— Mamãe! — Allegra exclama, ao entrar na antiga casa de Evangeline. — Que casinha bonita. Evangeline ri da escolha de palavra da sua filha. — Casinha? — É... o apartamento do vovô é muito maior. O nosso também. O apartamento em que ambas viviam, era o que Evangeline havia ganho de presente quando fez vinte e dois anos. Logo que se mudou, ela notou que o singelo presente que seu pai havia dado, não tinha nada de singelo. Além de ficar no centro de Londres, de frente para um dos pontos históricos mais famosos da cidade, três famílias seriam capazes de morar ali sem nenhum sufoco. — É verdade. Vem. Evangeline apresenta toda a casa para Allegra. A garota se ocupa em tirar os panos brancos que cobria os móveis, enquanto sua mãe levava as malas para o quarto. Tudo permanecia do mesmo jeito que ela tinha deixado. E aquilo a causava uma nostalgia extrema. Ao olhar para a cama, a imagem de Alec seminu, preencheu o ambiente. — Mamãe? — Evie balançou a cabeça e afastou tudo aquilo que
Allegra era excepcional. Em todos os âmbitos. Na natação, na música, na escrita, nos debates escolares... tudo. Ela é o tipo de criança que se esforça para ser brilhante e não aceita menos do que isso. Uma nota nove, nunca será boa o suficiente, pois dez é perfeito. E isso não era por pressão de sua mãe, ou porque seu avô era um advogado incrível. Enquanto Evangeline achava que ela devia largar um pouco os livros e brincar mais, a garota pensava o oposto. No dia em que precisou de algumas caixas de papelão, para fazer uma maquete, Evie disse que no sótão havia algumas e ela poderia ir até lá escolher. A garota estava quase acabando, quando encontrou uma pequena caixa de sapato, repleta de lembranças. Ela abandonou todas as outras e se sentou, olhando todas aquelas coisas. Tinha um celular antigo, uma pulseira de ópera, uma caixinha com brincos e cordão de diamantes e muitas fotos. Evangeline sozinha. Evangeline com Felippa. E Evangeline com um homem, cujo os olhos azuis brilhavam t
Refazendo o caminho que imaginou nunca mais fazer, Evangeline sentia que seu coração iria sair pela boca a qualquer momento. Por ela não fazer ideia de que Allegra sabia sobre Alec e por provavelmente rever ele. Assim que chegou ao portão da mansão, ela não hesitou em entrar. Howard estava terminando de lavar o carro, quando a viu passar pelas grandes barras de ferro. — É uma miragem? — ele brinca, logo que ela se aproxima. — Evangeline? — Oi, Howard. Quanto tempo. — Eu só não vou te abraçar, porque... A frase do motorista se perdeu, quando a ruiva se aproximou dele e o abraçou. Anos se passaram, mas ela ainda enxergava ele como uma fortaleza. — Achei que nunca mais fosse ver você. — Howard diz, apertando seus braços em volta dela. — Ainda mais aqui. — É... eu também não esperava voltar aqui, mas a minha filha... — Filha? — Longa história. — Evie suspira, se afastando de Howard. — Ele está aí? Howard balançou a cabeça em afirmativa e fez um sinal para que ela o aco
Allegra estava sentada no sofá, esperando que sua mãe se recuperasse do que tinha acontecido na mansão dos Castello. Quando Evangeline se sente confortável, ela deixa a cozinha e vai até a sua filha. Antes de se sentar, faz apenas uma pergunta: — Como soube? — Começou quando aprendi sobre genética na escola. Não tem como os seus olhos verdes, com os olhos castanhos do papai, deixarem os meus azuis. Evie sorri de lado. Embora esteja apavorada por Allegra ter descoberto aquilo e ido atrás da verdade sozinha, ela se alegrava com a esperteza da garota. — Então eu achei uma caixa com algumas lembranças e vi a foto dele. Do Alec. Os olhos azuis... lembrei que a senhora tinha ficado muito emotiva ao ver aquele mesmo homem, em uma notícia na TV. Evangeline relembra aquela sensação. Ao ouvir o nome de Alec, relacionado a uma troca de tiros em uma boate de prostituição, ela ficou apavorada. Era a primeira vez que ela ouvia o nome dele, depois de tantos anos e ainda tinha a probabilida
