05

POV's Josh

Brianna Collier. Essa garota é o exato oposto do que eu estava imaginando. Doce, meiga, fofa e educada. SÓ QUE NÃO.

Fomos caminhar na praia, e conversávamos animadamente, até que houve uns minutos de silêncio na qual ela parecia agitada e tensa.

– O que foi? — perguntei.

– Nada — disse ela que parou na areia e seus olhos correram em toda a sua volta antes de se virarem para mim. — Pensando melhor, vamos lá na Missy, na casa dela?

– Por quê?

– O irmão dela tá dando uma festa na casa deles e eu quero ir! Mas só vou se você for também — disse ela. Era quase como se ela dissesse “você não tem escolha, garoto”.

– Ah bem, não tenho nada a perder. — falei coçando o cocuruto.

POV’S Josh OFF

– O que você quer? Deu de me seguir agora? — Perguntei.

O que Mattias Sartori queria atrás de mim? Tipo, tá tarde já, e eu sei que eu deveria estar dormindo, mas eu estou sem sono. Agora ser seguida a essa hora da madrugada é o cúmulo, né.

– Calma, não quero nada — disse ele, fazendo movimentos com os dedos que indicava que eu devia voltar a me sentar.

– Então, nesse caso pode voltar para o seu quarto e me deixar em paz. — falei.

– Não, pensando melhor, eu gosto de ver as estrelas.

Hesitei um pouco em falar.

– Mentiroso, tá inventando isso só pra me encher o saco. — Falei, fitando-o acusadoramente.

– Hey, é verdade! Eu gosto mesmo, se quiser eu posso até te dizer o nome de algumas constelações. Olha,

aquela ali é a de Orion. — disse ele, apontando para o céu. Com o dedo ligou as estrelas, e eu consegui perceber o desenho. Era lindo.

– Muito simples localizá-la, é só procurar as três marias, que estão sempre juntas, enfileiradas e são praticamente iguais. As três marias formam o cinto dele.

Ele apontou pra elas três.

– É, até que você não é tão burro e idiota que nem eu pensava.

Ele fez uma careta e falou:

– Obrigado… eu acho.

Eu gargalhei.

– De nada.

Ficamos um pouco em silêncio; nos sentamos lado a lado.

– Posso te fazer uma pergunta? — disse ele, finalmente.

– Que tipo de pergunta?

– Uma curiosidade minha.

– Tá, manda.

– O que você tem com o Will?

Bufei enchendo a mão de areia e observando ela escorrer por entre meus dedos.

– Não é da sua conta — falei.

– Heey, calma, perguntei numa boa. — disse ele.

Ele era tão idiota. Provavelmente achava que eu ficava com o Will, o que pra ele devia ser péssimo, já que eu não estaria livre pra ele me “pegar” como ele fazia com outras tontas.

– Olha, me deixa em paz, tá?

Na hora em que ele ia me responder, eu ouvi risadas e adivinha quem apareceu? Aquele amigo do Mattias e aquela garota que eu também não sabia o nome.

– Mattias! — gritou ele, e veio correndo até a gente.

E quando ele chegou, eu senti o cheiro de álcool. Mattias se levantou.

– Oi — disse Mattias —, onde você estava?

A garota chegou perto, se apoiou no ombro do amigo bêbado do Mattias, ficou cutucando a bochecha dele e gargalhando. Patético.

– Vocês beberam? Ah não, Josh, seu idiota — disse Mattias. — Agora lá vai eu te arrastar de volta pra casa…

Ah, então o nome dele é Josh.

– Casa?! Não, você tá louco? A festa ainda nem acabou — disse ele e deu um arroto.

Festa. Eu vi os olhos de Mattias brilharem ao ouvir essa palavra.

Eu odeio festas.

Me levantei em um pulo.

– Tchau gente, vou ir dormir, fui — falei e acelerei o passo.

Porém, Mattias me segurou pelo braço, me arrastando de volta.

– Não, Sam, por favor. Vem comigo nessa festa?

– Não, ficou louco? — falei meneando a cabeça. — Eu tenho que voltar pra casa.

Porém ele me puxou com insistência de novo, dessa vez pelo pulso.

– Deixa de ser boba, vamos lá curtir. Você não veio pra ficar enfornada em um quarto, né. — teimou ele crispando os lábios.

– Não, mas isso não significa que eu tenha que ir em uma festa cheia de bêbados – retruquei.

– Você não precisa beber também. Por favor, eu fico sem encher seu saco por dois dias.

– Dois dias? – arqueei a sobrancelha. Então ele acha que eu me vendo tão fácil assim?

