CAPÍTULO VIII

Senti uma pressão no rosto, seguida de uma queimação. Acordei na hora. 

- Mas, que merda é essa? - gritei. 

Me sentei e estava sob uma samambaia alta. 

Meus olhos focaram em uma amazona loira e senti meu estômago ir lá no chão. Tudo que estava pensando, até o mais ínfimo pensamento desapareceu. Abri minha boca em um O gigante e faltou a baba escorrer ali. Mesmo depois de milênios de existência e conhecer milhões de mulheres, aquela diante de mim era a mais bela. 

De joelhos bem próxima, ela não era Handora. Parecida em alguns sentidos, mas ainda mais bela e angelical. Os cabelos rebeldes de um longo loiro tão claro como o trigo e suas sobrancelhas eram ainda mais claras. O rosto oval e bem fino, delicado como um cristal e uma pele pálida como a lua e os olhos letais, como algo que nunca vi. Azuis safira, vivos e profundos, mas as bordas carregavam um dourado iridescente como brilhantes de ouro. Talvez fossem dourados apenas quando ela estava irritada, como os meus eram pretos. Não tinha ideia de que criatura ela era, pois as asas tão brancas, imaculadas como uma pomba da paz, estavam fechadas. Ela não deveria ter mais do que 18 anos e de uma feição inocente, mas selvagem. 

- Desde quando Deuses tem acessos de pânico? - ela riu e fechei meu semblante. 

Ah, Diabos! Era isso aquelas dores? E eu que acreditei estar morrendo. Que vergonha. 

Irritado comigo mesmo, percebi que não havia mais correntes me envolvendo e me levantei sacudindo as roupas e o cabelo. Automaticamente minhas gavinhas voltaram e estalei os dedos, o elo aparecendo em cima de minha cabeça. Soltei minhas asas e agora sim me sentia liberto. 

O olhar da mulher estava sob meus braços cheios de tatuagem. 

- O que você é? - ela me perguntou. - E porque estava atrás de Agares?

Observei sua postura em guarda e ela deveria lutar muito bem. Me lembrei dos golpes enquanto ela girava. Uma criatura interessante e estranha. 

- Você costuma ter esse tipo de comportamento diante de Deuses? - projetei o peito para frente e minha camisa estava toda rasgada. Era visível as tatuagens por meus ombros e costela. 

Ela ergueu as sobrancelhas tão claras e girou as adagas, colocando-as em suas costas. Talvez em algum coldre escondido. Fechou as asas e ajeitou o cabelo longo e bagunçado para trás. 

- É o primeiro que vejo. Mas, não sou eu que estava amarrado, quase tendo um derrame com um ataque de pânico. Não achei que vocês fossem tão humanos. - sua voz era clara e forte, bem determinada para aquele rosto jovem e tão destemido. 

Respirei fundo. 

Deixei minhas gavinhas brincarem com as samambaias e pisquei meus olhos negros tão escuros quanto a noite. Meu elo reluziu como ouro sendo atiçado com fogo. Iluminou todas as árvores

ao nosso redor, acendendo cada sombra projetada pelas folhas. Até mesmo os corpos demoníacos jogados em sangue foram clareados e parecia sol ao meio dia. Senti o tremor na terra aos meus pés e ligeiras rachaduras surgiram como teias de areia. Minhas asas se abriram mortais e ferozes. Trinquei o maxilar e fixei meus olhos nela. 

A mulher assentiu.

- Deveria me sentir extasiada? Talvez amedrontada? Ou é assim que você atrai as mulheres Senhor da Morte? - ela riu. 

Abri os lábios em frustração e rolei os olhos. 

- Você é realmente irônica. - falei, minha voz em um tom grave e monstruoso. 

A cabeça dela se moveu, concordando. Os cabelos em sua face. 

- Sou um raro híbrido de anjo e um demônio. Não são todas as coisas que me surpreendem. - ela assumiu uma postura mais rígida e séria. - Agora, me responda porque estava atrás de Ágares? 

Sua voz implorava pelas informações e fiquei curioso por isso. 

- Sou mesmo o Senhor da Morte. O que acha que estava fazendo aqui? - murmurei. 

Me virei de costas, pegando minha mochila que estava jogada ao longe e ela investiu dois passos em minha direção. 

