POV's Josh
Brianna Collier. Essa garota é o exato oposto do que eu estava imaginando. Doce, meiga, fofa e educada. SÓ QUE NÃO.
Fomos caminhar na praia, e conversávamos animadamente, até que houve uns minutos de silêncio na qual ela parecia agitada e tensa.
– O que foi? — perguntei.
– Nada — disse ela que parou na areia e seus olhos correram em toda a sua volta antes de se virarem para mim. — Pensando melhor, vamos lá na Missy, na casa dela?
– Por quê?
– O irmão dela tá dando uma festa na casa deles e eu quero ir! Mas só vou se você for também — disse ela. Era quase como se ela dissesse “você não tem escolha, garoto”.
– Ah bem, não tenho nada a perder. — falei coçando o cocuruto.
POV’S Josh OFF
– O que você quer? Deu de me seguir agora? — Perguntei.
O que Mattias Sartori queria atrás de mim? Tipo, tá tarde já, e eu sei que eu deveria estar dormindo, mas eu estou sem sono. Agora ser seguida a essa hora da madrugada é o cúmulo, né.
– Calma, não quero nada — disse ele, fazendo movimentos com os dedos que indicava que eu devia voltar a me sentar.
– Então, nesse caso pode voltar para o seu quarto e me deixar em paz. — falei.
– Não, pensando melhor, eu gosto de ver as estrelas.
Hesitei um pouco em falar.
– Mentiroso, tá inventando isso só pra me encher o saco. — Falei, fitando-o acusadoramente.
– Hey, é verdade! Eu gosto mesmo, se quiser eu posso até te dizer o nome de algumas constelações. Olha,
aquela ali é a de Orion. — disse ele, apontando para o céu. Com o dedo ligou as estrelas, e eu consegui perceber o desenho. Era lindo.
– Muito simples localizá-la, é só procurar as três marias, que estão sempre juntas, enfileiradas e são praticamente iguais. As três marias formam o cinto dele.
Ele apontou pra elas três.
– É, até que você não é tão burro e idiota que nem eu pensava.
Ele fez uma careta e falou:
– Obrigado… eu acho.
Eu gargalhei.
– De nada.
Ficamos um pouco em silêncio; nos sentamos lado a lado.
– Posso te fazer uma pergunta? — disse ele, finalmente.
– Que tipo de pergunta?
– Uma curiosidade minha.
– Tá, manda.
– O que você tem com o Will?
Bufei enchendo a mão de areia e observando ela escorrer por entre meus dedos.
– Não é da sua conta — falei.
– Heey, calma, perguntei numa boa. — disse ele.
Ele era tão idiota. Provavelmente achava que eu ficava com o Will, o que pra ele devia ser péssimo, já que eu não estaria livre pra ele me “pegar” como ele fazia com outras tontas.
– Olha, me deixa em paz, tá?
Na hora em que ele ia me responder, eu ouvi risadas e adivinha quem apareceu? Aquele amigo do Mattias e aquela garota que eu também não sabia o nome.
– Mattias! — gritou ele, e veio correndo até a gente.
E quando ele chegou, eu senti o cheiro de álcool. Mattias se levantou.
– Oi — disse Mattias —, onde você estava?
A garota chegou perto, se apoiou no ombro do amigo bêbado do Mattias, ficou cutucando a bochecha dele e gargalhando. Patético.
– Vocês beberam? Ah não, Josh, seu idiota — disse Mattias. — Agora lá vai eu te arrastar de volta pra casa…
Ah, então o nome dele é Josh.
– Casa?! Não, você tá louco? A festa ainda nem acabou — disse ele e deu um arroto.
Festa. Eu vi os olhos de Mattias brilharem ao ouvir essa palavra.
Eu odeio festas.
Me levantei em um pulo.
– Tchau gente, vou ir dormir, fui — falei e acelerei o passo.
Porém, Mattias me segurou pelo braço, me arrastando de volta.