– O.k. Uma semana. Oferta final. – deu ênfase a última frase.

– Beleza, eu vou, mas antes vou chamar a Emma e o Will pra irem também. — concordei com um leve sorriso.

– Só a Emma — disse ele, irritado.

– Uma semana sem encher meu saco, tá lembrado?

Ele fez uma careta e assentiu, soltando meu pulso.

Saí correndo com a mochila nas costas e ele ficou parado, me olhando, até que ouvi seu grito atrás de mim:

– Espera, espera, vou ir com você. Trocar de roupas.

Escutei seus passos tentando me alcançar e logo ele estava ao meu lado, subindo as escadas de casa.

Entramos silenciosamente, só pro caso de nossos pais ainda estivessem acordados. Subi as escadas em direção ao meu quarto. Lá dentro, Will e Emma assistiam a um filme enquanto jogavam xadrez. Will vestia apenas um sambacanção e Emma só as peças intimas, isso era meio que normal com a gente, éramos amigos desde a infância.

– Gatos, vamos em uma festa comigo? — perguntei já abrindo meu closet.

Eles abandonaram o jogo e me olharam como se eu tivesse bebido.

– Você nos chamando pra uma festa? O que você comeu? Tá com febre? Usou drogas? — Perguntou Will.

– Isso me cheira a pó — falou Emma.

– Nada disso, cara, eu só quero me divertir um pouquinho, porque afinal não estamos aqui pra ficarmos trancados dentro desse quarto, né — olha eu usando o mesmo argumento de Mattias.

– Tá bom —, aceitou Emma — vou me vestir

Quanta facilidade. Nem precisei fazer chantagem.

Will e Emma se levantaram e fizerem uma espécie de toque criada por nós há mais de três anos atrás.

– Mais tarde a gente continua? — perguntou ela.

– Você sabe que sim — ele falou e com os olhos disse “você vai perder”.

Emma sorriu irônica.

No closet que tinha no canto afastado do quarto, empurrei a porta de correr e revirei à procura de algum vestido.

– Ai, droga, cadê… Will, isso aqui é seu — falei, jogando pra ele uma cueca box que estava na prateleira da minha parte do closet. O que ela estava fazendo lá? Meio estranho isso. — Será que eu coloquei ele na mochila?

Achei!

Peguei o vestido que estava atrás de dois casacos e um jeans surrado meu.

Entrei no banheiro e o coloquei.

(…)

– Anda, Emma, vai logo — gritou Wiil, já do lado de fora, ao meu lado.

–Shhh, quer entregar a gente? — sussurrou Mattias, saindo da casa.

Sem querer admitir pra eles, mas Mattias estava certo. Preferi ficar quieta.

Finalmente Emma apareceu, e falou:

– Anda gente, anda, anda, a tia acordou. Fodeu.

Ela estava desesperada, chutando as canelas de Mattias e Will.

– A tia, Samira, sua mãe, ela acordou, mas acho que ela ainda acha que estamos no quarto — disse ela, acelerando o passo. — Rápido, rápido.

Basicamente saímos correndo, Eu e Mattias na frente, descemos as escadas e logo estávamos correndo à beira mar. Josh e a garota estavam sentados, cantando uma música infantil animadamente. Quando Josh nos viu, tentou levantar, mas cambaleou e caiu de cara na areia.

– Vocês demoraram! Vamos? — disse ele com a voz abafada.

Mattias ajudou ele levantar que depois levantou a garota.

Entramos no meio do mato e andamos por uma trilha, com a pressa que estávamos, logo saímos em uma clareira em que uma enorme casa ficava. Ela chegava a vibrar com a música que tocava.

– Ah, mas eu não entro ai nem fodendo — falei e comecei a andar pra trás. — Minha cabeça já tá doendo do lado de fora, imagina ai dentro. Meus neurônios vão explodir. E eles não são muitos pra mim simplesmente sair desperdiçando.

– Porra, você vai entrar sim! — disse Mattias, pegando em minha cintura e me empurrando para mais perto do portão de entrada. — Agora que chegou até aqui não pode e não vai mais voltar.

– Vamos, Sammy — disse Emma —, só hoje. Foi você quem convenceu a gente a vir.

– Vem, fica perto de mim — sussurrou Will.

Ele me puxou pra perto e juntos entramos.

O cenário era exatamente o que eu já esperava: gente bebendo, fumando, dançando e pior: se comendo. Não me julguem, eu fui chantageada, falou? Tá bem, eu estava lá porque quis. Posso reclamar? Não.

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