- Achei que… Olha, eu andei seguindo-os durante um tempo e precisava saber se essas criaturas tão sombrias pudessem ser responsáveis pela morte de minha mãe. Ela era um híbrido. A mais forte entre todas. Foi morta por uma emboscada tão cruel, que quando cresci vim atrás de quem fez isso. - ela jogou as palavras em minhas costas, os pelos de meus braços se arrepiando com o que ela estava dizendo. - Como Deus… Você pode me dizer se sabe de alguma coisa? Foi há vários anos… Mas, eu preciso saber. 

Fechei meus olhos. O aperto na garganta estava lá de volta. 

Me virei, levantando o rosto. Meus olhos ao castanho quando a encararam. 

- Como você se chama? - indaguei, baixo. 

O rosto tão lindo dela estava sofrendo, perdendo a bravata corajosa. 

- Halldren. O nome de minha mãe era Handora. - ela respondeu tão suave. 

Minha expressão claramente foi de horror para histeria e minhas asas se estenderam mais quando dei dois passos para trás, quase caindo e em uma lufada, levantei voo o mais rápido que conseguia sair dali. 

                                           ***

Mal respirei durante horas. 

Voei para Londres e precisava cuidar daquilo. 

Minha mente invocava várias cenas de Handora brincando com aquela menina sorridente e esfomeada. Que adorava sangue em mamadeiras rosas. Me lembrei de como ela havia ficado quando Lucian a sequestrou, querendo garantir que nós iríamos lutar ao seu lado contra os outros anjos. O choro dela com Melahel e depois todo aquele plano para conseguirmos alguma informação. Tentei inutilmente, silenciar aquela parte que ainda a amava com toda a alma aquela mulher incrível e cruel que ela fora.   

E mais, como Halldren era linda. Mais do que Handora e de uma coragem surpreendente. 

Handora teria um orgulho de morrer daquela garota. Mas, ela continuaria atrás dos assassinos da mãe se eu não interviesse. Halldren não descansaria e se ela tivesse um pingo da personalidade de minha ex amante, com certeza ela destruiria o mundo atrás desses malditos.  

Rodei pelas redondezas entre ali e aqui procurando dados que me pudessem levar até aquele paspalho do Melahel. 

Pelas fazendas em montes verdes, afastados e inóspitos, cruzei várias informações e quase 24 horas depois, encontrei uma que levava a uma riqueza em cabeças de gado e com uma enorme propriedade que se entendia pela encosta e era majestosa. 

Sério? Melahel tinha largado o Céu para cuidar de vacas? 

Pousei em uma cortina de arbustos na residência principal e deixei minha mochila ali. Apenas fiquei sem camisa e não me importei em vestir outra coisa. Não precisava. Deixei minhas asas abertas e caminhei descalço pelo gramado rasteiro. Parei rente a um grande janelão e espiei lá dentro. Escutei passos pesados e minhas gavinhas se enrolaram em meu pescoço, perto de meus ouvidos. 

Melahel apareceu no que parecia uma saleta e ele usava jeans velhos, uma camisa puída e arregalei os olhos para aquele homem que era impecável anos antes, quando adorava se colocar como o Príncipe dos Céus. Ele não havia envelhecido na aparência. Continuava bonito como sempre, mas seus olhos azuis traziam cansaço como se ele realmente tivesse vivido eras durante os anos que fiquei morto e tivesse visto coisas demais. Passou pela minha cabeça que talvez fosse isso, afinal ele tinha visto Handora morrer. E mesmo sendo um idiota, não dava para negar que ele a havia amado tanto quanto eu. E ela nos amava. 

Ele jogou uma flanela em uma mesinha de canto, sua expressão se contorcendo em raiva. 

- Ninguém conseguiu achá-la. Ela é pior do que Handora. Faz as coisas como se tivesse idade demais para decidir o que é melhor para ela. - ele gritava furioso. 

Uma mulher baixa de cabelos escuros surgiu no batente do hall de entrada. 

- Não pode controlá-la. Você sabe quem é a mãe dela. E podemos esperar coisas parecidas. - Era Alba. Aquele anjo que foi melhor amiga de Handora… Mal pode esperar para furar os olhos da amiga, não? - Nós temos que ter paciência. Ela já é adulta e Halldren é livre. 