– Não, Sam, por favor. Vem comigo nessa festa?
– Não, ficou louco? — falei meneando a cabeça. — Eu tenho que voltar pra casa.
Porém ele me puxou com insistência de novo, dessa vez pelo pulso.
– Deixa de ser boba, vamos lá curtir. Você não veio pra ficar enfornada em um quarto, né. — teimou ele crispando os lábios.
– Não, mas isso não significa que eu tenha que ir em uma festa cheia de bêbados – retruquei.
– Você não precisa beber também. Por favor, eu fico sem encher seu saco por dois dias.
– Dois dias? – arqueei a sobrancelha. Então ele acha que eu me vendo tão fácil assim?
– O.k. Uma semana. Oferta final. – deu ênfase a última frase.
– Beleza, eu vou, mas antes vou chamar a Emma e o Will pra irem também. — concordei com um leve sorriso.
– Só a Emma — disse ele, irritado.
– Uma semana sem encher meu saco, tá lembrado?
Ele fez uma careta e assentiu, soltando meu pulso.
Saí correndo com a mochila nas costas e ele ficou parado, me olhando, até que ouvi seu grito atrás de mim:
– Espera, espera, vou ir com você. Trocar de roupas.
Escutei seus passos tentando me alcançar e logo ele estava ao meu lado, subindo as escadas de casa.
Entramos silenciosamente, só pro caso de nossos pais ainda estivessem acordados. Subi as escadas em direção ao meu quarto. Lá dentro, Will e Emma assistiam a um filme enquanto jogavam xadrez. Will vestia apenas um sambacanção e Emma só as peças intimas, isso era meio que normal com a gente, éramos amigos desde a infância.
– Gatos, vamos em uma festa comigo? — perguntei já abrindo meu closet.
Eles abandonaram o jogo e me olharam como se eu tivesse bebido.
– Você nos chamando pra uma festa? O que você comeu? Tá com febre? Usou drogas? — Perguntou Will.
– Isso me cheira a pó — falou Emma.
– Nada disso, cara, eu só quero me divertir um pouquinho, porque afinal não estamos aqui pra ficarmos trancados dentro desse quarto, né — olha eu usando o mesmo argumento de Mattias.
– Tá bom —, aceitou Emma — vou me vestir
Quanta facilidade. Nem precisei fazer chantagem.
Will e Emma se levantaram e fizerem uma espécie de toque criada por nós há mais de três anos atrás.
– Mais tarde a gente continua? — perguntou ela.
– Você sabe que sim — ele falou e com os olhos disse “você vai perder”.
Emma sorriu irônica.
No closet que tinha no canto afastado do quarto, empurrei a porta de correr e revirei à procura de algum vestido.
– Ai, droga, cadê… Will, isso aqui é seu — falei, jogando pra ele uma cueca box que estava na prateleira da minha parte do closet. O que ela estava fazendo lá? Meio estranho isso. — Será que eu coloquei ele na mochila?
Achei!
Peguei o vestido que estava atrás de dois casacos e um jeans surrado meu.
Entrei no banheiro e o coloquei.
(…)
– Anda, Emma, vai logo — gritou Wiil, já do lado de fora, ao meu lado.
–Shhh, quer entregar a gente? — sussurrou Mattias, saindo da casa.
Sem querer admitir pra eles, mas Mattias estava certo. Preferi ficar quieta.
Finalmente Emma apareceu, e falou:
– Anda gente, anda, anda, a tia acordou. Fodeu.
Ela estava desesperada, chutando as canelas de Mattias e Will.
– A tia, Samira, sua mãe, ela acordou, mas acho que ela ainda acha que estamos no quarto — disse ela, acelerando o passo. — Rápido, rápido.
Basicamente saímos correndo, Eu e Mattias na frente, descemos as escadas e logo estávamos correndo à beira mar. Josh e a garota estavam sentados, cantando uma música infantil animadamente. Quando Josh nos viu, tentou levantar, mas cambaleou e caiu de cara na areia.
