Capítulo 05 — Dor de Amor!

Ponto de Vista de Raphael Stone.

O ardor nos meus pulmões e a pressão crescente em meu peito se confundiam com a paixão que fervilhava em minhas veias. Quase sem perceber, encontrei-me embriagado pelo sabor dos lábios de Ravena, aqueles que eu ansiava, que em sonhos perseguiam minha sanidade.

O calor entre nós era palpável, uma faísca que ameaçava se tornar um incêndio incontrolável.

A maciez de sua pele contra a minha era uma provocação, cada toque, cada carícia, levava-me a uma vertigem de sensações. As batidas do meu coração pareciam mais audíveis, cada uma ressoando como um tambor apaixonado, preenchendo o silêncio da noite.

Eu podia sentir sua respiração pesada misturando-se à minha, e um desejo voraz crescia em mim, algo tão primal que me fazia querer fundir minha alma à dela. A chama que nos envolvia ameaçava consumir-me, e se eu não fosse cuidadoso, nossos corpos se perderiam em um abraço de paixão, revelando todos os segredos que os corações guardam.

Nesse momento, todo o universo pareceu girar em torno de nós, como se Ravena e eu fôssemos os únicos seres a existir, e a única realidade que eu desejava era tê-la por inteiro, saciando a fome voraz que crescia a cada segundo. Nada mais importava além daquele instante, daquela troca, daquele desejo avassalador que nos dominava.

Os sentimentos que turbilhonavam dentro de mim eram tão fortes, quase esmagadores. Era como se um vulcão estivesse prestes a explodir em meu peito. Rígil, meu lobo interior, rugia com uma paixão avassaladora.

A voz dele, poderosa e dominante, ressoava em minha mente.

— Companheira! — ele clamava, uma e outra vez, e eu podia sentir a necessidade pulsando em cada fibra do meu ser.

O desejo de tomar Ravena em meus braços e nunca mais soltá-la era quase insuportável.

— Tome-a Raphael! Ela é nossa. Ela voltou para os nossos braços — Rígil insistia. Por um momento, quase me perdi nesse ímpeto selvagem, quase me entreguei completamente a essa força primordial que me empurrava em direção a ela.

Mas algo mudou. Um ligeiro tremor que correu pelo corpo dela, como uma brisa sutil que antecede uma tempestade. Ergui minha cabeça, forçando-me a sair daquele torpor intoxicante. Meus olhos encontraram os dela e o que vi me golpeou como uma adaga no coração.

Medo...

Os olhos de Ravena, sempre tão destemidos, refletiam uma sombra de temor.

Ela estava com medo de mim. De nós. A realidade me atingiu com a força de um soco. Independentemente de como eu me sentia, de como Rígil se sentia, eu não podia deixar que meu desejo intenso e selvagem colocasse em risco a mulher que, no fundo do meu coração, eu amava.

Respirei fundo, lutando para acalmar o lobo interior e me reconectar com minha humanidade. Precisava mostrar a Ravena que, apesar da paixão arrebatadora que sentia, ela sempre estaria segura ao meu lado.

Com uma dificuldade que parecia arrancar pedaços de minha própria alma, eu forcei a presença dela a se afastar do meu corpo.

A vontade de Rígil, implacável e ardente, travou uma batalha épica contra a minha determinação.

— Ela é nossa, não a deixe ir. Devolva-a a mim! — as palavras ressoaram em minha mente como um trovão, ecoando até mesmo nas entranhas da minha essência.

A força de Rígil era tão avassaladora que senti cada fibra do meu ser estremecer. Meus olhos, outrora tão serenos, agora ardiam com um fogo primal, denotando que a consciência dele estava ali, meus caninos se alongavam, nítidos e ameaçadores.

Contudo, ainda que as forças do universo parecessem conspirar contra mim, consegui me afastar abruptamente de Ravena. Caí de joelhos aos pés dela, minha respiração ofegante parecendo a própria canção da minha agonia.

Percebi o espanto que percorreu os traços delicados do seu rosto, e sua intenção de se aproximar foi como um golpe atordoante.