Melahel balançou a cabeça. 

- Ela diz coisas sem sentido sobre eu não ter sido firme em ir atrás de quem havia feito aquilo com a mãe dela. Mas, faz oito anos, Alba. Porque vou deixar isso me custar mais coisas? Handora não foi fácil em sua vida. E me destruiu ao preferir se entregar ao perigo do que viver

comigo e com as crianças. Mesmo se realmente outras pessoas forem as responsáveis, isso não vai trazê-la de volta. 

Tive vontade de rosnar, mas me segurei. 

Alba estendeu os braços para ele e ambos se abraçaram como em um conto de fadas. Uma merda de história onde o idiota principal se negava a vingar a morte de uma heroína sombria e havia se casado com a megera falsa, manipuladora e nojenta. Tive pena de ter deixado Halldren, mas estava tomando o controle daquela situação por ela e porque antes de tudo isso, Handora merecia. 

Como eu adorava entradas épicas, me afastei vários metros e corri pelo prado, não me importando quando Alba ficou aterrorizada com a criatura que corria em direção ao janelão. Rugi como um animal e meu grito foi ecoado por quilômetros, agitando as vacas no pasto e os animais ao redor. Chutei a merda do vidro e tudo se desintegrou como milhões de pedacinhos transparentes e os dois me encararam estupefatos. Como o Deus imperioso, pousei deixando minhas gavinhas se espalharem pelo ambiente, rodopiando como cobras agitadas andando pelo teto, móveis e escurecendo a luz que entrava pela janela destruída. 

- Você é mesmo um covarde, Melahel. O que Handora diria se te visse agora? - murmurei, tão frio como gelo e tão monstruoso como o Inferno. 

Melahel fez menção de agir, mas levantei as mãos e as cobras ondulantes enrolaram-no mais rápido do que se ele tivesse piscado. Elas ataram os dois ainda abraçados e tive que rir. Porque era mesmo cômico. 

O anjo se agitou, mas as gavinhas só o apertaram mais. 

- Prazer, Deus Hadria. Enquanto sua dor o transformou em um misógino criador de esterco, aqui estou eu como um Senhor da Morte, mais forte que a entidade arcaica que me ressuscitou. - falei tão cruel, recitando o discurso de Ash. 

Sua expressão irada não me fez nem coçar. 

- Você é um maldito. Deveria ter continuado morto onde nós o enterramos. - ele cuspiu no ar. 

Balancei a cabeça. 

- Deveria me sentir lisonjeado? - murmurei, rindo. - Tenho certeza que Handora providenciou algo tão maravilhoso como fui naquela vida. 

Alba encarou de um para outro, sem dizer nada. 

- E você, vadia? - me aproximei alguns passos, o assoalho gritando em meus passos. - Como Handora se sentiria se sua amiga mais íntima tivesse se deitado com o marido dela? Você deixou o lado da cama dela esfriar? 

Alba fechou a cara. 

- Nós não devemos nada a você. - ela se balançou. Uma gavinha se enrolou em sua bochecha e se moveu, como um relâmpago como um tapa, depois se enrolou em seu pescoço, sufocando-a. Alba se engasgou. 

Dei de ombros. 

- Por Handora. - sorri. Me sentei em uma poltrona horrorosa de couro. - Agora, vamos aos assuntos mais importantes e as novas notícias. Melahel, você é um grande merda. - olhei para ele, que parecia não ter palavras para expressar toda sua raiva. - Estou dizendo isso como uma constatação. Você deixou que Handora fugisse de seus caprichos, o que deveria dizer porque provavelmente ela deveria estar cansada de você. Mas, mais do que isso, deixou que os verdadeiros criminosos escaparem em sua explosão de demonstração como macho alfa. 

Melahel se moveu para frente, mas as sombras o seguraram.

- Você não é ninguém para falar de mim. Você fez muito mal a Handora. - ele disparou como se isso fosse alguma coisa. 

Concordei, ligeiramente. 