– Vocês demoraram! Vamos? — disse ele com a voz abafada.
Mattias ajudou ele levantar que depois levantou a garota.
Entramos no meio do mato e andamos por uma trilha, com a pressa que estávamos, logo saímos em uma clareira em que uma enorme casa ficava. Ela chegava a vibrar com a música que tocava.
– Ah, mas eu não entro ai nem fodendo — falei e comecei a andar pra trás. — Minha cabeça já tá doendo do lado de fora, imagina ai dentro. Meus neurônios vão explodir. E eles não são muitos pra mim simplesmente sair desperdiçando.
– Porra, você vai entrar sim! — disse Mattias, pegando em minha cintura e me empurrando para mais perto do portão de entrada. — Agora que chegou até aqui não pode e não vai mais voltar.
– Vamos, Sammy — disse Emma —, só hoje. Foi você quem convenceu a gente a vir.
– Vem, fica perto de mim — sussurrou Will.
Ele me puxou pra perto e juntos entramos.
O cenário era exatamente o que eu já esperava: gente bebendo, fumando, dançando e pior: se comendo. Não me julguem, eu fui chantageada, falou? Tá bem, eu estava lá porque quis. Posso reclamar? Não.
Caminhei devagar; Mattias e Josh entraram na frente. Aliás, só acho que Josh não deveria nem estar ali, ele tava quase que caindo de bêbado. Sei que é errado desejar o mal ao próximo, mas, eu estava torcendo pra que ele tivesse uma resseca do caralho amanha, pra ver se aprende.Dei de ombros, Will e Emma me puxaram até a pista de dança, onde começaram a fazer chuva de balão de tinta e em dois segundos eu estava toda imunda, mas animada.POV’S MattiasJosh subiu em cima de uma mesa e começou a dançar. Otário.Tirei ele de lá e comecei a chacolha-lo.– Sai dessa Josh, seu gay — falei.— Vou te levar pra casa…Mas aí Missy apareceu. Porra.
O policial parou a gente e fez que esperássemos seu outro colega policial chegar, o que logo aconteceu. Ele apareceu acompanhado por Mattias.– É que a denuncia surgiu de lá. — Disse nosso policial.Droga, droga, droga. É óbvio que tinha sido minha mãe, ela com certeza tinha percebido que não estávamos no quarto, ouviu o som de música alta, sacou onde estávamos e pra nos lascar de vez chamou a polícia.– Entrem no carro, anda — disse ele.Nos apertamos no banco passageiro e Emma falou:– Tá vendo, tudo culpa sua, Mattias, se você não tivesse obrigado a Samira a vir…– Ela veio porque quis — retrucou Mattias, dando de ombros.Na verdade, eu mal prestava atenção. Eu ainda sentia o gosto da boca do Will na minha.Will soprava a franja compulsivamente, mania que aparecia sem
— Ei, ei, ei! Que putaria é essa aqui no quarto?Will descolou os lábios dos meus. Viramos a cabeça e encaramos Emma em pé. Ela piscava rapidamente por causa da luz, estava de braços cruzados e nos olhava de cara feia.É mesmo, que putaria era aquela no quarto que por acaso eu estava participando?Olhei para Will, atordoada.— Isso é amizade colorida? — perguntei ignorando Emma. — Putaria entre amigos?— Sem compromissos — respondeu Will, meneando a cabeça. — E aí?— Sei lá — franzi a testa.— Aceita ou não? — teimou.Sem compromissos? Sem encanação?— Mas a nossa amizade continua a mesma?— Aham, mas com bônus.Sorri. Por que não?— Beleza — murmurei aproximando nossos rostos.— Tá, t&aacu