Um gemido de dor escapou por entre meus lábios, uma melodia de tormento que harmonizava com a luta interna que inflamava em meu peito. — Não, Ravena...permaneça longe — consegui pronunciar, cada sílaba um tributo à luta feroz que travava para conter meu lobo interior. — ...não é seguro... tão perto de você. — As lágrimas, líquidas rubis, deslizavam dos meus olhos, testemunhas silenciosas da batalha que se desenrolava em meu íntimo.

As palavras brotaram de mim, carregadas de uma emoção que não encontrava equivalente em nenhuma língua humana.

— Não quero... que tenha medo, Ravena... — minha voz soava rouca, embargada pelo esforço sobre-humano que fazia para manter a fera contida. — A saudade... nos enlouquece, nos consome como chamas vorazes. — Meu corpo tremia, oscilando entre a minha humanidade e a besta que clamava por liberdade.

Ela, observava-me com olhos cheios de ansiedade. Ela sentia a minha dor, captava a angústia do meu dilema.

— Por favor, vá... — continuei implorando, enquanto a tormenta interna rugia como um trovão enjaulado. — Não quero...não queremos... que nos temas, não queremos... que a escuridão que passamos nestes 20 anos, te afaste... — Cada palavra era uma oferta de sacrifício, um gesto de amor que tentava manter aquela única luz brilhando em meio às sombras.

Minhas mãos se apertavam contra o solo, os nós dos meus dedos empalidecendo pelo esforço. Em meio ao caos que rugia dentro de mim, uma verdade emergiu, clara como cristal.

— Te amamos, Ravena... és a razão pela qual persistimos, pela qual lutamos. — As lágrimas de sangue continuavam a fluir, gotas de paixão e tormento que selavam a minha confissão.

E ali, ajoelhado aos pés da mulher que desafiava as trevas da minha alma, eu lutava.

Lutava contra a minha própria natureza, contra as forças da saudade, e medo de perde-la que ameaçavam nos consumir.

Com cada fibra do meu ser, desejava que ela entendesse, desejava que ela sentisse a verdade da minha sinceridade. Minha alma estava nua, exposta, e apenas o tempo diria se minha luta seria suficiente para conter o lobo que rugia em meu interior.

— Companheira...companheira... — Rígil também sofria, pela distância, pela dor de estar tão perto e não poder tocar, ele lutava para que o vazio da sua ausência acabasse.

No momento em que nossos olhares se encontraram, um silêncio avassalador preenchendo o espaço.

Eu olhei para Ravena, e algo no brilho dos seus olhos me disse que ela compreendia cada pedaço fragmentado do meu ser, cada quebra do meu coração. Era como se ela pudesse sentir na pele a aspereza da minha dor.

E embora tentasse ser forte por mim, dos seus olhos belos e profundos, lágrimas prateadas escorriam, espelhando o tempestuoso oceano de emoções que ambos compartilhávamos.

Sem dizer uma palavra, sem sequer lançar um olhar para os livros que jaziam espalhados pelo chão – testemunhas mudas da minha desesperança – Ravena, com um movimento suave e etéreo, virou-se e saiu do quarto.

Cada passo que ela dava era um eco das minhas próprias feridas, como se estivesse levando consigo um pedaço da tormenta que me consumia.

Mas o que ela não viu, porem com certeza ouviu, pois todo castelo Ravem testemunhou, foram os uivos lancinantes do lobo que habitava o meu interior. Um lamento profundo, um grito primal que transbordava a angústia e o vazio que me dominavam.

O lobo que dentro de mim se debatia, clamando por liberdade, por compreensão, por alívio da dor incessante que parecia me rasgar por dentro.

E mesmo que Ravena estivesse longe, eu tinha certeza de que, de alguma forma, ela ainda podia ouvir esses uivos, pois sabia que as almas que se reconhecem, que compartilham de um vínculo tão profundo, nunca estão verdadeiramente separadas. E naquele momento, senti-me grato por ela estar ali, mesmo que de forma efêmera, pois sua presença me lembrava de que, apesar de todo o sofrimento, eu não estava sozinho.

Ponto de Vista de Ravena Ravem.

Quando a porta do laboratório de Emil fechou atrás de mim, senti como se um peso tivesse sido retirado dos meus ombros. Mesmo assim, as palavras dele continuavam ressoando nos meus ouvidos, como um zumbido que não quer calar.