- Sim. Fiz. Porque eu era um demônio. Mas, mesmo como um, a defendia de tudo que você foi relapso, prepotente e egoísta! - minha voz se elevou, mas não me levantei. - Mas, isso é o x da questão, não é? - adivinhei, juntando várias peças. - Você queria o tempo todo provar o quão maravilhoso era, mas deixou de ser tornar algo por Handora e sim por você. Tenho certeza que depois de minha morte foi ainda pior. Ela era apaixonada por mim. Poderia criar sentimentos por você. Mas, ela me amou desde o primeiro instante. Independente de quem eu fosse ou o que estava fazendo. Isso o matava, não é? 

Ele desviou os olhos e Alba o encarou perplexa. 

- Ela fez um funeral digno de reis para mim. Chorou durante muitos anos. Arrisco a dizer que não superou completamente. - continuei, sabendo onde estava tocando porque ele ainda não me olhava de volta. - Quando aconteceu as guerras ela se viu como um modo de fugir da vida estagnada aqui. Independente do quanto fingisse para você. Handora gostava do caos, do sangue e queria viver. Mas, você a segurou e arrisco a dizer, que a prendeu. Ela se viu tão furiosa que foi de encontro a emboscada marcada para matá-la e você foi atrás. Mas, não para ajudá-la e sim para arrastá-la de volta. No entanto, era tarde demais. Ela morreu pelo que mais queria, que era estar intensa em tudo que fazia. 

“Você explodiu matando os primeiros demônios que viu, mas não prestou atenção em quem estava por trás disso. Se sentiu culpado. Não se importou. Deve ter achado um fim ótimo para aquele problema que o casamento de vocês se tornou. Ela não foi mais a mesma depois que eu morri. Porque uma parte dela morreu comigo. Você deveria ver, Melahel, como ela me amou em seus olhos, em seu coração. - e soltei uma risada. - Mas, foi isso, não? Te feria ver o que nosso amor foi, sem nem precisar que durasse muito tempo. E também é por isso que você não quis ir atrás disso”. 

Ele fechou os olhos e quando os abriu, sua ira era profunda. Eu tinha tocado em uma ferida. 

- Você a deixou para morrer. - Alba pronunciou, horrorizada. 

Soltei minhas cobras ao redor deles e ele nem se mexeu, mas Alba se afastou. 

- O que preciso saber era como aqueles demônios se pareciam. Se disseram alguma coisa a respeito. Para fazer o que você não fez. - falei direto. 

Seu rosto ficou lívido. 

- Apenas disseram alguma coisa sobre a chefe terrível e maligna. Algo sobre olhos azuis. - ele disse e deu de ombros. 

Alba disparou para cima dele e soltou um tapa em seu rosto. 

- Seu desgraçado! Você a deixou para morrer! - ela pulou em seu peito, gesticulando e batendo nele. 

Me levantei e Melahel segurou Alba. 

- Eu tinha razão. Handora teria vergonha de você. - murmurei, simplesmente. 

Mas, então Melahel encarou algo em minhas costas, me virei e Halldren estava parada ao longo da janela estilhaçada. Sua expressão em choque denunciava o quanto ela tinha ouvido e ergui as sobrancelhas. Ela não tinha que ter escutado isso. 

- Halldren! - Melahel gritou e soltou Alba. 

Sacudi a cabeça e corri para fora, alçando voo atrás daquelas asas brancas como as nuvens. 

         ***

Bati minhas asas o mais depressa que conseguia. Halldren era rápida. 

Avistei um flash branco entre árvores de grandes cedros em um campo coberto de flores amarelas. 

Desci para a campina e Halldren estava deitada de lado sob as relva que batia em nossa cintura e parecia estar sob um ninho. Chorava baixinho e balancei a cabeça. Melahel era ainda mais merda do que achei ser possível. Caminhei o mais silencioso que pude e me sentei ao seu lado sem dizer nada. Puxei da minha mochila uma camisa e estendi para ela. Halldren chorava sangue como Handora e ela estava longe de ser aquela mulher devastadora que avistei quando acordei naquela trilha. 

Ali, ela era apenas uma menina tão jovem quanto poderia ser. 

Halldren levantou a cabeça cheia de sangue e soluçava baixinho, quando se sentou e limpou as bochechas. Mas, as lágrimas não paravam de cair e sem dizer nada, nem mesmo entendo o que estava fazendo, puxei-a para meu colo e seus braços me rodearam. 