— O que você quer? — falou ele, ríspido.— Tá tudo bem? — perguntei. Não, né, sua sonsa, não tava vendo que ele estava chorando? Só eu mesmo pra perguntar isso.— Está — murmurou ele.— Não ligue para seu pai, ele não sabe o que f…— Tanto faz, Samira. Pode me dar licença?Era a primeira vez que ele era grosseiro comigo. Ele podia ser irônico, chato, arrogante, safado, mas nunca usou a grosseria comigo. Até aquele momento.— Mattias…— Não preciso de mais ninguém me julgando. E se você contar pra alguém que me viu chorando, eu te mato.— Não vou te julgar, droga. E daí que você t&aac
Povs EmmaPor que eu havia ficado com raiva de ver Samira e Will se comendo? Porque sim.O.k: Amigos não devem se pegar. Isso é cilada. Eu já havia feito a burrada de ter um amigo colorido, e hoje em dia, se estivermos na mesma calçada, eu mudo de lado.O que eu queria dizer é que não gostaria de perder Will e Sam, não queria que nos separássemos, nem brincando. Eu amava aqueles dois mais do que muitas coisas por aí.Enquanto eu lavava a louça, Josh enxugava. Eu mal conhecia esse garoto, mas ele parecia bem diferente do seu amigo, Mattias. Nenhuma vez ele tentou dar em cima de mim. Aliás, ele parecia até um pouquinho tímido quando não estava bêbado.— Não é nada contra a Caroline, mas aquele cabelo dela é muito brega — fofoquei.— É. Eu também achei — murmurou ele.
Peguei a concha com muito cuidado, aproximando-a do meu ouvido direito. Eu nunca havia pegado em uma concha tão bonita e grande antes como aquela. Dizem por aí que se você coloca-la no ouvido, pode ouvir o mar. E agora eu posso garantir que pode.Quando descolei a concha do ouvido, meus olhos cruzaram com o de Mattias e ele sorriu.— É legal, né? — disse ele, cruzando as pernas. — Meu avô fazia coleção. Ele morava na praia. Era um sujeitinho legal.— Bem, conchas são legais. A única pessoa que eu conheci que fazia coleção de alguma coisa, fazia coleção de figurinhas de chiclete — falei torcendo o nariz.Mattias riu:— O que vale é a intenção, poxa— É, acho que sim — de
Pegamos uma estrada que ficava atrás da casa de praia. A cidade não era longe, dava para ver as suas luzes de onde estávamos, realmente visíveis. A cada passo nosso, dava pra enxergar cada vez melhor os prédios, ruas e avenidas pavimentadas. Mattias e eu ficamos o tempo todo trocando ironias. Era incrível a capacidade daquele garoto ser irritante.Depois de mais ou menos quinze minutos, chegamos à cidade. Estávamos parados em uma praça, com um chafariz no centro, gramas e arbustos enfeitados, postes de iluminação multicoloridos e duas rampas de skate. Ah, e havia vários garotos bonitos, bem, na realidade, bonito era apelido. Digamos que eles deixavam Mattias no chinelo.Percebi que aquele garoto que deu a festa na noite anterior também estava lá. No momento ele usava uma blusa cavada que dava pra ver que ele tinha várias
Pov’s MattiasA mulher do caixa definitivamente era uma coitada. Loira platinada e 5 kg de maquiagem. O que será que ela havia passado nas bochechas para ficarem tão avermelhadas? Massa de tomate? Era possível. Os olhos dela eram bem claros, com uma maquiagem escura que estava derretendo, criando um efeito pavoroso, e da maneira que ela me olhava, eu pensava seriamente que talvez ela fosse uma possessão demoníaca. Ai, até me arrepiei. Mas ela me causava menos medo do que a outra loira que estava do meu lado. Só que essa loira é bonita, ao menos.O rosto de Samira estava fechado em uma carranca de raiva. Ela pegava os refrigerantes com violência, e se ela fizesse só mais um pouquinho de força, era bem provável que ele estourasse e fizesse um buraco no teto. Ai ele cairia na nossa cabeça e todo mundo morria. Fim.Tudo bem, eu meio que exagerei, eu sei.