Raphael... por que Emil estava tão obcecado em criticá-lo? Em cada conversa, em cada experimento, de algum jeito, Emil encontrava uma maneira de alfinetar e menosprezar Raphael.

Era como se houvesse uma animosidade oculta que eu não conseguia entender. E aquilo me corroía por dentro.

Seria por minha causa? Mas, Emil me afirmou que após o termino, não ficou animosidade entre nós...ai droga, por que eu não lembrava!

Meu peito estava apertado, e cada passo que eu dava longe do laboratório me trazia uma mistura de alívio e confusão. Por que eu estava me sentindo assim? Será que era lealdade ao Raphael, ou o desconforto de testemunhar aquela constante tentativa de diminuição de alguém que sempre foi nada além de gentil comigo?

Após um instante de reflexão, decidi caminhar em direção à biblioteca. Ah, como esse lugar sempre teve o poder de me acalmar, de me envolver em um casulo de tranquilidade! A simples ideia de estar lá novamente fez meu coração acelerar de expectativa.

Cada passo que eu dava em direção àquelas portas antigas era um passo em direção à serenidade que eu tanto buscava. Sabia que ali encontraria refúgio, que entre as estantes repletas de histórias, eu poderia encontrar um pouco de paz para minha alma inquieta.

Eu não só pretendia escolher um livro para mim, mas também para minha mãe. Ultimamente, ela vinha parecendo mais frágil, como se o peso do mundo estivesse se acumulando sobre seus ombros. Talvez a rotina desgastante ou os obstáculos inesperados tivessem roubado parte de sua força. E foi nesse momento que uma ideia brilhante surgiu em minha mente: presentear-lhe com histórias, com mundos que a fizessem escapar da realidade, ao menos por um tempo.

Ao entrar na biblioteca, senti um arrepio prazeroso de reconhecimento, percorrer minha espinha.

O aroma característico de páginas antigas e sonhos imortalizados encheu minhas narinas, como um abraço caloroso que me acolhia. As estantes, altas e majestosas, pareciam conter todo o conhecimento e todas as aventuras do mundo. Era um lembrete de que, mesmo quando o presente se tornava esmagador, as páginas de um livro poderiam me transportar para longe, para lugares distantes e histórias emocionantes.

O pulso acelerou e senti meu coração martelar no peito com intensidade feroz.

Aquelas prateleiras intermináveis, carregadas de histórias e segredos, eram o meu refúgio, e encontrar as crônicas dos Ravem, havia sido uma conquista pessoal, para mim. Eu o levaria para a minha mãe. O toque suave do papel velho sob meus dedos me dava uma sensação de pertencimento. As histórias daqueles tempos antigos eram o portal para um mundo que ansiava conhecer.

Entretanto, os livros paradisíacos carregavam uma doçura especial. Será que ela gostaria mais desse tipo de livro? Imaginava-a, na varanda de casa, folheando aquelas páginas e sonhando com praias de águas cristalinas e florestas densas, esquecendo por um momento os seus problemas diários.

E então, o mundo mágico dos livros foi abruptamente interrompido pela realidade, tinha que ir ao encontro da minha mãe.

 Meus passos ecoavam naquele corredor solene, a atmosfera pesada e o silêncio quase ensurdecedor, quando a voz de Emil irrompeu. Era uma voz que não esperava ouvir ali. Ele não estava no laboratório?

A adrenalina disparou, e meus sentidos se aguçaram. Cada músculo do meu corpo estava tenso. Sem pensar, entrei apressadamente na primeira porta, encostando-a suavemente atrás de mim. O aroma fresco e limpo da suíte de hóspedes encheu meus pulmões, mas meu foco estava todo na porta de madeira que separava Emil e eu.

Sua voz, antes distante e confusa, estava agora mais clara e próxima. Aproximei-me da porta, pressionando o ouvido contra ela, tentando discernir cada palavra, cada nuance daquela conversa que poderia decidir o rumo da minha noite.

O ar parecia mais denso, como se houvesse uma mudança brusca na atmosfera do quarto.

