão, cedendo aos seus caprichos. Sequer havia sentido falta disso. 

Até agora. 

Kendra colocou a mão pequena naquilo que estava me matando e gemi. Antes que pudesse falar qualquer coisa, ela colou seus lábios nos meus. 

Qualquer resistência que pudesse pensar em ter virou pó. 

Kendra era a irmã da mulher que eu amava, companheira de um amigo querido demais, mãe de um menino humano, que era mimado pela vontade enorme dela em ter uma família. Poderia dizer todos os motivos do porque isso era errado, mas de alguma forma isso me impediu? 

Não. 

Aprofundei minha boca na sua e com a língua toquei-a, querendo-a para mim. Kendra soltou um suspiro em meus lábios e puxei-a para meu colo, abrindo suas pernas sem qualquer delicadeza, seu corpo sobre o meu. Desatei a parte de sua lingerie em dois segundos e segurei-os com as mãos, puxando com ardor as pontas de seus seios. Ela afastou sua boca e soltou um gemido longo, delicioso e regado de prazer. Se eu tivesse uma alma, ela já teria saído do corpo. 

Olhei aquela mulher maravilhosa sem nada e ela era linda. Cada curva acentuada e perfeita.

Eu a devoraria viva. 

Kendra sorriu e seus lábios estavam tingidos de sangue. A visão daquele pequeno anjo tão devastador, me encheu de luxúria e ela passou a língua nos dentes, como se quisesse mais. Sua mão passou por meu pescoço, desenhando minhas veias sobressaltadas e apenas fechei os olhos quando ela me mordeu mais uma vez. 

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