Estava com Halldren nos braços, respirando em seu cabelo quando ouvi passos na manhã seguinte. Eu já havia colocado a porta no lugar dela presa por uma cadeira e ouvi que Ash foi diretamente para meu quarto, bateu na porta e ficou aguardando no corredor. Levantei meu rosto e Halldren se sentou enrolada no lençol de seda.
Ver aquela mulher que tinha sido tocada por mim a noite toda, tão risonha e vermelha me deu um tipo diferente de fome, que poucas vezes havia sentido na vida. Sorri e toquei seu queixo. Os olhos dela piscaram dourados, seu sorriso aumentando mais. Não sabia explicar a paz, o conforto, mas ao mesmo tempo gratidão por Halldren estar ali. Nossos momentos juntos foram incríveis e ainda não poderia acreditar.
- O trabalho me chama. Você tem meu número e qualquer
Mais irritado que antes, me levantei da cama e ajeitei minhas vestes, procurando meu telefone. Disquei o número de Kendra e esperava que ela pudesse atender. Mas, o número chamou durante vários segundos e retornei a ligação mais uma vez.- Merda!Ajeitei meu cabelo e saí de meu quarto, indo para baixo, para a sala de reuniões e passei no corredor a tempo de ver Halldren conversando com Ash no quarto dela, as duas sorrindo e virando peças de armadura feminina. Trinquei meu queixo, lembrando de como ela havia me deixado como um idiota. A questão é que as coisas não funcionavam assim. Eu era o Senhor ali, não poderia deixar que ela passasse por cima de mim ou que tudo seria conquistado por sexo.Parei na porta do quarto de A
Lá dentro a escuridão era dominante, mas meu elo se tornou mais intenso, iluminando cada canto. Era um corredor pequeno, baixo e lapidado em pedras laranjas claras. Olhei por todos os lados e sem paciência pela dor que emanava de minha barriga assim como de meu maxilar. Por algum motivo os ferimentos não estavam se curando rapidamente, então para não perder tempo invoquei minhas gavinhas que obedientes ficaram em meu encalço, ordenei que varressem cada canto procurando por Alloces.Após quase um quilômetro, o sangue estava escorrendo de novo e minhas pernas pareciam quase dormentes. Me segurei na parede e respirei fundo. Precisava me alimentar e isso ajudaria a parar o sangramento. Vi que não conseguiria ir mais adiante, me sentei sobre umas pedras caídas e mantive minha respiração profunda para não desmai
Seis meses.Durante os meses que seguiram me tornei o mais frio e calculista líder do Inferno. Correndo com soldados na calada da noite, caçando um por um dos demônios de Alloces e toda a trupe que havia estado separada dela naquele dia. Conquistei novos aliados como dois príncipes do Inferno, matei cada um que achei necessário e deixei que a carnificina me distraísse do que de fato estava fugindo.A mim mesmo.A questão era que depois de finalmente me vingar de Alloces, pude enxergar por trás da máscara da raiva. E atrás dela, havia dor. Havia muita dor, que eu não sabia lidar. E porque oras um Deus com um império todo para tomar lidaria com isso?Simplesmente porque me
Antes de sairmos de casa, estudamos um mapa com os pontos de referência para ter alguma ideia de onde começar. Os soldados estavam sem armadura, vestidos casualmente e todos eram mais antigos, da primeira guarnição de Lúcifer, sendo alados e ficariam nos quarteirões pelo perímetro. Seria menos de uma hora voando e Ash tinha um sorrisinho malicioso ao pular da sacada do quarto para voar, suas asas douradas, brilhando com a luz da lua cheia.Olhei enquanto ela alçava piruetas e espirais pelo Céu, antes de ir atrás. Meu demônio interior sorrindo ao ver aquela mulher estonteante. Que havia sido minha casa, meu conforto e me colocado lá em cima todas as vezes que caí. Era amor, mas um tipo diferente de sentimento, mas tão profundo quanto. Seria fácil ignorar todas as mulheres, não seguir suas opin
- O que você pensa quando vê isso? - Ash balançou os pés, fazendo pedrinhas caírem pelo desfiladeiro.Tínhamos voado até uma das montanhas mais altas, nos montes Tantras longe de Cracóvia, para poder colocar os pensamentos no lugar. Bem, eu tinha voado. Briguei com Ash quando ela estendeu suas asas e a convenci a não fazer nenhum tipo de esforço pelo fim de semana. Sua recuperação da noite para o dia havia sido muito boa, mesmo que os ferimentos ainda estivessem muito visíveis e aparentes, levaria mais algum tempo para cicatrizarem. Toda vez que os olhava, a culpa recaía em minha mente como um lembrete doloroso e merecido.Também não iríamos mais para nenhum tipo de orgia, me recusava a deixar Ash se esforçar para isso. Queria
O sol tocou a borda da banheira e a água se tornou translúcida. Olhei para Ash e ela sorriu como o anjo que era.Os cabelos presos em um coque frouxo, os cachinhos caíam sobre seu rosto e abri um sorriso preguiçoso, passando a ponta de meus dedos pelos tornozelos que estavam postos sobre a borda da banheira ao meu lado. Ela mordeu o lábio e automaticamente abriu as pernas, dando-me uma vista privilegiada de sua região íntima.- Me mostra. Como chega ao limite do prazer. - pedi baixo.Os ferimentos em seu corpo estavam marcados com cascas e Ash deslizou uma mão suavemente por suas curvas, acompanhando seus traços curvilíneos e encantadores. Ela apertou um seio e tocou o centro de suas coxas. Semicerrei os olhos, sentindo um arrepi
Atravessei para o outro lado e meus passos ressoavam ocos em um chão escuro, terroso e ecoou durante alguns segundos.O portal se fechou em dois segundos e o bebê em meus braços começou a chorar. Balancei-o carinhosamente e um aperto se formou em peito. Não sabia explicar a desolação que subiu por minha mente, como uma terrível dor. Senti uma leve mão arranhar minha garganta e respirei fundo, apertando Donn que estava inquieto em meus braços.Levantei o rosto e estava em uma caverna subterrânea profunda e escura. Só não era mais escura pela luz intensa de meu elo. Lembrava vagamente daquele esconderijo e eu deveria estar um ou dois quilômetros além da entrada escondida por magia. Intensifiquei a luz, tornando as paredes irregulares de pedra cinza ch
Pisquei, despertando lentamente do transe hipnótico da canção que cessou. Estarrecido, maravilhado e entregue, me coloquei de joelhos diante do ser mais lindo que já havia visto. Meu coração batia descompassado, algo se moveu por dentro o fio da vida, unindo-nos tão vivo como uma chama pulsante.Ela havia se tornado o mesmo ser que eu, tão escura, cruel e divina. E deveria ser batizada como tal. Mesmo machucado, sem fôlego e trêmulo, continuei de joelhos e virei o rosto para trás, olhando para meus aliados, soldados e companheiros. Meus olhos se tornaram negros como a noite e ao sentir a ameaça vinda, se colocaram sob os jeolhos, a unanimidade total para aquela deusa onipresente.- Se entreguem a Kéres. - anunciei com a voz grave e profunda.