Era uma sensação estranha, uma mescla de medo e expectativa. O som de minha própria respiração preenchia meus ouvidos e meu coração parecia pulsar em minha garganta. Havia algo ali, ou melhor, alguém. Eu sentia. Cada centímetro do meu corpo estava alerta, esperando o inevitável.

Então, uma voz profunda e envolvente cortou o silêncio, provocando um arrepio que percorreu toda a minha espinha.

— Bem, se você queria me surpreender com uma visita ao meu quarto... conseguiu — A familiaridade daquelas palavras brincou com minha mente por um momento, antes de eu ousar virar-me.

Quando meus olhos encontraram a figura à minha frente, senti como se o chão fosse arrancado sob meus pés.

Raphael Stone, ali, diante de mim, com a pele ainda úmida e cabelos gotejando. Seus olhos penetrantes, quase hipnóticos, fixaram-se nos meus, transmitindo uma mistura de surpresa, diversão e algo mais intenso que eu não conseguia nomear.

Meus olhos estavam fixos nele...

A luz do quarto delineava o contorno do seu corpo de uma maneira quase mágica, acentuando cada músculo, cada curva e cada linha. Era impossível não notar a perfeição de seus contornos, a força dos seus braços, o vigor do seu abdômen e as linhas perfeitas das suas pernas. Como eu não tinha esquecido, tanta beleza?

Minha respiração se tornou mais pesada, enquanto me perguntava. — Deusa, que corpo era aquele? Parecia esculpido pelos deuses, uma obra-prima da perfeição humana. — Senti uma onda de calor subindo pelo meu corpo, uma mistura de admiração e desejo.

Por um momento, parecia que o tempo havia congelado.

O tempo pareceu parar. Cada segundo se estendia e se desdobrava em uma eternidade. Aquele encontro não foi planejado, não foi esperado.

E quando dei por mim, ele estava lá, como uma sombra que se materializa ao meu lado. Uma presença tão inesperada quanto inevitável.

Seus olhos fixos nos meus revelavam um misto de mistério e provocação. Eu podia sentir o seu perfume invadindo minhas narinas, deixando-me tonta e ligeiramente embriagada.

E antes que eu pudesse compreender a magnitude daquele momento, ele se inclinou, sua face se aproximando da minha. O mundo ao redor desapareceu, e só restou a sensação da sua respiração quente roçando na minha pele, arrepiando cada centímetro do meu ser.

E então, com uma voz suave e profunda, ele sussurrou.

 — Que bom que gosta do que vê... porque tudo isso, é seu! — Eu estava completamente indefesa, entregue àquela declaração. O ar faltou em meus pulmões e a expectativa me envolveu em um abraço apertado.

Sem aviso, sem hesitação, seus lábios encontraram os meus. E naquele beijo, eu mergulhei em um universo de sensações. Era como se todo o desejo contido em nossas almas fosse liberado de uma vez só.

A saudade de momentos que não vivemos, a fome daquilo que ainda queria descobrir, e, acima de tudo, uma sensação intensa de pertencimento.

O mundo girava, mas eu estava ancorada naquele momento, naquele beijo. E por alguns segundos mágicos, nada mais importou. Eu e ele, nós, perdidos e encontrados em um simples e profundo gesto de amor.

Mas do nada, uma força avassaladora tomou conta do meu peito. Sentia algo revolvendo-se, retorcendo-se, uma sensação quase indescritível que parecia querer romper a barreira da minha pele. Aqueles braços, que antes representavam conforto e segurança, agora se apertavam com força ao meu redor, como cordas implacáveis, restringindo minha respiração. Uma onda de desespero emergiu das profundezas do meu ser, trazendo consigo uma explosão de medo...de aprisionamento...de cárcere.

Podia ouvir o meu coração pulsando freneticamente, ecoando um alarme surdo em meus ouvidos. As palmas das minhas mãos tornaram-se úmidas e escorregadias, e meus olhos, arregalados, buscavam uma saída, qualquer fuga possível. Cada célula do meu corpo parecia estar em chamas, tremendo em um ritmo frenético, como se quisessem se libertar de uma prisão invisível.

Eu senti cada centímetro da minha pele arrepiar quando ele se afastou, caindo ajoelhado diante de mim. Quando levantou seu olhar para encontrar o meu, o mundo pareceu parar. Havia uma tempestade em seus olhos, um oceano de emoções que não conseguia decifrar.