Eu certamente não tinha uma alma. Mas, tinha um coração, não me lembrava dele na maior parte do tempo. Ainda mais agora sendo jogado de um lado para outro e estando nessa forma gloriosa, mas ele se apertou ao vê-la tão triste. Não me lembrou Handora, pois Handora havia sido de um jeito e conseguia distingui-las sem comparação. Pois, Halldren tinha sua própria personalidade, era óbvio. 

Ela tremeu quando os últimos soluços a sacudiram. Seus olhos azuis e dourados, me encararam e ficamos com o olhar fixo um no outro, presos em algo sem que as palavras conseguissem explicar. 

Ia dizer para ela, que seu pai era um idiota quando os lábios dela esmagaram os meus, sem qualquer aviso. Ainda de olhos abertos, ergui as sobrancelhas e tentei me afastar. Mas, ela passou os

braços por meu pescoço com força e apertou minha nuca. Me empurrando para sua boca. Ela entreabriu-a com sua língua tão atrevida e não entendi o que Halldren estava fazendo, mas…

Vamos combinar que eu não era a melhor pessoa em questões de se segurar ainda mais com alguém tão linda como Halldren. Mesmo levando em conta de quem ela era filha. 

Sua boca era macia sobre a minha e a língua tão gostosa que me deu vontade de morder. Senti meu corpo se excitando antes que eu pudesse ter qualquer controle e meu demônio sorriu tão devasso. Me vi envolvendo sua cintura com minhas mãos, espalmando-as em sua pele acima do vestido tão cheio de recortes. Ela suspirou e perdi qualquer equilíbrio depois disso. Sua cintura se moveu em cima da minha e ela se esfregou ao longo do que evidenciava como eu estava gostando, sem dizer. 

Halldren afundou as mãos em meu cabelo na nuca, que por estar tão curto me arrepiou inteiro e rugi, levando seu corpo para a relva com força e depositando-a em flores amarelas. Ela abraçou meus ombros, deslizando uma unha em minhas costas, ao longo de minha costa e nos beijamos com euforia, dois loucos sem explicação para aquela insanidade com uma menina que eu mal havia conhecido. 

Puxei com os dedos, sem precisar de muita pressão o tecido entre nossos peitos e o vestido dela cedeu em segundos. Rosnei de leve e me abaixei. Os olhos negros, sentindo meu demônio arranhar minha pele como ela de dentro para fora, tão cheio de lúxuria quanto eu. Coloquei minha boca sobre seus seios tão delicadamente, que olhei para cima, esperando sua reação, ela gemeu algo longo e delicioso, me fazendo ficar ainda mais duro e acariciei sua pele com a língua suavemente e depois aumentando os movimentos com destreza. Arranhei suas coxas e as fendas se abriram, deixando suas pernas expostas. Aquilo desviou minha atenção e fiquei curioso com o que teria embaixo do tecido. 

De joelhos, me curvei diante dela, o elo da morte ainda sobre minha cabeça e minhas sombras acariciando o corpo de Halldren como um amante apaixonado. Afastei a parte da frente do vestido e ela usava uma pequena calcinha branca, não visível por ser rendada. Olhei para ela e sorri, rosnando novamente e coloquei meu rosto entre suas coxas. 

Uma parte de meu inconsciente sabia o porque estava fazendo aquilo. 

Eu sentia raiva de Melahel. Uma ira profana que destruiria tudo. E estar com sua filha em meus braços era uma forma de me vingar de um jeito estranho e pouco me importava. E como o outro lado de uma moeda, entendia o porquê Halldren estava fazendo isso. Ela queria distração de seus sentimentos, problemas e fosse o que fosse, adorei ajudá-la. 

Beijei o ponto central de seu íntimo e ela gritou, as mãos na parte de cima de meu cabelo, puxando com força. Entrei com minha língua e deslizei sobre ela, fazendo movimentos que eu sabia de cor, tocando as partes mais prazerosas. Halldren gritou e suas pernas envolveram meus ombros. Apertei sua cintura e afundei minha boca, penetrando minha língua e ela gemeu tão maravilhosamente, que isso estava me propiciando um espetáculo à parte.

Ela moveu sua cintura de encontro aos meus lábios e continuei aumentando até que ela gritasse mais uma vez, chegando ao ápice, minha língua com seu gosto incrível. Meus olhos estavam nela. 

E então senti a vergonha do que estava fazendo.  

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