Saber que Evangeline estava na cidade e que eles tinham uma filha juntos, era torturante para Alec. Principalmente porque Audrey não deixava que ele se aproximasse delas. Não antes do aniversário de Antony. E aquilo o deixava minimamente aterrorizado. Alec sentia falta de Evangeline e de tê-la consigo, mas não era porque tinham passado dez anos, que os perigos haviam sumido. Depois que Blake morreu e Alec tomou a frente de todos os negócios, ele ficou visado pelo seu jeito de agir sem cautela. No dia em que a boate sofreu a batida policial, Alec conseguiu fugir pelo telhado, mas acabou batendo sua cabeça em uma barra de ferro que não tinha visto. Ele ficou desacordado por horas e confidenciou a Howard, que tivera um sonho naquele momento. Alec se via em um campo aberto e florido, sozinho, até que uma carruagem se aproximava. Evangeline descia daquela carruagem e caminhava até ele, com um sorriso lindo estampado no rosto. Ele disse que ela não falou nada, mas que quando se beijara
E quando Alec trombou sobre o corpo dela e fez com que os dois caíssem, foi exatamente o que aconteceu. Metade da festa parou de acontecer e ficou encarando os dois ex-amantes no chão. — Caramba, Alec! — Evie resmunga, sentindo uma pontada na parte de trás da cabeça. — Você não olha por onde anda? — Não quando o assunto é você. Eles estavam tão próximos, que apenas o vento seria capaz de passar naquele misero espaço. Alec arfou, controlou a vontade absurda que sentia de atacar os lábios de Evangeline e se levantou, esticando a mão para ela. Evie bateu na mão estendida de Alec e se levantou sozinha, passando a mão pelo vestido em seguida. — Que entrada triunfal. — Audrey ironiza, se aproximando de Evangeline. — Você está bem? — Tirando a dor excruciante na parte de trás da minha cabeça e todas essas pessoas estranhas me olhando, estou ótima. — Doce como um limão. — a loira ri, abraçando Evangeline. — Estou muito feliz por você estar aqui. — Você e Allegra sabem ser persuasivas
— Ai meu Deus... — Evie murmura, saindo dos braços de Alec. — Não era assim que eu imaginava essa conversa. — Engraçado... eu esperava que bagunçássemos a mesa mais uma vez. Evangeline reprime o riso e esconde o rosto nas mãos. Alec se aproxima e pega nas mãos dela, fazendo com que ela o olhe. — Eu te amo. Vamos recomeçar? — Alec, há muita coisa em aberto. Eu e Allegra temos uma vida em Londres. Você não pode achar que apenas um beijo fará com que eu largue tudo. Alec segurou seu rosto com as mãos e puxou gentilmente para mais perto dele. Seus lábios se encontraram em um beijo suave, que gradualmente se tornou mais intenso. Eles se entregaram à sensação, seus corpos se aproximaram enquanto se beijavam. Evangeline podia sentir o coração batendo forte no peito dele, enquanto suas mãos corriam pelas costas dela. O beijo contínuo, parecendo durar uma eternidade enquanto eles se perdiam na sensação. Quando finalmente quebraram o beijo para respirar, seus rostos ainda estavam
Sophie não abriu a boca em momento nenhum, já que ela tinha Dominique, como sua porta-voz. — O que você pensou? Que Alec ficaria sozinho pelo resto da vida dele? — mesmo que Evangeline não tenha falado nada, Dominique destilava o seu veneno. — Muito pelo contrário! Depois de buscas e mais buscas, ele finalmente encontrou a Sophie. A mulher perfeita para ele! A última coisa que Evangeline queria e precisava, era de uma briga com Dominique. Ela se limitou em apenas olhar para Alec e suspirar. — Vou embora. — Não, Evangeline... espera. Evangeline ergueu a barra do vestido e literalmente correu para longe daqueles três. Alec respirou fundo e decidiu resolver aqueles problemas, antes de ir atrás do seu grande amor. — Que merda você faz aqui? — É aniversário do meu neto. Jamais perderia. — Não estou falando com você, Dominique. — o olhar duro e frio de Alec, estava pousando em Sophie, que tentava inutilmente se esconder atrás de Dominique. — Eu pouco me importo com o que vo