Ele não precisou dizer nada, seu olhar disse tudo. Uma mistura de preocupação, raiva e algo mais, algo que eu não conseguia identificar.

— Ele sabia! Ele viu o meu medo...— Aquele pensamento atravessou minha mente como um raio. Como? Em que momento? O que eu tinha feito para que ele descobrisse?

Senti o suor frio na minha testa, o pânico ameaçando tomar conta. Queria gritar, queria correr, queria desaparecer. Mas tudo o que consegui fazer foi encarar aqueles olhos intensos.

Um gemido lancinante de dor rompeu a barreira dos seus lábios, um som carregado de tormento e agonia que se entrelaçava com a batalha furiosa que rugia dentro dos seus olhos.

— Não, Ravena...permaneça longe — as palavras emergiram com esforço, cada sílaba era como uma prece aflita. — ...não é seguro... estar tão próximo de você. — Lágrimas, rubis líquidos, traçavam caminhos dolorosos pela sua face, testemunhando silenciosamente a guerra que se desdobrava na profundidade da sua alma.

— Te amamos, Ravena... és a razão pela qual persistimos, pela qual lutamos.

A dor em seus olhos era viva, intensa, ele travava uma luta interna diante de mim...seu lobo queria sair...eu podia ver, seus olhos mudando, suas garras crescendo.

— Por favor, vá... — ele continuou implorando, enquanto a tormenta que ele vivia era evidente. — Não quero...não queremos... que nos temas, não queremos... que a escuridão que passamos nestes 20 anos, te afaste...

         A dor nos seus olhos me fizeram retroceder. Cada lágrima que derrapava, cada soluço que interrompia seu fôlego, tudo parecia gritar em um silêncio ensurdecedor, uma súplica desesperada por entendimento, por compaixão, por amor.

Era uma cena que me cortava por dentro, que arranhava a minha alma e me fazia questionar o que eu tinha feito para merecer um amor tão profundo, tão real.

Em cada olhar dele, via uma batalha silenciosa, um desejo ardente de me proteger de todos os males do mundo, mesmo que isso significasse se colocar na linha de fogo. Ele lutava, não com armas ou punhos, mas com palavras, gestos, e acima de tudo, com um coração que não conhecia limites para o quanto poderia amar.

E, em meio à tempestade da sua agonia, ele me mostrava, de novo e de novo, que o que sentia por mim não era efêmero, não era passageiro. Era eterno.

Mas, naquele momento, olhando em seus olhos, vendo a dor misturada com a determinação, eu entendi. Eu finalmente entendi. Eles realmente me amavam. E esse amor, intenso e avassalador, era o tipo de amor que só acontece uma vez na vida.

E eu era a sortuda que o tinha? Era isso?

Com passos pesados e hesitantes, virei-me e saí do quarto, buscando algum tipo de escape ou alívio.

A porta fechou atrás de mim com um suspiro silencioso, como se o próprio universo compreendesse minha fraqueza. O corredor parecia interminável. No entanto, por mais que tentasse me distanciar, o som dos lamentos de Raphael continuava, como um eco sombrio que me perseguia.

— Perdão, Raphael... Perdão por ter esquecido. — As palavras reverberavam na minha mente, repetindo-se como um mantra.

Meus passos tornaram-se mais rápidos, quase em fuga, mas era inútil. Por mais longe que eu fosse, não conseguiria fugir da minha própria consciência.

Aqueles uivos eram um lembrete constante de que eu havia quebrado uma promessa, e agora carregava o peso de um erro que jamais poderia ser reparado...

Eu tinha esquecido aquele amor.

Dentro de mim, fiz um juramento, eu tinha que resgatar TUDO o que tinha sido tirado da minha vida.

E eu iria...se não, me negaria de ser chamada RAVENA RAVEM!

Oi, pessoal!

Agradeço por acompanharem este capítulo!

Se gostaram da jornada até aqui, ainda temos muitas surpresas emocionantes pela frente.

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Sua presença e apoio são essenciais!

Curta, compartilhe e embarque comigo neste incrível romance.

Até o próximo capítulo!

S.S. Chaves

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